Volume 2 – Arco 12

Capítulo 118: Oculto em Plena Vista

Bons dias haviam se passado ao lado dos Cavaleiros de Camelot. 

Foram dias de aprendizado, camaradagem e risadas que pareciam afastar, ainda que por instantes, o peso das jornadas que os aguardavam. O grupo havia crescido — não apenas em técnica, mas em espírito. Cada treinamento, cada refeição compartilhada sob o céu estrelado deixava marcas que seriam lembradas com carinho. 

Entretanto, como toda história que floresce no tempo, aquele breve capítulo chegou ao fim. 

Em um ponto do caminho, chegou a hora da despedida. 

Os Cavaleiros não podiam se afastar tanto da civilização — suas obrigações com o povo seria sempre prioridade, exigindo sua presença constante. E Ren encontrava-se em terras inóspitas, cercado por montanhas de pedra e neblina, um lugar que parecia esquecido até mesmo pelos ventos.  

A despedida foi breve, quase fria, não por falta de afeto, mas por medo de que a emoção os enfraquecesse. Um aperto de mãos, um meio sorriso, e algumas palavras murmuradas em meio ao som do vento — gestos simples, desleixados, carregados do desejo silencioso de que um dia voltariam a se encontrar. 

Um reencontro, sabiam, seria improvável. 

Enquanto o grupo seguia adiante, o silêncio se instalou. Os passos ressoavam entre as pedras, e cada um, imerso em seus próprios pensamentos, revivia as últimas lições aprendidas com os Cavaleiros. 

***

Por muito tempo, certos ataques haviam sido conhecidos como “golpes chamados”, como o próprio Impulso. Fox, espadachim habilidoso e metódico, dominara essa prática com maestria. 

Um golpe chamado era mais que uma técnica — era uma declaração de vontade. Ao nomear o ataque, o corpo reagia instintivamente, canalizando a intenção por trás das palavras. O som tornava-se símbolo, e o símbolo, força. Um simples comando verbal podia transformar um movimento em algo mais letal, mais decidido. 

Outra forma de amplificar o poder era o grito — o clamor primal que fazia o corpo vibrar e despertar para a batalha. Kenshiro e Erina haviam provado isso em Shenxi: ele, movido por dor e fúria; ela, pela determinação pura de quem recusa o fracasso.

Cada um à sua maneira, ambos haviam tocado algo além da técnica — haviam se conectado ao próprio instinto, à crua vontade da sobrevivência. 

Contudo, nenhum deles estava errado em evitar a teatralidade dos nomes e sons. Pois quanto mais forte o inimigo, mais perigoso o hábito de revelar intenções. Um oponente hábil podia ouvir o nome de um golpe, compreender seu ritmo, e desarmar a técnica antes mesmo que fosse executada. 

Reiji Torison era mestre nesse tipo de leitura. Vencera adversários muito mais poderosos apenas observando — prevendo o momento exato do ataque e cortando o fluxo da batalha como se manipulasse o próprio tempo. 

E por fim, como ninguém desejava perder a voz de tanto gritar, restava-lhes um novo caminho: descobrir formas mais seguras e refinadas de despertar, expandir e invocar a Essência. Talvez a única habilidade que podiam contar para aquela jornada. 

***

— Sabe... até que foi bem divertido — comentou Vaelis, com um suspiro preguiçoso, os braços cruzados atrás da cabeça. O som de sua voz quebrou o silêncio reflexivo que pairava sobre o grupo, arrancando todos das lembranças recentes. 

— O quê? — perguntou Kenshiro, arqueando a sobrancelha. 

Exatamente o que Vaelis queria: provocar. 

Um sorrisinho traiçoeiro curvou-lhe os lábios. 

— Aquele dia nas fontes termais... — começou ela, arrastando as palavras como quem saboreia o efeito que causaria. — Acho que posso até imaginar qual seria o “gosto” da Erina. 

O ar pareceu congelar por um instante. 

Erina ficou imóvel, os olhos arregalados, e Kenshiro empalideceu antes de corar como um tomate. 

Vaelis fingia estar apenas falando sozinha, mas observava com precisão cada centímetro da reação do casal — o desconforto, o embaraço e a dificuldade de disfarçar a vergonha. 

— Q-quer calar essa boca?! — explodiu Kenshiro, desviando o olhar. 

Vaelis inclinou a cabeça, fingindo inocência. 

— Por que está tão irritado, hm? Pensei que tivesse se inspirado neles quando formou o seu grupo. Só estava me perguntando quando nós teríamos aquele momento entre a gente... 

Alguns dos companheiros se entreolharam, trocando risadinhas nervosas. 

Kenshiro, por outro lado, parecia à beira de um colapso. Ele realmente passara anos ao lado dos Cavaleiros, mas nunca imaginara que eles fossem... tão humanos assim. Naquele tempo, ainda era jovem demais — e talvez, justamente por isso, os Cavaleiros se contivessem. 

Mas, agora adulto, a lembrança soava diferente. Incomodamente diferente. 

— Hahaha! — Vaelis deu uma risada alta, erguendo as mãos num gesto teatral. — Calma, calma! Estou só brincando com vocês dois, meus amores. Eu sei que nem tudo deve ser copiado. 

Ela piscou, ainda divertida.  

— E convenhamos... algo daquele nível quebraria completamente a nossa pequena dinâmica, não acham? 

Erina, que até então mantinha os lábios selados, respirou fundo. 

— Do que está falando exatamente? — perguntou, cruzando os braços. 

Dessa vez, quem empalideceu foi Vaelis. 

Em seu momento de alegria, deixou escapar palavras e significados que gostaria que nunca fossem ouvidos ou descobertos. 

— N-nada! — respondeu rápido, desviando o rosto. O tom brincalhão dera lugar a um leve constrangimento. — Só um comentário bobo, esqueçam isso. 

Kenshiro ainda bufava, tentando fingir indiferença. 

Erina tentou ignorar o ocorrido, sabendo que a maga não tentaria recomeçar a conversa. 

O grupo retomou a caminhada, e o som das botas sobre o solo cobriu o riso contido que ainda pairava no ar — meio envergonhado, meio cúmplice. 

O clima aos poucos se dissipou, e o caminho seguiu, iluminado pela luz suave do amanhecer. 

— Kenshiro, Erina — disse Sebastian, enquanto ajustava a capa sobre os ombros —, poderiam nos contar mais sobre o tal Ren? Tirando vocês dois... e talvez eu, ninguém aqui de fato o conheceu. E, sinceramente, ninguém faz ideia do que esperar. 

— Sim — concordou Xin, curiosa. — Ele é parecido com Reiji? Sendo pai e filho... 

Antes que Kenshiro pudesse responder, Fox cruzou os braços, olhando de lado. 

— Ren não é filho legítimo de Reiji — afirmou. — Ele foi adotado. 

O comentário foi dito sem malícia, mas o tom seco incomodou Kenshiro. O olhar dele endureceu por um instante — breve, mas perceptível — antes de respirar fundo e responder: 

— Mesmo adotado, Ren é filho de Reiji . E meu primo. Fomos criados juntos, e talvez por isso eu o considere mais como um irmão do que qualquer outra coisa. 

— Então ele é parecido com você? — perguntou Takashi, quieto, atento há tudo. 

— Nem um pouco! — respondeu, balançando a cabeça, soltando uma risada. — Somos tão diferentes que, se vocês nos vissem juntos, achariam que nos odiamos. Mas é exatamente o contrário. É o carinho que tenho por ele... que me faz hesitar em chamá-lo para se juntar a nós. 

As últimas palavras saíram mais baixas, quase um desabafo. 

Erina pousou a mão no ombro do marido e completou, com suavidade: 

— Essa jornada... — começou, escolhendo bem as palavras. — Sabemos o quanto é custosa e perigosa. Não queríamos que ele tivesse de passar por isso também. Mas... — Olhou de relance para Xin, e o ar pareceu pesar um pouco — pensando no que aconteceu em Shenxi, sei que, se Ren estivesse lá, as coisas poderiam ter sido diferentes. 

O grupo ficou em silêncio por um momento. A lembrança daquele episódio ainda doía. 

A brisa fresca daquela manhã trouxe um pouco de conforto. Não era forte o suficiente para levar todas as lembranças ruins daquele dia, mas era o máximo que o mundo podia fazer para reconfortá-los. 

— Ele é tão forte assim? — perguntou Gurok, quebrando o silêncio, retomando a conversa. 

— “Forte?” — repetiu Kenshiro, como se saboreasse a palavra. — Ren superou meu tio quando ainda era só uma criança. Não sei como ele está agora, mas... só de imaginar enfrentá-lo de novo, de medir nossas forças, já fico ansioso. 

Aqueles que o acompanhavam trocaram olhares discretos. 

Poucos haviam visto Kenshiro sorrir daquela maneira — um sorriso aberto, quase juvenil, cheio de expectativa e afeto. 

Era raro ver o Vice-líder se permitir algo tão simples quanto a alegria de rever alguém querido. 

Mas, por trás desse entusiasmo, Erina notou algo diferente em seu marido. 

Um breve silêncio entre as frases, um olhar distante, algo que Kenshiro talvez nem percebesse. 

Como se, no fundo, parte dele também temesse o reencontro; ou o resultado dele. 

— Kenshiro, se me permite — disse Zhen, com a voz serena, curiosa —, por que você tentava imitar o Lance? 

A pergunta veio sem aviso. 

Kenshiro piscou, surpreso. Por um instante, sua postura endureceu — o velho reflexo de um guerreiro que teme se expor. 

Mas Erina, ao seu lado, pousou a mão sobre o ombro dele. Um toque leve, quase imperceptível, suficiente para lembrá-lo de respirar e responder com honestidade. 

Ele suspirou. 

 — Acho que... eu estava apenas me protegendo — disse, com um sorriso cansado. — Ou talvez me iludindo. 

Fez uma pausa, olhando para o céu como se buscasse as palavras entre as nuvens e os pássaros. 

— Lance, depois do meu tio, sempre foi minha maior inspiração. A maneira como ele lidava com as situações... mesmo sob pressão, mesmo quando tudo parecia perdido... era magnífica. — Um brilho suave passou por seus olhos. — Ele tinha tanta confiança em suas próprias habilidades. Era como se acreditasse que, se se esforçasse apenas um pouco mais, poderia resolver qualquer problema do mundo. 

O grupo o escutava em silêncio, respeitoso. Até que Takashi quebrou a pausa com a pergunta que todos queriam fazer: 

— E o que mudou? 

Kenshiro abaixou o olhar. 

— Shenxi, é claro — respondeu, a voz firme, mas embargada. — E não falo de Varelith, nem da destruição em si. Quando Budai se sacrificou, tudo desabou. Fomos encurralados, derrotados... — respirou fundo — eu fui derrotado. 

Xin, ansiosa em amenizar o peso das palavras, apressou-se a dizer: 

— Mas você derrotou Yong depois! Acabou com todos aqueles vermes com aquela sua técnica incrível! 

Kenshiro abaixou os olhos, e o sorriso que esboçou era frágil, quase triste. 

— Xin...  Aquela técnica que usei foi a razão de Shenxi ter sido destruída, lembra? — Parou por um momento, encarando o vazio à frente. — No fim, o resultado foi o mesmo. Eu só troquei aquele que nos derrotou. 

Um silêncio pesado se espalhou. O vento pareceu cessar. 

Xin desviou o olhar, apertando os punhos. As lembranças de Shenxi ainda doíam — o calor sufocante, os gritos, a luz ardente da destruição. 

Ela sabia que as feridas do casal eram tão profundas quanto as suas, talvez até mais. E ainda assim, nunca os culpou. 

Mas, talvez, o erro maior fosse nunca ter dito isso em voz alta. 

Ao permanecer em silêncio, apenas ajudara a alimentar a culpa que agora os consumia. 

— Mas não fomos os únicos que mudamos, não é, Fox? — perguntou Erina, inclinando a cabeça, com um leve sorriso que escondia curiosidade genuína. — Você era bem mais... empolgado. Falastrão. Positivo. O que aconteceu? 

A provocação pegou Fox de surpresa. Ele piscou algumas vezes, abrindo e fechando a boca como quem procura palavras no escuro. 

O grupo se calou, deixando espaço para que ele respondesse. 

— Eu acho que... — começou, mas parou, passando a mão na testa. Até ele parecia não ter certeza. — Estar cercado de tanta morte... tanto mal... acabou me afetando mais do que eu esperava. 

Ninguém se mexeu. Todos o observavam com atenção. 

Fox, o “Herói do Povo”, aquele que tantas vezes havia rido na cara do perigo, agora falava com a voz rouca, os ombros levemente caídos. 

— Eu estava acostumado a salvar pessoas, a derrotar meus inimigos com facilidade... — continuou. — Sempre fui o mais forte. Ou, pelo menos, acreditava ser. 

Fez uma pausa, olhando para as próprias mãos.  

— Mas agora... me vejo em dificuldades que não sei resolver. E, por mais que tente esconder, percebo que... perdi a confiança em mim mesmo. 

O silêncio que se seguiu foi pesado, não frio. O tipo de silêncio que nasce da empatia. 

Erina sorriu com doçura, dando um passo ao lado dele. 

— Não se esqueça que você é o Guerreiro do Sol — disse, a voz doce, acolhedora. — Quando o grande mal chegar, ainda dependeremos de você. 

Fox levantou o olhar, surpreso. Por um instante, seus olhos brilharam com algo entre vergonha e gratidão. Ele riu — uma risada curta, enfraquecida, sincera. 

— É verdade — acrescentou Kenshiro, cruzando os braços e sorrindo. — E você ainda vai ter que garantir nossa segurança contra os exércitos do Império, lembra? 

Fox balançou a cabeça, entre o riso e a incredulidade. 

— Talvez, talvez... — respondeu, num tom irônico e cansado. — Eu nunca entendi direito como as Crônicas funcionam. Mas se o meu destino realmente está escrito nas pedras... e se sou mesmo esse “guerreiro lendário” que elas dizem... acho que está na hora de parar de duvidar de mim mesmo, não é? 

— Sim! — responderam todos, quase em coro. 

O peso da conversa se dissolveu em risos. Por alguns minutos, o grupo voltou a ser apenas isso: um grupo de amigos cansados, mas vivos. Riram das pequenas falhas do dia, trocaram provocações, e caminharam lado a lado pela trilha pedregosa que subia em direção às montanhas. 

Até que o riso cessou. 

Diante deles, o caminho terminava abruptamente — uma parede de pedra íngreme, alta demais para qualquer tentativa de escalada. 

— Viemos pelo caminho certo? — perguntou Gurok, coçando a cabeça. 

Os olhares se voltaram para Kenshiro, que permanecia de olhos fechados e um sorriso sereno no rosto. 

— Takashi... — chamou, num tom provocativo. — Isso é uma entrada ilusória de verdade... 

Kenshiro deu um passo à frente — e, antes que alguém pudesse reagir, as pedras o engoliram por completo. 

Erina e Sebastian o seguiram sem hesitar, desaparecendo também. 

O restante do grupo observou, boquiaberto. 

E, no instante seguinte, o local voltou ao silêncio — vazio, como se ninguém jamais tivesse estado ali. 

Ainda estavam incrédulos quando viram Kaji atravessar o mesmo ponto, conduzindo a carruagem como se fosse o gesto mais natural do mundo. As rodas sumiram sem levantar poeira, engolidas. 

— Vocês não vêm? — perguntou Erina, ressoando pelo ambiente, sem qualquer ponto de origem aparente. 

O grupo trocou olhares desconfiados. 

Tudo em seus instintos gritava que aquilo era impossível, um erro de percepção, uma armadilha talvez. E ainda assim, sabiam que Erina jamais os chamaria para um perigo. 

Um a um, venceram a hesitação e seguiram em frente. 

Quando seus pés tocaram o que deveria ser o chão, a sensação foi estranha — o corpo vacilou, buscando equilíbrio em algo que não parecia existir. Havia a impressão de pisar sobre um vazio, e, ao mesmo tempo, sobre uma base mais firme que qualquer rocha. 

Logo, todos desapareceram sob a superfície. 

Do lado de fora, não restou qualquer vestígio. Nenhuma pegada. Nenhum som. Apenas o vento varrendo o local silencioso. 

Lá dentro, perceberam que caminhavam por um grande túnel de pedra viva, iluminado por uma claridade suave que parecia vir das próprias paredes. Ao olharem para trás, podiam ver o exterior, mas sabiam que, do lado de fora, ninguém seria capaz de vê-los. 

— É um truque ilusório usado pelos Phareos — explicou Kenshiro, examinando o teto arqueado. 

Soren correu os dedos sobre a parede, intrigado. — Não é só ilusão... há estrutura mágica real aqui. Isto é...  Isto é magia. 

Vaelis levou a mão ao queixo, lembrando-se de antigas leituras. 

— Phareos... — murmurou. — Nunca houve um mago de ilusão que tenha se destacado o suficiente para ser eternizado na AMA. 

— A AMA sempre destacou os magos mais chamativos — disse Erina, calma e firme. — Aqueles que querem ser vistos, lembrados. Já os ilusionistas... o fato de estarmos duvidando da existência deles é exatamente a prova de que cumpriram seus propósitos. Permaneceram escondidos. 

O grupo trocou olhares silenciosos, digerindo aquelas palavras. A cada passo, a noção de realidade parecia mais tênue. 

— Por qual razão Ren iria atrás deles? — perguntou Xin, quebrando o silêncio. 

— Ren é faminto por conhecimento — respondeu Kenshiro, sem diminuir o passo. — E qual lugar seria mais adequado para saciar essa fome do que o Farol do Saber? 

Fox arqueou uma sobrancelha, cético. 

— Está mentindo. — A voz era firme, mas não agressiva. — O Farol do Saber foi uma tentativa fracassada do Império de armazenar todo o conhecimento do Continente. Há registros, provas disso. Tentar novamente algo assim... seria idiotice, e um desperdício de recursos. 

Kenshiro apenas sorriu de canto, enigmático, enquanto o túnel começava a se alargar diante deles. 

Quando enfim alcançaram o fim do corredor, o solo se abriu para uma clareira vasta, coberta por grama alta e úmida. Uma estrada antiga, de terra batida e bordas desgastadas, seguia adiante. 

Mas não foi a estrada que tirou o fôlego do grupo. 

Diante deles, erguia-se uma torre colossal, circular e de cor pálida, que subia até onde os olhos não podiam alcançar. As nuvens a envolviam como véus, e o topo desaparecia na névoa dourada do meio do dia. 

Era impossível dizer se fora construída por mãos humanas — parecia mais um milagre da própria terra, um monumento moldado entre sonho e realidade. 

— A ideia original era criar uma simples biblioteca — disse Kenshiro, com reverência. — Um lugar que iluminasse o conhecimento dos povos, com um farol no topo para guiar os estudiosos.  

Fez uma pausa, observando a torre com admiração.  

— Mas os Phareos... tiveram outra ideia. 

Fox completou, num tom baixo, quase como quem recita um texto esquecido: 

— “Uma torre de conhecimento infinito... onde, a cada saber adquirido, um novo andar se ergueria.” 

O silêncio se estendeu. 

O vento rugiu ao redor da torre, e por um instante, o grupo inteiro sentiu o peso daquilo que estavam presenciando — uma estrutura tão antiga quanto o tempo, um monumento à busca humana por compreender o impossível. 

E lá dentro, em algum ponto daquela imensidão, um homem solitário observava-os. Seus olhos, serenos e cansados, acompanharam o pequeno grupo que acabava de chegar. 

O eco distante de sua respiração se perdeu entre os corredores de pedra, enquanto a torre parecia despertar de um longo sono. 

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