Volume 2
Capítulo 68: Um confronto
Enfim, normalmente, acompanhantes em encontros formais entre a nobreza se tratava muitas vezes de concubinas ou outras esposas, algo normal entre a nobreza, mas que geralmente era somente apresentadas depois do primeiro casamento.
Portanto, por mais que a Família Dandin estivesse aproximadamente consciente de seus status, a confirmação sempre era bem-vinda nessas situações. Contudo, minhas próximas palavras os surpreenderam.
— Jovem Dama Annia, não vejo nenhum problema em apresenta-las. A jovem ruiva é Elise, quanto a de cabelo branco é Celine, ambas são minhas companheiras. Mas se quiser uma explicação mais direta, são pessoas aos quais confio minha vida, como também minhas protetoras. — Apresentei, presenciando sua expressão peculiar.
— Então não são suas concubinas... Nesse caso, porque não deixar que acompanhassem os cavaleiros? — indagou Annia descontente, ignorando os olhos de advertência de seu pai.
— O que posso dizer, estou acostumado a tê-las ao meu lado. Além disso, como sabe, devido as minhas conquistas, já fui alvejado por assassinos. Um pouco de segurança nunca é demais nessas situações, não concorda? — falei indiferentemente, vendo sua expressão ficar levemente zangada.
— O Jovem Mestre Hyan não está dizendo que não detêm confiança em nossa segurança, certo? Dizendo algo tão ultrajante diante seu anfitrião... não tem medo de deteriorar o nosso relacionamento? — declarou Annia com um leve sorriso, demonstrando vagarosamente sua arrogância e presunção.
— Annia! Se comporte imediatamente! Caso contrário, irá suportar as consequências!! — Rosnou Dougan, intervindo imediatamente. Mas minhas próximas palavras o fizeram tremer sutilmente, enquanto me encarava intensamente.
— A Jovem Dama Annia está correta. Eu confio somente minha segurança aqueles que receberam minha aprovação — respondi, vendo seu sorriso rígido.
— Oh! Isso nos deixa realmente um pouco entristecidos. O que me diz, vamos ter um pequeno confronto, uma de suas “protetoras” contra meu principal cavaleiro? — Propôs Annia intencionalmente.
— Se vencermos, acredito que não seria muito pedir que o Jovem Mestre Hyan se desculpe por suas palavras rudes, certo? — declarou Annia com um lindo sorriso, batendo levemente as mãos, quando um cavaleiro adentrou o salão, enquanto me olhava maliciosamente.
E observando seu cavaleiro pessoal, usando meu sentido espiritual, aparentava ser alguém entre dezoito a vinte anos. Nada muito, emanando uma aura referente ao Reino Corporal, estágio do corpo primal.
— Hmm... seu cavaleiro parece poderoso, daria um bom confronto com minha protetora. Mas, se não estiver errado, acredito que se perder a Jovem Dama Annia vai pedir que me ajoelhe diante sua presença, não? — Brinquei, vendo seu sorriso ampliar sutilmente.
— E se eu ganhar... Bem, vou simplesmente atestar minhas palavras anteriores. Sinceramente, não vejo um motivo para dar seguimento a esse confronto... — expliquei, olhando-a interessadamente; não tendo nenhuma interferência dos nossos pais no assunto.
— Oh! Não me diga que está com medo? Diga seus termos, farei o melhor para satisfaze-lo, ou deseja retirar suas palavras, encerrando assim o assunto? — Brincou Annia, confiante.
— Heh! Medo? Claramente impossível. Vamos melhorar um pouco essa aposta. Se eu perder, assinarei um contrato que fornece dez porcento dos lucros mensais da Mansão do Resplandecer Prateado...
— Se ganhar, bem... gostaria de algo com um valor semelhante, o que acha? Não seria interessante? — declarei, sem qualquer hesitação, quando peguei a Jovem Dama Annia desprevenida.
Mesmo Dougan Dandin que se manteve em silêncio ao presenciar nenhuma objeção de Lytian não conseguiu evitar sua surpresa. Contudo, diante de tais termos, as coisas poderiam acabar deteriorando a relação entre as duas famílias, escolhendo assim intervir imediatamente.
— Jovem Mestre Hyan... Não vamos nos exaltar, esse não é um valor aleatório de riquezas, acredito que algo assim não seria permitido por Sua Graça. — Alertou Dougan, tentando acalmar a situação, vendo como sua filha perdeu momentaneamente a compostura.
— Eu não tenho quaisquer objeções, Dougan. A Mansão do Resplandecer Prateado é um empreendimento unicamente do meu filho, somente o ajudo a gerencia-lo, tendo as decisões sendo de sua total responsabilidade — declarou Lytian de repente, tentando esconder o sorriso sutil em seu rosto.
Mal pressentimento!!
Vendo seu convidado inesperadamente aprovar tal situação com tanta facilidade, Dougan não pode evitar de suspeitar em seu coração. Porém, não tendo nenhuma prova para sustentar seus sentimentos, Dougan respirou profundamente; quando disse:
— Bom, desde que Sua Graça deu seu consentimento, gostaria de saber o valor que essa suposta compensação é comparável; mais precisamente, estou interessado em saber que valor estamos especificamente mencionando com esse pequeno entretenimento — indagou Dougan com um olhar desconfiado, olhando interrogativamente para o jovem aparentemente calmo em sua frente.
— Oh! Não é muito, como sabe, a Mansão do Resplandecer Prateado acabou de ser aberta, sua reputação não se espalhou como desejado; portanto, não alcançamos seu completo potencial... — proclamei, dando de ombros.
— Normalmente, nossos instrumentos mágicos mais requisitados costumam chegar a um valor máximo de duas dunares de ouro, algo que não vale a pena mencionar diante uma casa prestigiada como a Família Dandin — expliquei, observando sua expressão composta.
E ouvindo minhas palavras, principalmente ao vislumbrar minha postura casual, Dougan Dandin suspirou internamente.
Afinal, devido aos rumores recentes de alguns comerciantes e aventureiros, foi dito que a Mansão do Resplandecer Prateado tinha arrecadado uma fortuna, e muitos de seus produtos tinham se esgotado completamente.
Porém, com um preço máximo de duas dunares de ouro, o valor não parecia tão grande, era normal os produtos se esgotarem completamente durante seu estabelecimento, tudo devido ao período de adaptação e a baixa produtividade em sua inauguração.
— Ah! Claro! Não posso esquecer, estamos falando somente dos instrumentos mágicos, o que são a maioria dos nossos produtos; mas também temos artefatos de proteção, que podem chegar a uma margem de trinta dunares de ouro — expressei de repente, sorrindo internamente com sua expressão.
— Estamos até mesmo planejando introduzir alguns anéis interespaciais, que por sua praticidade e raridade, podem chegar facilmente no valor de cento e cinquenta dunares de ouro em um leilão... — Relembrei alegremente, enquanto apreciava sua expressão levemente pálida.
— Portanto, quando disse que desejava algo de valor semelhante, podemos dizer que um modesto “tesouro” é perfeito. Claro, se a Família Dandin não estiver disposta, peço que desculpem os meus modos, iremos esquecer esse assunto. Afinal, o que é esses pequeno contratempo diante nosso longo relacionamento? — proclamei, esperando suas respostas.
Fúria! Humilhação!!
Ouvindo a zombaria escondida em minhas palavras, a Jovem Dama Annia não conseguiu evitar de se sentir humilhada, quando encarou violentamente seu pai, que nos observava com cautela, tentando interpretar nossas intenções.
Sorriso ardiloso!
Em contra partida, Lytian não conseguiu suprimir o sorriso e a admiração por seu filho. Anteriormente, chegou até sugerir que deixasse Elise e Celine acompanhar os cavaleiros, sabendo como a presenças das duas garotas poderia causar um desentendimento.
No entanto, seu filho recusou gentilmente sua intenção. E como esperado, qualquer mulher da nobreza se sentiria ofendida ao ver seu suposto marido na companhia de várias concubinas, ainda mais quando o casamento ainda estava prestes a ser formalizado.
Portanto, não vamos mencionar uma nobre experiente. Uma jovem como Annia, que sempre foi tratada com o maior respeito e consideração por toda sua família, não suportaria tal humilhação.
Ainda mais quando a Família Dandin era muito mais prestigiada que a Família Fayfher. Era compreensivo Annia se sentir ofendida com a situação, onde ao invés de seu noivo a cortejar com todo seu empenho, agia presunçosamente dentro de sua casa, assim como em frente ao seus pais.
— O Jovem Mestre Hyan realmente é alguém de visão e ousadia. Na verdade, estou realmente admirado com a riqueza que a Família Fayfher conseguiu em tão pouco tempo, quase não consigo reconhece-los — expressou Dougan, não escondendo seu desagrado.
Bateção de Palma!!
Indicando que um servo adentrasse o salão, Dougan sussurrou algo em seu ouvido, tendo-o saindo apressadamente.
— Jovem Mestre Hyan. Como deseja elaborar os termos dessa pequena disputa? — indagou Dougan, assumindo praticamente o controle da situação, tendo sua filha insatisfeita ao lado.
— Hmm... vamos manter nossos “protetores” realizando o confronto. Entretanto, acredito que uma diferença de idade muito aparente seja algo desagradável, não desejamos que outros comentem maliciosamente sobre termos se aproveitado dos mais novos e inexperientes, certo? — declarei, sorrindo.
— Certamente, o Jovem Mestre Hyan pensa nas coisas com muito cuidado. Desde que esse seja o caso, como indicado anteriormente por Annia; o Jovem Cavaleiro Hilbert será o responsável pelo duelo — indicou Dougan, demonstrando que seu competidor era bastante jovem, esperando pacientemente que indicasse uma de minhas protetoras.
Satisfeito com a situação, olhei por um instante em direção a Elise, que já estava inesperadamente direcionando o seu olhar em minha direção, onde fizemos brevemente contato; quando declarei:
— Vossa Senhoria. Ao meu lado minha protetora Elise será a competidora. Claro, se não for um incômodo, gostaria de pedir um local que ela pudesse se preparar para o confronto — expressei com grande satisfação, vendo seus olhos me encararem com uma sutil sensação de hostilidade.
— Pois bem, vamos ao pátio interno, mostrarei devidamente um lugar para que possa se aprontar — indicou Dougan; avançando em frente, tendo Annia logo atrás, lançando-me um olhar desagradável.
Andando pelos corredores da mansão, rapidamente a visão de todos se deparou com um grande pátio interno, e sob o silêncio desconfortável que nos envolvia, tendo uma clara discrepância entre as duas famílias. Acabei sorrindo ao ver a expressão de meu pai, onde poderia dizer que as coisas estavam decorrendo para uma direção perigosa, mas o confortei, lhe dizendo que tudo estava sob meu controle.
— Jovem Mestre Hyan, pensando em sua solicitação anterior, acredito que alguns preparativos são necessários. Você gostaria de uma armadura de nossa família emprestada? Se não, posso indicar um servo para trazer um de seus subordinados até o local, carregando seus pertences — declarou Dougan, indicando calmamente um local para que pudéssemos nos aprontar.
— Agradeço a preocupação de Vossa Senhoria. Mas não se preocupe, como detendo alguns anéis interespaciais, temos certamente os pertences necessários em nossa posse. — Agradeci, sorrindo diante sua expressão.
E sem a necessidade de mais palavras, ou mais precisamente, sem o desejo de menciona-las. Indiquei que Elise me seguisse, quando as duas famílias se estabeleceram em um ponto distinto do pátio interno, esperando nossos preparativos.
— Hyan. Obrigado por vir me ajudar, fico mais confortável sob os seus cuidados... — Mencionou Elise de repente, me surpreendendo; falando assim que adentramos, enquanto me olhava sutilmente em vergonha.
— Não se preocupe, eu não poderia abandonar minha companheira, não é mesmo? Ainda mais quando é você que está fazendo um favor para a minha família — declarei, dando-a um sorriso gentil.
— Além disso, será sua primeira vez vestindo uma armadura pesada, é intrinsecamente diferente da armadura de couro que normalmente usamos, sem falar... bem, acho que está na hora de lhe mostrar meu presente — comentei vagamente, despertando seu interesse.
Assim, me sentindo um pouco animado, querendo ver sua reação. Acabei pedindo gentilmente a minha licença, quando peguei o anel interespacial em sua pose, usando minha energia para tirar um conjunto completo de armadura de seu interior, assim como uma espada e escudo.
— Isso...! Incrível...!! — expressou Elise com uma voz sutilmente abalada, quando presenciei seus olhos ficando levemente avermelhados.
— Você gostou, certo? Eu não poderia decepcionar minha primeira e mais preciosa companheira, não é mesmo? — declarei gentilmente, ficando profundamente comovido ao ver sua expressão.
— Hyan... eu... — Sem conseguir encontrar palavras, Elise apertou as mãos uma contra a outra, não conseguindo se expressar corretamente nessa circunstância.
— Elise, eu já declarei anteriormente, você é alguém que valorizo profundamente, jamais irei conter os meus esforços quando se trata de você... — Disse, limpando os primeiros vestígios de lágrimas em seus olhos.
E olhando para Hyan em silêncio. Elise não sabia como expressar seus sentimentos, mas queria que soubesse como se sentia em seu coração.
Afinal, por mais que soubesse que uma parte desse tratamento era devido a uma vida passada. Honestamente, Elise não se importava, pois tanto nessa vida, como aquela que nunca poderia presenciar com seus próprios olhos; ainda era uma plebeia, alguém sem qualquer status ou valor, sendo tratada normalmente pela nobreza como uma ferramenta ou um objeto descartável.
Entretanto, desde que o conheceu, pensando anteriormente que estaria para sempre sozinha. Elise reencontrou sua felicidade, presenciando seu cuidado meticuloso, o carinho e a consideração sempre ao estar ao seu lado.
Portanto, Elise sempre esperou uma oportunidade de retribui-lo, mesmo que isso a colocasse em perigo e custasse posteriormente sua vida, Elise jamais iria recuar.
— Obrigada... — Elise queria dizer mais palavras. Contudo, se continuasse, suas emoções provavelmente iriam sair fora de seu controle.
— Não se preocupe. Eu queria surpreende-la posteriormente; mas temos um duelo a vencer, não podemos deixar que eles nos subestimem daquele jeito, certo? — expressei, mostrando um sorriso malicioso.
— Sim. Eu com certeza irei vencer — declarou Elise confiantemente.