Volume 2 – Arco 6

Capítulo 65: Inevitável

— Estão todos bem? — perguntou Fox, segurando a Crônica já enrolada em mãos, como se ainda temesse que o objeto pudesse despertar algo mais. 

Aos poucos, o grupo parecia despertar de um terrível pesadelo. A respiração acelerada, os olhares perdidos e os corpos trêmulos denunciavam o que haviam vivenciado — embora ninguém ousasse colocar aquilo em palavras. Kenshiro, Erina e Sebastian, no entanto, mantinham-se estranhamente serenos. O horror da ilusão, por mais cruel que fosse, já lhes era familiar. 

— Mas o que diabos foi isso?! — explodiu Zhen, rompendo o silêncio. 

— Até você? — estranhou Takashi, virando-se para ele. — Achei que estivesse acostumado com Crônicas, por causa do seu pai. 

Zhen balançou a cabeça lentamente, ainda tentando racionalizar o que havia experimentado. 

— Nenhuma Crônica deveria ser capaz de forçar alguém a vivenciar algo dessa forma — disse ele. — Seja lá qual for a origem dessa... ela é mais poderosa que qualquer uma que meu pai já tenha produzido. 

Os olhos de todos se voltaram para Fox, a quem, naquele momento, recorriam em busca de respostas. Os antigos líderes já não inspiravam o mesmo senso de controle ou proteção. 

— Muito bem — disse Fox, assumindo a dianteira. — Kenshiro e Erina haviam prometido contar tudo o que sabiam depois de Shenxi. Está na hora. Contem a eles. 

— Vamos por partes — disse Zhen, ainda visivelmente abalado. — Qual é a origem dessa Crônica? Onde a conseguiram? Quem a criou? 

Erina respirou fundo antes de responder, como se cada palavra que estivesse prestes a dizer carregasse um peso ancestral. 

— Foi um homem quem nos mostrou — disse ela. — O mesmo que nos convenceu a retomar essa jornada. Ele também não sabia, com exatidão, a origem da Crônica, mas afirmava carregá-la consigo há milênios. 

— Espera aí — disse Gurok, franzindo o cenho. — “Milênios”? De quanto tempo estamos falando exatamente? O quão antigo era esse homem? 

— Ele aparentava ter a mesma idade que Fox — respondeu Kenshiro. — Mas era o homem mais poderoso que já conheci. Ele disse ter passado eras enfrentando forças que buscavam destruir a humanidade. Até que... 

— Até que todos os Heróis foram mortos — completou Fox, a voz firme. 

Esse era o ponto que pairava no ar, aguardando ser encarado de frente. 

— Como vocês sabem — prosseguiu Fox, encarando o grupo —, os Heróis são os guerreiros mais poderosos da humanidade. Vivem por séculos, às vezes mais, protegendo o mundo dos Renascidos e de outras ameaças. 

— Mas jamais se envolvem em política — completou Zhen, ainda cético. 

Fox assentiu. 

— E em uma única noite, a mesma noite em que Kenshiro e Erina foram atacados, todos eles foram mortos. Todos, exceto Budai, que estava protegido pela barreira mágica do templo onde vive. 

Um silêncio sepulcral tomou conta do grupo. A revelação parecia grande demais, até mesmo absurda. 

— Que tipo de grupo seria capaz de algo tão absurdo? — perguntou Xin, sua expressão tomada por incredulidade. 

— E com tamanha precisão — acrescentou Takashi. — Passei minha vida entre assassinos treinados... nem mesmo os melhores seriam capazes de uma matança tão sincronizada. 

— Acontece que não foi um grupo — disse Fox. — Foi uma única pessoa: Varelith. 

— Isso é impossível! — reagiu Xin, descrença evidente. 

— Mesmo que ela tivesse poder suficiente para matar um Herói com um simples olhar — ponderou Gurok, — ela teria que ter uma velocidade sobre-humana para fazer isso em uma única noite. 

— Sem mencionar que a AMA teria detectado um nível tão elevado de energia — comentou Vaelis, tentando se inserir no grupo. 

Fox suspirou. Aquilo não era simples nem mesmo de explicar. 

— Eu sei. Mas há algo que precisam entender — disse ele, encarando cada um com seriedade. — Varelith usa fantoches. Seres vivos ou mortos, cujos corpos ela manipula como se fossem extensões de si mesma. 

Um silêncio breve tomou conta do grupo, até eles absoverem a informação e perceberem um problema.

— Agora tenho certeza de que é impossível — disse Xin, mais para si mesma do que para os outros, como se resistisse a aceitar que o mundo pudesse ser tão distorcido. 

Todos olharam para Gurok, esperando mais uma de suas observações pragmáticas. Mas, pela primeira vez, o guerreiro apenas cruzou os braços, sem saber o que dizer. Questões mágicas nunca foram seu forte — e ele sabia disso. 

Foi então que, com um estampido duplo e cintilante — puff! puff! — surgiram Mana e Estamina, envoltos em luzes coloridas e vestes absurdamente chamativas, como sempre. 

— Parece que alguém está com dúvidas sobre magia! — anunciaram os dois em uníssono, abrindo os braços como se fizessem parte de um espetáculo teatral. 

— A minha especialidade! — disse Mana, animada. — Agora, alguém aí gostaria de arriscar por que a senhorita ali — Apontou para Xin — acredita que isso tudo é impossível? 

O grupo hesitou. Um ou outro trocou olhares, mas ninguém respondeu. A dúvida pairava como uma neblina espessa. 

— Pequeno Soren — disse Estamina, com um sorriso malicioso —, eu sei que você sabe a resposta. 

Todos os olhos se voltaram para o jovem mago de fogo. Soren engoliu seco. Não estava acostumado a tanta atenção — muito menos dos rostos sérios de Kenshiro e Erina, que o observavam pela primeira vez com real interesse. 

— Por favor, diga — incentivou Vaelis, segurando sua mão com ternura. Seu sorriso era acolhedor, como um cobertor em noite fria. 

Soren respirou fundo, apertando levemente os dedos da amiga antes de falar. 

Hrmm-hmm... Não é impossível, mas... — Hesitou, depois tomou fôlego — a quantidade de energia necessária seria algo sem precedentes. Estou falando de uma escala absurda. Talvez maior que a maioria dos diretores da AMA.

Os olhares sobre ele continuavam firmes, atentos. Esperavam mais. 

— Pode explicar melhor? — pediu Vaelis, ainda segurando sua mão, agora com um brilho curioso nos olhos. 

Soren assentiu, concentrando-se para organizar os pensamentos. 

— Quando alguém manipula uma marionete mágica, precisa alimentá-la com sua própria energia — disse, medindo as palavras. — E essa energia é dividida proporcionalmente. Se controla uma marionete, metade da sua mana vai para ela: cinquenta por cento. Se controla duas, divide-se em três partes: um terço para cada marionete e um terço para si mesmo. E assim por diante. 

Ele fez uma breve pausa, olhando para as expressões cada vez mais surpresas ao redor. 

— Pela quantidade de Heróis assassinados naquela noite, ela teria que controlar... mais de cinquenta marionetes simultaneamente. Isso significaria dividir sua energia em mais de cinquenta partes iguais. Nenhum Arquimago conseguiria. Mesmo que tivesse mana para isso, não sobraria energia suficiente nem para manter o próprio corpo de pé, quanto mais para lutar com eficiência. 

— E ainda assim — acrescentou Fox, cruzando os braços com gravidade —, ela não apenas controlou essas criaturas como lutou contra os Heróis, simultaneamente, e os venceu. Isso exige não só uma energia quase ilimitada, mas também uma mente capaz de operar cinquenta consciências ao mesmo tempo... com precisão. É monstruoso. 

— Alguém assim... é mesmo possível? — murmurou Xin, descrente. 

— Talvez só alguém com milhares de anos de existência — respondeu Erina, os olhos vagando em memórias antigas. — O homem que nos guiou até aqui disse ter passado eras inteiras enfrentando Varelith. 

— Em certo momento — disse Kenshiro, sombriamente — ele chegou a derrotá-la. Mas foi então que as marionetes surgiram. Seu corpo havia sido destruído, sim... mas seu espírito permaneceu. Vivo. E carregado de energia. 

O silêncio que se seguiu foi denso, como se o próprio ar estivesse em luto. 

— Agora — disse Fox, sua voz firme e clara —, vamos ao verdadeiro motivo de estarmos aqui. A razão por trás desta jornada. 

Os murmúrios cessaram. Todos voltaram sua atenção para ele. 

— É verdade que Reiji Torison e Kenzou Torison deram início a essa travessia movidos por questões pessoais... pela ânsia de encontrar respostas. Mas nós vamos por algo maior. Por um propósito mais nobre. 

Do alto da escada em caracol, Silas desceu em silêncio. Parou à margem do grupo, encostado a um pilar. Observava, atento, sem dizer uma palavra. 

— Tharion nos explicou que, por causa dos fantoches — disse Kenshiro, com o semblante tenso —, derrotar Varelith de forma direta se tornou uma impossibilidade. Não importa o quanto tentemos. Ela não pode mais ser vencida em combate. 

— Então o que fazemos? Fugimos? — murmurou Takashi, com o cenho franzido. 

— Não — respondeu Erina, cruzando os braços. — Seguimos para o norte. Para o extremo norte, até Altus Titãs. 

— Uma terra de montanhas hostis, tempestades e monstros ancestrais... — resmungou Gurok. — E o que exatamente esperamos encontrar lá? 

— Indícios apontam que é onde ficava o antigo reino de Zero — explicou ela. — O único povo que, após o desaparecimento de Adam, foi responsável por tentar localizá-lo. Não sabemos ao certo o que encontraremos. Apenas que... seja o que for, poderá ser a chave para vencer Varelith de uma vez por todas. 

Por um instante, ninguém disse nada. 

O silêncio se prolongou como uma sombra crescente. 

A realidade se impunha com peso inegável: tudo aquilo — toda a jornada, todo o sacrifício — baseava-se em uma hipótese. Nada mais. Nenhuma certeza. Apenas uma aposta desesperada. 

Agora compreendiam o motivo de Kenshiro e Erina terem evitado esse assunto por tanto tempo. 

Era difícil aceitar. Estavam sendo convocados a uma travessia quase suicida. Para enfrentar um destino cruel, sem garantias de vitória... e sem promessas de retorno. 

Um a um, começaram a pensar: e se tivessem conhecimento de tudo isso desde o início? Quantos teriam recusado o convite? 

Quantos ainda estavam dispostos a seguir adiante? 

— E quanto à Crônica? — perguntou Zhen, quebrando o silêncio com a voz hesitante. — Ela mal revela algo pra nós... e o que mostrou foi... horrível. Embora agora, eu sequer consiga lembrar com clareza o que vi. 

Silas se aproximou lentamente, descendo os últimos degraus com o peso dos anos em cada passo. Parou onde todos pudessem vê-lo. 

— Não é de se espantar — disse ele, sua voz grave preenchendo o salão. — Aquilo que viram no final foi pessoal. Algo íntimo... que representa os seus piores medos. 

Fez-se um murmúrio contido entre o grupo. 

— Claro que não são visões exatas — continuou ele —, e nem sempre será o mesmo medo. Mas vocês entenderam. A Crônica mostra o que há de mais profundo em vocês. E o que viram foi o reflexo disso. 

— E o que os nossos medos têm a ver com o destino? — questionou Xin, franzindo o cenho. Sua voz carregava irritação, também um toque de medo mal disfarçado. 

— O vir-a-ser está intrinsecamente ligado ao destino — respondeu Silas, com um olhar quase piedoso. — É por isso que não se lembram. Como poderiam guardar na memória algo que ainda não aconteceu? 

O silêncio que se seguiu foi denso como neblina. 

Cada um, em silêncio, tentava se lembrar... talvez pelo temor de não saber. 

Kenshiro, de olhos baixos, sabia exatamente o que sua visão significava: fracasso. E mais do que isso — o sofrimento de Erina, sua esposa. Um sofrimento causado por ele. 

Erina, ao contrário, sentia-se perdida. Seu medo havia mudado desde a primeira vez... e agora suas memórias estavam fragmentadas, dispersas como folhas ao vento. Mas tinha certeza de que ambos os temores giravam em torno de uma única figura: seu marido. 

— Seja como for... — retomou Silas, com ares de quem voltava ao ponto central —, posso ao menos ajudá-los a decifrar os desenhos da Crônica. 

Todos — até mesmo Mana e Estamina, que até então permaneciam inquietos — se voltaram para o velho mago, atentos. 

— O Sol, cercado pelos seus três raios, representa a Capital Imperial — começou ele. — Os Ratos são os inimigos. E a quantidade mostrada na visão... não é simbólica. É literal. 

Houve um arrepio coletivo. 

— O Império se enfraquecerá. A tal ponto que os Ratos atacarão sua Capital, destruindo muralhas, torres e tudo o que houver no caminho. 

Silas fez uma pausa, como se as próximas palavras lhe custassem mais do que gostaria de admitir. 

— E, no fim, uma última batalha decidirá o destino. O Sol será representado por seu maior guerreiro ainda vivo. Os Ratos, por seu verdadeiro e único líder... alguém tão arrogante que não se enxerga como um deles. 

Um silêncio sepulcral tomou o ambiente. 

— Contudo... — disse Silas, com a voz mais baixa, como quem revela um segredo indesejado — independentemente de quem vença essa guerra... algo pior surgirá. 

— Como assim, pior? — murmurou Gurok. 

— Um mal que todos ignoraram... e que esperou, nas sombras, o momento certo para reivindicar a vitória. Talvez não tão poderoso quanto o Sol ou os Ratos, mas astuto o suficiente para emergir por cima dos escombros alheios. 

Silas ergueu o olhar, e por um instante parecia mais velho do que nunca. 

— Uma verdadeira Sombra. 

— Varelith — disseram todos ao mesmo tempo, como se um frio tivesse atravessado suas espinhas. 

— O conflito contra os Ratos é inevitável — afirmou Silas. — Mas por mais urgente que seja, se Varelith não for detida... tudo estará perdido. 

O peso da revelação era sufocante. 

— Mas por que tem que ser a gente? — perguntou Xin, sua voz carregada de angústia. — Por que essa responsabilidade caiu sobre nós? Por que não o Império, com seus generais e heróis? Ou os Remanescentes? 

A pergunta pairou no ar como uma acusação. 

Era uma dúvida legítima, que ecoava dentro de todos — e que o casal Torison também carregava desde o princípio. 

Mas, como tantas outras respostas, essa ainda estava além do alcance deles. 

Silas dobrou os joelhos lentamente, e sua aparência começou a se alterar. A pele enrugada suavizou-se, os cabelos grisalhos tornaram-se escuros como o ébano, e os olhos voltaram a brilhar com uma juventude há muito esquecida. Tornava-se, diante de todos, o homem que um dia fora — aquele de semblante sereno, voz acolhedora e espírito paciente. 

— A vida não é justa, minha cara — disse ele, pousando a mão sobre o ombro de Xin com uma gentileza surpreendente. — Mas entre todos os que poderiam carregar esse fardo, acredito que vocês são os únicos com uma chance real de cumprir essa missão. Caso contrário, duvido que esse tal de Tharion teria escolhido vocês. 

Silas se ergueu, ereto como um jovem soldado, e dirigiu-se até Fox, enquanto Xin e os demais permaneciam mergulhados em suas dúvidas, digerindo a afirmação pesada. 

— Existe mais alguma coisa que ainda não sabemos? — perguntou Takashi, sentindo no ar o peso de uma omissão. 

O casal hesitou. Trocaram olhares silenciosos, como se ponderassem se deveriam realmente dizer. 

— Sim — respondeu Erina por fim. 

— Tharion nos contou quanto tempo temos... até o conflito final, na Capital — disse Kenshiro, a voz baixa, mas firme. 

— Não é um prazo exato — acrescentou Erina —, mas segundo ele, temos cerca de cinco anos. 

— Cinco anos? — repetiu Gurok, incredulidade ecoando em sua voz rouca. — Temos só cinco anos para... salvar o mundo? 

— Na verdade, estamos trabalhando com quatro — disse Sebastian, surgindo entre eles como uma sombra discreta. — “Cinco anos” foi o que Varelith disse a Erina na noite que os atacou. 

Erina arregalou os olhos, surpresa por não lembrar do detalhe do fato. 

— Desde aquele dia — continuou Sebastian —, vocês se esconderam por quatro meses. E já se passaram dois desde que iniciaram esta jornada. No papel, restam quatro anos e meio. Mas, sendo prático, prefiro cortar seis meses e garantir uma margem de segurança. 

O silêncio caiu sobre o grupo como uma névoa densa. O destino era incerto, e o tempo, agora, soava como um sopro fugaz. As esperanças se esvaíam como areia entre os dedos. 

— Mas não se deixem abater! — disse Silas com um sorriso jovial. Ainda com aparência de jovem, ergueu os braços como um velho professor revelando a grande lição do dia. — Entre vocês está aquele que, segundo acredito, será o guerreiro do Sol! 

— Está insinuando que... aquele que enfrentará o "Ratão" no fim será o Fox? — perguntou Takashi, desconfiado. 

— O próprio! 

Fox se empertigou imediatamente, inflando o peito e assumindo uma pose dramática, como se posasse para a estátua de um herói lendário. 

O grupo o encarou em silêncio. Longo. Constrangedor. 

— Não duvido da força dele — disse Gurok, com sinceridade. — Mas... tenho certeza de que a força dos Ratos e das Sombras é ainda maior... 

Silas sorriu de canto, com aquele olhar provocativo típico dos que sabem mais do que dizem. 

— Mana. Estamina — chamou ele, como quem convoca testemunhas em um julgamento divino —, na opinião de vocês, existe alguém que represente melhor o Sol do que nosso caro amigo Fox? 

As duas entidades se entreolharam, pairando no ar com movimentos graciosos e perfeitamente sincronizados. Começaram a girar lentamente, como se estivessem processando um cálculo arcano e profundo. 

— Considerando que os Heróis originais não estão mais entre nós... — disse Mana. 

— Mas ainda existem os heróis imperiais... — completou Estamina. 

— E entre eles, o mais capacitado, querido e influente é o Herói do Povo... 

— E mesmo que incluamos outros candidatos... 

— Generais. Criminosos. Elfos. Orcs... 

As duas pararam de girar ao mesmo tempo.

Com as vozes em uníssono, anunciaram: — O senhor Fox, Herói do Povo, conhecido também como a Raposa Flamejante, é o melhor candidato para o guerreiro do Sol da Crônica. 

Um silêncio reverente se seguiu. Dessa vez, não de constrangimento, mas de respeito. Aquelas criaturas não podiam mentir, e agora todos se viam forçados a olhar para Fox com outros olhos. 

Ele sorriu, satisfeito, sem exageros — talvez pela primeira vez, reconhecendo o peso de sua responsabilidade. 

— Agora que recuperaram o ânimo — disse Silas, a juventude desaparecendo de seu rosto à medida que os anos retornavam a ele como uma maré inevitável —, há um último favor que desejo pedir. 

Sua voz voltara a ser rouca, e sua expressão, rabugenta, como sempre. 

— Um pequeno pedido... em troca de ter salvo suas vidas. 

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