Bom Demônio Brasileira

Autor(a): Trajano


Volume 1 – Arco 2

capítulo 22: Buraco

A chuva escorria, ficando mais forte ao passar do tempo. As gotas se fundiam com a terra, formando lama, a qual ia para o ponto que a gravidade apontasse. Seu destino: um buraco de pouco mais de cinco metros.

Algumas vezes ela deslizava pela parede da cavidade, em outras simplesmente batia com força na parte mais profunda, e em casos específicos...

—Agh... Gah... Gah!

Cairia na boca do corpo estirado.

Graças ao pedaço de terra, seu cérebro trabalhou fortemente para fazê-lo afastar o perigo de se engasgar. Rapidamente ele se levantou, ficou de quatro e pôs toda aquela imundice para fora.

—Arh...

Não era que ele estivesse dormindo. Na verdade, já estava naquele local há muito tempo. Não conseguia dormir.

Quanto tempo fazia? Um, dois, três dias? Não podia distinguir, seu senso de tempo estava confuso. Já estava há muito tempo assim. Continuamente ele se deitava, encostava a cabeça em algum lugar para tentar deixar o mais confortável possível, mesmo levando em consideração a situação em que estava.

Mas não conseguia.

Desde que foi deixado nesse lugar, sabe-se lá quanto tempo faz isso, estava nesse estado. Podia parecer, vez ou outra, que ele estava dormindo tranquilamente, mas era como se estivesse forçando a si mesmo. Alguma coisa não o permitia descansar, relaxar o cérebro: dormir.

A água caía.

Um fenômeno estranho, com certeza. Existem, sim, casos de pessoas ficando tanto tempo despertos, mas hora ou outra sucumbiriam ao cansaço.

Isso não acontecia. Não com ele.

—Atlas...!—Palavras jogadas de forma voraz, não tinham peso, ou sentido.

Ele já havia chamado seu “colega” há tempos. Questionou essa habilidade, seria alguma espécie de poder estranho de seu título?

Não. Não era.

Atlas veio e explicou, ou melhor, negou que a origem disso fosse sua pessoa. Não sabia dizer o motivo de Sea não conseguir descansar, mas podia afirmar com 100% de certeza que não era de sua autoria.

—...!

Não, não era isso. Não era isso que ele devia questionar. Tinha algo mais importante, e isso sim era relevante pensar sobre. Mas...

—Chega!

Ele pôs as mãos na cabeça, ajoelhou-se e gritou ao céu.

Confuso. Tinha muito que pensar, mas focava apenas no que não teria como saber.

Negação.

Ele não pensava em outros assuntos exatamente por já saber a resposta. Também, por não gostar dela.

—Aaaaaaaaaaaahhh!!!!!

Deu um soco com toda a força no chão. Um ato inútil, movido puramente pela confusão de seus sentimentos. Seu corpo se chocou contra o sólido, machucando-se fortemente por ter ido contra a resistência da crosta terrestre.

Estava enraivecido...? Não, independente da origem da raiva, o tempo já teria o apaziguado. Sabia bem disso.

Estava solitário...? Não, independente da origem da solidão, o tempo já teria o apaziguado.

Sendo assim, o que sobrava?

A resposta seria óbvia para muitos, mas não para ele... era algo fora do seu espectro intelectual. Algo conhecido por palavras, mas não por experiência. Algo apagado de sua existência. Dessa forma, ele não chegaria a uma conclusão. Esse “algo” era tão forte que esse seria o único fim possível para a pessoa hoje conhecida como “Sea Scalding”. Se continuasse assim, sua caminhada terminaria aqui, em um buraco, machucado, ferido, desnorteado...

Haviam duas soluções para sair desse impasse. Infelizmente, as respostas não eram de seu conhecimento, e a escolha não estava em suas mãos...

—Ah... Ah... Ah...

Sua mente estava prestes a negar sua própria essência. Aquilo que jurara nunca mais fazer, rejeitar o que é mais importante para todo e qualquer indivíduo.

Seus olhos já perderam quase que completamente seu brilho, e agora, encaminhavam-se para a mais profunda escuridão...

—...!

Um baque;

Um toque;

Um chamado;

A escolha.

—Ah... Ah...

Subitamente, uma calma. Uma paz interior. Seu corpo contorceu em prazer. Levou a mão ao casaco, na região do peito, e a segurou como se sua vida dependesse disso. Seguindo o exemplo, flexionou todos os músculos de seu corpo. Não era dor, mas sim um bem-estar imenso que, de alguma forma, parecia errado no contexto atual.

—Ah...

Pouco a pouco, o brilho em seu olho foi voltando. Sua mente ia clareando, ficando mais lúcida. Deixava de ser uma besta irracional para voltar ao seu estado normal. O sangue correu forte, seus músculos flexionados iam relaxando, pouco a pouco...

—...

Um nada absoluto.

Ele ficou de joelhos, olhando para o chão, babando... como se seu espírito estivesse perfeitamente equilibrado, puro e justo...

—Agh..... GAH! ...... Arf... Arf...

Repentinamente, como se sofresse uma palmada nas costas, seu corpo caiu para frente. Seguindo o choque, uma quantidade inacreditável de sangue fluiu de seu coração, passando pela aorta, artérias, veias, todos os cantos possíveis, até encontrar uma saída na boca de Sea.

Um banho de sangue saiu de sua cavidade. Como se Poseidon ordenasse as ondas a ficarem agressivas. O gosto metálico, a cor vermelha-carmesim e textura pegasosa escorriam pelo chão, misturando-se a lama, como se fosse apenas uma pequena adição.

Sea Scalding estava de volta ao “normal”, por mais que bastante confuso com o que acabara de ocorrer.

...

—O quê...?

Levou um tempo para recobrar a consciência com perfeição. Aos poucos, seu cérebro foi ordenando os acontecimentos. Um elfo negro passou pela sua cabeça, um dono de estalagem, sua filha, uma noite, uma... emboscada.

—Safira...

Sim, era com o que deveria se preocupar desde o começo. Não em como sair, ou o que fizera de errado, e sim como recuperá-la.

Já sabia seus erro: ser descuidado por estar em uma localização segura. Querendo ou não, era também culpa de sua guia, mas não quis pôr isso na cabeça. Agora, era um problema dele e só dele.

As lembranças da armadilha vinham como uma enxurrada. Sua cabeça doía por recordar de tantos momentos dolorosos, mas não podia pausar isso, ou aliviar o sofrimento. Aguentou até o final, vendo como suas atitudes eram patéticas, e por sua causa tudo havia desmoronado.

Se não fosse tão fraco, isso não teria acontecido. Por ter atuado apenas como a princesa em perigo, as coisas terminaram assim.

—Arh...

Ele tentou se acalmar.

De certa forma, estava muito mais relaxado que antes. Na verdade, sequer conseguia entender o que ocorreu nesse tempo em que estivera fora de si. Era como se ele não pudesse se controlar...

Sim, realmente, ver o quanto seria inútil no passado não ia ajudar muito. Agora, ele tinha duas opções: sair do buraco, treinar pelos meses e derrotar Elias, ou resgatar Safira à força.

Para ele, sinceramente, essa escolha era difícil. Não sabia onde seu oponente se encontrava, nem se ele deixaria Safira segura se as coisas dessem errado. Tudo indicava que seguir a primeira solução era melhor.

—Huh... Urgh!?

Subitamente, um forte odor chegou ao seu nariz. Algo parecido a ovos podres e enxofre chegou às suas narinas, fazendo com que suas mãos involuntariamente tapassem seu rosto.

Ele analisou seus arredores. O buraco possuía algo em torno de 4 metros de diâmetro. Para melhorar sua visão, ele encostou suas costas contra a parede.

As mãos cobertas de terra que antes cobriam toda sua face abaixaram. Ele limitou apenas à sua boca, tentando o possível para deixar seus olhos livres. Ele virou a cabeça para um lado, então para o outro. Para cima e para baixo, mas não encontrava a origem do odor.

Então...

—Ah... Ah....!!!

 Ele sentiu que estava mais perto do que imaginava, e quando olhou para baixo...

Ossos, carne e pele rodeava a superfície de onde se encontrava. A podridão se estirava pela terra, os restos mortais de algo que não podia ser identificado devido seu estado.

Os ossos estavam jogados em um canto, um pouco de sua superfície já descascava, o odor emitido chegava a ser ridículo de tão forte. A parte da pele estava misturado com um pouco de pelo, rasgada, triturada, uma visão horrível de se ter. Se fosse perguntado para alguém, seria possível identificar que aquilo algum dia já fora um ser vivo. O pouco de carne que sobrava estava em um estado tenebroso.

Tirando o susto de se ter isso ao seu redor, a pergunta era, por que isso estava lá?

Ele lembrava de pouco após ter sido jogado, o buraco estava perfeitamente limpo, apenas com o que deveria se esperar. O que havia acontecido ali nos últimos dias para esse desenrolar?

—Ah...

Calma.

Antes de qualquer coisa, calma.

Ele não estava mais naquele estado de besta, não estava impulsivo. Tinha que pôr tudo em ordem, ficar se precipitando em conclusões de forma rápida não ajudaria.

Primeiramente, ele se distanciou dali. Foi para a extremidade oposta do buraco. De lá, ele tentou recordar as memórias perdidas. Tentou bastante, mas não conseguiu. Ficava com dor de cabeça só de pensar.

Então, ele notou uma coisa, ou melhor, a falta dela...

—Fome...?

Sim, ele tentou focar, não estava faminto. Tocou sua barriga, apalpou-a, procurando uma resposta, mas não tinha. Não sabia há quanto tempo estava ali, mas com certeza não pouco ao ponto de estar saciado.

Quanto a sede, não era algo para se importar. Com a chuva tocando seu corpo, ele não sentia esse desejo. Mais um dos poderes de Atlas, como havia sido dito. Infelizmente, isso não erradicava a fome, sendo assim...

—...

Ele olhou mais uma vez para a carcaça perto de si. De certa forma, devido seu estado pútrido, não podia dizer qual animal era quando vivo, mas...

—Ah...

Não foi difícil correlacionar o que havia acontecido.

Claramente podia estar errado, mas ele chegou a uma conclusão. No tempo ali presente, de alguma forma aqueles entraram ali, Sea os matou e, por fim, comeu.

A dúvida era se tratar como no plural seria o certo, mas devido o número de restos, foi o que achou mais certo.

—Urgh...

Demorou para notar, mas isso era extremamente nojento... Havia feito aquilo e ingerido carne crua, de uma forma tão primitiva...? Seu estômago embrulhou só de pensar nisso. Ele gostaria de vomitar cada pedaço do que consumiu, mas era uma situação que não apenas sua vida estava em jogo, também de quem ele mais considerava no mundo. Não podia se dar a esse luxo.

—Pft.

Tudo que pôde fazer foi dar uma cuspida. Ao menos, uma forma de preservar sua consciência, provar que sabia que o que fizera foi errado.

Também, ele ficou atento à realidade. Se realmente tivesse lutado contra essas bestas, seja lá qual for sua espécie, deveria ter se machucado, isso trazia algo incoerente para sua suposição, já que ele estava em perfeito estado físico, mas...

—...

Ele olhou para baixo, viu o que guardava seu corpo.

—Vovô...

Como se um calor parental o chamasse, Sea segurou firme a região do peito de seu casaco e se encolheu um pouco.

Estava seguro com aquilo. Não havia nada de errado. Um “obrigado”saiu, mais como um sussurro...

Tendo esse assunto finalizado, um sentimento de um pouco de satisfação passou pelo seu corpo. Realmente, ter ficado tranquilo o ajudou. Por fim, restavam poucos assuntos a serem abordados:

1-Como sair dali;

2-Trazer Safira de volta;

E...

—Limit...

De certa forma, não tinha descansado de forma apropriada desde que acordou no dia da emboscada. Ele não conseguia pensar em outro motivo sem ser Limit.

Também, não duvidava que esse “poder” de ficar acordado tivesse relação a isso...

—...

Memórias do passado.

Uma caverna, uma sensação ruim, um mago.

Eram memórias que, ao mesmo tempo que lembrava perfeitamente, tornavam-se confusas. Como estar no olho de um furacão. Seguro, mas ao mesmo tempo em perigo.

Seu conhecimento sobre era pouco. Na verdade, ínfimo. Apenas foi lhe dito que, ao falar “Limit Break”, algo aconteceria. Ao decorrer de seu crescimento, usou essa habilidade algumas poucas vezes, mas... não passava de algo que o deixava um pouco mais rápido, forte e atento, além de fazer seu cérebro trabalhar mais rápido. Ficar acordado não estava dentro da cartela de “poderes.”

De qualquer forma, tinha uma certeza...

Foi naquele dia, naquela caverna, com aquele homem... que sua vida tomou um rumo.

*Kabum*

Um raio.

—...!

Antes que percebesse, a proporção da chuva crescera consideravelmente. Esteve tão imerso em pensamentos que se esquecera do ambiente. A água já começava a se acumular no buraco. Não indicava que iria subir muito, mas Sea se preparou. Uma pessoa normal talvez se afogasse, mas graças a Atlas, isso não aconteceria.

De súbito, algo extirpou o ar.

Um regougar, claro e alto foi ouvido ao longe. Sea não identificou de imediato, confundiu com os sons de animais mais conhecidos, assim como alguns de sua terra natal. Todavia, quando se levantou para tentar melhorar sua audição...

—...

Dois olhos afiados e brancos o miravam. Um quadrúpede de pelo amarelado, que percorria todo seu corpo. Suas orelhas estavam abaixadas, como se seguissem seu corpo, deitado ao chão. Uma raposa. Ela analisava friamente a situação, até que notou o olhar  do invocado, e imediatamente se retirou.

Não demorou muito para Sea entender o que era aquilo.

Um chamado. Ele não tinha certeza se o animal que viu era o detentou do barulho, mas apostou que sim.

O animal iria chamar seu bando. A pergunta era, para quê? Sea não sabia como eram os animais desse mundo, podiam ser diferentes da Terra, mas uma raposa não o abordaria. Até poderiam descer, mas seria impossível subir de volta, tornando essa ação em uma bastante inútil.

Do ponto de vista biológico, evolutivo, seja lá qual for utilizado, isso não fazia sentido. Era morte certa.

Mas então...

Um rugido ecoou por fora do buraco. O ranger de dentes era facilmente audível por mais que claramente estivesse sendo restringido. O barulho da lama sendo jogada para trás, o grito do bote...

Em seguida, a única coisa que entrou em sua visão era a parte frontal de uma raposa indo em sua direção.

Seu corpo estava completamente estirado, se não fosse pelo contexto, poderia-se dizer que estava tentando voar. O corpo viajava em uma velocidade extremamente rápida, indo direto em Sea.

Ele não sabia como reagir. Independente do que já vivenciou, ser atacado por um animal silvestre de tal porte não estava dentro elas.

Ele, com um instinto natural, pôs os braços na frente do corpo, iria fazer o máximo para se proteger daquilo.

Entretanto...

Um incrível número de sons começaram a disparar ao mesmo tempo do lado de fora. Antes que ele pudesse distinguir o que cada um deles podia significar, uma visão veio primeiro à sua frente.

O animal que antes vinha contra ele fervorosamente estava, por algum motivo, regredindo... não, fora jogado para trás. Uma boa parte de seu corpo havia sido queimado. Também, a parede, antes sólida, estava parcialmente esburacada de forma irregular.

Podia estar errado, mas jurou que era uma explosão. Seguindo essa linha, identificou que os sons externos seriam o mesmo.

*Kabuum*

Agora, com esse isolado, ele não tinha dúvidas. Incontáveis explosões surgiam na região, embaralhando todo o clima do ambiente.

Um regougar... Não, dois ecoaram pela floresta, seguido por rajadas de vento. A situação estava de pernas pro ar, a mente de Sea, por mais que trabalhando mais rápido, não conseguia se pôr no lugar, tudo pelo que estava passando havia capotado. Se sua situação estava aterradora, agora estava ainda pior.

—Ah... Ah...!!!!

Antes que percebesse, algo mais vinha em sua direção. Era algo extremamente longo, rígido e grosso, de cor marrom-escuro. Ele sentia que já havia visto em algum lugar, aquele formato e cor...

Sem ter tempo de recobrar o que era aquilo, pulou para o lado. O objeto que o mirava colidiu contra o lugar em que o jovem se encontrava. Se não houvesse sido rápido, não estaria mais aqui.

Rapidamente se levantou, não podia descansar, não agora. Virou metade de seu corpo e, já menos tenso, identificou o que lhe atacara: uma árvore.

Sim, uma igual aquelas que esteve vendo por dentro do buraco. De alguma forma, essa havia sido derrubada. Uma parte ainda estava para fora, e...

—Ah!

Ele não demorou para juntar os sinais.

Querendo ou não, encontra outra forma para sair dali demoraria demais. Além de não ter certeza se podia sair, prefirou pegar o caminho rápido.

Com as forças que tinha, agarrou-se ao tronco e ficou na parte superior. Após uma breve checagem para ter certeza de que estava estabilizado, subiu como uma aranha. Em pouco menos de dois minutos, finalmente, estava fora do buraco.

Seus olhos lacrimejavam de emoção. Se não fosse a situação em que estava, teria chorado de alegria.

Enquanto tudo isso acontecia, as explosões não cessavam, assim como os sons animalescos. Ele olhou em direção ao céu, o castelo era tão grande que podia ser visto de praticamente qualquer canto da floresta.

—Ali...!

Encontrou as torres, e seguiu até onde estavam. A distância não era grande. Na verdade, desde pouco antes de ser isolado, já sabia aproximadamente o quão perto estava.

Ele estava indo em um passo acelerado, mas assim que escutou os sons do apocalipse chegando mais perto de si, correu como se sua vida dependesse disso.

De certa forma, dependia.

 Os seus passos eram pesados, não importa o quanto   a graça de Atlas o ajudasse, continua sendo uma tarefa árdua. Sua respiração ofegante se misturava à pouca névoa do lado de fora, tornando-se praticamente inexistente. Seus membros quase caíam,  só queriam descansar, nada mais.

—Ah...! 

Estava tão  concentrado em fugir que sequer percebera quando se encontrou com a parede do castelo. Por causa disso, estatelou-se contra  a mesma.

Ele observou os lados, procurando algum tipo de entrada. Felizmente, não demorou muito, e pouco depois a porta de madeira, cor de noz, apareceu em sua visão.

Ele mais uma vez abusou de seu corpo para aquela direção. Não queria ficar muito mais tempo no interior da floresta, em meio a tudo aquilo.

A porta abriu com o giro da maçaneta.

Foi puxada com tanta força que quase fora arrancada. Sea adentrou o interior da construção, e quando estava prestes a separá-lo por definitivo do mundo externo...

Virou-se.

Dois seres. Enormes, esse adjetivo era o que mais se encaixava para defini-los. Apenas suas silhuetas podiam ser vistas, por mais que pudesse distinguir uma cor amarelada em uma das figuras, e uma esbranquiçada na outra.

Seus corpos eram esguios, formava um pescoço e cabeça, lembrava bastante algo que vira há pouco... Sim, não demorou para vir à sua mente. Pareciam raposas enormes. As orelhas características entregavam, e mesmo que pouco, conseguia ver uma cauda por trás de seus corpos.

Além disso, mais duas sombras humanóides podiam ser vistas de costas, estavam frente a frente com as raposas enormes.

Entretanto, o invocado não queria se alongar nisso. Antes que pudesse ver com mais clareza, fechou a porta com um poder estonteante.

Sea Scalding adentrou o castelo.



Comentários