Volume 2 – Arco 9
Capítulo 88.5: Fogo Ainda Ardente
Este capítulo contém insinuações e cenas de natureza sexual entre dois adultos, apresentadas de forma consensual. Considero tudo que vier como explicito, ou seja, o tom é inadequado para menores de 18 anos
Se for do interesse do leitor, poderá pular este capítulo, pois ele não afetará a história. Foi apenas uma oportunidade que encontrei para escrever algo do gênero. Não é meu desejo adicionar esse tipo de conteúdo de maneira que se torne comum na história.
Não espere por mais capítulos deste tipo.
Reforçando: Se por algum caso, você for menor de idade e estiver lendo, você sabe que essa história não é para você.
Com a partida do pequeno híbrido pela janela, um silêncio curioso se instalou no quarto. Todos se entreolharam, como se esperassem que alguém tomasse a dianteira e desse um rumo àquele momento incerto.
O sol começara a nascer no longínquo horizonte, junto a ele, a cidade começava a despertar; as lojas abriam e as pessoas andavam pelas ruas. Ainda que estivessem em número reduzidos, ou talvez exatamente por isso, a cidade se tornava atrativo para aqueles que ainda não a exploraram.
Foi Fox quem quebrou a quietude. Relaxe no corpo, soltou um suspiro breve e disse:
— Acho que conseguimos uma folga. Todos estão livres para fazer o que quiserem. Peguem o dinheiro que lhes cabe e aproveitem a cidade!
A proposta parecia boa demais diante das últimas semanas de tensão, mas, ainda assim, os olhares se voltaram para o casal. Era como se, mesmo sem liderança formal, a aprovação deles ainda fosse necessária.
Erina notou os olhares e esboçou um sorriso suave, quase contido.
— É como ele disse. — Sua voz tinha uma calma que inspirava confiança. — Aproveitem. Sabem que essas oportunidades são raras durante a nossa jornada. Não desperdicem.
— Por favor, venham pegar — completou Kaji, abrindo uma pequena gaveta. Dentro dela, bolsas de couro estavam organizadas, cada uma marcada com o nome de seu dono.
Um a um, os membros do grupo se aproximaram, recolhendo o que lhes cabia antes de sair.
Takashi foi um dos primeiros. Segurou sua bolsa, mas não demonstrou entusiasmo. Não tinha em mente nada para comprar. Para ele, explorar a cidade era mais útil do que gastar moedas: observar ruas, padrões de patrulha, rotas de fuga. Criar um mapa mental seria sua prioridade — uma tarefa ingrata, mas necessária.
Xin, por outro lado, estava radiante. Seu coração batia acelerado diante da chance de conhecer uma cidade grande. Vivera toda a vida em um vilarejo simples e monótono, onde nada jamais mudava. Agora, em Cenara, as possibilidades pareciam infinitas.
Gurok, sempre prático, já sabia aonde queria ir: às oficinas e lojas de artesãos. Queria observar ferramentas, metais, couro, e tudo que pudesse servir para manter as armas e armaduras do grupo em perfeito estado. Não perderia a chance de aprender novas técnicas — e talvez até adaptar melhorias ao seu trabalho.
Zhen, para sua surpresa, foi convidado por Xin para acompanhá-la. Sentiu o rosto aquecer e o coração tropeçar de vergonha, sem coragem de perguntar o motivo. Mas ela, com naturalidade, explicou: precisava de alguém mais maduro ao seu lado, que a impedisse de gastar tudo ou de se perder no tempo. Zhen apenas assentiu, ainda sem palavras.
Vaelis e Soren, animados como crianças em feira, já sabiam o que buscariam: artefatos arcanos. Anéis, pingentes, braceletes ou qualquer adorno que ampliasse sua reserva de mana ou potencializasse seus feitiços. Planejavam visitar cada loja, catalogar opções e, só no fim, decidir pelo melhor.
Fox e Nolan não revelaram planos. Apenas ficou claro que não estariam juntos.
Restando apenas Sebastian à porta, ele ergueu uma sobrancelha, notando que o casal permanecia no quarto.
— Vocês não vêm? — perguntou, a voz carregada de curiosidade.
— Não há nada do nosso interesse lá fora — respondeu Erina com tranquilidade. — Pode ir.
Sebastian demorou apenas alguns segundos para entender o subtexto: o casal precisava de tempo a sós. Ele deu um meio sorriso compreensivo e saiu.
Kenshiro, porém, não pareceu captar a mensagem. Franziu o cenho, intrigado com a resposta da esposa.
Nnnngh–crrrrk… tok.
O som pesado da porta se fechando selou o silêncio no quarto, agora habitado apenas pelos dois.
Com a porta fechada, o silêncio do quarto tornou-se mais espesso, como se tivesse afastado o mundo inteiro para fora. O crepitar discreto da lareira era a única testemunha, espalhando uma luz trêmula que dançava sobre as paredes de pedra.
Antes que Kenshiro pudesse se acomodar, Erina lançou-se em seu colo com a espontaneidade de quem não queria pensar duas vezes.
O impacto suave o fez recuar ligeiramente para trás, apoiando-se com as mãos na cama, surpreso, quase assustado. Preparava-se para perguntar o motivo daquela atitude repentina, mas a sensação dos braços dela o envolvendo, o calor de sua pele pressionada contra a dele e a proximidade de seu rosto junto ao contorno de seu busto fizeram-no reconsiderar.
Em vez de palavras, optou pelo silêncio, fechando os olhos e permitindo-se apenas sentir. Não sabia se aquele instante seria breve, então agarrou-se a ele com a intensidade de quem teme perdê-lo.
— Essa decoração... me trouxe lembranças — murmurou Erina, sua voz doce, sem malícia. — Só queria... sentir de novo como era estar nos braços do meu marido. Em nossa casa...
As palavras tocaram Kenshiro mais fundo do que o esperado. Ele abriu os olhos devagar, contemplando-a. O peso da jornada, a dor, o medo e os sacrifícios que carregava eram muito maiores que qualquer nostalgia ou afeto. E, ainda assim, sabia que não poderia transparecer aquilo. Não agora. Precisava oferecer-lhe conforto, precisava restaurar a confiança de sua esposa.
— Talvez não seja tão ruim o Fox assumir o comando — disse ela de repente, quase como quem solta um segredo. — Digo... definitivamente.
Kenshiro, desconfortável com a ideia, rompeu o abraço. Deitou-se com as costas na cama, levando Erina consigo, que permaneceu sentada sobre seu quadril. Assim, ele podia vê-la melhor, sentir o seu peso leve, observar cada nuance de sua expressão.
— Não está falando sério — retrucou. — Você sabe tão bem quanto eu que, em algum momento, ele terá de partir. Se lembra da Crônica? O “Guerreiro do Sol”.
— Sim, eu sei. — Erina suspirou e, em seguida, deitou-se sobre o peito dele, aninhando-se como se buscasse refúgio. Encostou o ouvido no coração de Kenshiro, ouvindo o compasso firme, e ao mesmo tempo deslizava os dedos em círculos lentos sobre a barriga dele, num gesto carinhoso e íntimo. — Só não consigo negar que é um alívio sentir esse peso... fora dos meus ombros.
— Amor, você... — Kenshiro começou, mas ela o interrompeu com suavidade.
— Eu sei que é momentâneo... talvez até ilusório. Ainda sou responsável pela segurança de todos, e todos me veem assim. Mas... — sua voz tremeu, quase num sussurro —, é bom, por um instante, ser tratada como igual. Como amiga. Não como alguém distante, superior.
Kenshiro a fitou, sério.
— Você teme que, quando voltar a liderar, precise mudar sua maneira de agir com eles?
— Não — Ela ergueu o rosto para encará-lo, determinada. — Eu não vou mudar. O que me assusta é eles mudarem comigo. Que parem de me olhar nos olhos como agora e voltem a me ver apenas como “a Capitã”.
Ele sustentou o olhar dela, erguendo-se um pouco para sentar-se. Segurou-lhe o queixo com cuidado, forçando-a a não desviar os olhos.
— Eu nunca deixei de te ver como minha esposa — disse com firmeza. — Mesmo quando você me dava ordens diante dos outros. Só não podia... tratá-la como tal na frente deles. Seria indecente.
As palavras o deixaram exposto demais, também foram a verdade mais simples que podia oferecer.
O rosto de Erina corou. Sentiu-se obrigada a desviar os olhos, o rubor se espalhando por suas bochechas, até levantar-se apressada, como se precisasse fugir do peso daquele momento.
Kenshiro riu baixo, quase em tom cúmplice, ao vê-la envergonhada.
Ainda ruborizada, Erina buscou distração no quarto. O olhar correu até a lareira — Kaji não estava ali. Passou pela janela aberta — uma necessidade, não um problema. Por fim, repousou na porta.
Andou até ela em passos firmes, girou a chave e ouviu o clique discreto da tranca.
Agora, sim, estavam verdadeiramente sozinhos.
— Erina? — a voz de Kenshiro soou hesitante, quase um sussurro. — O que está fazendo?
— Acho que... — ela deixou a frase suspensa no ar, enquanto caminhava lentamente até a cama.
Com um gesto firme, desatou os laços de suas calças e as deixou deslizar pelo corpo até caírem ao chão, revelando apenas a roupa íntima. Seus olhos, fixos nos dele, carregavam uma mistura de ternura e provocação.
— ...quero apenas matar... — continuou, erguendo os braços para despir-se por completo.
Retirou a parte de cima, expondo-se sem reservas, consciente do efeito que aquilo sempre tivera sobre o marido.
— ...a saudade de você — A última palavra saiu como um sopro, carregada de desejo.
Aproximou-se da cama e inclinou-se sobre ele, deixando que seus lábios encontrassem o pescoço de Kenshiro em uma sequência de beijos que iam do suave ao voraz. Cada toque parecia marcar sua pele com lembranças de tudo que haviam perdido no tempo em que estiveram afastados.
Por um instante, Kenshiro vacilou. Parte dele temia que alguém pudesse ouvi-los do outro lado da porta, ou que fossem interrompidos. Mas esse pensamento logo se dissolveu quando sentiu o calor da mão de Erina explorando-o por baixo das roupas. O receio deu lugar à rendição.
Ele se livrou do que ainda vestia, revelando-se por inteiro. A respiração de Erina acelerou, e ela se entregou àquele momento como se não houvesse amanhã. Seu corpo, antes marcado pela batalha e pela dor, agora se movia apenas para celebrar o reencontro.
Os beijos desceram lentamente pelo peito de Kenshiro, deixando um rastro de ardor. O olhar dela, intenso e cheio de promessa, fez com que ele esquecesse o mundo ao redor. Não havia mais guerras, profecias ou inimigos; só existiam os dois, presos em um instante eterno.
— Está tudo bem, meu amor? — provocou, fitando-o com um sorriso malicioso.
— Você... está tão... — Kenshiro tentou responder, mas a respiração entrecortada o traiu.
— Estou com fome... — disse ela, e o brilho em seus olhos verdes parecia confirmar que não falava apenas de desejo carnal. Era sede de vida, de amor, de presença.
Ele tentou tomar o controle, mas Erina não permitiu. Gostava de brincar com os limites, de conduzi-lo à beira do insuportável para então reconfortá-lo. Kenshiro, incapaz de resistir, deixou-se levar. O prazer e a dor suave misturavam-se, fazendo-o estremecer sob o toque e a entrega da esposa.
Quando, por fim, o momento de explosão o dominou, Erina não recuou. Recebeu-o com devoção, como quem guarda um segredo precioso. Depois, ergueu o rosto e deixou escapar um som de satisfação, antes de deitar-se sobre ele com um sorriso vitorioso.
— Eu... eu te amo — murmurou Kenshiro, sem encontrar palavras que pudessem realmente traduzir o que sentia.
— Eu te amo mais — respondeu Erina, posicionando-se sobre ele, os cabelos soltos roçando seu peito como ondas negras. Montou-o com a naturalidade de quem sempre foi dona de seu coração.
Seus olhos brilharam em um verde esmeralda intenso, sinal de que sua magia curativa fluía. Não era apenas desejo: ela queria que Kenshiro tivesse forças para acompanhá-la até o fim, sem dor, sem limites.
— Acredito que eles irão demorar... — sussurrou, mordendo o lábio inferior. — Podemos aproveitar sem pressa.
Kenshiro soltou uma risada curta, ainda ofegante, tentando resgatar alguma maturidade no meio da tempestade que ela provocava.
— Talvez... — concedeu, embora sua entrega fosse evidente.
Erina aproximou o rosto do dele, e o sorriso travesso que surgia em seus lábios anunciava o que estava por vir.
— Hoje — murmurou ela em seu ouvido, em um tom entre promessa e ameaça —, eu sinto que vou gritar bastante.
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