Volume 2 – Arco 6

Capítulo 62: Farpas no Silêncio

— O restante vocês já devem saber — disse Mana, em tom calmo, mas carregado de significado. 

— A guerra entre os Remanescentes e o Império — citou Estamina, como se recitasse uma fábula antiga. — A Grande Campanha. O Incidente dos Descendentes. A morte de todos os Heróis do Continente... 

Um silêncio pesado se instalou, quebrado apenas por uma reação coletiva de espanto. 

— É o quê?! — exclamaram todos, exceto Zhen e Sebastian, que permaneceram imóveis. 

Oh, céus... — murmurou uma das vozes, atônita. 

— Parece que eles não sabiam de tudo — comentou Mana, lançando um olhar rápido para os demais. 

— Sim, estou notando isso agora — respondeu Estamina, cruzando os braços com expressão pensativa. 

— Explique essa história direito! — exigiu Xin com firmeza.

— Com todo prazer! — disseram as duas crianças em uníssono, os olhos quase brilhando com a perspectiva. — Não há certezas, claro, mas a hipótese mais aceita é que...

— Não. — A voz de Sebastian cortou o entusiasmo como uma lâmina. — Esse é um assunto que nossa Capitã e o Vice-líder devem discutir conosco. E apenas eles. 

Xin o encarou, surpresa. E o que mais a incomodou não foi a recusa em responder — foi a serenidade em seu rosto, como se conhece o assunto. 

— Você sabia...? — O olhar oscilando entre mágoa e indignação. Quando virou-se para Zhen, o viu da mesma forma: calmo. Silencioso. Conivente. — Vocês dois sabiam?! E não disseram nada?! 

— Estou com vocês desde o início — disse Takashi, cruzando os braços, o olhar afiado. — Me mantive paciente, observando em silêncio, respeitando os segredos que envolviam essa jornada. Por que você recebeu esse benefício?

— Para conquistar o posto de Confidente, eu precisava saber — explicou Sebastian. Sua voz era controlada, carregava uma nota de frustração contida. — Eu não pedi por isso, apenas aceitei. 

— Que maravilha — retrucou Takashi, dando uma risada seca. — O vampiro que nos atacou recebe confiança total. Deve ser melhor que o assassino que abandonou a própria família para se aliar a dois estranhos. 

— Você consegue ler memórias através do sangue, Takashi? — rebateu Sebastian, firme. — Nem mesmo eu sabia da dimensão dessa jornada. Kenshiro e Erina também não confiavam em mim. Fui nomeado Confidente por necessidade, não por merecimento. 

As palavras ecoaram no silêncio seguinte, carregadas de rancor e de verdades difíceis de digerir. Nenhum argumento parecia capaz de desfazer o abismo que se abria entre os dois. 

Xin mantinha o olhar fixo em Zhen. Queria confrontá-lo, exigia uma explicação.

Gurok, por outro lado, permanecia em silêncio. Observava tudo com olhos calmos, distantes, como se estivesse além das emoções à flor da pele. Não se sentia traído. Nem indignado. Para ele, aquelas reações eram apenas o reflexo do cansaço, do medo, e da proximidade crescente entre todos — especialmente com o casal que tanto prezavam. 

A discussão crescia em volume e tensão, ameaçando romper os limites do controle. 

Foi então que se ouviu o rangido da porta, seguido por o som seco da madeira abrindo-se. Um silêncio imediato caiu sobre todos, como se uma autoridade invisível tivesse imposto ordem. 

Todos sabiam como deviam se portar diante de seus líderes. 

— Nossa, nossa. Vocês são bem intensos, hein? — disse uma voz feminina, levemente divertida. 

Não era Kenshiro. Nem Erina. 

Outro casal havia aberto a porta. 

A mulher que falara fora a primeira a cruzar a porta. Vestia as túnicas formais da Academia — mais uma maga, ao que tudo indicava. Sua roupa, ajustada como se tivesse sido moldada diretamente em seu corpo, acompanhava cada curva com precisão desconcertante. Talvez fosse efeito de magia, ou talvez apenas um alfaiate extremamente habilidoso. A túnica azul-escura, adornada por delicados traços brancos, deixava grandes porções de pele à mostra, o que lhe conferia um ar ousado — ou, para alguns, impróprio.

A impressão geral era de que sentia calor, ou ao menos não se importava com a temperatura.

Era uma mulher de pele branca, quase pálida, com olhos azuis intensos, nariz delicado e cabelos loiros cortados curtos. Sua aparência lembrava as descrições das mulheres que habitavam regiões congeladas, cobertas de neve. Tinha um corpo magro, quase frágil, como se o vento pudesse levá-la.

Já o homem que a acompanhava parecia o oposto em todos os aspectos. Tímido, de olhos constantemente desviando, envolto numa túnica longa até os calcanhares — em tons de vermelho profundo com detalhes laranja, lembrando brasas adormecidas. Com as mãos recolhidas nas mangas e os ombros ligeiramente encolhidos, passava a impressão de estar com frio mesmo sob o calor de um dia morno. 

Tinha a pele clara, de um tom comum, e olhos castanhos com reflexos alaranjados. Mas era o cabelo ruivo que realmente chamava atenção — de um vermelho intenso, verdadeiro, que, se não estivesse espetado, poderia ser descrito como fogo em movimento. Seu corpo era robusto, contrastando de forma curiosa com SUA timidez.

Ora, ora... Se não são os melhores alunos da nossa querida Academia — exclamou Mana, abrindo os braços em um gesto teatral antes de fazer uma reverência exagerada. 

— Fácil ser o melhor quando se é o único — murmurou Estamina, cruzando os braços com visível desdém. 

O comentário pareceu atingir em cheio o homem de vermelho, que se encolheu ainda mais, como se tentasse desaparecer dentro da própria túnica. 

A mulher, por outro lado, ergueu o queixo, os olhos brilhando com irritação. Caminhou até o pequeno Estamina sem uma palavra, e com um simples gesto de mão conjurou uma jaula de gelo ao redor da pequena criatura esverdeada. 

Ei! — gritou Estamina, batendo nas grades. 

— Silêncio agora — disse a maga, com um novo movimento. As grades cresceram e se fecharam, transformando a jaula numa caixa gélida. 

Mana caiu na gargalhada, sem a menor cerimônia. 

— Espero que não tenham dado ouvidos demais a esses dois — disse a mulher, voltando-se ao grupo com passos confiantes. — Podem até ser sábios, mas lhes faltam filtros... e educação. 

O homem tímido finalmente ergueu a cabeça. Com um gesto exagerado e desajeitado, conjurou uma pequena chama nas palmas das mãos. A chama tocou o gelo, derretendo a caixa lentamente até liberar Estamina, que saiu emburrada e molhada. 

— Eles apenas dizem a verdade nua e crua... — murmurou ele, tão baixo que parecia estar conversando com as próprias botas. 

— Seja como for... — disse Mana, ainda tentando conter o riso sem muito sucesso. 

— Deixaremos a apresentação para os ilustres convidados — resmungou Estamina, enquanto espreitava a mulher por entre os cabelos.

— Encontrem-nos no jardim principal quando terminarem — disseram Mana e Estamina em uníssono.

Em seguida, seus corpos desapareceram em fumaça clara, deixando para trás apenas um rastro de magia no ar. 

O grupo permaneceu em silêncio, os olhares agora voltados para os dois magos. Havia dúvida, cautela e um quê de julgamento nos olhos de alguns. 

A mulher, até então confiante, vacilou sob a intensidade dos olhares. Ficou visivelmente desconfortável — não por se ver desejada, mas por não saber o que fazer com aquela atenção toda. Sabia lidar com provocações, com olhares maliciosos... mas interações sociais sinceras eram outro campo de batalha. 

Ao seu lado, o homem endireitou-se. Pela primeira vez, sua postura deixou claro que ele era, de fato, mais alto que sua companheira. E parecia estranhamente à vontade sob a atenção coletiva. 

— Tudo bem... — murmurou a maga para si mesma, respirando fundo. Então ergueu a voz com uma compostura ensaiada. — Silas Tesla, nosso diretor, pediu que nos apresentássemos. Eu sou Vaelis Froster, maga de gelo. E este é meu corajoso companheiro, Soren Ignar, mago de fogo. 

Mesmo que ainda houvesse desconfiança no ar, não havia motivo para hostilidade. 

Um a um, os membros do grupo se apresentaram formalmente, compartilhando seus nomes, títulos e breves histórias de como se encontraram e passaram a viajar juntos. O clima se suavizou um pouco — ainda tenso, agora revestido de curiosidade. 

Vaelis demonstrou ser uma mulher de duas faces: retraída, quase insegura, quando cercada por estranhos; mas altiva e confiante ao sentir-se à vontade. Sua linguagem corporal mudava completamente, como se houvesse um feitiço emocional que se ativava com o conforto. 

Soren, por sua vez, permanecia fiel a si mesmo. Reservado tanto na insegurança quanto na calma, preferia observar e ouvir. Mas quando se sentia acolhido, tornava-se um ouvinte atento e interessado — alguém que absorvia cada palavra com genuína atenção. 

— Vocês são os últimos magos da AMA? — perguntou Sebastian, direto, sem rodeios. Era a única pergunta que realmente importava naquele instante. 

— Infelizmente, sim — respondeu Vaelis. Sua voz saiu firme, mas havia um peso difícil de ignorar. 

— O que aconteceu? 

Vaelis caminhou até a cama mais próxima e sentou-se com um suspiro contido. Entrelaçou os dedos, como quem se preparava para revisitar algo que preferia esquecer. 

— Quando os magos começaram a deixar a AMA e... não retornavam, o diretor da época tomou uma medida desesperada. Criou o Hall dos Embriões. 

Ela pausou, esperando que compreendessem a gravidade do nome. 

— Cada mago deveria deixar uma parte de si — continuou —, literalmente. Essas partes ficariam suspensas no tempo. Sozinhas, não eram capazes de gerar vida, então precisavam ser unidas à parte de outro mago de sexo oposto. 

Ela fez uma pausa mais longa, o olhar perdido em algum ponto do chão. 

— Com a ajuda de Mana e Estamina, os embriões recebiam energia suficiente para se desenvolverem. Cresciam lentamente, de forma natural, até adquirirem consciência — e se tornarem os mais novos aprendizes da Academia. 

Vaelis lançou um olhar breve a Soren. O próximo trecho da história era mais dele do que dela, e ela sabia disso. 

— Mas então... o Hall foi destruído — disse ela, sem rodeios. — Um incêndio. Todos os embriões foram perdidos. Exceto nós dois. 

— Um incêndio? — repetiu Gurok, coçando a mandíbula. — Vocês não precisam de fósforos ou fornos para conjurar fogo. Como algo assim pode acontecer num lugar como a AMA? 

— Foi um mago — respondeu Soren, a voz baixa, arrastada como brasas morrendo. — Vocês o conheceram também... 

O grupo ficou em silêncio. Os olhares se cruzaram, alguns arregalados. Todos chegaram à mesma conclusão — mas queriam ouvir. 

— Aquele que destruiu Shenxi... — completou Vaelis. — Era da nossa Academia. 

Xin levantou-se num salto, com os olhos faiscando. 

— Então foi culpa de vocês! Criaram um monstro e o deixaram escapar! 

— Nós não criamos ninguém! — rebateu Vaelis, erguendo a voz pela primeira vez, firme como gelo recém-formado. — Ele era um embrião... um que despertou antes da hora. Aquilo não deveria ser possível! 

— Está dizendo que um... feto virou um adulto do nada? — questionou Takashi, cético. 

— Não um adulto... — disse Soren, hesitando — uma criança. 

— Já ouviram falar de casos raros de bebês conscientes ainda dentro do ventre? — perguntou Vaelis, voltando ao tom explicativo. — Normalmente a consciência só desperta depois de certo tempo. Mas se um embrião ganhasse consciência cedo... e possuísse energia mágica suficiente... 

— Estaria apto a conjurar feitiços... — completou Sebastian, sombrio. 

— Exatamente — confirmou Vaelis. — É isso ou uma sabotagem. E, sinceramente? Não sei o que seria pior. Não há muitos motivos para alguém atacar a AMA... mas se for o caso... talvez tenhamos mais de um inimigo em comum. 

— “Mais de um”? — repetiu Xin, o tom ainda ácido. 

— O mago de fogo... — murmurou Soren. — Vamos atrás dele também. 

Um silêncio incômodo recaiu sobre o grupo. A tensão começava a se dissipar, deixava para trás um desconforto ainda mais espesso.

Vaelis olhou para todos com renovada determinação. 

— E esse é o verdadeiro motivo da nossa vinda — Sua voz estava firme novamente. — Eu e Soren iremos com vocês. 

Ninguém respondeu de imediato. Todos sabiam que não havia argumento plausível para recusá-los — dois magos, com poder e conhecimento raros, seriam aliados inestimáveis. E, ainda assim, nenhuma aprovação foi dada. 

A atmosfera se acalmou, como se todos os temas mais urgentes tivessem sido esgotados por hora. Sebastian levantou-se, ajustando a túnica com um gesto mecânico, e dirigiu-se até a porta. 

— Vamos para o jardim principal. Kenshiro e Erina decidirão esse assunto. 

Ninguém objetou. Um a um, seguiram em silêncio. 

Todos, exceto dois. 

Zhen e Xin ficaram para trás. 

Zhen aguardava algo. Uma palavra. Um golpe. Talvez mais uma tentativa de assassinato. Qualquer reação que viesse de Xin. 

Mas a garota permanecia imóvel. 

Apenas o encarava — os olhos, tão acostumados ao sarcasmo e à impaciência, agora duros como pedra. Um julgamento silencioso, implacável. Um tribunal sem defesa possível. 

O monge, mesmo nutrindo sentimentos que beiravam o afeto por ela, não cederia ao jogo. Não alimentaria o sadismo que crescia naquele silêncio sufocante. 

Ergueu-se, sereno, como sempre, e começou a caminhar até a porta. 

Mas antes que a cruzasse, uma última sentença o atravessou como uma lâmina: 

— Você não tinha o direito. 

Zhen parou, mas não se virou. 

Sabia que, talvez, tivesse apenas adiado o destino que Xin tanto desejava.

Sua consciência estava limpa. 

— Ninguém está impedindo-a agora — respondeu, a voz calma, sem gentileza. — Só impedi que você tomasse uma decisão no impulso. 

Partiu, deixando a porta se fechar atrás de si. 

Sozinha, Xin levou a mão à cintura e puxou o chicote. Deixou que ele desenrolasse suavemente, até que a lâmina presa na ponta — a kunai — reluzisse sob a luz filtrada da janela. 

Ficou olhando para ela. 

"Poderia usar isso para cortar minha garganta... Seria rápido." 

Voltou a atenção para a corda de seu chicote.

"Ou poderia amarrar o chicote em algum lugar... Com o nó certo, seria como cair no sono." 

Caminhou até a janela, abrindo-a com lentidão. 

O vento que entrou era cortante. 

"Ou poderia simplesmente me jogar. Mas o que me mataria primeiro? A queda? O frio? A falta de ar?" 

Um pensamento inesperado a atingiu, pequeno e mesquinho,  mais verdadeiro que qualquer outro.

"Quanto tempo levariam para perceber o que eu fiz?" 

Xin piscou, surpresa. Como se tivesse dito aquilo em voz alta. Como se tivesse se traído. 

Então percebeu. 

Não era a morte que desejava. 

Era o impacto. 

Queria ser vista. Queria que sentissem sua ausência. Queria que todos o culpassem. Que se voltassem contra Zhen. Queria atenção. Queria... piedade. 

A náusea subiu-lhe à garganta. 

"Patética." 

Patética.

Com raiva, segurou a kunai com força, firme o suficiente para ferir a própria mão. Levantou o braço, decidida a provar que não era fraca, que faria por si, e não por eles. 

AAAAHHHHHHHGGGG!!! 

A lâmina parou a centímetros da pele. 

Suas mãos tremiam. O mundo girava. E a kunai caiu com um som seco no chão. 

Então vieram as lágrimas. Não silenciosas, não dignas. Chorou como quem se parte por dentro. Permitiu-se desmoronar — o corpo encolhido, o rosto escondido, soluços descontrolados. 

Durante os anos em que fora escrava, Xin desejara a morte com um objetivo: seria seu último ato de liberdade. A prova de que não era apenas uma ferramenta viva, mas alguém consciente, capaz de escolher seu próprio fim. 

Agora, livre... a morte parecia vazia. Inútil. Um gesto que não deixaria marcas. Sem testemunhas, sem impacto, sem propósito. 

Ela se sentia mais viva do que nunca, isso doía. 

O que não sabia, Zhen ainda estava ali. 

Atrás da parede. De olhos fechados. Ouvindo tudo. 

Em silêncio. 

Por sorte, ele não revelou isso. 

Do contrário... Xin teria uma testemunha para saciar seu desejo egoísta.

(...) 

Kenshiro e Erina finalmente surgiram no jardim principal.

Nenhum dos subordinados se moveu, sabiam que qualquer decisão deveria passar por eles. Esperavam instruções. Respostas. 

Não houve abraços. Nem sorrisos. Nenhuma palavra de boas-vindas. 

O luto por Shenxi ainda pesava nos ombros de todos, estampado em cada olhar cansado e expressão contida.

— Minha Capitã, Vice-líder — começou Sebastian, ajeitando a postura com rigidez. — Esses dois são Vaelis Froster e Soren Ignar. Eles gostariam de... 

— Pare aí mesmo, Sebastian — interrompeu Erina, erguendo a mão com suavidade, firmeza. 

Todos a fitaram, atentos. Seu tom indicava algo grave, ou ao menos urgente. 

Nesse momento, uma figura começou a surgir logo atrás dela — um homem baixo, de estatura modesta, com passos tão seguros que pareciam ecoar na terra.

— Este é Fox. O atual Herói do Povo. Ex-aluno de Reiji Torison. E, a partir de hoje... o novo líder de vocês. 

O silêncio se quebrou como vidro. 

Fox adiantou-se com um sorriso largo, reluzente. Vestia uma armadura leve de escamas metálicas, com tons avermelhados que cintilavam como brasas ao sol. Em sua cintura, uma katana, cuja bainha era simples, bem cuidada. Não precisava de adornos: ele próprio parecia um brasão vivo. 

E como o fogo que inspirava sua estética, ele irradiava calor humano. 

— Olá, pessoal! — disse, animado. — É um prazer conhecer meus novos subordinados! 

A resposta foi imediata. 

— É O QUÊ?!!! — ecoaram várias vozes ao mesmo tempo, em um uníssono quase cômico de incredulidade. 

O grupo olhou para Erina e Kenshiro, depois para Fox, depois de volta. A balança entre surpresa e indignação ainda oscilava dentro de cada um. 

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