Volume 11
Capítulo 241: A compreensão do rei (Final)
Nota do Autor (Ryo Shirakome)
A história não avança…
Recentemente, digo isso todas as vezes, mas, desculpem, tudo bem?
Seus passos contavam apenas com a luz de emergência brilhando levemente para descer a escada em espiral que parecia continuar até o fundo da terra.
A não ser a curta exalação e os passos, havia apenas o som da vibração e explosão sonora. O lugar estava quieto. A atmosfera era pesada sem ninguém falando nenhuma palavra, fomentando ainda mais esse silêncio:
— Pii.
— Estou bem, Ku-chan.
Kuwaibel, que estava voando ao lado de Roze, virou um olhar preocupado em direção a garota. Quando Roze respondeu dentro do silêncio quebrado, Olga e Jean, seguidos pelos guardas imperiais, também estavam enviando sua expressão de consideração.
— Neste momento, vamos nos concentrar em realizar nosso objetivo.
Sem dúvidas, não importava o que Roze dissesse, a expressão dos irmãos Crow e dos guardas imperiais não iria melhorar. Isso mostrava o quão terrível estava a expressão de Roze, após dar a ordem de defender até a morte para seu pai substituto. Como a garota tinha consciência de como o rosto dela parecia, suas palavras em direção a elas foram essas.
— Vai ficar tudo bem Roze-sama. Aquele é Sabas-sama, nosso mestre, de quem estamos falando. Afinal, mesmo entre os guardas imperiais, há um argumento se é realmente bom classificar aquela pessoa como um humano.
— Roze-sama, é como Olga falou. Pode até ser o caso de que ele percebeu o comando de defender até a morte como “Defenda, massacrando todos os inimigos”. Se preocupar com o mestre é perda de tempo.
As palavras consoladoras de Olga e Jean foram seguidas pelos guardas imperiais. Suas bocas diziam: — Aquilo não é humano, mas outra coisa. —, ou: — Na verdade, ele é uma arma de massacre que foi criada pela civilização antiga. —, ou: — Ou melhor, ele não será atingido mesmo quando entrar no meio do fogo cruzado de metralhadoras. —, ou: — Quer dizer, se for um projétil lento como um foguete ou míssil, ele normalmente pode pegá-lo e depois jogá-lo de volta no inimigo, é sério! —, ou: — Toda vez que ele nos deu treinamento infernal gritava: “O que você está fazendo sendo incapaz de fazer algo tão fácil?!”, mas nós somos apenas humanos normais aqui! —, ou: — Eu quero bater no meu eu de dez anos atrás que pensou que teria vingança quando ele se tornasse senil. — e assim por diante...
No meio do caminho, as queixas dos guardas imperiais estavam transbordando. As reclamações já estavam surgindo como uma inundação. Os olhos de todos eles foram aos poucos perdendo vitalidade mesmo que estivessem no meio da missão. Os guardas imperiais estavam sendo mortos pela memória deles com o Vovô!
— Kufuh, fufufuh. En-então, com certeza, ele ficará bem.
Uma pequena risada ressoou. Os guardas imperiais ficaram espantados e voltaram para a realidade. Lá eles viram a figura de Roze com ombros trêmulos. Parecia que o coração dela estava mais calmo com a adorável reminiscência dos guardas imperiais.
Enquanto eles faziam isso, Roze e os outros chegaram ao fundo da escada em espiral. Havia um espaço um pouco maior lá com uma porta de folhas duplas que se abriu deslizando. Havia um console emitindo luz branca azulada. Vendo a tela, parecia que era preciso colocar a palma da mão sobre ele para realizar a confirmação. Era provável que o dispositivo analisaria a linhagem da realeza.
Olga parou Roze, que estava em frente ao console enquanto manipulava algo como um tablet na mão.
— Roze-sama. No mapa do interior que recebi de Sabas-sama, o outro lado desta porta é o andar que estava um nível acima do mais baixo. Se percorremos direto pela direita e pelo corredor, haverá uma escada para o piso mais baixo.
Roze acenou com vigor e então continuou enquanto voltava seu olhar para Kuwaibel.
— Se me lembro corretamente, o andar mais baixo é em parte como um labirinto, não é?
No andar mais baixo, de modo que mesmo no caso de uma invasão, a parte mais profunda não poderia ser alcançada com facilidade, havia várias armadilhas instaladas através do caminho da superfície. Mesmo o nível em que Roze e os outros estavam no momento foi originalmente montado com armadilhas que poderiam fazer qualquer um sem qualificação perder sua vida e também várias fechaduras que tinham que ser desbloqueadas.
Se tivessem chegado até aqui, então o que restava era apenas romper o labirinto do andar mais baixo do subsolo que foi criado para ganhar tempo contra um intruso para que, após um certo intervalo, não haveria problema porque eles contariam com um dragão monarca.
Talvez fosse um plano relacionado com a Fonte das Lágrimas do Verdadeiro Dragão, porque apenas um dragão monarca poderia avançar sem se perder.
Kuwaibel estava confiantemente gritando: — Piih! —, talvez porque ele já tinha tido algum tipo de intuição.
— Sim. Só mais um pouco. Mas mesmo dizendo que foi há algumas décadas que o palácio foi roubado. Há grandes chances de que o estado subterrâneo não seja o mesmo do passado. Custe o que custar, não se separe de nós.
— Contaremos com vocês dois nessa tarefa. No entanto, temos que nos apressar o máximo possível. Porque agora, mesmo enquanto estamos fazendo isso, todos no céu estão à beira da morte.
Quando Roze disse isso, os irmãos Crow e também os guardas imperiais assentiram. E então, eles encararam a porta com seus rifles prontos. Olga e Jean tomaram uma posição em ambos os lados da porta. E então, quando Olga acenou com a cabeça, Roze determinadamente colocou a mão no console.
Pi! Um pequeno som de confirmação soou por um momento. Depois disso veio um pequeno som de ativação e a porta se abriu devagar.
Do lado de fora da porta, eles encontraram uma passagem que continuava em linha reta e uma passagem que que se estendia para a esquerda e para a direita. Não havia sinal de pessoas.
— Vamos lá.
Os irmãos Crow e os guardas imperiais concordaram com as palavras de Roze. Eles saíram para a passagem direita com um movimento suave em linha.
Depois de um tempo, eles chegaram a ver uma escada na frente deles. Roze e outros cuidadosamente, mas com pressa, dispararam para o piso mais baixo.
Eles desceram a longa escada e pularam o último degrau... nesse momento...
Kiin!
Clarão e som explodiram juntos com um som baixo.
— !?
— Roze-sama!
— Kuwaibel-sama!
Olga imediatamente saltou na frente de Roze, e assim, eles recuaram para a parede da escada como se estivessem caindo, Jean chamou Kuwaibel enquanto voltava para a escada. O ambiente foi invadido por uma luz fantástica e som agudo que estourou tímpanos.
“Kuh, visão e audição se foram! É uma armadilha, senão...”
Olga praguejou dentro de seu coração, e uma expressão intranquila surgiu em seu rosto de ser incapaz de agarrar a situação ao seu redor em tudo. De forma muito lamentável, o medo de Olga se provou correto.
Um instante mais tarde, os sentidos de Olga, que teve dois dos cinco esmagados pela luz e som que ultrapassaram o intervalo aceitável, recuperaram-se depressa.
O que entrou na visão dela, que foi pintada de branco, era uma luz de prata envolvendo seu corpo e o de Roze, quem ela estava cobrindo. Parecia que seus sentidos, que foram temporariamente paralisados por algo como uma granada de atordoamento, foram recuperados por Kuwaibel.
Mas, de forma natural, elas não tinham qualquer margem de manobra para se sentirem aliviados. Estava claro que a situação era urgente a partir das vozes familiares e aflitas que chegaram ao seu ouvido.
— Jean!
— ... Irmã, uma armadilha! Este lugar é perigoso!
Jean estava ajoelhado na frente de Roze e Olga enquanto mostrava as costas. Sangue estava escorrendo de seu ombro, que estava apoiando de forma desesperada um pequeno escudo dobrável que parecia que ia ser jogado para longe pelo impacto.
Originalmente, este pequeno escudo era algo a ser transportado em combate a curta distância, a fim de suportar algumas balas. Se fosse desdobrado ao máximo, então teria o tamanho que poderia cobrir todo o tronco, mas sua eficiência de mitigação de impacto e resistência não seria tão alta.
Mesmo assim, o escudo conseguiu protegê-los contra as balas disparadas neste longo intervalo porque Kuwaibel respondeu ao chamado de Jean e envolveu aquele pequeno escudo com luz de prata. E foi também por causa do vigor de Jean, que não deixaria a existência atrás dele sofrer um único arranhão.
— Pike, e quanto a Serio?!
— ... não é nada bom!
— Merda!
O guarda imperial chamado Pike atendeu à chamada de Jean enquanto resistia às balas usando um pequeno escudo semelhante. Havia uma figura ensanguentada de um guarda imperial ao lado dele caído no chão. Pela expressão de Pike, era óbvio que o corpo não estava mais respirando. Jean praguejou.
Olga e os guardas imperiais protegidos por Pike leram as linhas dos tiros e responderam ao fogo. Logo após isso, múltiplas vozes curtas de agonia da morte surgiram de mais fundo da passagem.
O tiroteio parou por um momento. Usando essa abertura, os guardas imperiais se reuniram em torno de Roze e, em seguida, construíram uma barreira usando seus pequenos escudos.
Olga disparou ainda mais balas. No entanto, desta vez ela não acertou seu alvo, ela ajustou suas balas para que ricocheteassem na passagem visível e na passagem no ponto cego. Ao mesmo tempo, ela fechou os olhos enquanto concentrava sua orelha.
— … cinco pessoas na passagem da frente. E então três pessoas em cada passagem na esquerda e na direita. Kuwaibel-sama, qual é o caminho certo?
— Pii. Pipih.
Ela calculou o número de inimigos contando o som ecoando das balas e com a presença inimiga que reagiu aos tiros. O número de soldados foi confirmado pela habilidade de Olga. O questionado Kuwaibel gritou parecendo um pouco confuso antes de sua cauda apontar para a passagem da frente.
— Olga?
Olga respondeu ao chamado de Roze junto com um olhar forte.
— Roze-sama, não há tempo. Vamos forçar nossa passagem.
— !?
Afastando o olhar de Roze, que prendia a respiração, Olga ordenou que seu importante irmão mais novo como a capitã da guarda imperial.
— Jean. Abra caminho.
— Entendi Irmã, não, capitã. Pike, Weber, reprimam o inimigo à esquerda e à direita. Raymond e Olson, vocês dois avancem comigo. Vamos dispersá-los!
Não houve hesitação. Jean e os guardas imperiais responderam no mesmo instante. E então, quando eles estavam prestes a dar um passo à frente...
— Que a sorte da guerra esteja com vocês!
O canto dos lábios de todos se ergueu com o incentivo da rainha que eles respeitavam.
Jean e os outros guardas saíram correndo ao mesmo tempo. Pike e Weber dispararam para o corredor esquerdo e direito sem sequer temer levarem tiros ou ficarem sem balas. Embora estivessem apenas disparando balas para conter o inimigo, sua habilidade com certeza estava no nível que merecia ser chamado de a elite de Avenst.
Eles esplendidamente detiveram o tiroteio da esquerda e da direita.
Não desperdiçando essa oportunidade, Raymond e Olson seguraram seus pequenos escudos para a frente enquanto disparavam. Atrás deles estava Jean, e mais atrás estavam Olga e Roze.
Balas estavam voando da frente como uma tempestade. Os pequenos escudos que foram envolvidos em prata já estavam rachados e à beira de serem pulverizados.
— Guh!
Raymond levantou uma voz de dor. Uma bala roçou sua perna. Embora ele tivesse baixado o corpo o máximo possível para aumentar o alcance da cobertura, era impossível defender tudo usando o alcance do pequeno escudo.
Mas, Raymond não parou. Ele colocou força na perna que, embora não foi atingida de forma direta, ainda estava jorrando sangue, e deu um passo à frente.
Logo depois disso, seu pequeno escudo se quebrou.
— Gah, guh, oaAAAAAAAH!
Um grito surgiu. Enquanto seu corpo estava sendo atingido com balas, Raymond... não parou. Ele cobriu a cabeça com os braços enquanto avançava na liderança usando seu próprio corpo como um escudo. Podia-se ver que, por um instante, os inimigos vacilaram com aquele impulso intenso e aspecto demoníaco.
A distância encolheu ainda mais.
O tiroteio reiniciado enfim roubou as forças do corpo de Raymond.
— Vão!
— Sim!
Olson, que substituiu Raymond na liderança, trocou olhares com seu amigo de guerra por um instante. E então, ele assumiu o bastão junto com um grito alto de espírito de luta e atravessou ainda mais através da barragem de balas!
Na passagem da frente, a figura dos inimigos espreitando seus rostos no meio do caminho podia ser vista. Expressões de espanto ao ver algo que era difícil de entender estavam estampadas em seus rostos.
— Não subestimem, os guardas imperiais, de Avenst, a minha determinação!
O escudo de Olson quebrou. Seu corpo tremia com o impacto, mas o ímpeto de Olson, que avançava como se estivesse queimando sua vida até cinzas, não parou. Enquanto era perfurado por balas, ele jogou fora o restante de seu pequeno escudo e disparou sua pistola. Um tiro perfurou a testa de um inimigo.
E então, ele alcançou.
— Vou deixar, o resto! Vice-capitão!
— É. Você se saiu bem!
Passando correndo por Olson que caía, o pupilo favorito do mordomo desumano saltou.
As balas dos inimigos em espera quebraram a metade inferior do pequeno escudo de Jean e perfuraram seu estômago. Mas, como se tal coisa fosse apenas uma picada de mosquito, Jean atirou sem pausa. Sua mira era terrivelmente precisa, a bala disparada destruiu a cabeça do inimigo e espalhou sua matéria cerebral.
Os outros inimigos estavam puxando o gatilho mesmo agora. Normalmente, esse seria o momento de lançar um ataque evasivo e contra-ataque. Mas, não havia como ele fazer isso. Ele não podia deixar sequer uma única bala dos inimigos espreitando neste canto passar atrás dele.
Ele apostou seu orgulho como o vice-capitão da guarda imperial. Ele apostou a determinação de Sua Majestade a rainha. Ele apostou a confiança de sua importante irmã.
— OoOOOOOOOOH!
— O que-que diabos, há com esses caras?!
Ele avançou contra os três inimigos amontoados enquanto seu corpo recebia balas. Era uma investida com escudo usando o pequeno escudo quebrado que apostava em tudo o que era o vice-capitão da guarda imperial do Reino dos Dragões Avenst.
O golpe possuía poder suficiente para atravessar os três inimigos que ficaram assustados com aquele impulso sangrento.
No meio de desabar no chão como se tropeçasse, Jean gritou:
— Cuide de Roze-sama! Irmã!
— Sim! Conte comigo!
Olga e Roze, e depois Kuwaibel, estavam correndo por trás. Por um momento, o olhar de Jean e Roze se encontraram.
A coisa que habitava dentro dos olhos de Roze não era qualquer sentimento de piedade ou pedido de desculpas por ter outros se tornando sacrifícios, era meramente a cor do louvor e gratidão.
Sem dúvidas, essa foi uma recompensa para aqueles que cumpriram o dever que lhes foi confiado apostando suas vidas.
“Isso realmente vale a pena, para uma rainha guerreira. Você se tornou forte.”
Os lábios de Jean se afrouxaram de modo inconsciente com a cor do coração mostrada pela rainha que ele respeitava.
Foi uma visão que foi como um pesadelo para o lado inimigo que estava recuperando sua posição. Afinal, havia um homem lá que sorria mesmo enquanto ficava encharcado de sangue por receber tantas balas. Era natural que eles se sentissem assim.
Em direção a eles, que não podiam deixar de suar frio, apesar de estarem em vantagem, Jean se levantou enquanto dizia:
— Vocês aí, fiquem à vontade para conhecer o horror da pessoa que vocês transformaram em inimigo. Guardas imperiais de Avenst, são um pouco teimosos, entenderam?
Um momento depois, gritos e tiros ecoaram da passagem que Roze e Olga haviam deixado para trás.
Roze e Olga ouviram os tiros atrás delas enquanto corriam pela passagem seguindo a orientação de Kuwaibel.
Não houve nenhuma palavra, as duas estavam apenas olhando para a frente.
Poucos minutos depois, depois de passar por várias curvas.
— Roze-sama.
— Sim, parece que chegamos.
Havia um grande salão à frente de seus olhares. Mais no fundo da sala havia uma grande porta de folha dupla com cerca de três metros de altura, esplêndidas estátuas de pedra de dragões estavam à esquerda e à direita.
Quando tentaram se aproximar da porta, na parede havia uma grande depressão modelada como uma mão. Roze se perguntou se era um tipo de dispositivo de autenticação, mas não havia nada parecido com uma máquina em lugar nenhum. Não parecia nada mais que uma depressão cavada na parede.
— Este ponto não pode ser ultrapassado apenas por um dragão monarca. É inútil apenas com a realeza. Com um par como parceiros, pela primeira vez a Fonte das Lágrimas do Verdadeiro Dragão terá um significado... eu me pergunto, a seleção milenar me reconhecerá como uma regente?
Ela era uma sobrevivente de um país usurpado. Com certeza, ela seria reconhecida como uma rainha do Reino dos Dragões... esta não era qualquer máquina, mas uma porta e uma fonte de princípios desconhecidos que se dizia ter sido criadas por um verdadeiro dragão e cavaleiro dragão de muito tempo atrás.
Enquanto sentia uma leve ansiedade, Roze colocou a mão na depressão da parede.
Logo depois disso, uma luz prateada passou pela porta. Era como se a água estivesse fluindo para uma vala, uma luz prateada traçou a superfície da porta e formou um grande brasão do Reino dos Dragões na superfície.
E então, a porta — não abriu.
Não, para ser mais preciso, havia um caminho aberto. A porta de folha dupla não abriu, em troca, algo como um espelho brilhante, ou talvez uma membrana tenha sido criada.
— Esta é a porta em direção à fonte?
Roze murmurou para si mesma. Kuwaibel também, era a primeira vez que via isso, mas ele acenou com a cabeça como se entendesse que lá dentro estava o lugar que era seu objetivo.
Olga tentou tocar a membrana brilhante. Seu dedo afundou suavemente. Não houve nenhuma sensação particular. Como esperado, parecia que eles poderiam entrar.
— Roze-sama, vamos depressa. Rápido, para salvar tod-...
Tan!
Um som de luz explosiva ressoou. — Eh? — Não estava claro se aquela voz escapou de Olga ou de Roze.
Porém, quem vomitou sangue foi Olga.
— Olga!
Roze gritou ao mesmo tempo em que Olga pulou na rainha e carregou-a para a retaguarda na cobertura de uma estátua de dragão. No mesmo instante, uma tempestade de balas caiu sobre elas. A estátua do dragão era sólida, embora sua superfície tenha sido alvejada, ela cumpriu satisfatoriamente o papel de parede defensiva.
— Olga, por favor, se recomponha!
— Gohoh, kafuh!
Ela devia estar tentando responder, mas talvez sua traqueia estivesse cheia de sangue porque só tossiu sangue em vez de palavras. Em troca, ela se apoiou na estátua do dragão enquanto puxava sua arma e respondeu ao fogo contra os soldados que estavam atirando da passagem antes do corredor.
Havia muitos soldados, muito mais do que Jean e os outros estavam segurando. Era óbvio que o reforço inimigo estava seguindo atrás deles usando algum tipo de método.
Olga comunicou usando seu olhar para Roze para que a rainha avançasse junto com Kuwaibel. A sombra da morte estava se aproximando daquele rosto. Apenas pela quantidade de sangramento, esse era sem dúvidas um ferimento letal. Ela devia estar planejando ganhar tempo enquanto ainda podia.
Roze olhou para aquele olhar, para os soldados que pareciam correr para o local a qualquer momento, e então para Kuwaibel, que estava gritando de preocupação.
— Ku-chan. Não, Kuwaibel! Vá em frente! Eu e Olga vamos segurá-los aqui!
— Pi?!
Pegando um rifle, Roze inclinou-se para fora da cobertura da estátua do dragão com metade do corpo e respondeu ao fogo. No momento em que seu rosto apareceu, em um golpe de azar, uma bala atingiu sua bochecha.
Sangue fresco tingiu de vermelho aquele rosto liso. No entanto, Roze não deu sinais de vacilar e continuou a puxar o gatilho para ganhar tempo para Olga recarregar.
— Mesmo que não estejamos um ao lado do outro, nossos corações estão conectados como os humanos e os dragões estiveram, como o céu e a terra. Agora, Kuwaibel. De agora em diante, vá sozinho!
— … piih.
Kuwaibel esfregou suavemente sua cauda na bochecha de Roze. E então, no momento em que Roze gritou: — Agora! —, ele voou para fora da estátua do dragão e voou sozinho para a membrana de luz.
A membrana de luz não desapareceu. Roze sussurrou: — Como pensei. — com um olhar para a cena. Pensando na possibilidade de que a fonte permaneceria aberta até que o dragão monarca recebesse o poder, não havia como eles entrarem juntos. A membrana deixou o dedo de Olga passar quando foi aberta.
Em outras palavras, os soldados inimigos também poderiam entrar.
Se os soldados corressem para o corredor, se tornariam um alvo para Olga e Roze. Este lugar era ótimo para conter o inimigo.
Foi por isso que...
— Por favor, mostre-me sua figura que se tornou esplêndida, tudo bem, parceiro?
Vendo Roze dizer isso enquanto dava um leve sorriso, Olga, que ainda continuava a atirar com firmeza, mesmo soltando um chiado no peito, também mostrou um pequeno sorriso.
Suas munições não eram muitas. Pensando na quantidade de tiros necessária para manter o equilíbrio, talvez elas só pudessem continuar por cinco minutos. Mas antes disso, Olga não resistiria. Se o tiro preciso de Olga se fosse, seria ainda mais rápido para o equilíbrio desmoronar.
Mas, mesmo assim, o sorriso de Roze e Olga não desapareceu.
— Uguh!
O ombro de Roze foi perfurado por uma bala. O sangue jorrou, pintando a garota de forma ainda mais horrível.
No entanto, seu sorriso não desapareceu.
Muitos sacrifícios foram feitos, mas eles permitiram que elas chegassem a este ponto.
O último dragão monarca colocou as mãos no trunfo.
— Esta é, nossa vitória!
As palavras de Roze agrediram os soldados como uma bala.
Durante o tempo que Roze e os outros estavam em uma batalha mortal nas profundezas do palácio, na superfície, uma batalha semelhante, não, uma batalha ainda mais feroz estava em andamento.
— O esquadrão Sanchez foi eliminado. Alguém, alguém pode dar reforço?!
— Aqui é Cranks 1 (Bovid). Esquadrão Los. Vamos segurar as coisas por aqui! Vão até lá para dar reforço!
— Aqui é Odet 2. Sou o único que sobrou. É tudo ou nada, vou lançar um ataque kamikaze na ponte!
— Cranks 1, aqui é Shunt 1! O esquadrão Simon foi aniquilado! Não podemos proteger Averia sozinhos!
— Siegel 1 aqui! As coisas estão ruins! Rozeria está recebendo fogo concentrado! Os esquadrões Stan e Ester estão ind-...
— Merda, Siegel 1 caiu! Siegel 2 vai assumir o comando! Protejam Rozeria!
Comunicações de gritos raivosos e berros voaram pelo espaço aéreo. O número de naves de batalha do Reino dos Dragões foi reduzido em um terço desde que Roze e os outros se infiltraram no local.
Ser capaz de afundar sete navios da frota de defesa logo após o início da batalha podia ser considerado um ganho militar surpreendente, embora tivesse vindo de um ataque surpresa impossível.
Mesmo depois disso, mais quatro nav3s foram derrubadas com o canhão principal do dirigível Rozeria e Averia, a força de batalha do inimigo foi cortada pela metade.
Talvez, eles fossem capazes de aniquilar o inimigo neste ritmo...
Também havia pessoas que pensavam assim, mas como era de se esperar da última fortaleza da Nação Divina, eles não eram tão generosos. Quando a frota de defesa enfim formou sua barreira, o ataque do lado de Avenst não pôde passar de um grau desesperador.
Mesmo quando o dirigível Rozeria e Averia dispararam seus canhões principais da curta distância máxima, o ataque apenas perfurou um pouco da barreira e danificou uma parte da estrutura da nave, longe de afundar o inimigo. A história seria diferente se eles pudessem atingir a ponte, mas não havia como a frota de defesa, que estava em plena operação, lhes dar tal abertura.
Mesmo as naves de batalha do céu que penetraram dentro da barreira estavam ocupadas com as naves de batalha do céu inimigas que podiam entrar livremente dentro da barreira, eles não tinham nenhuma margem de manobra para atacar a ponte, se eles mirassem imprudentemente lá, seria uma boa oportunidade para a arma da nave ou as naves de batalha do céu inimigas abatê-los.
E então, quanto mais tempo passava, mais o inimigo organizava seu contra-ataque, e eles encurralaram as aeronaves Rozeria e Averia.
Além disso...
— Aqui é, Cline! Danos no mecanismo de energia de Avenst! Não seremos capazes de suportar mais ataques!
A nave-mãe Avenst, que estava atacando com armamentos manuais operados por civis de todas as idades e sexos, tinha fumaça saindo de seu casco traseiro enquanto começava a se inclinar.
Quem estava chamando por reforço com a voz inquieta era o capitão da nave-mãe Avenst, Cline Sanders. Aquele que também era o comandante supremo já estava no limite e deu uma ordem.
— Todos os esquadrões de naves de batalha do céu se concentrem em proteger Avenst! Rozeria, cubra os esquadrões! Averia, mantenha posição na ala esquerda de Avenst!
Em primeiro lugar, seu papel era ganhar tempo. Se seus ataques não pudessem ocorrer de maneira adequada, o que restava era se concentrar na defesa com determinação e ganhar tempo. A queda da nave-mãe Avenst era algo que precisava ser evitado, não importava o que fosse preciso fazer.
Rozeria e Averia correram pelo espaço aéreo em uma órbita imprudente com a resolução de receberem tiros. Os dois dirigíveis também já estavam danificados, mas parecia que ainda mal possuíam capacidade de combate.
Bovid e os outros se distanciaram da frota de defesa. Barragens de ataques foram enviadas como um tsunami da frota de defesa para não os deixar escapar.
Veteranos como Bovid se esquivaram com manobras como se estivessem possuídos no retorno à nave-mãe Avenst, mas os pilotos que ainda não haviam saído do nível imaturo foram abatidos um após o outro.
— Todos os esquadrões, relatório! Quantos de vocês sobraram?!
O comandante supremo dos esquadrões de naves de batalha do céu, Bovid, estava abatendo uma nave inimiga com uma manobra anormal de um giro no ar enquanto erguia sua voz zangada.
O relatório devolvido foi informação cruel de que mais três pelotões foram aniquilados.
Bovid quis xingar por reflexo, mas um deus da morte se aproximou bem ao lado dele. Um míssil foi disparado de uma nave de batalha inimiga que havia circulado sem ser notada.
Era impossível de escapar, mesmo assim, Bovid iria fazer um esforço em vão, e ele colocou força na mão que segurava o manche...
— GURYAAAA!
Logo em seguida, um clarão preto explodiu o míssil.
— Ha, hahah. Essa foi por um triz. Obrigado, dragão negro.
— Guruu.
O dragão negro que fez um pequeno ronronar como se quisesse dizer: — Não foi nada. — enquanto voava em paralelo, girou para apoiar as outras naves de batalha do céu. Bovid fez uma piada: — Aquele garoto frágil cresceu, hein? —, mas sua expressão era sombria.
Vários dragões negros estavam desempenhando papéis muito ativos em muitos campos. Avenst, que não conseguia manobrar de forma satisfatória, ainda não estava caindo apenas com base em seus esforços.
Mas, mesmo isso estava perto do limite.
— Sua Majestade…
Ele inconscientemente sussurrou para a rainha que ele respeitava. “De quanto tempo eles precisam? Ela está segura? Será que Kuwaibel-sama será capaz de despertar na Fonte das Lágrimas do Verdadeiro Dragão? E será que isso será suficiente para anular esta situação de guerra?”
Ele acreditava. Ele acreditava nisso, mas Bovid, que era um soldado veterano, não pôde evitar a névoa negra de mal-estar que se criou em seu coração.
— Pessoal, só mais um pouco! Vamos com tudo! Se Avenst se for quando Sua Majestade voltar, então será nossa vergonha por toda a eternidade!
Mesmo assim, como capitão, ele disse a todos os esquadrões que estava tudo bem. Ele manteve o moral de seus subordinados com piadas e encorajamento.
Mas, a realidade era cruel e, além disso, sempre estava se movendo para uma direção indesejada.
— ! Impossível. Aqueles caras, eles estão planejando disparar seu canhão principal?! Averia, Rozeria! Detenham-nos, custe o que custar!
O grito de Cline surgiu. Quando Bovid, que estava espantado, olhou para baixo, havia a figura de uma nave mirando seu canhão principal em Avenst.
Era natural que Cline ficasse abalado. Agora mesmo, se Avenst fosse abatido neste tipo de lugar, ele cairia em volta do palácio. As pessoas que moravam ao redor do palácio eram, sem dúvida, aquelas com posição ou pedigree consideráveis, mesmo na Nação Divina.
Portanto, eles estimaram que o inimigo não usaria seu canhão principal com medo de afundar a nave com um tiro, porém...
— Malditos! Então, esses caras também estão no limite, hein?!
Parecia que havia alguém que não tinha condições de suprimir seu medo, ou talvez fosse sua raiva de ver muitos dos navios da frota de defesa serem derrubados.
Os dirigíveis Rozeria e Averia estavam carregando seus canhões principais e iam disparar, mas não conseguiriam a tempo. Nem era preciso dizer que as naves de batalha do céu não seriam capazes de fazer nada.
Bovid, e então todos de Avenst, imaginaram a cena de sua outra cidade natal, a nação no navio, sendo aniquilada.
Carga completa.
Vagamente parecia que as outras naves da frota de defesa também estavam em pânico. No meio disso, o canhão principal por fim iria disparar contra a nave-mãe Avenst... logo antes disso...
GOU!
Um clarão prateado perfurou o céu.
— Hah, vocês estão atrasados, Vossa Majestade, dragão monarca-sama.
Dizendo isso, Bovid virou seu olhar. Sem dúvidas, era uma visão que foi contemplada com espanto por todos neste campo de batalha. Na verdade, até a nave da frota de defesa que estava prestes a disparar também parou de se mover.
O que perfurou o palácio verticalmente, subindo de longe para o subsolo em direção ao céu foi um pilar de luz.
O pilar de luz, que estava diminuindo como se derretesse no ar e então desapareceu, parou o tempo no campo de batalha.
Em pouco tempo, uma forma prateada voou para o céu do mundo que estava cheio de silêncio.
Ele voou para o céu como uma bala de canhão, rolou no ar e abriu suas asas. A luz do sol fez com que as escamas de dragão brilhassem, o quão bonita aquela figura era.
Escamas de dragão de prata brilhante. Um corpo enorme e majestoso. Olhos de dragão que deixariam qualquer um maravilhado. Aquela figura de costas para o sol fazia qualquer um sentir sua divina majestade.
— GAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!!
Isso foi inequivocamente um uivo de dragão. Não, era o uivo do rei dragão cheio de uma aura dominante que era digna de um regente.
Aura prateada se espalhou como uma ondulação. Ela envolveu todas as pessoas do Reino dos Dragões.
Logo após isso, as palavras da pessoa por quem todos certamente ansiavam reverberaram:
— Todos! Parabéns por aguentarem tanto tempo! Sua rainha, seu dragão monarca, estão bem aqui!
Um dragão monarca de prata. Quem estava de pé nas costas era sua rainha, cuja beleza não foi perdida nem mesmo encharcada de sangue: Roze.
Este foi o momento em que o mais forte do Reino dos Dragões, Avenst, foi revivido.
Nota do Autor (Ryo Shirakome)
Muitíssimo obrigado por ler esta história todas as vezes.
Muito obrigado pelos pensamentos, opiniões e relatos sobre erros de ortografia e palavras omitidas.