Volume 1 – Arco 5

Capítulo 47

O grupo de Erina, após ver a forte luz da torre, começarou a correr, temendo que poderiam ter chegado atrasados para salvar Budai.

Felizmente o exército de Zudao também queria saber o que estava acontecendo, e, por essa razão, acabaram deixando seus postos e posicionamentos.

Então, tremores começaram a ser sentidos por todos, como se um terremoto estivesse ocorrendo.

E após outro brilho intenso, a torre começou a desmoronar.

Todos estavam tentando entender o que estava acontecendo, até que um homem surgiu em meio aos escombros, e atrás dele estava o sol que se encaminhava para o anoitecer. 

Aquele era Budai, representando toda a sua luz que se igualava a força do próprio sol.

— Então o plano dele deu certo... — comentou Zhen aliviado.

— Quanta força! — disse Sebastian amedrontado.

Budai então surge à frente de Erina e Kenshiro, ajoelhado. Sua velocidade e eficácia eram tamanhas que todos pensavam que ele era capaz de se teletransportar.

— Budai, por que está ajoelhado? — perguntou Erina.

— Gostaria de me desculpar pela primeira impressão que passei. Agora que voltei ao normal, posso ver que vocês dois são de mais fortes do que eu pensei. Talvez sejam fortes o bastante para cumprir esta jornada.

Enquanto Budai conversava, os homens de Zudao conseguiram retirar Iscário dos escombros, mas o sentimento de alívio se tornou arrependimento, quando milhões de parasitas começaram a sair das ruinas das torres.

Iscário se levantou, e ao gritar para os céus, fez com que todos os seus homens gritassem de dor. Ele estava ordenando que os parasitas que estavam em seus corpos assumissem o controle, causando assim uma morte muito dolorosa.

Os poucos homens que estavam com Erina começaram a gritar também, mas Budai foi rápido em salvá-los com sua técnica de liberação, matando apenas os parasitas com seu toque mágico.

— Aquele é...? — perguntava Zhen, espantado.

— Sim filho, é Iscário. Todo esse tempo, era ele. 

— Iscário... — disse, Kenshiro sacando suas espadas e tomando a frente — Então esse é o nome daquele que eu irei matar!

— Não! Eu vou matá-lo. Vocês precisam ficar aqui e impedir que os parasitas saiam. Se eles chegarem até a cidade, todas aquelas pessoas irão morrer. — disse Budai.

— Sim, sem mortes de inocentes.  — concordou Erina, olhando para Kenshiro.

Kenshiro percebendo que não haveria escolha, recuou para trás de Erina que ordenou a todos que se preparasem.

— E eu só gostaria de saber uma coisa... Vocês se importariam de ter um idoso como eu no grupo de vocês? — perguntou Budai, timidamente.

— Nem um pouco! — respondeu o casal, feliz.

Budai sorriu, satisfeito com a resposta entusiasmada do casal. E, usando sua velocidade, apareceu diante de Iscário aplicando-lhe um chute que o fez atingir os as paredes caídas da torre quebrando-as.

Enquanto Budai cuidava de Iscário, o restante do grupo ficava na retaguarda.

— KAJI! — gritou Erina.

Kaji, sabendo qual era sua ordem, colocou uma barreira de fogo formando um perímetro ao redor da torre e do grupo, para que assim, qualquer parasita que passasse por eles fosse queimado.

O grupo de Erina e os soldados rebeldes se posicionaram para lutar. Os mortos-vivos de Iscário eram desengonçados, como crianças que ainda estavam aprendendo a andar, porém seu elevado número era sua verdadeira vantagem. A contagem era de cinquenta para um.

— Me escutem crianças! — ordenou Erina, vestindo seu elmo retrátil e colocando seu gigantesco escudo à frente. — Eu quero disciplina e foco! Se alguém se ferir, apenas grite seu nome. Não deixarei ninguém morrer hoje! 

Os soldados rebeldes não sabiam ao certo quais poderes Erina possuía, nem como ela os protegeria, mas ao verem sua força, confiança e determinação, ficaram estimulados e prontos para a batalha que enfrentariam.

Enquanto isso, Budai estava dando uma surra em Iscário. Mesmo com Iscário utilizando seu cajado para atacar usando suas raízes, Budai era tão veloz e forte que parecia imparável.

Durante a luta, o poço não parava de jorrar centenas de milhares de parasitas. 

Budai notou que alguns parasitas acabavam morrendo em número igual ao das vidas que Iscário perdia em batalha. Concluiu, então, que a vida de Iscário estava interligado à dos parasitas, e que, quando todos os parasitas morressem, Iscário também morreria definitivamente. No entanto, Budai ainda estava longe de conseguir fazer isso.

Os parasitas pareciam perdidos, com Iscário sendo surrado ele não conseguia se concentrar para controlá-los. Devido a isso, um parasita enorme saiu da nuca de Iscário, partindo seu crânio, que logo foi curado.

Aquele parasita parecia ser uma rainha, pois assim que ela viu a situação em que estavam, os mortos-vivos d começaram a lutar melhor e até a formar pequenas formações de batalhas na tentativa de derrotar o grupo de Erina.

 — Michael!

— Kevin!

— Jean!

De pouco em pouco, os soldados começaram a ficar feridos e a gritar seus nomes para que Erina os curasse com sua magia. Ao perceberem o trunfo que Erina era, os soldados ganharam cada vez mais confiança, não se importando com os ferimentos.

Alguns soldados até tentaram sair da formação devido à alta confiança, e deles acabou sendo encurralado e quase morto se não fosse por Xin, que o puxou com seu chicote.

— Muito obrigado! — Agradeceu o soldado.

— Alguém ordenou você a deixar a formação? — Gritou Zhen.

— N-não!

— Então volte!

O soldado voltou amedrontado e envergonhado, mas vivo.

Erina ficou contente com a forma que Zhen se comportou, demonstrando que ela estava comprometida a aceitar as ordens de sua líder. Kenshiro estava aos poucos se convencendo do mesmo.

O corpo dos parasitas era fraco demais para passar pelas chamas de Kaji, e mortos-vivos tentavam passar diretamente pelas chamas, mas eram acertados por Takashi e Xin. 

Percebendo que não iria conseguir derrotar nem Budai e nem o grupo de Erina, a rainha dos parasitas começou a gritar. Estranhamente, foi o grito igual ao de uma mulher. 

Os parasitas que não habitavam os corpos dos soldados foram até sua rainha e começaram a se acumular, e o restante dos soldados ficaram simplesmente parados.

O grupo ainda estava tentando entender o que estava acontecendo, quando foram aterrorizados por uma enorme besta que chegava a ter o mesmo tamanho que a torre. 

O corpo inteiro da besta era feito dos parasitas que ficavam em constante movimento para mantê-lo em pé, criando uma imagem desconfortável e nojenta ao seu olhar.

Kaji lançou uma bola de fogo, mas só conseguiu matar alguns parasitas que ficavam no exterior da besta. A rainha estava bem ao centro e aparentava estar bem segura.

O grupo se preparou, pensando que teriam de enfrentar aquele monstro. Mas então, a besta abriu a boca e começou a formar uma enorme esfera roxa. Aquela esfera aumentava, conforme alguns parasitas morriam no processo, como se rainha estivesse usando suas energias para criar aquela magia.

Erina e seu grupo levantaram seus escudos, porém foi Xin quem percebeu o verdadeiro alvo.

— BUDAI! A CIDADE! — gritou Xin.

Budai ao virar para trás e ver a enorme bestam fica amedrontado. Iscário estava sorrindo, e mesmo que ele não tenha planejado aquilo, sabia que era o vencedor.

Vendo que não restava muito tempo nem outras escolhas, Budai largou Iscário para focar na besta. Assumindo sua posição de combate, ele começou a brilhar intensamente para realizar seu golpe mais poderoso.

Budai golpeou o peito da besta, acertando a rainha, fazendo a esfera roxa explodir. A explosão apagou as chamas de Kaji, e todo o ambiente em volta foi dominado por uma neblina roxa e tóxica.



Comentários