A Saga de Hyan Fayfher Brasileira

Autor(a): A. F. Willians


Volume 1

Capítulo 61: Um jantar entre familiares (2)

 

 

 

— Hehe! Esse jantar até que no final foi agradável… — Murmurei, andando pelos corredores do castelo, não escondendo o sorriso em meu rosto.

Desta forma, não conseguindo conter a indescritível satisfação em meu coração; conseguia imaginar com facilidade a fúria incontrolável que estava passando pelo coração de Lionyr Fayfher ao ser humilhado.

Entretanto, essa ocasião acabou alertando alguns sujeitos astutos, algo que não desejava. Contudo, tenho que admitir que humilhar aquele desgraçado era bastante reconfortante.

Afinal, com minha energia mental, conseguia ver ele cerrando os punhos com tanta violência que ficaram brancos. Mesmo sua esposa estava arranhando a taça de vinho para acalmar suas emoções.

Presença! Perigo!!

E assim como estava me divertindo com as lembranças do jantar. Uma presença oculta surgiu inesperadamente em meu campo de percepção.

Vigilante, com um pouco mais de atenção, não precisei de muito para descobrir que se tratava de um assassino.

Porém, depois dessa desavença durante o jantar, se eu acabasse morto, estava muito claro quem seria o culpado por tal atrocidade. Portanto, descartei imediatamente que o assassinato se tratava da intenção particular de Lionyr Fayfher.

Mas então veio a pergunta, quem estava me alvejando? Qual era o seu objetivo? Incriminar talvez o segundo ramo da família? Muitas perguntas surgiram a todo instante em minha mente, quando senti sua aproximação, puxando uma adaga entre suas roupas.

Honestamente, com o sucesso na criação da minha primeira arma arcana, minha força não tinha simplesmente duplicado, mas progredido muito mais amplamente.

Afinal, poderia usar finalmente de uma segunda afinidade. E esse era a um ponto tão importante que tal assassino chegava a ser risível. Por isso, continuei percorrendo calmamente os corredores, não querendo alertar o assassino em meu encalço.

Assim, finalmente chegando perto do meu aposento, em um som quase inaudível. O assassino saiu de seu esconderijo quando me alvejou pelas costas.

Infelizmente, para sua sorte, virando-me quase de imediato, presenciando assim a adaga em direção ao meu pescoço, simplesmente estendi meus dedos, quando uma luz dourada envolveu minha mão, parando sua adaga facilmente.

Chocado, observando por um instante sua expressão incrédula, não dei tempo para o assassino se recompor, quando rapidamente golpeei seu pescoço, o desmaiando.

♪ Shark! ♩ Shark! ♬ Shark! ♫

Sem precisar dar a ordem, Sharky retirou sua língua como de costume, quando simplesmente engoliu o assassino em seu interior.

Sinceramente, Sharky era de fato um tesouro extraordinário. Mesmo com o meu conhecimento arcano, tendo diversos usos para a energia espacial; não conseguia produzir algo semelhante, principalmente algo que pudesse preservar e manter um ser vivo.

Afinal, vale a pena ressaltar que anéis interespaciais não poderiam conter em seus interiores seres vivos. E apesar de conter pílulas e ervas medicinais, as mesmas teriam sua essência deteriorando lentamente com o tempo, tudo devido a diferença de espaço-tempo entre as duas dimensões.

Em outras palavras, recipientes especiais para armazenar pílulas e ervas eram de extrema necessidade; do contrário, após um período, tais itens entrariam imediatamente em colapso.

Portanto, não conseguia imaginar o conhecimento, o cultivo, e principalmente o talento para se criar um tesouro tão extraordinário como Sharky.

Enfim, terminando meus afazeres, fingindo que nada tinha acontecido, voltei a caminhar, indo em direção ao meu aposento.

Porta! Surpresa!!

Entretanto, no momento que entrei em meu quarto, fiquei perplexo, vendo inesperadamente uma empregada tentando acariciar Feng e Lya enquanto ambos comiam sua refeição.

Honestamente, com o treinamento que os empregados recebiam, não achei que algo assim pudesse ocorrer, tornando-me a sorrir rigidamente ao ver sua atitude imprudente.

Afinal, se por algum motivo acabasse chegando um pouco mais tarde, então um acidente teria ocorrido. E isso aconteceria porque seu primeiro alvo era Feng, ao qual odiava plenamente ser tratado como um mero cachorro doméstico.

E sentindo a malicia escondida no coração do meu pequeno irmãozinho, poderia até mesmo ver suas presas sutilmente a mostra, esperando somente o momento certo para arrancar um ou dois dedos da mão da empregada.

Suspiro. Advertindo a empregada, que ficou constrangida com a situação, aconselhei seriamente que algo assim não se repetisse, ou acabaria se ferindo gravemente.

Entretanto, parecia que meus conselhos acabaram caindo em ouvidos surdos, pois ela olhava com extremo desejo para os pequenos lobos.

Enfim, vendo-a indo embora, suspirando resignadamente, não tendo intenção de pensar muito a respeito do assunto. Olhei para os filhotes, indicando que tinha um pequeno trabalho para ambos.

E elaborando uma matriz de sigilo no entorno do quarto, ordenei a Sharky que cuspisse o assassino, aproveitando de sua inconsciência para amarra-lo a uma cadeira, quando esperei que recobrasse sua consciência.

Confuso, perplexo com a inesperada situação, o assassino demorou um tempo considerável para entender todo o incidente. E percebendo que foi capturado, o assassino tentou se suicidar, mais tais métodos não passaram despercebidos, pois o assassino descobriu que além de falar, nada lhe era permitido.

— Finalmente acordou, hein… — comentei, chamando a atenção do assassino, que estava confuso com as restrições impostas pela matriz.

— Enfim, desde que acordou, vamos ao interrogatório, foi Lionyr Fayfher que lhe enviou? — indaguei, observando o ridículo em seus olhos.

Contudo, um pouco depois do seu silêncio proposital, o homem sentiu uma dor angustiante atormentando sua alma. A dor era tão violenta que se debateu violentamente enquanto estava preso a cadeira, quase caindo ao chão.

— Entendo, assim como imaginei, não foi Lionyr Fayfher… alguém da Família Fayfher é o seu contratante? — perguntei novamente, sorrindo diante seu olhar chocado.

Dor Angustiante!!

Se debatendo novamente em intensa dor, o homem me olhou chocadamente, como se estivesse presenciando um monstro em carne e osso.

— Tsk! Parece que no final somente sobrou minha última conjectura. Acredito que seu contratante é da Família Shaen, certo? Provavelmente estão desistindo de apoiar meu primeiro tio, mas ainda cobiçosos aos nossos tesouros — proclamei, sorrindo zombeteiramente.

Surpreso, o homem fechou os olhos com minhas palavras, era como se esperasse que a dor angustiante o envolvesse novamente.

Entretanto, a dor não veio, tornando-o a olhar confusamente para o jovem em sua frente. E vendo seu sorriso compreensivo, um terrível pressentimento o envolveu, tornando o seu coração a cair completamente.

— Assim como imaginava, aquela Família Shaen só tem membros desagradáveis, descartando as pessoas como bem entendem. Enfim, irei garantir sua eliminação completa no futuro — expressei.

E sem ter mais perguntas ao assassino que ficou inesperadamente pálido sem qualquer motivo, me virei para os dois pequenos lobos que observavam silenciosamente.

— Lya, Feng, seu trabalho é bastante simples, torturem esse homem — declarei, vendo o olhar peculiar do assassino.

Desta forma, sem me importar com as emoções do homem. Olhei seriamente para os lobos, elaborando:

— Muitos humanos no futuro provavelmente se tornaram nossos inimigos. O que desejo agora é que usem sua energia elemental para compreender e conscientizar-se dos pontos fracos deles.

— Além disso, apesar de ser um pouco repugnante, a carne humana é benéfica ao seu desenvolvimento, veja isso da mesma forma que a carne de bestas monstruosas tem um efeito semelhante nos humanos.

— Claro, se ainda não tem motivação suficiente, não se esqueçam daquele desgraçado que matou sua mãe. Apesar de estar severamente ferida, não muda o fato que ainda foi um humano, portanto, não precisam mostrar compaixão, mas nunca se esqueçam daqueles que estão ao seu lado… — falei, vendo suas expressões mudarem.

Assim, em silêncio, ficando observando. Feng foi o primeiro agir. E se aproximando da perna do homem — que o olhou a princípio com desdém — ao vê-lo erguer sua garra, tendo pequenos relâmpagos surgindo; Feng passou sem nenhum esforço por sua perna, tendo um ferimento bastante legível surgindo diante seus olhos perplexos.

Grunhido doloroso!!

Gritando, o homem viu sangue escorrer por sua perna, quando pequenos locais de sua pele mostraram sinais de chamuscado.

No entanto, isso tudo foi somente o início. Tendo Lya se aproximando, uma energia gélida se concentrou em sua garra, quando cortou por cima do ferimento de seu irmão, tornando o homem a gritar dolorosamente.

Desta forma, vislumbrando tudo sem dizer uma única palavra, observei como a selvageria adormecida em seu sangue despertava.

Afinal, sem isso, sem essa bestialidade, eles não poderiam sobreviver por muito tempo, mas também não viveriam muito se simplesmente deixassem ser dominados por esse instinto selvagem.

Portanto, estava levando as coisas lentamente, como também observava como os lobos utilizavam sua energia elemental; algo essencial, desde que tais conhecimentos não poderiam ser baseados na experiência de seus antepassados.

Na verdade, esse ponto era o mais importante. E apesar de ter atribuído aos dois a energia elemental, tendo seu batismo contribuído grandemente para o sucesso. Os seus corpos não eram originados para conter tais afinidades, e apesar de estarem lidando bem com o processo, seu controle poderia se dizer que era bastante precário.

Afinal, caso tentassem progredir a força com essa energia em seus corpos, o processo somente traria um grande efeito colateral, causando até mesmo a morte.

Portanto, durante todo esse tempo, vasculhei cuidadosamente as minhas memórias, encontrando um método que pudesse fortalece-los com segurança.

Baque! Sangue!!

E assistindo finalmente o assassino perder sua vida diante as garras dos pequenos lobos. Conduzi meu dedo indicador em direção ao seu sangue, quando comecei a escrever algumas runas, que se elevaram no ar, transformando o cadáver do homem em uma pequena bola de sangue, que se dividiu em duas partes, sendo absorvidas pelos filhotes.

— É o suficiente, vamos descansar, amanhã irei pessoalmente treina-los. — Ordenei, me deitando, tendo os filhotes pulando na imensa cama, enquanto encontravam um ponto confortável.

Assim, fechando os olhos diante a noite silenciosa, me preparei interiormente para o que estava prestes a fazer.

 

 

— Hyan. Nós vamos dar prosseguimento a algum tipo de treinamento? — indagou Elise curiosamente, sendo chamada de repente para me acompanhar na Floresta da Perdição Rubra.

— Não. No seu caso não adianta um treinamento especifico, não antes de seu despertar. Por isso, tente ganhar lentamente experiência com os soldados.

— Na verdade, pedi sua ajuda pois desejo dar início ao treinamento dos meus irmãozinhos. Claro, se não for nenhum incômodo. — Brinquei, vendo-a ficar levemente constrangida.

— Hmm… eu gosto de me aventurar ao seu lado, independentemente… — resmungou Elise, um pouco desajeitadamente.

Feliz, vendo esse seu lado adorável, não consegui evitar de sorrir, quando percorremos os campos, conversando um com o outro, tendo os lobos em nosso encalço.

Nessa temporada, o inverno estava ocorrendo com intensidade. Os campos antes amarelados devido ao outono despareceram para serem cobertos por um branco extenuante. E desta forma, as atividade de caça na Floresta da Perdição Rubra também diminuíam consideravelmente conforme a estação se intensificava.

Assim, diante essa paisagem levemente branca, sem entender o motivo, me lembrei de dias duros que passei durante muitos anos nessa amarga estação gélida.

— Hyan. Chegamos, onde você deseja ir? — indagou Elise, acabando por me despertar de meu devaneio, ao ver a floresta não muito distante da nossa localização.

— Oh! Não precisamos ir muito fundo, encontrar algumas árvores de médio porte é o suficiente para o meu objetivo — expliquei.

Assim, avançando, encontrando o que precisava, retirei algumas coisas do Sharky, quando apontei, indicando para Feng e Lya; dizendo:

— A sua tarefa é bastante simples, está vendo aquelas duas árvores? Derrubem-na usando estritamente suas garras dianteiras. — Ordenei, ignorando sua surpresa.

— Claro. Se não tiverem a capacidade… Basta dizer, não é como se fosse força-los a exercer esse treinamento — Zombei, deixando claro o meu desprezo caso escolhessem recuar.

Indignados, como se sentissem ofendido por minhas palavras. Feng estufou o peito, quando avançou destemidamente, golpeando imediatamente com suas garras, deixando uma marca no tronco da árvore, mas ainda muito longe de ser capaz de derruba-la.

E vendo seu irmão saindo com uma enxurrada de golpes sobre o tronco da árvore; Lya não ficou para trás, avançando em outra, se empenhando intensamente, não querendo ser subestimada em relação ao seu irmão.

 

 

 

                      



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