Volume 2 – Arco 8

Capítulo 79: Recepção

Apesar da pressa que todos carregavam no peito, o balançar da carruagem era surpreendentemente suave, como se as rodas deslizassem sobre a estrada batida. O ritmo era constante, quase hipnótico, e o som das ferraduras ecoava em compasso, lembrando a cada instante que a viagem seguia sem tréguas. Ainda assim, o silêncio cortante só não era pior que os a troca de olhares de seus membros.

— Devíamos ter seguido em frente ao invés de termos feito aquela parada — resmungou Nolan, o cenho franzido, a voz carregada de impaciência. — Agora temos que andar mais devagar por conta de uma civil e de um mago desacordado! 

Anastasia, sentada ao lado dele, ergueu os olhos com certa resignação.

— Eu posso descer e caminhar por conta própria, se for o melhor para vocês... — Sua voz soava calma, havia um tom de melancolia embutido em cada sílaba. 

— Não, não precisa — rebateu Fox, do outro lado, firme nas rédeas enquanto mantinha a atenção na estrada. — Quero garantir que ao menos chegue em Cenara com segurança. 

Ela o observou por um instante, buscando algum sinal de suavidade naquela rigidez que o líder carregava.

— Qual seria o motivo de tamanha pressa, afinal? — perguntou, a esperança vibrando em sua voz, como se desejasse que alguém, qualquer um, lhe desse uma resposta clara. 

A única coisa que recebeu em troca foi o silêncio. Pesado, desconfortável, como um enigma que ninguém ousava resolver. O ranger discreto da madeira da carruagem parecia gritar mais alto do que as palavras que não eram ditas. 

— Perdão perguntar... — insistiu, após alguns segundos. — Eu sou o motivo de vocês ficarem em silêncio a viagem inteira? 

— Não é isso — respondeu Zhen, rápido demais, quase defensivo. Seu estribo balançava próximo de onde Anastasia se encontrava, tão perto que a proximidade parecia calculada. Ou talvez tivesse sido apenas conveniência... mas, para quem os observava, soava como intenção. — Apenas tentamos nos concentrar na estrada e em nossos arredores. Nunca sabemos quando podemos sofrer algum ataque. 

As palavras dele caíram como pedras. Por um instante, todos tiveram a nítida impressão de que Zhen havia revelado mais do que deveria. 

Ah... contra bandidos e feras? Entendi. — Anastasia forçou um sorriso breve, tentando não soar inconveniente. — Vou tentar não atrapalhá-los mais. 

O alívio foi imediato, espalhando-se entre os demais como uma brisa curta. 

Entretanto, não passara despercebido o olhar de Xin. A jovem permanecia quieta, sua expressão denunciava desconforto. Era a mais incomodada com a maneira como Zhen se comportava ao lado de Anastasia. Não apenas por temer que ele acabasse revelando algo que não deveria, também por um incômodo mais íntimo, pessoal, algo que ela mesma não sabia nomear. 

O tempo correu, e com ele a estrada foi se desenrolando sob as rodas e cascos. Já haviam deixado Yollan para trás quando Soren começou a se mover. Seu despertar foi lento, confuso; a tontura lhe embrulhava o estômago, e o peso no peito o fazia sentir-se sufocado. Demorou alguns instantes até perceber que estava deitado sobre o dorso de seu próprio cavalo flamejante, que seguia em passo controlado. 

— Soren, você está bem? — A voz de Vaelis cortou o vento. A jovem desceu de seu cavalo de gelo com um movimento ágil, equilibrando-se com perfeição ao subir sobre o outro animal ainda em movimento, sem perder o controle da situação. 

— Estou bem, estou bem... — murmurou Soren, afastando a mão que lhe era estendida. 

Vaelis, respeitando a recusa, retornou à sua montaria congelante, seus olhos permaneceram atentos ao amigo. 

O corpo de Soren parecia se recompor, o mesmo não podia ser dito de seu espírito. Havia algo em seu olhar, um cansaço sombrio que nem o tempo de descanso conseguira aliviar. 

— Desculpe por não conseguir curá-lo... — disse Erina, que vinha um pouco mais atrás, a voz carregada de frustração. — Geralmente sou capaz de aliviar dores de cabeça, náuseas, essas coisas... mas agora... não sei por que não consigo. 

Vaelis interveio, com a naturalidade de quem já havia estudado o assunto inúmeras vezes.

— Não se culpe. Magia curativa age sobre o corpo, sobre atributos físicos, sobre a “Estamina”. O que Soren tem não é isso... é sobrecarga de Mana. E contra isso... não há muito o que se possa fazer. 

Erina desviou os olhos, mordendo levemente o lábio.

— E qual é a sensação...? — perguntou, quase num sussurro, como se tivesse medo da resposta. 

— Uma ânsia constante... — respondeu Soren, encarando o chão que passava veloz sob os cascos. — Uma ânsia que não se pode vomitar para aliviar. Sendo sincero... nem vomitar é possível. 

— Sinto muito. 

Ele ergueu a mão, cobrindo parcialmente a boca, em um reflexo.

— Não sinta. Eu sabia que passaria por coisa pior quando pensei em sugar todo aquele magma. Se devo algo agora... é apenas gratidão ao Fox e ao Kaji por não ter sido necessário. 

A menção fez ambos os magos desviarem os olhos, visivelmente abalados pelo fracasso que aquela lembrança trazia à tona. O silêncio voltou a pesar entre eles. 

— Querem conversar sobre isso? — arriscou Erina, a preocupação transbordando em sua voz. 

— Não — responderam os dois ao mesmo tempo, secos, cortando a conversa no instante em que nascia. 

Kenshiro, que observava de perto, aproximou-se em silêncio. Sua mão repousou sobre o ombro da esposa, firme, gentil. O gesto era simples, carregava uma mensagem clara: pedindo-lhe calma, lembrando-lhe que nem tudo podia ser curado no momento. 

Se havia uma lição que os recentes acontecimentos haviam deixado clara, era: cada um precisava do seu próprio tempo para digerir os fardos que carregava, antes de poder dividi-los com os outros. 

(...) 

Felizmente, não fora necessário mais um dia de viagem. Anastasia, por ora, não precisava testemunhar as celebrações grotescas do grupo em torno da fogueira — danças embriagadas, risadas altas demais, carne mal cozida disputada como se fossem animais selvagens. Havia uma paz silenciosa na constatação de que o destino se aproximava. 

A prova concreta de sua chegada surgiu diante deles: um posto de checagem. 

Tratava-se de uma construção modesta, quase rústica demais para o prestígio que se imaginava de uma cidade como Cenara. Uma cabana simples, erguida com troncos brutos da madeira local, exibia sinais de pressa na sua montagem. Ao lado, erguia-se uma pequena torre de vigia improvisada, feita de estacas mal alinhadas, firme o suficiente para sustentar o peso de um homem armado. 

O ambiente transmitia mais função que imponência.

Não havia soldados marchando em formação, nem filas de viajantes à espera de inspeção. O posto cumpria um papel limitado: registrar o movimento e informar ao próximo sentinela quem se aproximava e em que condições. Nenhuma entrevista detalhada, nenhuma vistoria meticulosa. O olhar rápido e o julgamento imediato bastavam. 

Para os guardas, aquele grupo não passava de aventureiros. 

Kenshiro foi quem manteve o contato mais firme. Seus olhos encontraram os do vigia, um rapaz jovem, ainda com a expressão crua de quem recém deixara os bancos de uma academia militar. Os traços do rosto ainda denunciavam certa inocência, contrastando com a rigidez que tentava demonstrar. Era um cadete cumprindo uma tarefa trivial, típica de patentes baixas, que, paradoxalmente, exigia a disciplina de uma sentinela veterana. 

O silêncio breve foi quebrado por Nolan, que levou a mão à testa em súbita lembrança: 

— Droga! Eu me esqueci! — resmungou, irritado consigo mesmo. — Kenshiro, Erina, vistam isso... 

Com um gesto rápido, arremessou ao ar dois medalhões de metal escuro. O brilho opaco refletiu a luz fraca do dia antes de cair nas mãos do casal. 

Nenhuma explicação foi dada. Nenhum detalhe, nenhuma advertência. Apenas o peso frio dos medalhões descansando em suas palmas. 

Kenshiro e Erina trocaram um olhar breve. Não sabiam se aquelas peças eram relíquias de proteção, artifícios mágicos ou simples adornos. O que importava era que Nolan confiava neles — ou assim queriam acreditar. Fox, que permanecia impassível como sempre, não demonstrava qualquer sinal de incômodo. Isso bastou para que o casal não encontrasse razão para recusar. Sem hesitar mais, penduraram os medalhões no pescoço. 

— Tivemos sorte — comentou Kenshiro, em voz baixa, enquanto seus olhos voltavam ao vigia. — Aquele cadete é jovem demais. Não deve reconhecer os rostos dos procurados. Talvez seja melhor que eu e Erina usemos a Passagem e retornemos apenas quando vocês já estiverem dentro da cidade. 

— Isso não será possível. — respondeu Nolan, com calma.

A seriedade em seu tom prendeu a atenção de todos. 

— Cenara possui um sistema de proteção avançado. Não apenas detecta, como localiza qualquer pulsação mágica relacionada a portais. Se vocês tentarem a Passagem, estarão entregando suas posições diretamente aos guardas da cidade. 

Erina franziu o cenho. A incerteza pesava sobre ela. 

— E o que faremos então? — perguntou, a voz carregada de apreensão. — Se no próximo posto identificarem Kenshiro, todos nós seremos presos. 

Nolan apenas sorriu, enigmático. 

— Não se preocupem. Eu já cuidei disso. 

As palavras soaram como uma muralha invisível, uma promessa de segurança. Fox, novamente, não esboçou qualquer reação de dúvida ou desconfiança. E como sua tranquilidade parecia ser a âncora do grupo, todos foram obrigados a sufocar suas preocupações e continuar. 

O segundo posto revelou-se mais sólido, erguido como uma pequena torre defensiva de pedra cinzenta, com rachaduras e marcas do tempo, ainda imponente em comparação à cabana anterior. À frente, um soldado mantinha-se firme, postura ereta, segurando uma pequena lista que mais parecia um inventário de vidas. Seu olhar era frio e penetrante, deslizando de rosto em rosto, absorvendo cada detalhe físico, cada cicatriz, cada traço. 

No alto da torre, outro soldado aguardava, arco em punho. Uma flecha envolta em resina inflamável repousava pronta para ser acesa. Ao lado dele, uma pilha de feno seco esperava apenas uma centelha para lançar o sinal de perigo ao céu. Bastava um movimento errado do grupo, e a cidade inteira seria alertada em instantes. 

— O que aquele homem está fazendo? — perguntou Xin, desconfortável, enquanto era observado de cima a baixo. Seus olhos transmitiam um misto de irritação e desconfiança. 

— Está nos comparando com criminosos — respondeu Fox, a voz calma, quase desinteressada. 

Takashi arqueou uma sobrancelha. 

— E quantos criminosos o Império procura, afinal? 

Fox ergueu um canto da boca num sorriso breve e cruel. 

Ah... milhares. 

O grupo trocou olhares e, por um instante, sentiu-se aliviado. Se havia tantos nomes e rostos a serem lembrados, o erro humano parecia inevitável. 

Mas Fox não deixou que a esperança crescesse. 

— Não se enganem — Sua voz ficou mais séria. — A única função daquele homem é memorizar os rostos desses milhares. 

A frase caiu como um golpe seco. Encararam seu líder, esperando que fosse uma piada. 

Não era. 

Fox continuou, com uma calma que soava quase como desprezo: 

— É, na minha opinião, uma das funções mais menosprezadas do exército. Soldados de baixa patente recebem essa responsabilidade vital e não são reconhecidos por ela. Eu conheci generais que sequer lembravam o nome das cidades que deveriam proteger, mas esses homens... esses homens memorizam cada rosto como se fosse parte da própria pele. 

A revelação calou o grupo. Nenhum comentário, nenhum suspiro ousou romper a tensão. Kenshiro seria reconhecido — essa certeza os consumia. E, junto com ela, a imagem de um batalhão, talvez um exército inteiro, caindo sobre eles como um enxame. 

Problemas em Cenara não seriam apenas burocráticos. Já podiam sentir as dores de cabeça se acumulando antes mesmo de pisar nos portões da cidade. 

E, ainda assim, continuaram.

Até que, finalmente, os grandes portões de entrada ergueram-se diante deles, guardiões silenciosos daquilo que poderia ser tanto salvação quanto condenação. 

Como uma cidade imperial deveria ser, seus muros erguiam-se grandiosos, vastos e imponentes. Eram muralhas construídas em camadas grossas de pedra cinzenta, talhadas com precisão milenar, como se não tivessem sido erguidas apenas para deter inimigos, mas para intimidar qualquer alma que ousasse atravessá-las.

Sob o céu enevoado da manhã, as torres de vigia projetavam suas sombras longas sobre a estrada, como sentinelas imóveis que fitavam os viajantes com olhos invisíveis. 

No entanto, apesar da imponência arquitetônica, apenas uma dupla de soldados ocupava o portão principal. Jovens, inexperientes, pareciam perdidos em meio a uma responsabilidade maior do que suas forças. Tinham o olhar cansado, talvez entediado, como se a rotina de verificar viajantes e caravanas lhes tivesse roubado o brilho do dever. Era irônico que muralhas erguidas contra exércitos fossem entregues à guarda de apenas dois cadetes. 

Um deles, assumindo ares de oficial por ser o mais velho, avançou um passo, erguendo a mão com formalidade. Sua voz carregava uma tentativa forçada de autoridade: 

— Muito bem — disse, esforçando-se para soar firme —, por favor, todos desçam da carruagem e relatem o que estão trazendo. Incluam também as roupas que vestem e os pertences em seus bolsos. 

O grupo já se preparava para obedecer quando uma voz suave e jocosa cortou o ar, mudando o peso da cena. 

— Meu bom samaritano, é mesmo necessário? 

Fox havia se adiantado, sua postura confiante preenchendo o espaço vazio entre os soldados e a comitiva. A carruagem silenciou em expectativa, e os próprios companheiros prenderam a respiração: era raro vê-lo se impor de maneira tão aberta em situações cotidianas.

O oficial, porém, mal levantou os olhos do pergaminho em que fingia anotar. Só quando encarou o dono da voz para responder com grosseria é que seus lábios se entreabriram em choque, como se tivesse avistado um fantasma. 

Ele engasgou consigo mesmo, sufocado pelo reconhecimento. 

— É o... o... Herói do Povo! — balbuciou o ajudante, o mais jovem dos dois, mal conseguindo segurar a lança em mãos. Sua voz saiu quase como um grito de espanto, quebrando a monotonia da manhã. — Fox, a Raposa Flamejante! 

O oficial engoliu em seco, a altivez anterior desmoronando. A mão tremeu ao segurar o pergaminho, e ele forçou-se a recompor a postura. 

— Qual o motivo de sua... honrosa vinda? — perguntou, a reverência na voz traindo sua ansiedade. 

Fox saltou da carruagem, a capa esvoaçando como se o vento o tivesse escolhido como cúmplice. Um meio sorriso brincava em seus lábios; havia algo em sua presença que desequilibrava qualquer protocolo. Não era apenas fama: era a habilidade de se tornar o centro de atenção, de manipular até mesmo os silêncios. 

— Sabem como é... Estou apenas fazendo jus ao meu título. — Ele estendeu a mão em direção a Anastasia, que observava tudo em silêncio, ainda marcada pelo luto. — Esta senhorita é a última sobrevivente da vila Yollan. Trouxe-a para se acomodar em segurança. 

A revelação fez os soldados trocarem olhares, confusos e impressionados. 

— Então foi o senhor... o responsável por impedir que o Teyocan explodisse? 

Fox inclinou a cabeça em gesto modesto, seus olhos brilharam. 

— Exatamente. 

— Como?! — exclamaram os dois ao mesmo tempo, descrentes. 

Ele riu baixo, a voz carregando uma teatralidade que parecia natural nele. 

Ah, é de fato uma história longa, cheia de reviravoltas... mas, convenhamos, a prioridade agora é o bem-estar desta pobre alma. 

O oficial quase tropeçou nas próprias palavras ao responder: 

— É claro, meu senhor! Não precisa se preocupar. Improvisaremos a documentação da mais nova cidadã imperial, sem qualquer custo. 

Fox ergueu o queixo, satisfeito. 

— Excelente. Tenham um bom dia. 

Virou-se e começou a caminhar à frente, seguido pela carruagem e seus companheiros. Tudo parecia resolvido até que o oficial, hesitante, ergueu a mão novamente. 

— Um momento! — chamou, quase pedindo desculpas pelo próprio atrevimento. — Ainda preciso registrar a entrada de vossa comitiva... ou pegará mal para mim. 

Fox suspirou, como se lidasse com uma criança insistente. Então, retirou calmamente de sua túnica uma pequena bolsa abarrotada de moedas douradas. Pesava em sua mão como um coração pulsante de riqueza. Aproximadamente dez mil. 

— Façamos o seguinte. — Depositou a bolsa nas mãos trêmulas do oficial. — Anote qualquer coisa. Estamos exaustos da viagem e precisamos de descanso. Assim que possível, voltarei e repassarei os detalhes. Como disse antes: tenham um bom dia, senhores. 

Com um aceno quase imperceptível, virou-se e partiu com o grupo. 

O oficial e seu ajudante ficaram imóveis, os olhos fixos na bolsa que cintilava à luz. O silêncio entre eles era quase reverencial, como se diante de um artefato sagrado. 

— Isso... seria... um suborno? — arriscou o ajudante, hesitante, sua voz abafada pelo peso da consciência. 

— Eu... não sei ao certo... — respondeu o oficial, os dedos já brincando com o cordão da bolsa. — Ele disse que voltaria, não disse? 

— Disse sim, mas... senhor, não podemos aceitar isso. 

— Eu sei. 

Ainda assim, chacoalhou as moedas. O tilintar metálico ecoou como uma canção proibida, bela e tentadora. Uma melodia de sereia que prometia glória e perdição. 

O oficial sorriu de canto, a moral corroída pela cobiça. 

— Como posso recusar um presente de um Herói? — murmurou, quase se convencendo da própria lógica. — Se recusássemos, talvez ele visse isso como um ato indigno... quem sabe até blasfemo! 

— Eu não... não sei se... 

— Quer tanto assim desonrar o Herói do Povo? — pressionou, encarando o cadete com olhos severos. 

— Não! Jamais! 

— Então tome sua parte! — declarou, puxando uma segunda bolsa, enchendo-a com metade da quantia, e entregando-a com firmeza. — E nem um pio sobre isso, entendeu? 

O ajudante recebeu a bolsa com as mãos trêmulas, dividido entre o medo e a excitação. O ouro brilhava como pecado em estado puro. 

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