Volume 1 – Arco 4
Capítulo 23: Títulos e Serviços.
Em tempos imemoráveis, quando a magia fluía como o vento entre as árvores, cintilava nas águas dos rios e vibrava no coração de todos os seres, o mundo ainda era pleno de maravilhas e mistérios. Uma era onde as estrelas pareciam sussurrar segredos aos homens, e a própria terra pulsava com a essência mágica.
Foi nesse tempo antigo que surgiu Arcanus — um homem comum, sem linhagem nobre ou dons mágicos.
Era um ferreiro errante, de mãos calejadas e olhos queimados pelo brilho constante da forja. Vagava de vila em vila, ignorado pelos sábios, desprezado pelos estudiosos, mas determinado a compreender o mundo à sua maneira e essência. Em sua solidão e longa peregrinação, encontrou algo que poucos ousaram buscar: consciência verdadeira sobre a magia e suas propriedades.
Sem auxílio de magos ou feiticeiros, moldou não apenas metais, mas também o próprio tecido da energia mágica.
Após incontáveis tentativas, foi o primeiro a imbuir tais atributos em objetos inanimados. Essas ferramentas — receberam o nome de arcanas — tornaram-se lendas ainda em sua geração. Espadas que jamais perdiam o fio, martelos que podiam esmagar pedra como papel, armaduras que sussurravam alertas aos seus portadores. Seus feitos elevaram homens comuns a um novo patamar, desafiando a supremacia dos imponente magos.
Aos olhos da elite mágica, aquilo era uma afronta.
Ofendidos, os magos declararam com desdém: “Tais ferramentas não são mais do que brinquedos perigosos nas mãos de crianças tolas. E Arcanus? Um bebê que escolheu correr antes mesmo de engatinhar.”
E assim, a rivalidade teve início.
Os magos se isolaram em suas torres, impondo regras rígidas e limites severos àqueles que desejavam aprender suas artes. Já Arcanus mergulhou cada vez mais fundo em sua forja e em seus estudos, criando técnicas como um escultor que busca a perfeição em cada martelada.
Entre suas obras, havia uma que ele considerava sua Magnum Opus: uma armadura singular capaz, acreditava ele, de anular qualquer feitiço, maldição ou explosão mágica.
Quando o rumor alcançou os salões da AMA — Academia de Magia de Arboris —, os magos interpretaram aquilo como uma ameaça direta. Alguns diziam que o velho ferreiro planejava invadir a academia; outros, que buscava apenas mostrar que não havia limites para sua arte.
Testemunhas imprecisas juraram tê-lo visto cruzando os portões da AMA numa noite silenciosa, envolto em um manto negro.
Verdade, mito ou profecia mal contada, Arcanus jamais foi visto novamente.
Mas sua ausência não apagou seu legado.
Reis, nobres e senhores, fascinados pelos feitos do ferreiro, ordenaram a seus próprios artesãos que descobrissem os segredos da forja Arcana. Esperavam réplicas, desejavam poder.
Arcanus, ao contrário dos magos, não era um homem vaidoso. Deixara registrados seus estudos e descobertas em seus aposentos, com o objetivo de que o saber não se perdesse com sua fim. Porém, os poderosos que encontraram tais anotações viram ali não uma dádiva, mas um risco.
Temendo que suas artes pudessem ser replicadas por pessoas comuns, esconderam os escritos, guardando-os com ciúmes e soberba, negando a outros aquilo que Arcanus oferecera ao mundo.
A arte da forja Arcana se espalhou lentamente entre os grandes ferreiros dos principais Reinos do Continente. Suas criações não se igualavam à perfeição do original, mas ainda assim, uma espada que queimava como o sol ou um escudo que vibrava com energia invisível eram admiráveis por si só.
Entre os muitos rascunhos deixados por Arcanus, havia uma anotação que destoava das fórmulas, diagramas e esquemas:
“Magia é energia.
Energia que liga o material ao imaterial, o ser vivo ao objeto, o racional ao irracional.
Uma linha tênue separa os opostos — mas também os conecta.
Quando a enxergar, poderá moldá-la como bem quiser.
Energia não pode ser destruída, apenas transformada.
Se a própria vida é energia... no que ela se transforma quando morremos?”
Uma dúvida simples.
Terrível em sua pureza.
Foi essa reflexão que plantou a semente de um dos maiores massacres da história humana.
Afinal…
“Se é possível extrair a energia do inanimado para criar maravilhas arcanas... o que seria possível fazer com a energia da vida?”
Como apenas os magos detinham conhecimento profundo sobre a essência mágica, e os monges sobre os mistérios da alma, os reis e senhores, ignorantes e ambiciosos, tomaram um atalho sombrio.
Num mundo onde a magia ainda jorrava das fontes da natureza e pulsava no âmago dos seres vivos, os homens decidiram extraí-la ao máximo — mesmo que isso significasse exaurir o próprio sopro da existência.
***
A primeira luz da manhã filtrava-se pelas copas das árvores, tingindo o acampamento com tons dourados e suaves. O ar carregava o perfume da terra úmida e da madeira queimada, resquício da vigília noturna.
Como de costume, Kenshiro e Erina foram os primeiros a despertar.
Sem se preocuparem com seus companheiros adormecidos, aproveitaram os preciosos minutos de silêncio para si. Quando seus olhares se cruzaram sob a tênue luz matinal, um sorriso bobo se formou em seus rostos. O abraço que se seguiu foi apertado, cheio de calor e familiaridade, selado por um beijo demorado e tranquilo; o tipo de beijo que fala mais de confiança do que de paixão.
Ali, envoltos na brisa suave e no calor um do outro, recordavam-se de seu lar.
— Bom dia, meu amor — murmurou Kenshiro, acariciando com gentileza o rosto de sua esposa.
— Bom dia, meu marido — respondeu Erina, retribuindo o gesto com ternura.
Ainda que compartilhassem todas as noites e todas as manhãs desde o início da jornada, houve algo de especial na anterior. Haviam participado de um sonho compartilhado, manipulado por Kaji — um espaço íntimo onde revelaram seus medos, culpas e arrependimentos mais profundos.
A conversa fora libertadora. O fardo emocional do dia anterior parecia ter se dissipado. Estavam leves.
Mal sabiam, no entanto, que não estavam tão sozinhos quanto pensavam.
Perto da fogueira, Sebastian mexia com calma a lenha e cuidava da água para o café. O brilho das chamas refletia em seus olhos carmesim, e um leve sorriso curvou seus lábios ao notar o despertar do casal.
Kenshiro e Erina congelaram por um momento, envergonhados.
Talvez ele não tivesse visto tudo… talvez estivesse ocupado… talvez não tivesse notado nada.
Sebastian sorriu com malícia contida.
Ele viu tudo.
— O que está fazendo acordado? — rosnou Kenshiro, tentando manter o tom baixo. — Por que Kaji não estava de vigia?
— Bom dia, senhor Kenshiro — disse Sebastian com serenidade, ajeitando sua postura. — Kaji ficou de vigia até perceber que eu não dormiria. Propus um acordo: eu cuidaria da noite, e ele poderia descansar. Imagino que, na verdade, ele nunca tenha parado de vigiar... queria me testar. Queria ter certeza de que eu não tentaria morder seus pescoços.
O olhar de Kenshiro vasculhou entre as brasas da fogueira. Não havia sinal do elemental.
— Kaji — chamou com voz firme —, o quanto disso é verdade?
— Peço perdão, mestre Kenshiro — respondeu Kaji, surgindo do nada como uma brisa que toma forma. Sua aparência etérea contrastava com o bule de café que repousava em sua cabeça como um estranho chapéu. — Como você e madame Erina estavam abalados ontem, decidi assumir o comando por um tempo.
— Sem minha permissão?
— Lamento ter testado um de seus subordinados sem autorização — curvou-se respeitosamente. — Mas imaginei que, pelo ocorrido de ontem, vocês precisariam de alguém realmente confiável ao lado. Alguém que soubesse reconhecer um momento de fraqueza... e desviar a atenção dos demais.
— E por que o vampiro? — questionou Kenshiro com um suspiro — Qual o problema com Takashi?
— Takashi, nosso "lendário arqueiro", ainda está lutando contra suas próprias incertezas. Sebastian, por outro lado, já é maduro o suficiente para entender a posição em que está... e as consequências da insubordinação.
Erina aproximou-se calmamente, os olhos semicerrados, ainda despertando por completo.
— Ele entrou no grupo ontem — disse com cautela — Não foi devidamente testado.
— Takashi também não. Xin e Zudao são apenas passageiros. E quanto a mim? Sou apenas um Servo. — Kaji deu um sorriso sereno, quase paternal. — Vocês dois precisam de alguém para confiar. Mesmo que esse alguém seja um morto-vivo.
Kenshiro cruzou os braços, analisando Sebastian. Havia algo de intrigante no vampiro — uma frieza calculada, mas também uma honestidade brutal. Era como um livro aberto escrito em uma língua antiga: fácil de ler, difícil de compreender.
— E você confia nele?
— Confio em meu julgamento — respondeu Kaji, sem hesitar.
Kenshiro olhou para Erina. Mesmo antes de perguntar, já sabia a resposta.
— Por mim, tudo bem — disse ela, retirando o bule de café da cabeça de Kaji ao notar a fumaça. — Ainda não sei exatamente qual será sua posição no grupo, Sebastian… mas vamos descobri-la.
Com uma naturalidade surpreendente, Erina sentou-se ao lado do vampiro. Sebastian serviu o café com gestos elegantes, como se aquele momento fosse parte de um ritual antigo.
Os primeiros raios de sol iluminaram as bordas do acampamento, e o dia começou — com conversas baixas, canecas mornas e uma confiança silenciosa nascendo.
(...)
Enquanto as brasas da fogueira ainda crepitavam suavemente, Sebastian servia o café com movimentos elegantes, quase cerimoniais. O líquido escuro soltava uma fumaça doce e perfumada, mais suave do que o aroma forte e amargo comum.
— E então, Erina — disse o vampiro com um meio sorriso —, qual posição você se considera digna de ocupar?
Erina franziu as sobrancelhas, surpresa com a pergunta.
— Nunca parei pra pensar sobre isso... — respondeu, pegando a caneca — Você acha mesmo que é importante?
— Sem dúvida. — Sebastian apoiou o bule e cruzou as mãos atrás das costas. — Um título não é apenas uma decoração. Ele carrega peso. É a evidência da autoridade que você exerce.
— Podemos pensar em alguma coisa enquanto tomamos café — sugeriu Kaji.
Enquanto o vapor se erguia das canecas, tomaram o primeiro gole e se surpreenderam. O sabor era adocicado, suave, quase frutado. E nenhum deles havia colocado açúcar.
— Onde conseguiu isso? — perguntou Kenshiro, franzindo o cenho, ainda desconfiado.
— Que bom que perguntou — respondeu Sebastian, animado. — Comprei de um comerciante que voltava das Dunas. Devo dizer... ele não me cobrou barato. Mas o sabor valeu cada moeda.
— As Dunas... — murmurou Kenshiro. — As pessoas viajam distâncias absurdas apenas por produtos como esse.
— Diferentes de nós, não é? — comentou Erina, olhando para a caneca — Iremos mais longe ainda. E duvido que encontraremos algo assim.
Seus olhos escureceram brevemente com a lembrança da jornada à frente. Ao notar a mudança, Sebastian tratou de trocar o rumo da conversa.
— Já sei! “Capitã Erina” — disse, batendo com leveza a mão no peito, como se saudasse uma oficial.
Erina soltou uma risada abafada e abanou a mão.
— Não somos um exército, Sebastian. Nem uma tropa. Capitã é... exagerado.
— Não importa. — Ele ergue a sobrancelha. — É um título forte. Encaixa com sua postura. Se nosso grupo fosse maior, talvez até “Comandante”.
Houve um breve silêncio. Erina considerava a ideia, mordiscando o lábio inferior.
— Eu acho que soa bem — disse Kaji, surgindo ao lado deles, como se sempre estivesse ali. — “Capitã Erina” tem força. E responsabilidade. É o que você passa pra gente.
O sorriso que nasceu nos lábios de Erina foi sincero, quase infantil. Orgulhosa, tomou mais um gole do café como se brindasse ao título.
— E quanto ao Kenshiro? “Vice-líder” soa apropriado — sugeriu Sebastian.
Kenshiro arqueou uma sobrancelha, visivelmente decepcionado.
— Pensei que fosse seguir o mesmo padrão... “Tenente Kenshiro”, talvez?
— Eu até pensei — Sebastian deu de ombros. — Mas “Tenente” ou “Sargento” soariam... militares demais. “Intendente”, então? Não consigo te imaginar cuidando de mantimentos ou logística.
— Essa função já não é minha? — comentou Kaji, com humor contido.
— Pois é — murmurou Kenshiro, rindo de si mesmo. — “Vice-líder” vai ter que servir.
— E você? — perguntou Erina, voltando-se ao vampiro com um olhar curioso. — Qual título escolheria pra si?
Sebastian fitou a própria xícara por um instante.
Sua voz saiu mais baixa, quase melancólica: — Me contento com “Confidente”. Se é pra ser alguém confiável, de lealdade inquestionável... não vejo escolha melhor.
Kenshiro pousou sua caneca no chão, entrelaçou os dedos das mãos diante do rosto e olhou fixamente para Sebastian. Seus olhos, antes leves, agora carregavam firmeza.
— Então vamos começar a entrevista — disse com a voz pesada. — Me diga sua história.
— Acho que não é o momento apropria...
— Daqui a pouco, algum dos outros irá acordar. Quero partir confiando em você. Do contrário... vai ficar.
Erina se virou, surpresa com o tom do marido. Reconheceu ali a face protetora, e dura, daquele que amava.
Sebastian respirou fundo.
Um segundo de hesitação.
Depois, ergueu o queixo e fitou Kenshiro com firmeza.
— Está bem — disse, com um suspiro resignado.
Seus olhos agora tinham a profundidade de alguém que carregava séculos de histórias.
A entrevista começaria. E o passado de Sebastian, enfim, viria à luz.
Sebastian fechou os olhos por um breve momento antes de começar. Sua voz, quando finalmente rompeu o silêncio, soava quase sussurrada, como se invocasse fantasmas adormecidos.
— Sou o primeiro vampiro a nascer — disse, com calma. — Meus pais precisaram de uma quantidade absurda de sangue para que eu viesse ao mundo. Nunca soube de onde veio esse sangue... então não perguntem.
Fez uma pausa. O vapor do café subia entre eles como uma névoa silenciosa.
— Pouco tempo depois, nosso reino foi atacado pelos humanos. Tivemos de fugir, nos esconder. Foi um tempo difícil... Selene cuidou de mim por séculos. Foi a primeira mulher que amei... e a primeira que perdi.
Seus olhos vagaram para o chão. O silêncio que se seguiu era pesado. Mesmo sem lágrimas, havia luto em cada palavra.
— Quando atingi minha forma adulta, conheci Thalyra. Uma bruxa jovem, vivia isolada numa cabana na floresta. No início, fui até ela para me alimentar... mas ela viu em mim mais do que um monstro faminto. Mesmo depois de me imobilizar com um feitiço, ela permitiu que eu ficasse e me alimentasse de seu sangue regularmente. Após tantos anos, inevitavelmente, acabamos nos apaixonando. Ainda que não pudessemos ter filhos, nossa companhia bastava.
O canto de seus lábios tremeu levemente.
— Vivemos juntos por sessenta e um anos. Ela morreu dormindo, aos oitenta e três. Por seis meses permaneci naquela cabana, cuidando dela... e do túmulo. Só então tive forças para partir.
Sebastian passou a mão sobre o dedo que costumava deixar sua antiga aliança; perdida.
— Isso foi há mais de quinhentos anos. E, mesmo assim, sinto falta dela todos os dias.
Erina manteve o olhar firme, embora houvesse tristeza em sua mente.
— Em que momento você decidiu abdicar do sangue humano? — perguntou, num tom quase reverente.
— Essa parte... é curiosa. — Ele forçou um sorriso. — Quando deixei a cabana, fui para as profundezas da floresta. Passei fome por tempo demais... perdi os sentidos. Uma vila surgiu próxima ao local onde eu dormia. Quando senti o cheiro de uma jovem que sangrara pela primeira vez... enlouqueci.
Mas despertei em outro lugar. Outra floresta, distante de tudo. Sabia que não tinha matado ninguém... e, de alguma forma, uma ideia surgiu. A de me alimentar apenas de animais. E de só usar meu dom para prolongar a vida dos que estão à beira da morte.
— Um pensamento nobre... vindo do nada? — perguntou Kenshiro, visivelmente desconfiado.
— É o que me intriga até hoje — respondeu Sebastian. — Um século inteiro se passou entre meu surto e meu despertar. Nunca soube o que aconteceu. Mas sei que não cometi atrocidades. Tenho certeza.
Kenshiro o observava atentamente. Pela primeira vez, enxergava além da pose de nobreza e sarcasmo — via um ser milenar, cansado, honesto.
— Acho que é o suficiente — disse por fim, com um aceno breve.
Takashi se revirava ao longe, resmungando. Logo acordaria.
Foi então que Kenshiro se inclinou levemente para frente. Seus olhos agora tinham outro peso.
— Agora escute com atenção. Não posso te contar tudo. Mas vou te revelar o título que o Império deu a mim... o título que ainda ecoa pelas províncias.
Sebastian ergueu uma sobrancelha, atento.
— “Carrasco de Valéria.”
Um silêncio cortante pairou entre os três.
— Valéria era uma vila madeireira que abastecia Miravalle — continuou Kenshiro, a voz grave. — Madeira comum, pouco lucro. Por isso, esquecida pelo governo. Foi atacada por bandidos de Favéria. Ninguém percebeu. Nenhum reforço foi enviado.
Era uma vila de mulheres. O único homem era um veterano do exército, velho demais pra lutar. Abusaram das mulheres. Até a morte. E continuaram depois.
Sebastian fechou os olhos, a expressão se endurecendo.
— Ficaram cinco dias lá... até nossa chegada. Matamos cada miserável. Ordenei que Kaji queimasse Valéria inteira. Não queria que ninguém visse o que restou.
Erina continuava calada, os braços cruzados, encarando o chão. Era claro que havia mais. algo não dito, algo que pesava em seus ombros.
— Foi aí que um pequeno pelotão apareceu — disse Kenshiro, sombrio. — Tudo o que viram foi um dos Descendentes, espadachim imperial, colocando fogo em uma vila. No dia seguinte, meu rosto estava em cartazes por toda a província.
“Kenshiro Torison, o Carrasco de Valéria.”
Sebastian levou alguns segundos para reagir. Estava chocado, não com a brutalidade da história, e sim com a injustiça da guarda local.
Antes que pudesse perguntar mais...
— Ahhh... — bocejou Takashi, despertando, interrompendo o silêncio pesado com sua voz sonolenta.
O passado recuava mais uma vez para a sombra. Mas os vínculos ali, ao redor daquela fogueira, haviam se fortalecido.
Apoie a Novel Mania
Chega de anúncios irritantes, agora a Novel Mania será mantida exclusivamente pelos leitores, ou seja, sem anúncios ou assinaturas pagas. Para continuarmos online e sem interrupções, precisamos do seu apoio! Sua contribuição nos ajuda a manter a qualidade e incentivar a equipe a continuar trazendos mais conteúdos.
Novas traduções
Novels originais
Experiência sem anúncios