Volume 1 – Arco 5
Capítulo 43: O Silêncio de Xin
O dia começava a amanhecer. As primeiras luzes douradas atravessavam as frestas entre as árvores, tingindo o acampamento com tons quentes, enquanto uma leve névoa se erguia do chão úmido.
Para surpresa dos demais, Erina, Kenshiro e Sebastian já estavam de pé.
— Vocês acordaram cedo… — comentou Gurok, coçando a barriga e bocejando, ainda meio sonolento.
— Kenshiro e Erina são sempre os primeiros a acordar — explicou Kaji, aumentando a intensidade de suas chamas. — Quanto a Sebastian... bem... ele não dorme de verdade.
Erina, como havia prometido, permitiu que seu grupo dormisse até mais tarde. Uma forma de agradecer pela colaboração na noite anterior, e, como gesto adicional de consideração, utilizou sua magia os livrar da ressaca que certamente os derrubaria pela manhã.
Assim, os que já haviam despertado puderam aproveitar um café da manhã reforçado, com carne defumada, pão amanhecido aquecido nas brasas e chá forte.
— Então... sobre ontem à noite... — Gurok pigarreou, um tanto sem jeito. — Aquilo foi... algo especial ou... é só a rotina de vocês mesmo?
Takashi sorriu, ajeitando sua capa.
— Um pouco dos dois — respondeu, descontraído. — Normalmente, todas as noites fazemos um banquete com carne, álcool e... diversão. Mas desde que saímos de Altunet às pressas, não tivemos oportunidade pra isso. Então... acho que ontem exageramos um pouco.
Gurok cruzou os braços e assentiu, sorrindo de canto.
— Hm... acho que consigo me acostumar com isso.
A primeira noite de confraternização parecia, enfim, ter quebrado o gelo. Gurok se sentia parte daquele grupo agora, menos estrangeiro, menos deslocado.
Mas, mesmo em meio ao clima leve, havia uma tensão pairando no ar.
O casal — Erina e Kenshiro — junto de Sebastian, pareciam estranhamente sérios, dispersos. Olhares rápidos, respirações contidas. Não estavam usufruindo da manhã como faziam normalmente.
Takashi percebeu de imediato.
— Está tudo bem? — perguntou, deixando seu copo ao lado.
Erina, que havia terminado de ajeitar alguns mantimentos, parou por um instante ao ouvir Kaji estalar algumas brasas — um sinal sutil para chamar sua atenção. Ela respirou fundo antes de responder, tentando disfarçar a inquietação.
— Desculpem... — disse, forçando um sorriso. — Acho que estamos só... um pouco tensos, talvez.
Takashi pegou seu copo, ainda desconfiado.
— Isso não é muito do seu feitio... — comentou. — Mesmo em Altunet, você parecia ter tudo sob controle.
Erina desviou o olhar. Não tinha coragem, ou vontade, de compartilhar com todos o que havia acontecido na madrugada. Aquilo... não era algo que os outros precisavam saber. Não ainda.
Foi quando um bocejo exagerado, quase teatral, interrompeu o silêncio.
Zudao despertava. Esticava os braços, abria e fechava a boca como quem precisava desencaixar o maxilar para começar o dia — sempre ruidoso, sempre caricato.
Àquela altura, faltava apenas um dos membros levantar-se. Xin.
Ela não havia sequer se movido.
— Xin... — chamou Erina, batendo de leve no ombro da jovem. — Acorda. Já está ficando tarde. Xin? Ei, Xin!
Ela a sacudiu com mais força, mas a jovem não reagiu. Nenhum movimento. Nenhum som.
O grupo se aproximou, todos olhando com seriedade.
— O que houve? — perguntou Sebastian, já antecipando que algo estava errado.
— Eu... eu não sei... — respondeu Erina, a preocupação começando a se manifestar até mesmo em sua voz normalmente calma. — Ela... não acorda...
Kenshiro se agachou ao lado, os olhos cravados nela. Seus sentidos apurados varriam cada detalhe.
— Ela... — sua voz endureceu — está em coma.
Erina posicionou o ouvido no peito de Xin. Seu rosto endureceu. Os batimentos... haviam mudado. Mais lentos. Mais fracos.
— Ela não estava assim até pouco tempo atrás — rosnou, cerrando os punhos.
Na tentativa de um estímulo, Takashi puxou uma flecha e, com extrema precisão, fez um corte superficial na perna de Xin.
Nada. Nem um sobressalto. Nem um franzir de cenho. Nem um gemido.
— Nem mesmo a dor... — Takashi apertou os lábios. — Nem isso parece acordá-la...
Enquanto todos se agitavam em torno da jovem, tentando entender o que estava acontecendo, apenas um permanecia desconcertantemente calmo.
— Ela está... longe demais de casa — disse Zudao, bebendo calmamente uma xícara de café. — Precisamos retornar imediatamente.
— O que está dizendo? — perguntou Erina, a voz subitamente mais grave.
— O voto de servidão dela não é apenas comigo — respondeu, encarando-a diretamente — mas também com Shenxi. Quanto mais tempo ela fica longe, mais grave se torna essa condição. Se demorarmos demais... talvez ela nunca mais acorde.
Erina ficou em silêncio por uma fração de segundo... e então explodiu.
— Seu desgraçado! — gritou, avançando repentinamente. Agarrou Zudao pela gola, erguendo-o do chão com sua força. — Você sabia que isso ia acontecer! Sabia, e mesmo assim não disse nada!
Zudao se debateu, surpreso, ofegante.
— Eu... eu não achei que fosse acontecer tão cedo! — arfou. — Mas... também... algo nela mudou. Algo dentro dela fez o voto responder... de forma anormal.
Kenshiro e Erina trocaram olhares. Havia suspeitas. Possibilidades que não queriam admitir, mas que agora se tornavam perigosamente reais.
Erina apertou o punho mais uma vez... e então soltou Zudao, empurrando-o com força.
— Kaji! — chamou, a voz afiada como aço. — Desmontar acampamento. Carruagem. Agora.
Com ordens rápidas e secas, o acampamento seria evaporado do local.
A porta da carruagem abriu, sugando todos os mantimentos, tendas e camas.
Não havia mais tempo a perder. Era hora de partir.
(...)
Erina e Kenshiro iam à frente, conduzindo a carruagem. Kenshiro, de olhos firmes na estrada, agitava as rédeas enquanto Kaji, em sua forma de corcel, assumia a tração com uma velocidade impressionante. Ao lado dele, Erina mantinha Xin nos braços, seu corpo leve como o de uma boneca quebrada. A cavaleira segurava a jovem com ternura, mas seus olhos estavam duros, concentrados.
Takashi e Zudao iam pendurados em cada lado da carruagem, segurando-se nos apoios laterais. Curiosamente, o velho, sempre o primeiro a reclamar de qualquer solavanco, não soltava uma palavra.
No teto, Sebastian permanecia de pé, o vento açoitando seu sobretudo. Seu equilíbrio sobrenatural permitia tal façanha sem o menor esforço, como se ele fosse parte da carruagem.
Gurok, acomodado na parte traseira, viajava sentado em um reforço estrutural feito especialmente por Kaji — o único jeito de suportar seu peso sem desmontar tudo.
Era a primeira vez que viam Kaji correr a todo vapor. A carruagem praticamente voava sobre o solo. Se tivessem partido de Altunet com essa pressa, teriam alcançado Shenxi em três dias.
Mas nem mesmo a velocidade parecia bastar para evitar contratempos.
Ao chegarem a uma bifurcação, foram forçados a parar. Um acampamento militar bloqueava parte da estrada.
À primeira vista, o lugar parecia uma toca de bandidos: tendas rasgadas, armaduras remendadas, lanças improvisadas. Mas as cores desbotadas — verde e branco em padrão xadrez — e o símbolo central de uma cruz dourada identificavam aqueles homens como soldados de Shenxi.
Ou o que restava deles.
O dourado agora era um amarelo triste. A autoridade que um dia representaram parecia corroída pelo tempo e desleixo.
— Alto lá! — gritou um oficial, erguendo a mão.
A voz cortante pareceu atingir Xin. A jovem se remexeu, os olhos ainda fechados, espasmos tomaram-lhe o corpo.
— Saia da frente! Estamos com pressa! — bradou Erina, cerrando os dentes. A carruagem não diminuía, e por um instante, pareceu que ela simplesmente passaria por cima do homem.
— Se quiser salvar Xin, terá de parar aqui — disse Zudao, em tom baixo e terrivelmente calmo.
Mesmo sem querer, Erina obedeceu. Uma parte dela queria entender o motivo do velho ter dito aquilo.
A carruagem parou, arrastando as rodas por quase um metro.
Zudao desceu da carruagem com lentidão. Os soldados, em sua maioria, o saudaram com respeito. Todos, menos o oficial.
— Comandante Jonas — disse Zudao, estendendo a mão com formalidade —, é sempre um prazer.
— Como o senhor previra — respondeu Jonas, com um sorriso de escárnio — chegou à cidade com um grupo um tanto... incomum.
O tom ácido foi entendido por todos como um insulto velado. Não seriam recebidos como aliados.
— Chega de conversa fiada — interrompeu Erina, irritada. — O que devemos fazer com Xin?
— Vocês? Nada — respondeu Jonas, aproximando-se da carruagem com arrogância. — Deixem-na conosco e sigam pela direita. Lá encontrarão o tão aclamado Herói.
Erina apertou ainda mais o corpo de Xin contra o peito.
Sebastian, atento ao gesto da capitã, desceu do teto e caminhou até a frente. Sabia que era hora de assumir, antes que Erina perdesse o controle.
— E como, exatamente, pretendem cuidar dela? — perguntou, com a voz calma, porém cortante. — Ouvi histórias de que, só com sua presença, os Heróis conseguiam curar ferimentos e elevar a moral.
— Ah, apenas histórias para inflar seus egos — respondeu Jonas, com desprezo. — O caso de Xin é mais complexo. Sua alma está sendo corrompida por ter abandonado a divindade da cidade.
Ele lançou um olhar de desprezo ao redor.
— E, é claro, conviver com descrentes e pecadores só agravou o estado dela.
— Cuidado com suas palavras — disse Kenshiro, a mão pousada no cabo da espada. — Pode estar a serviço de Zudao, mas ainda é responsável por sua própria língua.
Jonas hesitou e deu um passo para trás.
Zudao então se adiantou.
— Nossa jornada foi longa, mas aqui é o ponto de separação — disse, com solenidade, estendendo a mão. — Entreguem-me minha serviçal.
Erina olhou para o rosto adormecido da jovem. Havia sofrimento ali. Mas ao acariciá-la, notou um pequeno alívio, como se o simples toque da cavaleira a acalmasse.
Ela fez sua escolha.
— Não — disse com firmeza. — Ela vai conosco.
— Como você ousa desobedecer à santidade de Shenxi?! — gritou Jonas.
Soldados começaram a cercar a carruagem, lentamente. Nenhum havia sacado a arma, bastava um comando para que o confronto começasse.
Erina não gostava da ideia de enfrentar as autoridades de uma Cidade-Estado, mas por seus companheiros, enfrentaria até o próprio Império.
— Eu vou ficar — disse Gurok, rompendo o silêncio.
Todos se voltaram para ele, surpresos.
— E o que iríamos querer com uma aberração como você?! — vociferou Jonas.
— Acalme-se, Jonas — interveio Zudao. — Deixe-o falar.
Gurok desceu da carruagem, o chão vibrando com seu peso.
— Ficarei como garantia de que Xin retornará. Tenho certeza de que minha Capitã apenas quer testar o Herói. Precisamos saber o que é mito... e o que é verdade.
— Mas... e se não formos rápidos o suficiente... — começou Jonas.
Gurok ergueu a mão, silenciando-o.
— E tenho certeza de que, para a santidade de Shenxi, não será difícil curar a alma dela. Não importa o quão... “manchada” ela esteja.
Houve um silêncio pesado.
— Vejo que até a besta possui alguma sabedoria — disse Zudao, com um meio sorriso. — Levem-na então. E que as falácias do “Herói” se revelem por si mesmas.
Antes de partirem, Erina se voltou para Gurok. O olhar que trocou com ele dizia tudo: obrigada.
— Tem certeza de que está tudo bem deixá-lo com eles? — perguntou Takashi, ainda desconfiado.
— Por que não? — respondeu Erina, voltando a olhar para a estrada. — Com aquela armadura... duvido que consigam sequer arranhar ele.
(...)
Seguindo pela trilha da direita, o grupo logo parou ao pé de uma imensa montanha. Diante deles, uma escadaria colossal se erguia em direção às nuvens, como se quisesse tocar os céus.
Os degraus de pedra estavam gastos, cobertos por musgos e fissuras. Pareciam ter sido esculpidos há séculos, e esquecidos desde então.
— Eu... vou precisar mudar minha forma para continuar com vocês — informou Kaji, olhando a escadaria com certo desconforto. — Mas... não sei se conseguirei acompanhar no mesmo ritmo.
— Não — Kenshiro balançou a cabeça, olhando para ele. — Fique aqui. Se algo ou alguém aparecer... você sabe o que fazer.
Kaji assentiu.
— Sim, senhor.
E a escalada começou.
Os degraus eram traiçoeiros: íngremes, irregulares e escorregadios. Cada passada exigia equilíbrio e força. A cada metro vencido, parecia que o topo se esticava, fugindo para mais longe.
— Mais rápido — A voz de Erina, firme e cortante, ecoou. Sua impaciência transbordava.
A cavaleira ia na dianteira, passos decididos, guiando os demais. Suas botas se firmavam com precisão, como se não conhecesse o significado de escorregar.
Longos, e tediosos, minutos se passaram até que foram forçados a parar.
Não foi o cansaço que os deteve.
Uma barreira dourada, translúcida e cintilante, bloqueava o caminho. Ela se estendia de um lado a outro, como uma parede feita de pura luz sólida.
Do outro lado, tudo parecia... diferente. Os degraus, antes corroídos, estavam impecáveis, como recém-esculpidos. A vegetação, que até então era selvagem e desordenada, estava perfeitamente podada, como se cuidada por um jardineiro divino.
Mas a beleza só aumentava a apreensão. A barreira poderia ser tão impenetrável quanto uma muralha de aço... ou tão letal quanto uma cortina de fogo.
— Tem certeza que... é seguro atravessar? — Takashi quebrou o silêncio, engolindo em seco.
Erina apertou Xin contra o peito. Seus olhos percorreram o rosto pálido da companheira adormecida.
Respirou fundo.
E sem dizer uma palavra sequer, deu um passo adiante.
O momento em que atravessou foi como atravessar de um mundo para outro. Um choque térmico percorreu seu corpo, como passar de um deserto escaldante para uma câmara fria. Sua pele arrepiou, seus sentidos ficaram aguçados.
Do outro lado, ela parou, conferindo rapidamente se estava inteira. Então, abriu um sorriso confiante e acenou.
— Está tudo bem — disse.
Kenshiro foi o próximo. De olhos bem abertos, atento a qualquer mudança. Assim que atravessou, percebeu imediatamente: o ar ali era diferente — mais puro, mais leve. Uma sensação similar às barreiras ilusórias que Kaji costumava criar.
— Interessante... — murmurou, analisando o ambiente.
Takashi respirou fundo, fechou os olhos e cruzou os dedos, atravessando como quem pula de um penhasco. Atravessou de olhos cerrados, tentando fingir que não estava assustado.
Do outro lado, abriu os olhos.
— Ugh... isso foi... desconfortável.
Só então perceberam que Sebastian não havia se movido.
— O que foi? — questionou Kenshiro, franzindo a testa.
O vampiro encarava a barreira como quem encara a própria morte.
— É que... — hesitou. — Os Heróis são inimigos naturais dos mortos-vivos. Sempre foram. Me pergunto se... se eu atravessar isso... não seria o meu fim definitivo.
O silêncio que se seguiu foi pesado.
Kenshiro lembrou-se do medo que Sebastian carregava — o medo do vazio absoluto, da extinção da sua própria existência.
— Você não precisa vir — disse o espadachim, com honestidade. — Ninguém vai te culpar se escolher ficar.
Sebastian apertou os punhos. Seus olhos, geralmente semicerrados e despreocupados, agora ardiam em determinação.
— Não. Eu... não vou mais me esconder atrás desse rótulo de "morto". Eu estou vivo! E vou provar isso.
Ele deu um passo adiante, mas antes que atravessasse, Erina ergueu a mão.
— Espere — Sua voz tremia de apreensão. — Não quero que você... que você morra. Não só por te querer na equipe... mas... porque você é um amigo.
Sebastian fechou os olhos por um segundo, absorvendo aquelas palavras como se fossem um bálsamo. Então sorriu, exibindo discretamente uma das presas.
— Agradeço, minha Capitã. Mas... se eu realmente sou só um ser morto caminhante, não vejo razão para continuar fugindo do meu trágico fim.
E, contrariando os próprios instintos, atravessou.
Os segundos seguintes pareceram uma eternidade.
Então... nada. Nenhuma explosão de luz. Nenhum grito. Nenhuma fumaça.
Ele estava inteiro.
— Estou... bem? — tocou seu próprio peito, incrédulo. — Sim... eu estou.
— Parece até mais vivo do que antes — comentou Kenshiro, cruzando os braços com um sorriso discreto.
Quando se preparavam para prosseguir, Takashi apontou para o lado.
— Olhem! Lá embaixo... aquela deve ser Shenxi!
De onde estavam, tinham uma visão privilegiada. Shenxi parecia, de fato, uma cidade decadente. Ainda que distante, os prédios baixos denunciavam sua pobreza.
— Nossa... — Sebastian balançou a cabeça. — E pensar que fizeram tanto alarde sobre esse lugar... Parece uma vila rural no fim do mundo.
Mas então, Takashi estreitou os olhos, notando algo além.
— Esperem... o que é aquela torre? — apontou. — Ali... do outro lado daquela floresta. Tem... muitos soldados reunidos ao redor dela.
A construção se destacava na paisagem: uma torre feita de pedras, de arquitetura estranha, que destoava de todo o restante da cidade. Havia algo de sinistro nela.
Nenhum deles teve tempo de pensar mais.
Um som molhado, seguido de uma tosse violenta, os fez se virar.
— Xin! — gritou Erina.
A jovem arqueava o corpo, vomitando sangue. Seus olhos semicerrados brilhavam com dor.
— Kenshiro! — Erina passou-a para os braços do marido.
O espadachim não hesitou. Segurou-a com firmeza, reuniu toda sua velocidade e partiu escadaria acima, sua imagem desaparecendo como um vulto.
***
Ao pé da montanha, no começo da escadaria, Kaji deveria estar vigiando. No entanto, seu brilho havia se apagado no momento que os seus mestres atravessaram a barreira.
Sua forma de corcel havia se desmanchado. Sua própria armadura caída no chão como cinzas.
Poderia estar morto?
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