Volume 11

Capítulo 240: A compreensão do rei (Segunda parte)

Nota do Autor (Ryo Shirakome)

Mordomo = A classe guerreira mais forte. Quando estava escrevendo esse senso comum, o capítulo tornou-se longo mais uma vez...


A visão que se desenrolou à frente depois de passarem pela porta solene era um céu azul-claro.

— Este lugar…

Foi Roze quem sussurrou isso. Roze, que voltou a bordo do dirigível Rozeria, passou pela porta do céu criada por Hajime junto com o dirigível Averia e a nave-mãe Avenst. Eles tinham fortalecido a sua determinação para o campo de batalha que estava esperando à frente.

Mesmo assim, quando ela se lembrou do campo de batalha entre o mar de chamas e relâmpagos e o mar de nuvens rodopiantes que deveria ser chamado de criação de um mito, ela ficou em dúvida se eles estavam sonhando agora que estava vendo aquele céu calmo.

— Roze-sama. Lá-lá embaixo, é Qwailent! A distância é de 1.000 pés!

Eh?

O relato da pessoa encarregada pela observação fez com que Roze deixasse escapar uma voz aturdida. O céu que podia ser visto da ponte era de um azul muito transparente; o sol da manhã estava subindo um pouco mais alto do que o mar de nuvens. Pensando no que essa pessoa estava dizendo no meio dessa visão pacífica, Roze voltou seu olhar para o monitor que projetava a imagem abaixo da nave...

— Eu realmente não entendo o que você está dizendo.

Ela inconscientemente murmurou tal coisa enquanto seu rosto se contraía e suor frio que parecia uma cachoeira escorria.

É claro que ela estaria assim. Porque abaixo de onde as aeronaves Rozeria, Averia e a nave-mãe Avenst estavam flutuando, estava a terra de seu local de nascimento da qual eles não podiam nem mesmo se aproximar até agora: a Nação Divina do Céu Qwailent, não, a terra flutuante do Reino dos Dragões Avenst estava bem ali.

— Sua Majestade! Preste atenção a sua aparência! Avenst também está chegando aqui!

— !?

Uma reprimenda veio de Bovid, que estava em sua nave de batalha do céu na doca, enquanto estava de prontidão.

Roze que se espantou e se recuperou com aquele grito, cerrou seus dentes. Ao mesmo tempo, dentro de seu coração: “Hajime-sama, seu idiooooooooooota! Sou aquela que pediu orientação, mas, para de repente jogar a gente logo acima do alvo desta forma, idioooota! Estúpido! Seu brutoooo!”, ela estava atirando xingamentos em Hajime.

— Avenst, você pode me ouvir?! Evacuem agora mes-...

Roze estava prestes a comandar o capitão comandante a evacuar a nave-mãe Avenst, que não só era incapaz de disparar seu canhão principal, mas também não conseguia estabelecer uma barreira ou realizar uma manobra defensiva. Mas, antes que ele pudesse terminar...

Um som de alarme alto tocou no céu da manhã. O alarme, que poderia até mesmo fazer com que as pessoas com preguiça pulassem da cama de uma vez, fez o corpo de Roze pular e tremer.

Dentro de sua cabeça: “O que fazer, o que fazer, Hajime-sama, seu idiooootaaaa!”, as mesmas palavras e insultos se repetiam. Roze estava prestes a entrar em pânico, mas então, uma reprimenda dizendo: — Se recomponha! — chegou a ela de seu parceiro.

Kuwaibel, que foi abraçado firmemente por Roze a partir de um hábito instintivo, deu um tapa com sua cauda na bochecha da garota. Quando Roze baixou o olhar para o parceiro que estava abraçando, viu Kuwaibel que, se fosse preciso dizer, tinha uma característica infantil e mimada, estava olhando fixamente para ela.

Os olhos de dragão inabaláveis que eram profundos estavam olhando direto para Roze.

Aa, é verdade. Se for determinação, então já decidi junta com todos.”

Roze deixou escapar um longo suspiro, então, no momento seguinte, ela abriu os olhos em um instante. E então, ela observou seus companheiros dentro da ponte cujos rostos estavam ficando pálidos, e seus camaradas em Averia e Avenst através dos monitores.

— Vamos lutar.

Essas palavras eram calmas, mas possuíam dignidade e força definitivas.

— Para sermos iguais aos nossos velhos amigos que estão lutando agora mesmo naquele céu.

Essas foram as palavras da rainha do Reino dos Dragões.

— A fim de salvar nossos amigos e irmãos aprisionados.

Essas foram as palavras de uma pessoa que mesmo quando seu status caiu para o mesmo de um pirata do céu e ela perdeu seus camaradas importantes em inúmeras ocasiões, de forma alguma a rainha havia abandonado a sensação dos dias felizes.

— Com o objetivo de mudarmos o mundo.

Não havia apenas combatentes aqui. Também havia civis. Em vez disso, o número de civis era muito maior do que o de combatentes. Normalmente este não seria um lugar para onde essas pessoas comuns deveriam ser levadas. Mas, sem dúvidas, os velhos e jovens, os homens e as mulheres na nave-mãe Avenst não escutariam isso.

Se Roze e os outros perdessem, eles não teriam futuro. Este era o momento da reviravolta. Um futuro onde eles estariam dando as boas-vindas a uma ruína lenta enquanto simplesmente fugiam e brincavam com esse fato, nenhum descendente do Reino dos Dragões desejava isso.

Caso contrário, eles não passariam por aquela porta do céu.

Foi por isso que...

— Vamos lutar.

Houve uma resposta a esse chamado da rainha... apenas palavras de afirmação: — Ao seu comando! — e olhares resolutos.

Um sorriso surgiu nos lábios de Roze. Aquele sorriso era o mesmo destemido daquele homem que ela lançou abusos um pouco antes.

— Vamos recuperar tudo! A batalha da revolução está bem aqui! Vamos apostar nossos corpos e almas! Força de naves de batalha do céu, todos os aviões, decolar! Causem o máximo de dano que puderem à frota de defesa antes que ela se mova! Averia, concentre fogo na capitânia da frota de defesa! Avenst, dê fogo de cobertura usando uma arma física do alto!

As ordens vieram como uma tempestade.

Como uma borboleta que saiu de seu casulo para voar, as naves de batalha do céu voaram de todos as naves. Sua força principal recebeu graves danos do ataque anterior, e seu número diminuiu, mas ainda chegava a duzentas aeronaves.

Era genuinamente a maior força de batalha que a nação do navio Avenst possuía. Também havia jovens que não haviam terminado a formação entre eles; também havia velhos que já se aposentaram. Os aviões usados também não consistiam apenas de naves em boas condições. Havia também muitos aviões com armamento velho.

Mas, a altura de seu espírito de luta era real.

— Todas as forças, mirem na capitânia da frota de defesa! Não fiquem para trás e voem para o espaço pessoal antes que eles possam expor a barreira defensiva! A barreira da frota de defesa é dura! Considerem-se inúteis se estiver fora da barreira uma vez que ela for formada!

O líder do primeiro esquadrão da força de combate aéreo e o comandante geral Bovid deram suas instruções. Era uma tática extremamente perigosa, pois se o piloto fosse inexperiente, ele morreria na hora da colisão. Mas, a barreira da frota de defesa daqui era ainda mais poderosa do que a frota de defesa de antes. A barreira seria implantada a cerca de cinquenta metros do navio. Não era algo que poderia ser destruído pelo armamento de uma nave de batalha do céu, e eles nem sequer conseguiriam se aproximar deles.

Mas, por outro lado, se eles pudessem se aproximar dentro daqueles cinquenta metros antes da barreira ser implantada, o ataque teria sucesso.

Era esse tipo de tática imprudente; no entanto, não havia uma única nave vacilando. Em vez disso, eles estavam se aproximando com um ímpeto que faria qualquer um pensar que eles até mesmo lançariam um ataque kamikaze sem parar em direção aos vinte navios da frota de defesa que enfim começavam a formar seu estado ancorado.

— Roze-sama. Nossos preparativos estão prontos.

Uma voz veio de Sabas, que estava de pé atrás de Roze. A garota acenou com vigor. Ela mostrou um sorriso decidido e destemido para Sabas, que podia ler seus sentimentos. Sabas também acenou com um sorriso gentil que estava escondendo ferocidade selvagem em seu interior.

Roze inspecionou dentro da ponte.

— Todos, vou deixar Rozeria em suas mãos. Por favor, aguentem até que Kuwaibel volte.

Piih.

O homem que se encarregou de Rozeria no lugar de Roze, Carter Gilton, acenou com a cabeça acompanhado pelo forte aceno dos outros tripulantes.

Atrás de Roze, que girou nos calcanhares, Sabas e os irmãos Crow, e então dez dos membros da guarda imperial de elite, a seguiram.

A estratégia era simples. A fonte na parte mais profunda do palácio que poderia conceder o poder a um dragão monarca, a “Fonte das Lágrimas do Verdadeiro Dragão”, eles levariam Kuwaibel para lá. E então, com a força de Kuwaibel que despertaria temporariamente como um dragão adulto, eles esmagariam a frota de defesa.

Se eles conseguissem apenas destruir a frota, então não haveria existência na Nação Divino que pudesse derrotar Kuwaibel empunhando o poder de um dragão monarca. Este era um país que foi construído a partir da regra do medo e da violência do rei chamado Gregor. Eles não deviam ser capazes de manter seu espírito de luta após o momento em que a frota de defesa caísse.

O problema era quanto tempo Avenst poderia ganhar com a frota de defesa como oponente. Não havia qualquer garantia de que Avenst não seria aniquilada durante o tempo em que eles se infiltravam no palácio com poucas elites até que Kuwaibel voltasse para a luta.

Sons explosivos rugiam do lado de fora. Bovid e os outros, a força de batalha aérea estava iniciando uma batalha de distância mínima que deveria até ser chamada de dança da morte. Quanto danos eles poderiam infligir na frota de defesa com este ataque surpresa se tornaria a chave dessa batalha.

Como Bovid entendia isso, ele com certeza seria imprudente. Assim como Bovid se fez um escudo para aceitar a bala inimiga a fim de salvar Roze e os outros, não havia dúvida de que ele colocaria sua vida em jogo aqui.

— Por favor, todos… fiquem seguros.

Roze sussurrou isso enquanto equipava a si mesma com armas de fogo no fundo de Rozeria. Mesmo que ela estivesse determinada, apesar de ter resolução, não havia como o coração dela não ficar aflito achando que as pessoas que ela amava poderiam morrer. Os lábios de Roze, que estavam se apertando com força, mostravam essa pressão em seu coração de forma mais eloquente do que qualquer palavra.

Pii.

— Ku-chan…

Os olhos fortes de Kuwaibel.

— Roze-sama.

— Vovô.

O sorriso inabalável de Sabas.

— Sua Majestade.

— Roze-sama.

Os sorrisos destemidos dos irmãos Crow.

Os guardas imperiais que a acompanhavam também sorriam de forma semelhante.

Vendo isso, com certeza todos em Averia, e também todos em Rozeria, e também as pessoas que ela amava em Avenst, todos estavam sem dúvidas dando o mesmo sorriso poderoso e destemido. Roze estava convencida disso.

Não houve sequer uma única reclamação em direção a rainha que decidiu se dirigir a esse inferno.

A escotilha abaixo da nave abriu. Rozeria estava evadindo os ataques terra-ar que estavam esporadicamente começando enquanto voavam em direção ao palácio. O cenário abaixo que estava fluindo era a paisagem urbana do local de seu nascimento e que a garota estava vendo pela primeira vez.

Aa.”, dentro de seu coração Roze deixou escapar um suspiro admirado. Roze, que foi levada embora quando bebê, não tinha nenhuma lembrança do Reino dos Dragões, a sensação de “voltar para casa” transbordou em seu interior.

E assim, esse sentimento com certeza era muito mais forte para os mais velhos que conheciam mais este país em comparação com ela, que não sabia de seu local de nascimento.

Essas pessoas nas naves de batalha do céu, aquelas pessoas que estavam olhando para baixo das aeronaves e da nave-mãe, que tipo de sentimento elas estavam tendo?

Elas estavam segurando uma onda de emoções? Sem dúvidas o cenário não era exatamente o mesmo comparado com o passado, então elas ficaram enfurecidas vendo a sua pátria alterada? Talvez eles morreriam no próximo momento enquanto ainda mantinham tal sentimento. Neste campo de batalha onde a chance de sobrevivência era notavelmente baixa, o sentimento deles choveria junto com a explosão das chamas.

Mas, nem mesmo um único pararia de voar até seu último suspiro.

Por qual motivo? Isso já estava decidido.

Aa.

Assim, Roze deixou escapar seu sentimento profundo mais uma vez.

Com um rifle automático em uma das mãos, ela tocou o cano na testa e fechou os olhos como se rezasse.

Agora, ela entendia. O que era um regente, o que ela era. O que a existência dela deveria realizar.

— Pensando no futuro, para aproveitar o presente... eu tomei minha decisão. Eu coloco minhas coisas importantes nos dois lados da balança.

Gregor era um rei da pilhagem que embasava a verdade do poder. Controle para aqueles que obedeciam, morte a quem desafiasse. Sem dúvidas essa era também uma maneira de viver.

Até Roze podia ser semelhante.

Ela não podia escolher tudo. Ela teve que fazer sua escolha. Com seu corpo que não era de um deus, ela não conseguia alcançar o ideal. Mesmo que como resultado de sua escolha alguém fosse afastado, a fim de não perder tudo, Roze teve que fazer sua escolha.

Assim, ela se determinou e os soldados, que passaram por alegrias e tristezas com ela, pularam no inferno por causa do futuro e pelas pessoas que estavam vivendo pelo momento.

Mas, ela não achou que fosse um engano. O motivo era que isso seria um insulto aos soldados que responderam à vontade dela.

Foi por isso que ela mudaria.

— Eu vou mudar. Me tornarei uma rainha guerreira. A rainha dos soldados.

“Alguém depois de mim poderá se tornar um monarca gentil. A fim de conectar nosso futuro em direção a esse alguém, me tornarei uma rainha em guerra.” As poderosas palavras de Roze que continham tal sentimento fizeram com que a expressão de Sabas se tornava um pouco solitária, os irmãos Crow fechavam os olhos, e os guardas imperiais exibiram uma expressão tensa.

Roze se virou para eles e falou:

— Vamos lá. Para nosso campo de batalha.

Dizendo isso, ela pulou sem hesitar.

Sabas e os outros acenaram um para o outro e, da mesma forma, saltaram seguindo a pessoa amada que eles próprios decidiram como sua mestra.

Roze e os outros, que pularam no ar, naturalmente obedeceram à verdade do planeta e entraram em queda livre. O rugido do vento entrou em seus ouvidos enquanto eles abriam os braços para se equilibrarem.

A distância deles até o chão se deu instantaneamente e o palácio ficou abaixo deles.

— Ku-chan. Para o terraço!

Piih.

Quando Roze falou com um volume que não perdia para o vento, Kuwaibel respondeu imediatamente. Quando Kuwaibel, que estava envolto em uma luz de prata soltou seu grito, a mesma luz envolveu Roze e os outros.

De forma suave, o corpo de Roze e dos outros foram libertados da cunha da gravidade. Eles giraram no ar e tomaram a postura de aterrissagem. Kuwaibel ajustou sua posição de queda e os guiou em direção ao terraço próximo ao andar mais alto do palácio.

Mas, nesse momento, o som de estouros secos soou ao mesmo tempo com o som agudo que cortava pelo vento. Por sorte, as balas não os atingiram, e seguiram entre o grupo em direção ao céu.

Quando olharam, havia vários soldados no jardim do palácio. Eles estavam apontando para Roze e companhia enquanto preparavam seus rifles.

— Deixem isso comigo.

Logo depois disso, brilhos de prata choveram sobre aqueles soldados. Essas coisas que foram lançadas cortaram o ar e perfuraram os rostos dos soldados, e então eles ficaram moles como uma marionete com seus fios cortados.

Quando Roze voltou os olhos para o culpado, ele, Sabas, estava olhando com atenção para o jardim, enquanto entre seus dedos havia três facas de cozinha.

Parecia que este pseudomordomo estava lidando com vários alvos no solo a cem metros de distância usando talheres de cozinha.

Mas, mesmo enquanto isso estava acontecendo, soldados que ouviram os tiros apareceram do terraço e do jardim à frente... porém...

— Merda!

Talheres estavam voando. Facas de prata polidas que normalmente eram armazenadas na cozinha da nave-mãe Avenst!

Suta! Roze e companhia desceram com segurança no terraço. E então, com um princípio desconhecido, Sabas guardou as facas de cozinha no punho enquanto emitia um som baixo. Roze lhe perguntou como a representante dos guardas imperiais que estavam fazendo uma expressão confusa.

— Por que, talheres?

— Porque eu sou um mordomo.

A história de Sabas, que era o ex-capitão da guarda imperial, que depois se tornou o mordomo de Roze após escolher os irmãos Crow e entregou sua posição para eles, era conhecida por todos. Eles também conheciam a sua verdadeira força. Mas, nenhum deles sabia que o homem possuía a habilidade desumana que lhe permitia alvejar um inimigo no chão a partir de cem metros do alto usando um talher.

Eles mais ou menos sabiam que em seu período de serviço ele se especializou em saque rápido com revólver, uma arma que deveria ser reduzido a uma relíquia da velha era, mas eles nunca imaginaram que depois de se aposentar o homem iria adquirir uma nova habilidade, uma habilidade ultrajante de precisão usando uma faca de cozinha.

— O que vocês estão fazendo ficando distraídos desse jeito? Agora, vamos log-... merda!

Enquanto ele falava, a faca de cortar carne que se manifestou como uma prestidigitação perfurou o globo ocular de um soldado que saiu correndo do terraço vizinho.

Além disso, Sabas jogou sem hesitar uma faca em uma direção completamente oposta a outro soldado que recuou seu rosto em pânico. A faca de cozinha ricocheteou no ornamento nas proximidades do teto do terraço antes de voar para a entrada enquanto girava rápido.

Gueh!

Um único gemido pôde ser ouvido. Em seguida o som de algo pesado caindo também ressoou.

— …

— Qual o problema Roze-sama? Vá depressa para dentro.

Ah, sim.

Roze, que decidiu se tornar a rainha dos soldados, depois de ver a habilidade sobre-humana de um verdadeiro (?) soldado (mordomo), seu coração batia muito rápido.

Roze e os outros entraram na sala enquanto controlavam suas mentes.

— Vovô, você é a vanguarda. Devemos ser capazes de ir direto para o subsolo a partir da passagem oculta da realeza, certo?

— Sim. Quer dizer, se a passagem não estiver bloqueada. Mas é impensável que Gregor selasse sua própria rota de fuga. Ouso dizer que não haverá nenhum problema.

Sabas abriu um pouco a porta da sala, e ele logo voltou para o corredor. E então, o mordomo acenou com a cabeça uma vez e moveu-se na frente como a pessoa que conhecia completamente o interior do palácio real.

Diante dele estavam seis guardas imperiais seguindo com movimento ordenado sem a menor desordem, atrás deles estava Roze com os irmãos Crow em ambos os lados, suas costas estavam protegidas por quatro guardas imperiais.

Muh!

De repente, Sabas soltou uma voz de alerta. No momento seguinte, ele de repente acelerou!

O soldado que saltou do canto do corredor à frente foi atingido por um golpe corporal que emitiu um som de impacto como se tivesse sido atingido por um grande canhão. Sem qualquer tempo livre para se contorcer, o soldado desabou com seus globos oculares girando, e o branco de seus olhos ficou exposto.

Ainda assim, ele não estava autorizado a cair, seu colarinho foi agarrado, e o inimigo foi obrigado a ficar em pé.

E então, vários tiros soaram naquele momento. O soldado que foi erguido por Sabas dançou como uma marionete malfeita. Ao mesmo tempo, a palma de Sabas atingiu o abdômen do soldado que ele usou de escudo como se estivesse espancando um morto.

Mesmo que ele e o cadáver estivessem em uma postura em que estavam quase colados um ao outro, o lamentável soldado A foi lançado como uma bala de canhão.

Uoh!

— O quê-quê?!

Os soldados atrás que estavam disparando perderam a calma vendo o cadáver de seu companheiro de repente voando horizontalmente contra eles e todos se esquivavam. Os tiros pararam.

Fuhn!

Gahah!

O golpe no corpo do pseudocanhão explodiu mais uma vez no soldado B. Ele estava segurando o estômago enquanto seu corpo se inclinava para a frente e o homem caiu de joelhos. Sua boca vomitou espuma misturada com sangue, e ele teve convulsões.

— Seu maldito!

Hah!

Goeh!

O soldado C apontou seu rifle, mas o que se refletiu em sua visão foi apenas a ponta esvoaçante do uniforme do mordomo. O golpe do cotovelo de Sabas que escorregou por seu espaço pessoal atingiu o centro de seu esterno, um som miserável que nunca tinha sido ouvido antes soou.

Sem sequer prestar atenção ao soldado C que estava desmoronando atrás dele, Sabas sacou uma pistola do coldre na cintura do soldado C que estava caindo.

... com certeza, os soldados D e E, que estavam atrás do soldado C, estavam testemunhando uma cena irreal de um homem velho em uniforme de mordomo aparecendo da sombra de seu camarada caindo lentamente, apontando uma arma em sua direção.

Bang, bang!

Dois tiros. Os tiros na cabeça também foram dois.

Baque! Os soldados D e E desabaram.

Ah, por ali!

— Merda, Fritz e os outros foram aniquilados! Aquele homem com roupa de mordomo!

Mais soldados que ouviram os disparos apareceram do canto do corredor de repente. O corredor era uma linha reta. Havia cerca de dez metros até o canto onde os soldados estavam aparecendo.

— Vovô, volt-...

Roze estava prestes a gritar “Volte!” Mas, antes que ela pudesse, Sabas tinha se movido.

Para a frente.

Com uma postura baixa como se rastejasse pelo chão, ele disparou como uma bala.

A ponta esvoaçante do uniforme de mordomo era linda.

O cano da arma brilhou de forma nobre. Uma tempestade de balas surgiu.

No entanto, isso nem atingiu o velho mordomo.

— Como diabos?!

Um soldado atuou de forma reflexiva como a pessoa com senso comum. O velho mordomo, que se movia com pequenos balanços para a esquerda e para a direita, sem sequer diminuir a velocidade e não podia ser tocado nem mesmo pela bala de um rifle, já estava no território do horror.

A verdade era que ele só calculou a linha de tiro pela direção do cano da arma, e antes de ser alvejado fugiu para um lugar onde as balas não acertariam, mas ver essa cena era uma situação realmente incompreensível.

— Maldição!

O Soldado F não aguentou mais e saltou do canto do corredor, o homem segurou o rifle para atirar na cintura e o disparou em modo automático.

Para que não pudesse desviar, ele devia ter a intenção de espalhar balas da esquerda para a direita de forma uniforme.

— Ridículo!

O mordomo disse algo.

Em seguida, as balas do rifle que destruíam tudo seguindo o movimento de um leque desceram logo abaixo de Sabas em vão. Sim, Sabas deu um pontapé na parede do corredor e, com um salto triangular, refugiou-se no ar.

Ao mesmo tempo, ele estava atirando nos soldados escondidos na esquina para impedi-los de se moverem enquanto seus dedos pegavam a parte ornamental da luz do teto e, como um pêndulo, ele aumentou o alcance de seu salto enquanto acelerava ainda mais.

Ao mostrar uma torção no ar que faria até mesmo o famoso movimento de um certo atleta de ginástica que se torcia demais ficar pálido, a postura de Sabas ficou de cabeça para baixo logo acima do soldado F. Assim, ele atirou a arma que ficou sem balas em outro soldado, agarrou o queixo do soldado F e, usando o impulso da torção, quebrou o pescoço do alvo.

Sabas realizou um belo pouso à sombra do soldado F que estava girando como se estivesse em uma dança enquanto seu corpo estava desmoronando quando uma bala se aproximou dele.

Kan!

Tal som leve ressoou.

— Como isso é possível?!

— Como isso pode ser possível?!

A fala que respeitava o senso comum do soldado G e da rainha-sama se sobrepuseram. Se fosse dito que isso não poderia ser evitado, então não poderia ser evitado. Afinal, Sabas tinha acabado de defletir uma bala de fuzil.

... usando uma bandeja de prata brilhante polida que ele tirou de algum lugar.

— Um mordomo tem que ser no mínimo capaz de desviar algo como uma bala usando uma bandeja.

— Não, isso não faz sent-... gueh!

Para ser específico, a bandeja de prata que Sabas pegou foi especialmente feita para ser dura o suficiente para desviar uma bala, além disso, em vez de chamar a ação de defletir, ele colocou a bandeja em um certo ângulo quando a bala atingiu, por isso era mais correto chamar de “desviar”...

De qualquer forma, de nove em cada dez oportunidades, a bandeja sairia voando e o alvo ainda seria atingido, por isso não mudava o quão incomum foi o que aconteceu.

De qualquer forma, o soldado G, que agiu como um homem sério e com bom senso, teve sua garganta esmagada pela bandeja de prata que voou para ele como um Frisbee1, e ele caiu enquanto soltava um gemido que parecia o coaxar de um sapo.

Os outros soldados retornaram aos seus sentidos e prepararam seus rifles. O cano do rifle do soldado H travou na testa de Sabas, que se aproximava à sua frente.

Mas, quando ele estava prestes a puxar o gatilho...

— Ele-ele sum-...

— Lento demais.

Incapaz de seguir a figura de Sabas que afundou de repente, parecia que o mordomo sumiu e o soldado ficou abalado. E assim, sem sequer ter tempo de estremecer ao ouvir a voz de baixo, o chute do mordomo pulverizou a mandíbula e quebrou o pescoço do soldado H, que subiu para o alto.

— Seu, monstro!

— Morra, velhote!

— Seu desgraçado, vou te matar!

Os soldados I, J e K cercaram Sabas. Três canos de rifles foram voltados de três direções para ele em um alcance realmente próximo. No mesmo instante, os três deram um grito curto. Aconteceu ao mesmo tempo em que Sabas fez uma rotação ao aproveitar a força centrífuga do chute que desenhou uma órbita circular artística.

Olhando mais de perto, havia uma agulha de costura no olho do soldado I, uma faca enfiada no braço do J e sangue jorrando do pulso do soldado K.

Os três, que estavam recuando com a dor, expuseram uma abertura fatal. De modo natural, não havia nenhuma maneira de o velho mordomo, que estava deixando escapar um brilho afiado em seus olhos, que poderia até mesmo ser confundido como olhos de dragão, ignorar essa abertura.

— Merda!

O Mordomo-sama realizou um belo breakdance2 em um mundo invertido.

Vamos dizer, mais uma vez. O uniforme esvoaçante do mordomo era lindo.

As pernas longas de Sabas balançaram em um movimento circular. Uma faca afiada e brilhante brotou a partir da ponta dos sapatos de mordomo. Ela acariciou a garganta dos soldados como se eles fossem sugados para sua órbita.

Acompanhando a órbita das pernas de Sabas, uma linha de sangue foi desenhada na parede.

Sabas estava ajoelhado quando se recuperou da dança extremamente perigosa. Ele se levantou e limpou a bainha de sua roupa antes de tirar um guarda-chuva dobrável do nada.

Ao mesmo tempo, quando ele o abriu com um movimento suave, pusha!, uma chuva de sangue caiu. É claro que ela não tocou Sabas, que estava sob um guarda-chuva.

Baque! Os soldados, cujas artérias carótidas foram rasgadas, desmoronaram.

Fumu. Eu tentei criar isso para matar o tempo, mas, inesperadamente, foi um pouco útil.

Sabas murmurou tal coisa enquanto girava o guarda-chuva dobrável. Sua estrutura saiu, e apenas seu polo central permaneceu, ao mesmo tempo, uma lâmina de dois gumes afiada brotou de sua ponta.

E então, ele o preparou e, como um atleta de lançamento de dardo, o atirou mais fundo no corredor.

U, UOOOOOOH!

Com uma sincronia excelente, o último soldado que parecia estar escondido saltou. E então, no momento certo, sua garganta recebeu o ataque do guarda-chuva e ele caiu para trás.

— Agora, Roze-sama. Por enquanto, removi o perigo à frente. Será desfavorável se eles se aproximarem com vigor. Vamos nos apressar.

Ah, sim.

Montes de cadáveres por toda parte. Os rostos de Roze, dos irmãos Crow e dos guardas imperiais estremeciam diante de uma cena tão desastrosa do corredor enquanto corriam para a posição de Sabas.

— E-ei, Vovô. Agora mesmo, quando você foi cercado pelos soldados, o que você fez?

Roze devia estar se referindo ao momento em que os soldados I, J e K de repente receberam danos. Ela sabia que Sabas tinha feito algo, mas foi tão rápido que a garota não soube o que ele realmente fez.

Parecia que não era apenas Roze quem tinha essa pergunta, os irmãos Crow e os guardas imperiais também pensavam o mesmo, aliás, eles pareciam os mais curiosos, então a rainha inconscientemente questionou enquanto entendia que este não era o momento certo para isso.

Sabas, que corria pelo corredor com passos firmes, mesmo enquanto mantinha a guarda preparada, lançou um olhar penetrante para os irmãos Crow e os guardas imperiais: — Nem todos vocês conseguiram ver? — Ao vê-los estremecer, Sabas balançou a cabeça como se lamentasse a inadequação deles ao responder.

— Não foi nada significante. Eu estava atirando a agulha de costura dentro da minha boca enquanto arremessava uma faca do lançador dentro da minha manga, ao mesmo tempo eu balancei um fio um pouco resistente, que também pode ser usado para costurar, para cortar o punho do alvo. Isso é tudo.

— É-é mesmo? Mas, Vovô. Por que uma ferramenta de costura?

— Porque eu sou um mordomo.

Ouvindo as palavras de seu professor Sabas, seus alunos pessoais, os irmãos Crow, pensaram: “Essa pessoa, ele se tornou mais forte desde que se aposentou e virou um mordomo.” Sabas lançou um olhar ainda mais aguçado para os irmãos Crow.

— Claro, até mesmo Olga e Jean podem fazer isso. Não é verdade, vocês dois?

— Sim-sim Senhor!

— Se-seria uma vitória fácil!

É claro que eles não poderiam. Os dois também poderiam esmagar um inimigo do mesmo número na mesma situação de agora se usassem uma arma. Mas, algo como enfrentar múltiplos soldados totalmente armados apenas com combate a curta distância sem usar uma arma de fogo e cuidar de todos eles em menos de um minuto era...

Os guardas imperiais lançaram olhares simpatizantes a capitã e ao vice-capitão.

Por acaso, a classe de mordomo era dotada do maior poder, esse era o padrão em qualquer mundo.

— Talvez fique tudo bem apenas com o Vovô...

Roze inconscientemente murmurou. Os guardas imperiais ficaram com olhares distantes ao ouvirem isso.


Roze e os outros que estavam correndo por algum tempo enquanto o confronto contra os inimigos era tratado por Sabas, que lutava como um deus feroz, enfim chegaram a uma sala privada da realeza que ficava no centro do palácio.

— Roze-sama. Esta sala é o quarto privado da mãe de Roze-sama, Averia-sama. Averia-sama estava embalando Roze-sama que acabou de nascer neste quarto.

— Este quarto, é da minha mãe...

O interior da sala era simples. Quase não havia móveis ou utensílios, em troca havia muita bagagem colocada lá. Parecia que não era usado como quarto particular de alguém, mas como um depósito.

Mesmo assim, Roze poderia imaginar a cena. Sua mãe, que ela só tinha visto em fotos, estava aqui, sim, ela estava perto daquela janela ali, confortando seu bebê dentro de seus braços.

— Roze-sama. Os soldados estão vindo.

Um guarda imperial, que ficou de vigia no corredor, chamou com uma voz baixa.

Roze pôs um freio em seu sentimento transbordante e olhou para Sabas. Sabas acenou, e ele pisou com força em uma mancha do chão. E então, ele se moveu para a esquerda e para a direita como se confirmasse o seu passo enquanto pisava com a mesma força em outros cinco lugares.

O resultado, uma parte da parede fez um pequeno som mecânico e uma tampa do tamanho de uma palma deslizou. Lá, eles viram uma placa deste mundo.

— Roze-sama, é “aquela que caminha com orgulho (Roze Phi Erute)”.

— … sim.

Essa era a senha para abrir a passagem oculta. A nuance dessas palavras lembrava seu primeiro nome e sobrenome. Mantendo o sentimento que estava inserido em seu nome dentro de seu coração, Roze digitou as letras.

O som de operação mecânica vinha de dentro da parede.

No mesmo instante:

— Roze-sama!

— !?

O que ressoou foi a voz de Sabas e disparos consecutivos.

Kuh! Uma armadilha!

Olga mordeu os lábios enquanto disparava contra a arma mecânica de interceptação automática que parecia uma sentinela que saiu de trás de um implemento.

— Vovô!?

— ... baixei minha guarda. Então eles colocaram uma armadilha que funciona junto com o dispositivo de autenticação...

Talvez Gregor tivesse assumido que a realeza expulsa voltaria aqui. As pessoas que sabiam sobre o procedimento para abrir a passagem secreta nesta sala antes mesmo do reino ser usurpado eram apenas a realeza e Sabas, que era o capitão da guarda imperial.

E então, a realeza, a família de Roze nunca vazaria essa informação para o inimigo, portanto, Sabas pensou que o inimigo não poderia abrir a passagem escondida aqui, mas...

Se já se passaram algumas décadas desde aquele dia de tragédia, então sem dúvidas era possível instalar uma armadilha pelo menos no dispositivo de autenticação. Talvez isso tenha sido uma vingança por ser capaz de alcançar até o dispositivo de autenticação, ainda assim, eles não foram capazes de avançar mais do que isso.

Sabas falou: — Estou ficando enferrujado. — para si mesmo que não reparou que esse lugar já foi notado e ele se levantou. No instante em que ele fez isso, o sangue estava escorrendo. O flanco do uniforme de mordomo podia ser visto mudando de cor apesar da cor preta que o fazia não se destacar.

— Vovô, seu ferimento!? Tra-tratamento médico, depressa!

Roze estendeu a mão para o flanco de Sabas, mas essa mão foi impedida pelo próprio mordomo. Ao mesmo tempo, disparos de arma de fogo ecoaram no corredor. A posição deles se tornou conhecida pelos tiros de antes, e os soldados estavam correndo para cá.

Os guardas imperiais que guardaram a entrada soltaram uma voz furiosa: — O número deles é mais de vinte! Nós não vamos aguentar por muito tempo! Depressa! — enquanto respondiam ao fogo.

Sabas acenou, e ele voltou um olhar afiado para os irmãos Crow.

— Olga, Jean. Cumpram o dever da guarda imperial. Roze-sama e Kuwaibel-sama, levem-nos para a Fonte das Lágrimas do Verdadeiro Dragão, mesmo que custe suas vidas.

— … sim! Sem falha.

— Sim, mestre!

Ver Sabas dando tal ordem enquanto emitia uma aura dominadora que era realmente impensável de uma pessoa ferida, seus pupilos pessoais, os irmãos Crow, seguraram a respiração. Eles sentiram a determinação de Sabas.

— Vovô, o que você está dizendo...

— Por favor, vá, Roze-sama. O Vovô vai segurar o inimigo aqui.

— Por quê?! Nós só precisamos entrar na passagem e depois fechar a porta!

Sabas balançou a cabeça. E então, ele disparou em direção à pintura que decorava a sala.

— Eu fui descuidado. Havia uma câmera escondida. Muito provavelmente eles já sabiam a senha. Através dessa entrada há uma pequena passagem que continua até o subsolo. Estaremos indefesos se somos atacados de cima. Este é meu erro. Desejo aproveitar esta chance para me redimir.

— Uma coisa dessas!? Já está tudo bem; todos entrem depressa na passagem!

Roze agarrou o braço de Sabas, e ela caminhou em direção à passagem. Logo depois disso: — Granada! Se abaixem! — um aviso ressoou. Sabas cobriu Roze, ao mesmo tempo em que uma explosão de chamas envolveu a área perto da porta, os quatro guardas imperiais que estavam retornando fogo foram explodidos.

Parecia que ele evitou desmaiar com seu corpo treinado, mas depois de ver o sangue fluindo de todos os lados e também a tosse com sangue, não havia dúvida de que seus órgãos internos estavam danificados. Obviamente, foi um ferimento grave.

Incontáveis passos ressoaram. Os soldados correndo mostraram seus rostos da porta.

Suton!

Com isso, facas perfuraram seus globos oculares ou gargantas. Além disso, o objeto preto jogado, uma granada de mão, rolou para o corredor e explodiu.

Após o som explosivo que ressoou mais uma vez, gemidos escaparam do corredor.

— Olga, Jean! Levem Roze-sama para longe daqui!

A voz de Sabas ecoou.

Sabas correu em direção ao corredor, e ele roubou os rifles de dois soldados que foram mortos por facas. Ele abriu ambas as mãos e atirou para a esquerda e direita do corredor. Gemidos de dor surgiram mais uma vez.

— Vovô, volte! Isto é uma orde-...

— Você não tinha se determinado?

Roze, que estava prestes a ordenar que ele voltasse, foi perfurada pela voz raivosa de Sabas, que a garota nunca tinha ouvido antes. Roze ficou sem palavras contra o mordomo, que estava escondido atrás da porta, enquanto continuamente puxava o gatilho de seus rifles no corredor. Para Roze, Sabas era um velho bem-humorado. Ele nunca tinha levantado a voz assim para ela.

— Vo-vovô…

— Você decidiu lutar, não decidiu?! Você jurou pesar suas coisas importantes, não jurou? Em nome de nosso futuro, você vai agarrar a oportunidade; você está determinada a fazer isso, não está?!

Então...

— Mostre que você vai escolher! Ou então, você vai abandonar o futuro para salvar este velho?!

Era verdade. O caminho que ela determinou foi esse tipo de caminho. Um rei tinha que fazer uma escolha.

Ela fez sua escolha. Mesmo assim, para Roze que não conhecia seus pais, Sabas era, seu verdadeiro...

— …! Olga, Jean! Escolham os membros que vão deter o inimigo junto com Sabas! O resto virá comigo!

— Sim-sim.

— Ao seu comando!

Roze, que esfregou os olhos que quase transbordavam, virou o corpo em direção à passagem oculta.

Os quatro guardas imperiais que foram atirados para trás estavam feridos por todo o seu corpo, no entanto, todos pegaram rifles e se levantam para responder ao fogo junto com Sabas. E então, Roze olhou para trás em direção a Sabas.

Sabas também voltou seu olhar para Roze enquanto recarregava a arma.

— Sabas, defenda este lugar, até o fim.

Fuh. Ao seu comando. Roze-sama.

Ela pensava nele como seu verdadeiro avô. Ou talvez, como seu pai. O sentimento não expresso foi colocado na ordem que foi dita.

Esse sentimento atingiu Sabas, que esteve ao seu lado todo esse tempo desde que a garota nasceu.

Roze desapareceu no fundo da passagem oculta. Olga e Jean, junto com outros guardas imperiais, acenaram para Sabas e seus camaradas antes de seguirem atrás. A porta foi fechada.

Sabas disparou contra o dispositivo depois que eles passaram. Com a tecnologia da Nação Divina, mesmo com o dispositivo da senha destruído, ainda havia uma grande possibilidade de abrir o caminho usando a senha, mas assim eles poderiam ganhar mais tempo.

— Avance, minha amada criança. Eu também pensei em você como minha verdadeira neta.

Os guardas imperiais restantes mostraram um sorriso irônico ouvindo o monólogo de Sabas, pensando que ele deveria apenas dizer isso diretamente. Sabas, que os notou, limpou a garganta parecendo um pouco envergonhado.

— O que há com esses olhos, pessoal. Daqui em diante será o inferno. Se esforcem de verdade.

Kukuh, você está certo. Vamos acompanhá-lo até o fim, vamos sim, Sabas-sama.

— O demoníaco capitão da guarda imperial foi revivido, hein?

— Foi uma honra.

— Deixe-nos mostrar a eles a nossa força, a guarda imperial de Avenst.

Enquanto estavam totalmente feridos por todo o corpo, os guardas imperiais responderam de forma destemida. Sabas sorriu e concordou.

Algo como uma ogiva de foguete, como o ataque de antes, apareceu na frente do corredor. O cano do rifle de Sabas perfurou a ogiva com precisão perfeita, e explodiu o míssil. Os guardas imperiais enviaram uma tempestade de balas em direção ao corredor que estava envolto em chamas.

— Vocês, protejam o corredor esquerdo. Vou voltar em três minutos.

Dizendo isso, Sabas saltou para o corredor. As balas voavam do corredor direito, mas foram evitadas chutando a parede e o teto usando movimentos hábeis, e ele se lançou no canto onde os inimigos estavam se escondendo.

Os soldados não pensavam que alguém atravessaria aquelas balas de fuzil mesmo em seu sonho mais louco e os inimigos ficaram perplexos.

— Muito bem, recebi o comando de sua majestade a rainha para defender este ponto até o fim... para “defender ao massacrar todos os inimigos”. Posso contar com cada um de vocês para partirem para o outro mundo?

Shakin! Três facas de cozinha saíram de ambas as mangas. Cada faca era segurada entre os dedos, como se fossem garras de prata brilhantes.

— Fo-fogoooo!

Um grito de raiva ressoou de uma pessoa que parecia ser o capitão.

No momento seguinte, também houve gritos de agonia.


Nota do Autor (Ryo Shirakome)

Muitíssimo obrigado por ler esta história todas as vezes.

Muito obrigado pelos pensamentos, opiniões e relatos sobre erros de ortografia e palavras omitidas.


Notas

1 – Frisbee é um objeto em forma de disco, geralmente feito de plástico com diâmetro entre 20 a 25 centímetros. Seu formato permite o voo quando são lançados em rotação. Frisbees são jogados como parte de diferentes jogos, nos quais diversas pessoas e cães podem participar. Estes jogos em geral consistem de lançar o disco e pegá-lo ainda nos ares.

2Breakdance (também conhecido como breaking ou b-boying em alguns lugares) é um estilo de dança de rua, parte da cultura do hip hop criada por afro-americanos e latinos na década de 1970 em Nova Iorque, Estados Unidos, normalmente dançada ao som do hip-hop, funk ou breakbeat. O breakdancer, breaker, b-boy, ou b-girl é o nome dado a pessoa dedicada ao breakdance e que pratica o mesmo. No início, o breakdance era utilizado como manifestação popular e alternativa de jovens para não entrar em gangues de rua, que tomavam Nova Iorque em meados da década de 1970. Atualmente, o breakdance é utilizado como meio de recreação ou competição no mundo.



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