Volume 9

Capítulo 182: Encontro no centro da cidade (Parte 2)

Na rua um pouco afastada da rua principal do centro, no restaurante fast-food que ficava de frente para a rua, no banco do lado da janela no segundo andar do restaurante, as figuras de três jovens que pareciam ser estudantes do ensino médio podiam ser vistas relaxando apáticos na cadeira, como se quisessem dizer que eles tinham muito tempo livre.

Acima da bandeja que foi colocada sobre a mesa em frente aos três, embalagens de hambúrguer que estavam amassadas em uma forma redonda e recipientes vazios de batatas fritas estavam espalhados.

— Aaaaa.

Enquanto olhava carrancudo o suco que havia ficado sem sabor devido ao derretimento do gelo, um dos alunos do ensino médio estava emitindo um gemido estranho. Ao ouvir isso, os dois alunos restantes dirigiram um olhar irritado e de entendimento para o primeiro aluno.

— Eu sei que não temos nada a fazer, mas não solte esse tipo de voz. É constrangedor.

— Você está dizendo algo assim, hein. Neste feriado precioso, três homens estão tagarelando assim... raaaaaa. Além de não ter nada para fazer, isso está vazio…

— Não diga isso. Isso só te fará se sentir mais vazio.

Esses três, que eram amigos desde o ensino médio, na verdade eram alunos do primeiro ano do ensino médio. Alimentando uma fraca esperança de que, se eles avançassem para o ensino médio, uma primavera emocionante de suas vidas, que não existia no ensino médio, se tornaria realidade... que algo iria acontecer. Na verdade, não havia nada de especial em relação ao que acontecia, e eles passavam dias normais que não tinham diferença do período da escola secundária.

Na verdade, a escola em que estavam matriculadas era a escola do ensino médio onde o caso oculto de abalar o mundo aconteceu há um ano e, entre os atuais alunos dos terceiros anos, havia também os seniores que estavam diretamente relacionados com esse caso. Essa também se tornou a causa principal que inflou a esperança de que "algo" pudesse acontecer em suas vidas no ensino médio (eles receberam uma oposição feroz de seus pais quando escolheram esta escola como a primeira escolha, mas conseguiram os convencer), porém... nada aconteceu.

Claro que havia também um ponto decisivamente diferente antes e depois do caso oculto, e isso foi algo que, sem dúvida, fez com que eles se deliciassem do fundo do coração que se matricularam na escola atual. Esse ponto era...

— Aa, eu quero ter um encontro com Yue-senpai.

— Quero me casar com Shia-senpai.

— Shirasaki-senpai… é ótima, não é?

Os três estavam encarando o teto enquanto compartilhava suas ilusões selvagens, que, em vez de estar com esses amigos homens com quem mantinham um relacionamento próximo e indesejável, mas inseparável, preferiam passear pela cidade em um feriado com as seniores que ansiavam. E então ouvindo as palavras um do outro, eles trocaram olhares. E então, eles falaram ao mesmo tempo:

— Não diga desse tipo. Parece vazio.

— Não diga desse tipo. Parece vazio.

— Não diga desse tipo. Parece vazio.

Os três suspiraram simultaneamente de forma tão profunda que com certeza deixaram escapar toda a felicidade que possuíam¹. Enquanto as imagens das veteranas pelas quais eles ansiavam estavam flutuando no fundo de suas mentes, ao mesmo tempo, eles lamentavam o fato de como o olhar de seus anseios era dirigido apenas a uma única pessoa. Além disso, essa pessoa era a mesma que as três garotas diferentes desejavam, e esse fato era conhecido não apenas na escola, mas até todo o bairro já sabia disso.

Além disso, não parava apenas com as três seniores, algo assim era apenas...

— Merda, mesmo que neste mundo haja muitas pessoas apaixonadas pela pobreza como nós, aquele bastardo de merda!

— E-ei. Pare com isso. Você já se esqueceu dos caras que se ficaram daquele jeito depois de falar mal de "você-sabe-quem" pelas costas?

— ... você está falando sobre o capitão do clube de karatê, como ele foi transfigurado em uma irmãzona no dia seguinte?

— Há também isso, mas existem pessoas como o craque do clube de futebol que ficou com uma fobia de mulheres, ou o professor de matemática que estava sempre agindo sarcasticamente e um dia de repente começou a usar linguagem formal com "você-sabe-quem", quase como um funcionário militar…

— Mas-mas isso é tudo mentira, não é? São apenas lendas urbanas, certo? Olha, esses caras, eles são os "repatriados". Esse tipo de história foi criada em parte como diversão... na verdade, não há veteranos ou professores como os desses boatos.

— Isso, você está certo nisso, mas...

Histórias que pareciam uma lenda urbana... mas falando sobre isso, até a história do “harém real” também “soava como uma lenda urbana” nesse caso... no fim, foi o que os três começaram a pensar mas eles não disseram isso em voz alta. Era verdade que alunos e professores que se tornaram a base dos rumores não puderam ser encontrados na escola, mas, ao mesmo tempo, também havia rumores de que esses caras haviam se transferido de escolas ou mudado de emprego.

Não se sabia o que era verdade e o que era mentira, e isso também causava sentimentos desconfortáveis que eles não podiam descrever. Especialmente porque os novos alunos do primeiro ano não sabiam por que os "repatriados", as pessoas que voltaram da arrebatamento em massa, foram chamadas assim pela sociedade e, dessa forma, a nomeação permaneceu, e a vida escolar logo após o retorno deles no caso oculto continuou.

De modo natural, havia também muitos alunos do primeiro ano que ignoravam os costumes do mundo e se empolgavam. Eles tentaram ir para a ofensiva com as belas veteranas e estudantes estrangeiras que estavam no grupo dos "repatriados"; porém... a maioria deles se transformou em cinzas depois de verem a relação dessas beldades com "aquela pessoa", ou foram parados pelos homens mais velhos do grupo dos "repatriados" com olhares gentis quando tentaram tomar ações maliciosas por ciúmes. Depois de alguns meses, essas pessoas acabaram se tornando um pouco mais adultas, por entenderem em seus corações que "era assim que as coisas eram".

Mesmo assim, como esperado, não havia como deter o anseio pelas seniores, que eram tão belas que nem as celebridades poderiam ganhar contra elas, e isso era ainda mais verdadeiro com o ciúme em relação a "você-sabe-quem", que de forma literal monopolizava aquelas beldades como se não fosse nada demais. Às vezes, resmungos ou xingamentos escapavam em direção a "você-sabe-quem".

— Raa… hm? E-ei, aquilo...

— Hmm?

— Aa?

Um dos estudantes, por algum motivo, desviou o olhar para fora da janela, e então ele percebeu aquele grupo e levantou a voz. Os outros dois ficaram curiosos e moveram o olhar para seguir o dele, e ali, com um timing inacreditável, o grupo dos rumores estava andando na rua do outro lado.

Era "você-sabe-quem", Hajime Nagumo e suas esposas.

— Ei, ei, por que essas pessoas estão aqui?

— Isso é, não importa como você observe, deve ser um encontro.

— Como sempre, que formação incrível, hum... espere, aquela criança cavalgando no ombro "daquela pessoa", essa é a filha dos rumores? Então é verdade que ele tem uma filha? Isso não é ruim...

Os três garotos se agarraram ao vidro da janela, olhando avidamente para Hajime, que caminhava sem preocupações enquanto estava cercado por meninas e mulheres belíssimas. Ao vê-lo do ponto de vista das pessoas dentro do restaurante, as figuras daqueles três eram como lagartixas agarradas a uma janela, era uma visão estranha. Isso quase fez o sorriso profissional da garçonete do restaurante desmoronar.

— Yue-senpai, Shia-senpai... Shirasaki-senpai e Yaegashi-senpai também estão lá. A seguir, estão a beldade de cabelos pretos e a beldade loira que às vezes eram vistas no festival escolar ou depois da aula…

— Que tipo de formação perfeita é essa!? Mas que droga!

— Aa, aquela criança também... ela é superfofa. Existe até uma garotinha linda... que inveja.

— Eh?

— Eh?

— Eh?

A última declaração fez os três soltarem sons estúpidos enquanto se encaravam. Ou melhor, dois deles estavam com olhares que parecia dizer: — Eh, esse cara está falando sério, ele é aquele tipo de pessoa? —, enquanto encaravam o último que recuava. Aquela última pessoa, percebendo isso, tentou resolver o mal-entendido em pânico.

— Ah, os senpai estão indo para longe.

— É isso, não temos nada para fazer, então vamos tentar segui-los. Que tipo de encontro um verdadeiro harém está tendo, isso pode ser usado para referências futuras.

— Ei, vocês estão tendo um mal-entendido, tá bem? Eu não sou assim, tá?

— Mas, ficará tudo bem? Pelos boatos, essas pessoas, por algum motivo, são realmente astutos, foi o que eu ouvi. Não será ruim se formos descobertos?

— Estamos no centro da cidade. Também há muitas pessoas, então não haverá nenhum problema. Além disso, é sobre aquele grupo de beldades que estamos falando. Há uma grande chance de alguns marginais começarem uma briga com elas. Nesse momento, que tipo de ação "aquela pessoa" tomará... talvez possamos entender um pouco, se os rumores sobre o senpai, que se transformou em uma irmãzona, ou o professor que se transformou em um pseudomilitar são verdadeiros ou não, o que vocês acham? Vocês estão curiosos, não estão?

— Ei-ei, me escutem. Eu realmente não tenho nenhum interesse por criancinhas. Eu estava apenas...

— Com certeza... espere, isso é ruim, eles estão ficando cada vez mais longe. Por enquanto, vamos sair primeiro.

— Isso aí. Bem, mesmo apenas prestar respeito a figura de Yue-senpai e as outras em roupas casuais no feriado já é algo muito bom.

— Né?

— Ei, esperem! Não me ignorem! Vocês estão mesmo enganados! Não, é sério!

Até o final, os três estudantes barulhentos não notaram a garçonete anterior, cujos olhos não estavam mais sorrindo, embora os lábios ainda estivessem. Eles saíram do restaurante com passos barulhentos. E então, da entrada no andar de baixo, um grito de: — Em vez disso, sou alguém que fica excitado com uma mulher adulta, como professoras ou viúvaaaas! —, que causaria dores de cabeça, podia ser ouvido... as garçonetes suspiraram ao ouvir isso.

— Eeeei, vocês estão mesmo enganados. Tá?

— Puxa, nós já entendemos.

— Você gosta de professoras ou viúvas. Era isso que você estava dizendo, certo? Em vez disso, não faça tanto barulho. Nós vamos ser descobertos.

— Mesmo que eu estivesse prestes a ser tratado como um lolicon pervertido agora há pouco, vocês...

No momento em que declarou seu fetiche ultrajante no restaurante de fast-food, ele já era sem dúvidas um pervertido, mas ninguém respondeu isso. Em vez disso, era mais importante observar atentamente o grupo de Hajime, que estava desfrutando das vitrines, no final dos olhares do trio.

Enquanto eles observavam, o grupo do Sinergista entrou em uma grande loja de três andares que era bastante famosa por sua moda feminina. Do outro lado da janela de vidro, o trio pôde ver como as funcionárias da loja e as outras clientes ficaram surpresas por um momento, mas as funcionárias recuperaram suas atitudes habituais na mesma hora como profissionais, enquanto as outras clientes estavam olhando como se tivessem encontrado uma celebridade. Os homens que foram levados junto com as clientes do sexo feminino estavam olhando fascinados e aturdidos.

Entre eles, o grupo mencionado não parecia incomodado com toda a atenção e eles apenas olhavam dentro da loja. Às vezes, o grupo feminino pedia a opinião de Hajime e experimentava algumas roupas. Para isso, o rapaz mudou a posição de Myuu de cima de seus ombros para carregá-la com uma mão, e então ele parecia dizer uma ou duas frases em relação a suas impressões sobre as roupas. Só de olhar, podia-se ver de forma clara que Yue e as outras estavam balançando de alegria e nervosismo quando ouviam o que Hajime estava dizendo.

— … por acaso, aquele homem está dando impressões diferentes para todos elas?

— Se ele está apenas dizendo "isso combina com você", isso será dito pelo menos seis vezes em apenas uma rodada, não é? Nesse caso, isso o faria parecer um disco quebrado.

— Com base nas expressões de todas aquelas garotas, parece que aquele homem está compartilhando impressões diferentes a cada vez, sem falhar. É este o verdadeiro poder de um homem dono de um harém…

O trio continuava observando escondido nas sombras das mercadorias, mesmo sendo vistos com suspeita por outras clientes e funcionárias. Suas expressões mudaram para um estremecimento. Se fossem eles que tivessem que dar impressões para tantas mulheres trocando de roupa várias vezes como estava acontecendo... sem dúvida, no caso do trio, eles se transformariam em um disco quebrado, dizendo sempre a mesma coisa.

Mas, em seguida, depois que o grupo se sentiu satisfeito andando pela loja, os três alunos medíocres do ensino médio (primeiros-anistas) foram obrigados a provar ainda mais o horror dos atos de um verdadeiro harém.

— Es-espere! Não me diga, ele está planejando pagar por todas essas roupas!?

— É mentira, não é? Esta loja, é muito cara, sabia!? Mesmo que cada uma delas compre apenas uma peça de roupa, haverá seis peças... a força financeira desse cara é a de um monstro!?

À frente do olhar do trio trêmulo, havia seis peças de roupa que foram colocadas no registro. Yue, Shia, Tio e Remia pareciam felizes, enquanto Kaori e Shizuku pareciam um pouco culpadas. Mesmo assim, elas estavam encarando com felicidade indisfarçada as costas de Hajime, que estava conversando com a funcionária.

Hajime entregou um cartão a funcionária e pagou a conta, depois escreveu o endereço do destino para o boleto e voltou. Ele apenas deu de ombros para os agradecimentos que lhe foram ditos pelo grupo feminino antes de insistir para que continuassem o encontro.

E então havia Myuu, que batia de leve na bochecha de Hajime em protesto, porque foi apenas ela que não havia comprado algumas roupas devido à falta de tamanho adequado ao seu corpo, mas como se dissesse que ele entendeu o recado, Hajime mostrou um gentil para ela e assentiu antes de saírem da loja.

As clientes que estavam acompanhadas por namorados ou amigos e as funcionárias que ficaram para trás soltaram um suspiro profundo que foi preenchido com vários pensamentos.

— Parando para pensar, uma vez, ouvi um boato. Os pais "daquela pessoa" parecem ser o presidente de uma empresa de jogos e uma popular autora de mangás. Além disso, parece que a própria pessoa também fez alguns trabalhos de meio período, e dizem que ele ganhou bastante.

— Aa. Eu também ouvi algo parecido. Além disso, havia também alguns boatos de que a própria pessoa estava iniciando uma empresa relacionada a joias. Dizem que a beldade de cabelos pretos e a loira são a diretora da empresa e a secretária ou algo do tipo.

Enquanto seguiam o grupo de Hajime, o trio ria sem graça depois de conversar sobre os rumores que originalmente pareciam uma piada, mas agora, pareciam ter alguma verdade depois do que foi testemunhado.

Na realidade, esse boato estava corretíssimo. Quando Hajime voltou para este mundo, ele se ocupou muito em cuidar de problemas sérios, como a falsificação de tudo o que estava relacionado à administração do governo, incluindo registros familiares, etc., e também contramedidas em relação aos meios de comunicação.

Quando tudo isso se acalmou, ele se deparou com o problema de prover Yue e as outras. Embora ainda fosse um estudante, como era de se esperar, era inaceitável que um homem continuasse confiando nos pais para isso. Para aumentar seu status de confiabilidade, ele ponderou sobre uma maneira de ganhar dinheiro.

Uma de suas ideias era abrir uma joalheria. Se lhe perguntassem por que uma joalheria, é claro que era porque ele era um mestre da transmutação e, com isso, ele possuía um método injusto em relação à tecnologia de processamento de joias. Dependendo da situação, mesmo sem minério bruto, desde que ele tivesse a habilidade Componente Estrutural, ele poderia criar pedras preciosas a partir do zero.

Quanto ao design, ele contava com Remia, que inesperadamente demonstrava um bom senso em suas ideias, enquanto o Sinergista apenas transmutava seguindo seus desenhos. Além disso, apenas o uso desses acessórios criados por Hajime melhoraria a condição física do usuário, melhoraria a pele ou aumentaria a capacidade de memorização, de qualquer maneira, os acessórios tinham efeitos milagrosos.

No momento, o negócio era realizado em um pequeno escritório, com as vendas sobretudo feitas pela internet, mas mesmo assim, Tio, que naquele ano estava aprendendo economia e administração, cuidava da gestão do negócio, assim o rapaz poderia trabalhar enquanto também ia à escola. Em vez disso, através do boca a boca, o bom senso de design e os efeitos milagrosos foram promovidos ainda mais e os negócios produziram bastante lucro.

Além disso, Remia e Tio, que não estavam frequentando a escola, respectivamente, mostraram interesse no estilo de design ou no sistema econômico da Terra, portanto, essa joalheria que Hajime estabeleceu não estava apenas matando dois coelhos com uma cajadada, ela já estava matando três coelhos, com uma solução onde Remia e Tio também poderiam perseguir seus interesses. O próprio Sinergista também estava estendendo a mão para vários comércios à sua maneira.

— As mercadorias mágicas estão vendendo como magia, hum. —  Ver Hajime, que estava mostrando um sorriso torto ao dizer isso, fez Shuu e Sumire desviarem os olhos ao mesmo tempo, sem dizer que Yue e as outras estavam encantadas com o rapaz.

— E-ei, até que enfim é o desenvolvimento que imaginávamos! Como esperado daquelas veteranas. O predador que mordeu a isca não parece nem um pouco incompetente.

— Espere, vai ficar tudo bem? Pela aparência, eles parecem estudantes universitários, eles são absurdamente enormes.

— Va-vamos pelo menos nos preparar para que possamos entrar em contato com a polícia.

À frente dos olhares do trio que estava escondido na placa próxima enquanto observavam a situação, o grupo de Hajime, que ia entrar em uma loja de roupas infantis, estava sendo abordado por cinco homens com grandes estruturas corporais que pareciam ser estudantes universitários. Os cinco estudantes universitários estavam se aproximando com sorrisos nas bocas. Cabelos tingidos, roupas amarrotadas, expressões e atmosferas grosseiras, de tudo isso, era óbvio que eles eram o tipo de pessoa com quem você não gostaria de se envolver.

As pessoas nos arredores também estavam de alguma forma sentindo o problema que aconteceria, um ar inquieto podia ser sentido delas.

A aproximação desses camaradas fez Hajime olhar para trás e estreitar os olhos. E então, os cinco homens chegaram diante do grupo do Siga, o som de alguém engolindo em seco podia ser ouvido de algum lugar, na sequência...

— Hajime-san, e também todas as namoradas, saudações, su!

— Saudações, su!

Os cinco caras assustadores curvaram as cabeças ao mesmo tempo. Vozes e expressões de — Eeeeeeeee!! — transbordavam dos arredores. O desenvolvimento inesperado também fez com que o trio seguisse com — Por quêêêê!? — com seus corpos inclinados para fora da placa. No meio de tudo isso, Hajime respondeu:

— … aa? Quem são vocês?

Ele devolveu um olhar desconfiado para os caras assustadores. Ficando perturbado e um pouco chocado com essa resposta, um homem com cabelos loiros tingidos e piercings abriu a boca em pânico.

— Sou-sou eu, eu. Você não se lembra de mim?

— Hmph? Então isso é um golpe do tipo “Sou eu, eu” logo de cara²… você é um cara bem criativo, hein?

— Não-não é isso! Há meio ano, eu briguei com Hajime-san junto com vinte dos meus amigos. Eu sou o Hide, aquele que foi brutalmente espancado naquela vez! Depois disso, Hajime-san me indicou para o meu local de trabalho atual, e a partir disso, trabalhei junto com você algumas vezes como um informante, não se lembra?

— … aah, pois é. Hide, hum. Hide. Pois é. Eu me lembro de você agora.

— Vo-você se lembra mesmo de mim?

De modo óbvio, Hajime não parecia se lembrar, mas as coisas ficariam assustadoras se esse Hide continuasse perguntando de modo persistente (meio ano atrás, ele havia experimentado o "verdadeiro medo"), assim o homem parou de insistir. Aquele rosto assustador mudou para uma aparência patética como um filhote de cachorro que foi abandonado.

— Então, Hide, o informante espancado, que assuntos você tem comigo?

— Esse nome parece que pode acabar se tornando meu apelido, então por favor, me poupe disso. Eeerr, na verdade, não tenho nenhum assunto, só vi Hajime-san por acaso, então vim apenas dar meus cumprimentos, isso é tudo.

— Entendo. Que cara honesto, hum. Aa, por algum motivo me lembrei de você. Se me lembro bem, vocês eram um grupo que foram ignorados por Yue e as outras, e então tentaram sequestrar Myuu como vingança, e no fim, vocês terminaram em um dogeza para mim enquanto choravam, foi isso?

— … por favor, não diga mais nada sobre isso. Esse é um passado que eu quero muito apagar…

Os olhos de Hide e seus amigos ficaram vazios enquanto seus corpos estremeciam. Um deles parecia a ponto de chorar.

Depois disso, Hide e os outros que conversaram um pouco com Hajime disseram que, se fossem roupas de criança, sabiam de uma loja de um conhecido próximo que não era famosa, mas que tinha boas mercadorias, e ao receber essas informações, o Sinergista e as garotas se dirigiram para lá. Vendo os cinco homens assustadores, que eram como soldados bem treinados pela forma como continuaram a abaixar as cabeças até que a figura do grupo de Hajime desaparecesse de vista, não era preciso dizer que isso fez com o ambiente ficasse silencioso.

— De alguma forma, isso foi diferente do que esperei…

— O que esperávamos já tinha acontecido, e foi resolvido por "aquela pessoa", e este é o resultado, hum.

— ... "resolução" que fez aquele perigoso grupo de pessoas mais velhas agirem como cães leais, hã... aqueles caras, vocês viram que eles estavam tremendo...

— …

— …

Por algum motivo, os corpos do trio estremeceram de repente. E então, naquele momento, eles estavam ponderando se continuariam a perseguição ou só parariam com isso, eles testemunharam o espetáculo do grupo de Hajime deixando a loja de roupas infantis e o grupo de delinquentes que viu essa cena mais uma vez curvou suas cabeças para o Sinergista, assim como antes.

O trio perdeu a chance de falar sobre parar essa observação. E enquanto esse trio ainda observava com atenção, eles viram o Sinergista e as garotas perguntarem sobre uma boa cafeteria antes de se afastarem e os delinquentes, como esperado, curvaram as cabeças enquanto o grupo de Hajime ia embora.

Mesmo durante a caminhada até a cafeteria, a cena de grupos de jovens, que com certeza tinham preferências por ficar em becos escuros, se levantando em pânico para dar uma saudação enquanto curvavam as cabeças quando eles por acaso viam a figura do Sinergista, entrou na visão do trio várias vezes.

Mesmo quando voltavam para a rua principal, o mesmo acontecia, grupos de homens, que pareciam ser desse tipo, de repente abaixavam as cabeças com olhares cheios de terror e respeito quando cruzavam o caminho de Hajime.

E o argumento decisivo de tudo isso foi quando um carro estrangeiro preto parou perto do Sinergista e seu grupo que estava tendo uma conversa agradável em uma cafeteria no terraço aberto. Desse carro, um grupo de homens vestindo ternos e cercados por uma atmosfera perigosa, que acabaria com pessoas como os delinquentes de até agora, estavam saindo e, como esperado, até esses homens perigosos também estavam cumprimentando enquanto curvavam a cabeça para Hajime. De modo natural, a atmosfera do café congelou devido a isso.

E então, o último homem que saiu do carro, um homem de cerca de sessenta anos vestindo um hakama³... não importava como alguém olhasse para ele, esse homem não podia ser visto como nada além de um chefe da yakuza. O rosto vilanesco daquele homem distorceu ainda mais quando ele falou com Hajime:

— Como sempre, você está em uma ótima posição, não? Ter mulheres o servindo nesse tipo de lugar aberto no meio do dia, apesar de você ser apenas um pirralho. Eu queria ver os rostos dos pais de alguém como você.

— Se é o rosto dos meus pais, você já os conhece, não conhece? Afinal, quando você tentou se vingar de mim, que esmagou seus negócios idiotas, você investigou de forma minuciosa meu entorno. Em vez disso, que negócios você tem comigo, hein? Como você pode ver, estou no meio de um encontro agora. Se você intencionalmente parou seu carro apenas para ser sarcástico comigo, então vou esmagá-lo de novo, entendeu?

— Ka, ka, não diga algo assustador assim. Como o lado que foi mesmo exterminado, não posso interpretar isso como uma mera piada.

"Não fale assim com um yakuza, seu maldito!" Os clientes e funcionários do café, e também o trio, estavam gritando assim dentro de seus corações, mas quando ouviram as próximas palavras do chefe da yakuza, desta vez, eles congelaram de uma forma diferente. Eles pensaram: "Agora mesmo, o que o chefe disse?"

— É ótimo que este seja o Japão, e eu sou um japonês virtuoso, hum. Se não fosse esse o caso, a essa altura vocês já teriam se tornado poeira dançando no céu.

— … você tem consciência de que seu discurso é mais yakuza do que o da própria yakuza? Haa, bem, está tudo bem. Sobre por que eu te chamei assim…

Parecia que a razão para o chefe da yakuza falar com Hajime era que, no passado, várias coisas aconteceram e um grupo desse chefe foi aniquilado pelo Sinergista (todos os membros do grupo foram enviados para o hospital meio-mortos enquanto seu jovem líder não tinha esperanças de recuperação), agora esse grupo foi revivido e a substituição do ex-jovem líder desse grupo havia sido formalmente decidida, dessa forma, o chefe foi até Hajime para fazer com que o novo jovem líder o cumprimentasse.

Parecia que isso havia se tornado um novo senso comum: se você quisesse sobreviver na área em torno da cidade onde o Sinergista estava morando, você não deveria esquecer da existência de Hajime. Devido a isso, o novo jovem líder, que sabia sobre o cenário infernal, agora cumpria inexpressivamente a saudação de apresentação a Hajime, incapaz de esconder o suor frio que escorria de seu rosto.

Não havia como o Sinergista aparecer se ele fosse chamado para participar do evento de apresentação, e não se sabia que tipo de punição eles receberiam se invadissem a casa ou a escola do rapaz. No entanto, se o novo jovem líder não mostrasse seu rosto para Hajime, eles não seriam capazes de se acalmar, não importava o que pensassem sobre o futuro.

Enquanto o chefe da yakuza estava em seu limite pensando sobre o que fazer enquanto viajava de carro, ele avistou o grupo do Sinergista por acidente acaso. Pensando: "Esta é minha chance! Vamos cuidar do assunto desagradável agora mesmo! Não há como sermos agredidos em um local público, isso é impensável!", assim, ele chamou Hajime para cumprimentá-lo.

… não estava claro de que lado estava a yakuza.

— Entendo. Bem, desde que vocês não façam nada que envolva as pessoas ao meu redor, vocês podem fazer o que quiserem. Contudo, anteriormente, ainda havia algumas circunstâncias atenuantes que eu levei em consideração, então seus rapazes se safaram apenas ficando meio-mortos, mas não haverá uma próxima vez. Se no futuro, mesmo que de forma indireta, algo acontecer... eu apresentarei a vocês uma segunda vida adorável. À força. Entendido?

Dizendo isso, a boca de Hajime se dividiu em uma lua crescente.

— … como esperado, você é mais yakuza do que a própria yakuza.

As pessoas ao seu redor simpatizavam muito com ele: "É exatamente como você disse, Chefe!", eles pensaram dentro de seus corações. E então, o chefe da yakuza foi atacado com o impulso de querer perguntar: — Que tipo de experiência produziu um pirralho como você? —, com base no conhecimento de que Hajime era um daqueles "repatriados", mas seu instinto e longa experiência de vida estavam disparando um alarme estridente, assim, com esforço, ele engoliu suas palavras.

Em pouco tempo, o grupo da yakuza curvou a cabeça ao mesmo tempo para Hajime antes de também falar em coro para Yue e as outras: — Todas vocês, estimadas irmãs, perdoem-nos por incomodá-las no meio de sua diversão. —, deixando para trás essa cena bizarra, eles por fim recuaram e saíram.

— Muito bem, logo será a hora, vamos lá.

Yue e as outras se levantaram de suas cadeiras ouvindo as palavras de Hajime. Quando o rapaz pediu a conta, a funcionária da mesma idade que ele, que assistira à conversa, agora enfrentava a registradora enquanto dizia: — Ihhhh! A conta é por conta da casa! Muitíssimo obrigada! — em um estado que fazia parecer como se ela estivesse mesmo desejando isso.

No entanto, o fato de que esse ato não era algo intencional ficou evidente pelos movimentos imparáveis de seus dedos nos botões da registradora, que parecia um mestre de kenpo atingindo os pontos secretos do corpo humano. Isso parecia tanto um clichê que ela parecia lamentável.

A funcionária procurava a ajuda de seus colegas de trabalho e gerente com um rosto que parecia a ponto de chorar, mas eles apenas cerraram o punho para transmitir uma mensagem de "Faça o seu melhor!" sem qualquer indicação de que iriam ajudar. Como esperado, os outros clientes e o trio estavam apenas apoiando dentro de seus corações, sem qualquer indicação de dar assistência.

— … haah

— !?

Vendo o estado da funcionária, Hajime suspirou, pensando que a culpa era dele. Ao ouvir isso, a funcionária se contorceu e seu corpo tremeu, enquanto sua habilidade secreta (apenas na máquina registradora) estava chegando a alturas cada vez maiores.

Então, na mão da atendente que estava atingindo o ponto secreto (do botão da registradora), uma pequena mão foi colocada em cima dela. A funcionária gritou: — Rih! —, mas quando ela entendeu que a mão vinha da menininha que Hajime estava carregando, ela ficou perplexa.

Myuu sorriu para a funcionária.

— Balconista-san, está tudo bem, nanoooo.

— Ah, sim, minhas desculpas.

Como esperado de Myuu. Foi preciso apenas um golpe. A balconista, que recuperou a calma, terminou com segurança o treinamento do punho divino e fechou a conta de modo correto.

Hajime, que em certo sentido foi derrotado por completo, deu um tapinha na cabeça de Myuu com gratidão, admiração e louvor. A garotinha estava sorrindo enquanto abraçava o rapaz.

Pagando a conta, a atendente preparou o troco na registradora e observou Myuu e Hajime que estavam assim, seu olhar foi atraído pela expressão e olhar inesperadamente gentis do rapaz. E então, quando Hajime sussurrou: — Me desculpe por assustá-la. — com um rosto um pouco perturbado ao receber o recibo, a funcionária balançou a cabeça para a esquerda e para a direita em negação.

Hajime saiu da cafeteria enquanto sentia, por algum motivo, o olhar reprovador do grupo feminino em suas costas. A voz enérgica da atendente: — Es-estamos esperando, pe-pela sua próxima visita...! — e a voz do gerente do café que estava tentando impedi-la de dizer isso ecoaram atrás do rapaz.

— Ei, vamos logo para casa... eu já estou, realmente no meu limite, em vários sentidos.

— É, eu também. Eu quero ir para casa.

— Os rumores eram todos verdadeiros. Estou convencido agora. “Aquela pessoa” se tornou um verdadeiro rei do harém do mais alto nível…

Um tempo depois que Hajime e seu grupo saíram do café, o trio saiu em um estado um pouco exausto. A observação do grupo de Hajime os forçou à exaustão em vários sentidos. Ao mesmo tempo, eles também foram convencidos que seria muito ruim se eles continuassem perseguindo o grupo do Sinergista.

E então, eles se viraram na direção oposta da que Hajime e seu grupo estavam seguindo... naquele momento...

— Uah.

O rosto de um dos estudantes foi coberto por um papel que foi carregado pelo vento. O estudante praguejou: —Que diabos! —, enquanto pegava o papel, ele então olhou para o seu conteúdo de forma involuntária...

... aquele jovem enrijeceu como se estivesse congelado.

— Ei, o que há de errado?

— Por que você está parado...

Os outros dois se sentiram confusos enquanto espreitavam de ambos os lados o papel voador que o jovem enrijecido continuava segurando, e escrito no papel...

"Não foi um momento ruim que vocês escolheram para parar. A partir de agora, sejam moderados com sua curiosidade, tá? Assinado: senpai."

De modo natural, os outros dois também ficaram rígidos. Desde quando eles foram notaram? Quando isso foi escrito? Ou melhor, como o papel chegou aqui? Eh, em primeiro lugar, agora mesmo, o vento estava soprando, não estava...

Várias perguntas circularam em seus cérebros, depois os três mexeram a cabeça com movimentos travados, como máquinas que não foram lubrificadas e se encararam. E então, no instante seguinte:

— NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOOOOOOOO!!!!

— NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOOOOOOOO!!!!

— NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOOOOOOOO!!!!

Gritando como garotinhas, o trio correu em direção a suas casas como coelhos assustados.

Na semana seguinte, não é preciso dizer que anedotas adicionais foram acrescentadas à lenda urbana de "você-sabe-quem".


Nota do Autor (Ryo Shirakome)

Muito obrigado por ler essa história.

Muito obrigado pelos pensamentos, opiniões e relatos sobre erros de ortografia e palavras omitidas.

Em seguida, estou pensando em dar lugar para mais duas pessoas enquanto estou lidando com a comoção em relação ao retorno ao lar.


Notas

[1] No Japão, há um ditado de que suspirar fará com que sua felicidade se afaste de você.

[2] Referência a um golpe aplicado no Japão, quando alguém desconhecido liga para o telefone e de repente diz "Sou eu, eu” sem dizer nenhum nome e em tom de pânico. Eles afirmam que seu amigo ou familiar acabou de sofrer um acidente e te apressam para transferir dinheiro para eles.

[3] Hakama é um tipo de vestimenta tradicional japonesa. Cobre a parte inferior do corpo e se assemelha a uma calça larga. Existem dois tipos de Hakama: inteiriço, como uma saia, utilizado sobre Quimono longo e especialmente em cerimônias formais; dividido, como calças, o umanori. Originalmente eram usados por samurais para proteger as pernas enquanto andavam a cavalo. A pé, o Hakama esconde as pernas, tornando mais difícil prever a movimentação, dando assim vantagem em combate. Hoje em dia, Hakamas são usados apenas em situações extremamente formais, como a cerimônia do chá, casamentos e funerais; também por atendentes de templos xintoístas e por praticantes de certas artes marciais japonesas, como Aikido, Iaido, Kenjutsu, Kendo, Dō-jutsu, Kyudo.

[4] A Yakuza, também conhecida como gokudō, são os membros de grupos de organização criminosa transnacional originários do Japão. A polícia japonesa e a imprensa, a pedido da polícia, chamam os de bōryokudan ("grupo de violência"), enquanto os membros da Yakuza chamam a si mesmos de ninkyō dantai ("Organização Cavalheiresca"). Os membros são notórios por seus códigos de conduta estritos e natureza muito organizada. Eles têm uma grande presença na mídia japonesa e agem internacionalmente com um número estimado de mais de 39.000 membros (números de 2017).

[5] No Japão, o grande chefe da yakuza (chamado oyabun) está no topo da organização. A própria organização da yakuza é dividida em vários grupos, onde cada um deles é liderado por um jovem líder (wakagashira) que responde diretamente ao oyabun.

[6] Kempo, ou kenpo (literalmente "lei do punho"), é o termo japonês para kung fu. Em chinês, se diz Chuang Fa.



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