Volume 9

Capítulo 183: O caminho da felicidade de um certo cérebro de músculo

Nota do Autor (Ryo Shirakome)

Sinto muito por aqueles que esperavam ver Aiko e Liliana, ou a pessoa com uma sombra fina e a onee-san com orelhas de coelho, ou talvez o chefe do clã com orelhas de coelho e a princesa pervertida dos elfos.

Essas histórias ainda estão sendo escritas...


Aquele lugar onde a tranquilidade flutuava como se estivesse separada do mundo exterior, era um cemitério em uma certa periferia da cidade. O edifício principal de um templo podia ser visto a uma pequena distância, e várias lápides alinhavam-se de forma regular nos arredores.

Nesse cemitério tão caracteristicamente silencioso, além de ser um feriado, havia uma figura de uma jovem garota. Ela estava sozinha. Seu cabelo, que estava atingindo suas costas, tremulava com a brisa. Ela não estava se mexendo nem um pouco, como se seus pensamentos estivessem correndo em sua cabeça enquanto olhava de forma fixa para o nome familiar gravado na lápide.

Mas, naquele momento, uma voz áspera ressoou junto com passos pesados que quebraram a tranquilidade:

— Ei, Suzu. Que coincidência. Então você também veio aqui, hein?

— Ryutaro-kun!

A garota, Suzu, se voltou surpresa. Ryutaro, que acabara de chegar, bateu os pés com força no caminho de cascalho do cemitério enquanto levantava a mão e cumprimentava: — E aí. — com muita indiferença.

— Ryutaro-kun. Por que você está aqui... espere, só há uma coisa a fazer aqui, não é?

— Sim, hoje é o dia em que todos vão se reunir. Então, por algum motivo, sim. Se não viéssemos aqui, ninguém viria.

— Isso não é verdade, sabia? Pelo menos, já havia uma homenagem quando cheguei aqui.

— Hmm? Aa, por acaso, Kaori e Shizuku, talvez?

— Talvez.

Na frente da lápide, havia de fato algumas flores de decoração. Havia também flores decorando o local além das flores que Suzu trouxe. Suzu estava concordando com o palpite de Ryutaro enquanto falava com um sorriso irônico:

— … embora não haja realmente nada de Eri aqui dentro.

Dizendo isso, a garota voltou o olhar para a lápide. Lá, o nome de "Eri Nakamura" estava gravado. Sim, a amiga de Suzu que encontrou seu fim no outro mundo, a tumba de Eri Nakamura estava localizada ali. É claro que Eri havia se autodestruído nos Recintos Sagrados, então, sem considerar seus restos mortais, não havia nada dela nesta sepultura. Não havia nada para provar que Eri estava repousando ali.

Mesmo assim, quando ela desejava prestar seu respeito a sua melhor amiga que se dedicou ao mal devido à sua loucura e sentimentos imparáveis, os pés de Suzu a levariam a esse lugar. Depois que eles voltaram do outro mundo, ela só visitou esse lugar uma vez. Nesse dia após um ano, quando os membros que passaram por uma experiência única se reuniriam, antes do horário combinado, Suzu e Ryutaro, sem nenhum planejamento prévio, incluindo Kaori e Shizuku que visitaram o local antes, seus sentimentos eram um só.

Por um tempo, os dois ficaram em silêncio, apenas olhando para a lápide sem trocar nenhuma palavra, enquanto recordavam a Eri de antes de serem enviados para o outro lado.

Não se sabia quanto tempo passou, mas logo Suzu esticou o corpo com um gemido, ela exibiu um sorriso suave como se tivesse resolvido seus sentimentos enquanto perguntava a Ryutaro:

— Parando para pensar nisso, como esperado, Kouki não comparecerá hoje, não é?

— É. Especialmente porque eu não ouvi nada de Nagumo sobre abrir o portal. Acho que ele não participará. Bem, apesar de enfim termos uma aula especial preparada para o nosso bem, depois de muito esforço, ele chegou ao fim do ensino médio, indo a Tortus dizendo: "Vou expiar meus pecados". Algo como a reunião para celebrar um ano de nosso retorno, mesmo que esse cara estivesse deste lado, ele com certeza não compareceria, não mesmo.

— Imagino que não. Kouki-kun diria algo como: "Eu não tenho nenhuma qualificação para isso", não diria?

Ryutaro e Suzu sorriram sem graça um para o outro.

Assim como eles disseram, no momento, Kouki estava em Tortus. Kouki voltou para sua casa na Terra junto com Hajime e os outros, mas ele foi incapaz de passar pela vida normal da escola. Não era como se alguém estivesse dizendo algo duro para ele, mas era seu próprio coração, seus sentimentos de culpa, sua vontade e desejo por expiação, que rejeitavam passar seu tempo com sentimentos despreocupados na vida escolar, mesmo que fosse apenas por um ou dois anos.

Mesmo com o desaparecimento de Ehitorujue, que estava brincando com as vidas das pessoas com seu jogo de guerra, isso não significava que a ameaça de monstros havia diminuído. Entre os monstros que saíram dos Recintos Sagrados, devia haver alguns que conseguiram escapar. Parecia que remover essas ameaças, mesmo que por pouco, era um tipo de expiação para Kouki.

De modo natural, era sabido que o rapaz, que deveria ter sido convocado como um herói, não participou da batalha decisiva. Havia também a declaração pessoal dele, que tornou altamente conhecido em Tortus como Kouki estava do lado do inimigo. Dessa forma, isso significava que não havia lugar para o garoto naquele mundo.

Mas, mesmo assim, como um aventureiro solitário, Kouki se ocupou para ajudar alguém.

— Então ainda falta um pouco de tempo, mas o que Suzu fará?

— Hmmmmm. Eu não tenho nenhum plano. Talvez apenas passear sem rumo, ou encontrar Kaorin e as outras... não, eu não vou encontrá-las, eu acho. É impossível passar meu tempo dentro daquela atmosfera rosa. Seria absolutamente cansativo.

— Aaaaa, é. Acho que sim. Então, que tal você passar o tempo sem rumo? Comigo.

— Sim. Vamos falar sobre várias coisas, misturadas com cenas de flashback para os leitores.

— ...

Suzu estava recebendo um sinal de positivo enquanto os dois olhavam para a lápide mais uma vez, e então eles deixaram o local.

O casal que estava andando sem rumo enquanto conversava, logo chegaram a um parque aconchegante. Sem nenhuma confirmação em particular sobre os pensamentos um do outro ou qualquer acordo anterior, o par naturalmente se sentou em um banco. Lá eles encararam as figuras de crianças que brincavam no parque público.

— Aaaaa, é tão pacíficoooo.

— Ei, ei, o que você está fazendo falando assim? Você é uma avó?

— Isso é cruel. Você realmente é um cérebro de músculos sem delicadeza, como de costume, minha nossa. Até Ryutaro-kun, você também pensou assim por impulso às vezes desde que voltamos aqui, não pensou? Sobre como aqui é pacífico. Pensar que até um ano atrás estávamos travando uma batalha em que não seria estranho morrer a qualquer momento, isso é um pouco inacreditável até para mim.

— … pois é. Quando voltamos aqui, estávamos ocupados com as coisas, então eu não senti nada assim. Mas, de fato, nos últimos tempos, agora que me acalmei, muitas vezes tenho pensamentos como esse.

— … não é?

Há um ano, Hajime criou um portal que ligava o outro mundo, Tortus e a Terra, e os colegas de classe sobreviventes mais uma vez pisaram na pátria deles.

Eles pousaram no telhado da escola, depois olharam em volta e soltaram vozes altas e alegres ao luar da noite. Entre eles, havia pessoas que foram dominadas por emoções e começaram a chorar, também houve quem consolava essas pessoas enquanto choravam em simpatia. Naquele momento, foi uma situação bastante agitada.

Na ocasião, Hajime e os outros também investigaram a possibilidade, se seria possível abrir no local o portal para Tortus, o outro mundo, mais uma vez. Hajime havia consumido uma imensa quantidade de poder mágico, mas ele usou os cristais mágicos, onde armazenava o poder mágico de reserva, e abasteceu seu corpo cansado para tentar na mesma hora. O resultado foi que eles confirmaram que, no mínimo, mesmo na Terra, eles eram capazes de usar magia e artefatos.

Ao ouvir isso, a felicidade dos colegas de classe que perceberam que era possível encontrar de novo as pessoas com quem haviam criado laços estreitos no outro mundo aumentou muito. Todos os colegas de classe mergulharam em Hajime e eles até praticaram o habitual ato de jogá-lo no ar, mesmo que fosse no meio da noite.

Depois disso, os colegas de classe que se acalmaram se alegraram com a sobrevivência um do outro e voltaram antes de sair para suas casas. No final, o que aconteceu com suas casas e famílias... essa ansiedade não existia de maneira alguma em seus corações, mas mesmo assim, todos eles estavam correndo pela rota da escola com passos leves e nostálgicos... com uma supervelocidade que faria um atleta olímpico empalidecer. — Vocês aí, parem de pular nos telhados! —, era óbvio que a voz furiosa de uma certa garota preocupada de rabo de cavalo ecoou no meio da noite.

A propósito, sobre como eles deveriam explicar a suas famílias e outras pessoas sobre os eventos durante seu desaparecimento, durante o mês após a batalha decisiva, todos discutiram e a conclusão a que chegaram foi "contar a verdade".

Mesmo que eles criassem mentiras que parecessem realistas, sem dúvidas, se fossem investigados pela polícia e assim por diante, a contradição e a suspeita de suas mentiras seriam expostas. Era fácil imaginar quão popular seria o tema do desaparecimento de um grupo no meio do dia e quão séria seria a investigação da polícia. Não havia como aqueles policiais que estavam investigando não conseguirem ver através de suas histórias mal contadas. Sem falar sobre o fato de que havia alunos que não puderam voltar. Eles não poderiam fazer isto de forma imatura.

Dito isto, se eles tentassem fingir ter amnésia, pareceria que realmente tinham algo a esconder e a polícia e a mídia com certeza não os deixariam em paz. Um período em branco do qual os estudantes desaparecidos estavam se recusando a falar a respeito de forma obstinada... algo assim era o prato favorito dos meios de comunicação. Combinado com os alunos que não voltaram, haveria muitos lados que fariam muita confusão com a mistura de fatos e verdades.

Se a situação fosse assim, não seria melhor se eles oferecessem por si mesmos esse tipo de informação, algo que faria o ambiente espontaneamente se afastar em repulsa, ou até fizesse outras pessoas olhá-los com olhares de pena enquanto se distanciavam?

A informação que eles ofereceriam seria:

"Lutamos contra monstros e um deus maligno, em um mundo de fantasia de espadas e magia!"

Algo parecido com isso.

Claro, isso foi uma ideia de Hajime. Não havia uma única mentira nessa afirmação, era por isso que eles podiam apenas agir com ousadia ao dizer isso, não importava o quanto fossem pressionados por informações. Dessa maneira, até os colegas de classe que não eram tão descarados quanto o Sinergista poderiam enfrentar a tempestade sem acumular muita ansiedade. E não importava o que as outras pessoas lhes dissessem, eles poderiam responder: — Depende de você acreditar ou não.

E então, em relação às pessoas que ainda investigariam o assunto a fundo, ou quando algum tipo de problema ocorresse, a magia de Yue-san seria usada para fazer com que essas pessoas problemáticas ficassem se perguntando: — Meu Deus, o que eu estava fazendo mesmo?

Além disso, as pessoas que sofreram com o "Meu Deus, o que eu estava fazendo mesmo?" não foram apenas os meios de comunicação, cujo status de tenacidade estava no nível máximo, e os funcionários ou policiais excessivamente sagazes do governo. Havia também organizações suspeitas que pareciam estar relacionadas à religião, ou pessoas reeeealmente suspeitas que pareciam estar relacionadas ao governo, ou à feitiçaria suspeitíssima: grupos de ocultistas[1].

Enquanto a maioria de seus colegas de classe estava assistindo televisão ou internet enquanto mordiscava batatas fritas depois de tanto tempo, nos bastidores, Hajime e as outras (além de uma pessoa com uma sombra fina) estavam fazendo várias coisas contra grupos que pareciam estar se escondendo atrás das cortinas da Terra, mas... isso era outra história.

— No começo, foi muito agitado, não foi? Em especial o pessoal dos meios de comunicação, elas foram mesmo persistentes, hum?

— Sim, muitas ligações estavam me pedindo para participar de um programa especial na televisão, ou algo assim. Nas vezes em que me perguntaram sobre Eri ou Hiyama: “Por que só vocês chegaram em casa?” ou “Você não sente nenhuma responsabilidade?”, eu queria muito fazê-los voarem, sabia?

— Sobre isso, hã? Quando Nakano-kun e Saito-kun costumavam dar socos nos repórteres, eles ganharam um artigo com o título "Como esperado, há algum distúrbio em suas mentes!?" nas notícias, sem nenhuma reserva, você se lembra?

— A sutileza do repórter também é questionável.

Recordando a grande onda da sociedade na época, Suzu e Ryutaro sorriram sem graça um para o outro. Naquela época, não apenas os meios de comunicação e a polícia, até alguns de seus conhecidos os visitaram para bisbilhotar e saber o que aconteceu de verdade.

Em especial as famílias de Hiyama, Kondo e Shimizu. Eles estavam perseguindo o assunto até o fim com persistência.

A verdade também foi transmitida sem nada ser escondido para as famílias dos estudantes que não puderam retornar. Aqueles que explicaram isso foram Aiko e Hajime. Na verdade, Aiko tentou falar com essas famílias sozinha, mas o tópico sobre Hajime seria inevitável se a verdade fosse dita e, acima de tudo, o rapaz não tinha a menor intenção de incomodar a professora ou fazê-la suportar o peso total sobre o assunto de Hiyama e os outros, então o Sinergista a acompanhou.

De forma natural, depois que essas famílias foram levadas a acreditar na história de outro mundo, vendo em primeira mão a magia, as famílias de Hiyama e dos outros amaldiçoaram e insultaram Hajime e Aiko com raiva e ódio, alguns até tentaram agir com violência, porém...

Ao olhar para Aiko, que se resignou a aceitar essa raiva e ódio por seu sentimento de responsabilidade de ser incapaz de trazer aqueles estudantes de volta para casa ou reformar suas condutas, e Hajime, que foi o autor de um ataque a esses estudantes, mantendo uma expressão fria e repelindo toda aquela raiva e ódio de frente.

Mesmo que as famílias dos estudantes mortos fossem virtuosas, não importava o quanto essas famílias esperassem ansiosas pelo retorno de seus filhos, essas coisas não poderiam apagar o fato de que eles haviam mostrado suas presas para Hajime e suas pessoas importantes. Para os sentimentos dos pais, algo como o que seus filhos fizeram e as circunstâncias de Hajime eram irrelevantes. Mas semelhante a isso, para o Sinergista, algo como o sentimento dos pais de seus inimigos também era algo que não tinha nada a ver com ele.

"Não me arrependo do que fiz. Eu nem acho que o que fiz foi errado. Portanto, nem vou me desculpar. Vocês podem pensar o que quiserem de mim, mas se vocês tentarem algo contra meus parentes por causa disso, é melhor se prepararem."

Essas foram as palavras que Hajime falou a essas famílias. Para o rapaz, que era hábil em engano e discursos sutis, na medida em que se dizia que ele possuía talento como agitador, essas eram palavras diretas que poderiam até ser consideradas sem tato. Para ser franco, essas palavras só podiam ser pensadas como algo que irritaria demais a outra parte.

Mas Aiko, que estava ao seu lado, conseguiu entender que, para Hajime, essas palavras eram sua maior sinceridade, essa era sua determinação. Ele não enganou a outra parte e resolveu se determinar em enfrentar o ódio que ele causou caso eles tentassem colocar as mãos perversas em seus parentes, ele os enfrentaria em qualquer lugar e a qualquer momento e os eliminaria.

Como resultado, a família de Hiyama agiu de forma imprudente tentando se vingar de Hajime e das outras. O Sinergista em pessoa partiu seus corações. As outras famílias que sabiam do estado da família de Hiyama então protegeram seu silêncio. Visto de fora, foi mesmo um resultado que deixou um sabor amargo na boca, mas Hajime não se importou com isso.

Agora, incluindo essas comoções, havia coisas como a batalha furiosa do jornalismo e o que quer que tenha sido cometido em relação aos "repatriados", mas... um dia, todos eles de repente se acalmaram como uma onda recuando para o mar. E não parou por aí, todas as notícias estavam morrendo aos poucos de maneira anormal até que parecia que nada tinha acontecido.

— Quanto a isso, não há dúvidas de que foi algo que Nagumo-kun e as outras fizeram, não é?

— Com certeza. Problemas como o registro familiar de Yue-san e as outras, ou o reconhecimento dos arredores, esses tipos de problemas também foram resolvidos com facilidade. Não seria nada estranho se eles fizessem mesmo algo com relação à conscientização da sociedade enquanto lidavam com isso, sim. Sem mencionar como Ai-chan-sensei foi obrigada a suportar todo o peso da crítica, porque ela era a única adulta envolvida. Não era possível que Nagumo deixasse isso continuar.

Na verdade, o que aconteceu foi exatamente isso. "Quando a magia é misturada com a sociedade da informação... algo como o mundo se torna simples, não?", se perguntassem quem era a pessoa dizendo coisas tão terríveis... seria melhor não dizer.

— Bem, houve muitos problemas, mas se há uma pequena misericórdia em tudo isso, é que ninguém foi rejeitado por suas famílias, eu acho. Meu pai e minha mãe, e também Taeko-san (a cuidadora), logo depois que eu terminei de lhes dar a explicação, seus rostos ficaram sombrios e eles tentaram me levar a um hospital, mas depois eu mostrei a eles a magia e expliquei várias vezes, de alguma forma, eles puderam aceitar isso.

— É, eu também. Mas, no meu caso, mostrei a eles meu Modo Lobisomem, então... eles ficaram em pânico naquele momento. Minha mãe desmaiou, enquanto meu velho pegou um bastão que ele girou descontroladamente, minha irmã mais velha se molhou, e Karashio (o cão de estimação) uivou como um louco, e meu velho vizinho Fujii disse coisas como: "É a guerraaaa!", enquanto disparava o extintor de incêndio…

— Eu não sei sobre o velho que você mencionou por último, mas a maior parte foi culpa do próprio Ryutaro-kun, não foi? Ou melhor, seu pai que tentou enfrentar o filho que de repente se transformou em um lobisomem usando um bastão, eu realmente o respeito de coração agora.

Ao receber o olhar exasperado de Suzu que veio do fundo de seu coração, Ryutaro disse: — Foi um acidente, um acidente. —, enquanto desviava o olhar pela vergonha. A propósito, Ryutaro, que pensou que não seria capaz de acalmar a situação sozinho naquele momento, fez sua família e o velho vizinho Fujii desmaiarem, e depois, usando o movimento instantâneo de um lobisomem, ele invadiu a casa de Kouki, que estava no meio da explicação das circunstâncias.

Quando um lobisomem brutal de um mundo de fantasia pulou de repente em sua casa, o pai de Kouki desmaiou, enquanto a mãe pegava uma faca de cozinha e entrou em um frenesi, e a irmã mais nova do Herói acabou fazendo xixi nas calças. Kouki, que adivinhou a verdadeira identidade do lobisomem na mesma hora e que seu objetivo era pedir ajuda, naquele momento suprimiu sua mãe e fez sua irmãzinha dormir.

E então ele deu um soco em Ryutaro, depois disso, mesmo enquanto suspirava profundamente, pensando que era o momento certo com todo o caos que aconteceu, ele realizou uma dupla reunião familiar com a família de Ryutaro que havia sido acordada e, de alguma forma, obteve o entendimento de ambas as famílias.

A propósito, na casa de Shizuku, também houve uma ligação de emergência da família Shirasaki. Naquele momento, a voz que veio do pai de Kaori, cheia de confusão, foi: — Shizuku-chan! Como pensei, você voltou para casa também, estou feliz! A propósito, minha filha é um anjo agora, você sabe alguma coisa sobre isso !? —, algo assim. Parecia que Kaori mostrou aos pais seu modo de anjo, mas... pensando nisso de forma lógica, essa ligação só poderia ser entendida como um pai amoroso que de modo súbito ligava no meio da noite se gabando de sua filha.

Do outro lado do telefone, a voz de Kaori dizendo: — Nossa, pai! Não faça ligações embaraçosas como essa! — podia ser ouvida, então veio a voz de: — Mas, mas Kaoriii. Aque-aquela aparência de anjo... aquilo é adorável demais! —, uma conversa tão agitada de pai e filha podia ser ouvida... Shizuku desligou o telefone em silêncio. Enquanto dentro de seu coração: “Eu também estou ocupada explicando as coisas aqui, idiotaaaa!!” Ela estava praguejando.

Dessa forma, os colegas de classe que conseguiram voltar para casa passaram por reviravoltas diferentes para convencer suas famílias, no entanto, no final, eles foram capazes de fazer suas famílias acreditarem na história do outro mundo e, junto com suas famílias, lidaram com os meios de comunicação, conforme foi planejado.

Embora não fosse como se tudo tivesse corrido como planejado, ou tudo continuasse como era antes...

— Eh? Suzu-chan? E também Sakagami? O que vocês dois estão fazendo neste tipo de lugar?

— Ó, é verdade. Suzu-chan, há quanto tempoooo! Espere, não me diga que, isto é um encontro!?

— Eh? Mentira!? Com Sakagami!? Suzu-chan, você está sendo ameaçada!?

De repente, vozes altas chamaram Ryutaro e Suzu que estavam conversando em um banco do parque. Quando eles olharam, havia suas ex-colegas de classe paradas lá. Havia três meninas que naquele dia, quando todos foram invocados, foram para um lugar diferente durante o intervalo para o almoço. Por causa disso, elas não foram arrastadas para a invocação. Elas eram amigas de Suzu e eram relativamente próximas a ela.

As três viram Suzu passando tempo sozinha com Ryutaro. Isso despertou um pouco de curiosidade sobre a relação entre os dois e grande cautela em relação a Ryutaro dentro de suas mentes, mas quando Suzu respondeu que eles planejavam se juntar a todos os outros depois disso e, no momento os dois estavam passando o tempo até o horário combinado, a expressão das três garotas mudou para decepção e alívio.

Elas conversaram um pouco sem compromisso sobre sua condição recente e, depois de trocarem o discurso de: — Vamos marcar alguma coisa na próxima. —, elas se separaram.

— Como sempre, sua capacidade de comunicação é alta, hum

— Acho que sim.

As palavras de Ryutaro, que estavam misturadas com elogios, foram aceitas por Suzu com um encolher de ombros, não parecendo que ela estava sendo humilde ou brincando. Como esperado, parecia que a batalha decisiva contra Eri pela qual Suzu passou causou uma grande mudança, ou talvez um grande crescimento na mente da garota.

Desaparecimento em grupo, esse fato também teve um impacto menor, não, teve um grande impacto sobre os outros alunos da mesma escola. As atitudes e a atmosfera dos alunos em relação ao grupo de "repatriados" eram como se fossem tumores que não deviam ser tocados e um grupo com o qual não queriam ter nada a ver, mas, por outro lado, também lhes faltava delicadeza com sua curiosidade.

Além disso, quando os "repatriados" estavam frequentando a escola mais uma vez, muitas famílias entraram em contato com a escola e manifestaram sua ansiedade com isso.

Durante aquele ano de desaparecimento, não houve nenhum contato do grupo que desapareceu. Outras pessoas não entendiam onde eles estavam e o que estavam fazendo ou o que foi feito com eles. Os próprios "repatriados" apenas contaram uma história que não parecia realista. Além disso, também havia alunos que não voltaram... com certeza, as famílias estavam preocupadas se os filhos estariam bem em ir à mesma escola junto com um grupo tão misterioso.

Como resultado, independentemente do retorno das pessoas relacionadas, a verdade do caso ainda não estava clara. Havia também a questão dos estudantes cujo paradeiro ainda era desconhecido, assim, a administração da escola se moveu.

Para reduzir as situações em que Hajime e os outros eram expostos aos olhos curiosos da sociedade, foi elaborado um currículo exclusivo para que os "repatriados" recuperassem o atraso nos estudos, ao mesmo tempo em que psicólogos estavam estacionados na escola para apoiar a vida escolar deles... com essa postura oficial, foi preparada uma turma especial que foi separada de outros alunos para evitar situações problemáticos.

Por causa disso, os "repatriados" não estavam estudando em sua sala de aula original, mas agora estavam colocados em uma classe fixa até a formatura, localizada no último andar da escola. Além disso, ela ficava na esquina de uma sala não utilizada.

Na verdade, houve uma forte discussão sobre mudar a escola dos "repatriados", mas... com a opinião de alguém que disse: — Seria uma dor de cabeça mudar de escola. —, juntamente com fenômenos profundamente misteriosos, a criação dessa classe especial foi sugerida. A turma foi formada sem que se percebesse, mas de forma muito natural. Ao ponto em que chegava a parecer artificial...

De qualquer forma, foi criada uma sensação física de distância entre os "repatriados" e os outros alunos. De modo natural, uma sensação de distância também estava se espalhando entre os "repatriados" e os alunos de diferentes classes com quem eram amigos antes da invocação, no entanto, havia também muitos entre eles que conseguiram refazer seus relacionamentos de amizade, mas... mesmo no meio daquelas pessoas, Suzu era a mais adepta em reconstruir um relacionamento com os amigos que ela já tinha antes da invocação para um relacionamento que era o mesmo de antes, não, esse relacionamento se tornou ainda mais íntimo do que antes.

Essa relação chegava ao ponto em que, quando Suzu encontrava essas amigas por acidente em um feriado como esse, elas a chamaria de forma proativa. Chegava ao ponto em que elas até encararam Ryutaro com olhos brilhantes que eram impróprios para uma garota, como se dissessem: — Se você fizer algo estranho com Suzu, não espere que isso vai terminar bem para você.

— Haah, minha nossa, alguém como você é mesmo… se Nagumo for excluído, sem dúvidas quem mais mudou ao ir para o outro mundo é Suzu. É uma honra ser visto como namorado, mesmo que tenha sido apenas por um momento, é.

— Fu-fu-fu. Não é verdade, não é verdade? Para Ryutaro-kun ser suspeito de ter um relacionamento com uma mulher bonita como essa, você é um homem de sorteeee.

— ...

— … ei, diga a razão pela qual você desviou os olhos quando eu disse as palavras "mulher bonita". Se você tem alguma objeção às minhas palavras, que tal dizer isso em voz alta? Hmm?

Suzu Taniguchi. Olhando por seus cabelos trançados e longos e pela atmosfera em que ela estava cercada, ela era uma garota que parecia muito adulta. No entanto, o triste era que… sua altura não se estendeu nem um milímetro. E então, seus peitos também estavam… não importava como alguém olhasse para ela, era difícil chamá-la de uma mulher bonita. No entanto, ela com certeza era uma garota bonita. Talvez... sem dúvidas.

Vendo Suzu, indignada com sua atitude, Ryutaro levantou as duas mãos e mostrou uma pose de rendição. E então, vendo a garota que expressava seu descontentamento com raiva, o rapaz estava pensando no que fazer com hesitação, no final ele mostrou um gesto envergonhado e desviou o olhar depressa enquanto abria a boca:

— Não, bem, é que... você é charmosa o suficiente, sabia? Não, é sério, estou falando sério.

— Muitíssimo obrigada pela falsa sequência. Hmph, de qualquer forma, eu não sou uma superbeldade como Yue-san e as outras.

Suzu fez beicinho com seus lábios parecendo um pouco tímida com um complexo de inferioridade. Mas, as palavras de Ryutaro que foram ditas na sequência com uma voz séria fizeram com que ela soltasse uma voz estupefata sem querer.

— ... isso não foi da boca para fora. Suzu é uma boa mulher, uma que não perderá para ninguém.

— Eh?

Quando Suzu olhou para Ryutaro, o rapaz, que supostamente estava olhando para longe até agora, estava a olhando de forma direta. O pequeno som de seu coração pulando dentro de seu peito ressoou. Suzu entendia como seu pescoço e rosto estavam ficando febris.

Desta vez, era Suzu que estava olhando para o lado. Por alguma razão, ela não podia deixar escapar nenhuma palavra. Ela mal podia soltar o som de — H-hmmmmm. — que soava ambíguo até para si mesma.

Uma atmosfera estranha que Suzu nunca havia experimentado antes estava fluindo, ela não podia dizer nada. Ambos estavam sem palavras, apenas os sons das folhas farfalhando ao vento estavam entrando nos ouvidos com excessiva clareza.

Roubando um olhar, Suzu tentou espiar o estado de Ryutaro. Ele estava muito nervoso, mas seu rosto estava sério e parecia perturbado com alguma coisa. Isso também fez com que o medidor de nervosismo de Suzu subisse sem parar.

Em pouco tempo, com uma voz calma, como se tivesse se resolvido, o rapaz abriu a boca:

— Sobre o assunto depois que nos formarmos no ensino médio...

— Eh!? Ah, um…

— Estou pensando em ir a Tortus de novo.

— Então... você não está dizendo isso como se estivesse indo se divertir com Nagumo-kun e as outras?

— É. Estou pensando em viver no mundo de lá.

— ...

Suzu sentiu como se tivesse entendido o motivo de Ryutaro decidir isso. Nesse ano, eles passaram muito tempo juntos. Durante esse tempo, eles conversaram sobre várias coisas que a fizeram pensar se ele faria algo assim.

— Quero ajudar o Kouki lá, também quero ajudar os necessitados. Eu tenho o poder para isso. Não é possível que depois de tanto tempo eu possa me tornar um assalariado ou algo parecido.

— Você também não pensou em ser policial antes disso?

— É. Mas sabe, como eu pensava, minha natureza combina mais com o mundo de lá.

— Entendo.

Parecia que Ryutaro havia realmente decidido seu futuro caminho. Suzu sentiu que ia ser deixada para trás, que seus sentimentos ficaram um pouco solitários.

Em direção a Suzu, Ryutaro se levantou de repente, ele se moveu na frente dela e se ajoelhou. Com sua postura de agora, o grande Ryutaro estava olhando para ela de baixo. Era como se ele...

A temperatura do corpo de Suzu estava subindo. Seu coração saltou com a expressão séria do Lutador.

— Ryu-Ryutaro-kun…

"O que você está fazendo?" Suzu estava prestes a dizer isso, mas Ryutaro conferiu todos os seus sentimentos com suas palavras mais rápido que a garota.

— Suzu. Você não, viria comigo?

— Vo-você está me pedindo para formar uma equipe com você de vez e quando...

— Não é isso. Você entendeu o que eu quis dizer, não entendeu? O que estou dizendo é para "a vida toda".

— Hmm…

Suzu engoliu em seco. Isso era uma confissão de amor. Pela primeira vez em sua vida, uma confissão com seriedade ao mais alto grau foi dita agora. O emaranhado de grandes emoções que brotavam dentro dela fez sua voz ficar presa na garganta por não poder dizer nada. Ryutaro continuou suas palavras para Suzu:

— Eu te amo Suzu. Em vez de um futuro neste mundo, escolha um futuro em que esteja comigo. Não será um futuro calmo, mas eu vou valorizá-la com todo o meu poder. Vamos, juntos. Para sempre.

Dentro do coração de Suzu, algo como: "Isso é muito direto!", ou: "Mesmo que você tenha desistido de seu primeiro amor, mesmo que temporariamente, você se apaixonou por Yue-san, então você tem preferência por garotinhas? Seu lolicon!", ou: "Ao dizer que me ama, você está me pedindo para lutarmos juntos em outro mundo, mas que diabos você está querendo, seu cérebro de músculos!?", essas palavras abusivas estavam alinhadas dentro do coração tempestuoso de Suzu, porém…

Quando ela percebeu, uma resposta de:

— … mm. Tudo bem.

Essa frase lhe escapou de forma natural. As palavras saíram tão suavemente que surpreenderam até a própria garota. Dessa forma, ela ficou ciente.

— Até eu mesma estou surpresa, mas eu também pareço gostar muito de Ryutaro-kun.

O rosto de Suzu já estava parecendo uma maçã madura. A vez que eles correram ao redor do outro mundo, este ano desde que chegaram em suas casas, as coisas que ela havia empilhado entre ela e Ryutaro pareciam ter crescido mais do que Suzu estava ciente.

Assim, o rapaz, que recebeu uma aceitação de sua confissão pela primeira vez em sua vida, e obteve a palavra "gostar" de uma garota, estava...

— UosSHAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!

Ele uivou dessa forma. As crianças que brincavam a certa distância saltaram de choque e olharam para Ryutaro enquanto tremiam.

— Espere, você está sendo muito barulhento, Ryutaro-kun! As crianças pequenas estavam fazendo caretas como um aldeão que encontrou um ogro!

— A-ha-ha-ha, então que tal eu usar o Modo Ogro!? Se for agora, eu farei um serviço especial, é!

— Não faça isso! "Um Monstro Apareceu em um Parque em Plena Luz do Dia!" A primeira página do jornal da noite de hoje será essa! Ou melhor, quão feliz você está? Sua tensão está muito alta!

— Obviamente estou feliz! Estamos falando da primeira namorada na minha vida! Além disso, é Suzu! Isto é o melhor!

— ... uu, idiotaaaaaaaaa...

Depois disso, a maior alegria de um cérebro de músculo estava crescendo no pequeno parque público por um tempo, junto com a voz de Suzu, que ainda não conseguia esconder a felicidade dentro de si mesma.


Nota do Autor (Ryo Shirakome)

Muito obrigado por ler essa história.

Muito obrigado pelos pensamentos, opiniões e relatos sobre erros de ortografia e palavras omitidas.

Mesmo que eu possa imaginar vários problemas realistas aguardando o retorno para casa de outro mundo, não consigo pensar em nenhuma solução elegante e, no fim, confiei na magia. Por favor, perdoem este pobre cérebro de Shirakome.

No entanto... algo como a transmissão de lavagem cerebral através da internet usando a magia da era dos deuses ou transmissão de efeitos subliminares usando a televisão... eu acho que são simplesmente aterrorizantes.

Talvez Shirakome também não consiga deixar o PC hoje porque…


Nota

¹ Ocultismo (da palavra em latim occultus: "escondido, secreto") é "o conhecimento do oculto". No uso comum da língua inglesa, oculto refere-se ao "conhecimento do paranormal", em oposição ao "conhecimento do mensurável", geralmente referido como ciência. O termo é, por vezes, entendido como conhecimento do que "destina-se apenas a certas pessoas" ou que "deve ser mantido escondido", mas para a maioria dos praticantes ocultistas é simplesmente o estudo de uma realidade espiritual mais profunda, que se estende além da razão pura e das ciências físicas. Os termos "esotérico" e "arcano" têm significados muito semelhantes e, por vezes, são intercambiáveis. Ele também descreve um número de organizações mágicas ou ordens, os ensinamentos e práticas ministradas por eles, e em grande parte da literatura atual e histórica e a filosofia espiritual relacionada a este assunto.



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