A Saga de Hyan Fayfher Brasileira

Autor(a): A. F. Willians


Volume 1

Capítulo 58: O Empreendimento (2)

 

 

 

— Oh! E quem seria? — indaguei, revirando os olhos diante seu narcisismo descabido.

— Eu sou um integrante da Família Balgary, que é responsável por uma companhia comercial de médio porte; ao qual sou encarregado por toda atividade relacionada ao território da Família Fayfher — relatou orgulhosamente o homem, sorrindo para mim.

— Entendeu? Agora que sabe quem sou, consegue perceber seu erro? Por mais que eu sinta um poder emanando do seu corpo, minha família tem muitos cultivadores como você. Portanto, não devia tentar ganhar favores aleatórios se intrometendo no assunto dos outros — comentou sarcasticamente o homem, não querendo me dar outro olhar, voltando sua atenção para a atendente.

Contudo, percebendo o rosto distorcido da atendente, sem saber, o homem sentiu um grande desconforto, ouvindo inesperadamente as palavras da jovem recepcionista.

— Senhor. Esse jovem ao seu lado é o Herdeiro da Família Fayfher, assim como o responsável por esse empreendimento — explicou Bella, tentando esconder seu contentamento, desagradando claramente o nobre.

— Entendo. Nunca pensei que o representante da Família Balgary fosse tão míope. Não somente eles se recusam a fazer comércio com a Mansão do Resplandecer Prateado, como esperam futilmente vislumbrar a figura de um Grande Mago nesse estabelecimento, que risível. — Zombei, assistindo sua expressão se tornar desagradável.

— *Tosse*… Jovem Mestre Hyan. Por favor, temos um mal entendido em mãos, a recepcionista entendeu erroneamente as minhas palavras… — Tentou se explicar o homem, mas foi rapidamente interrompido.

— Eu não sei como você lida com seu pessoal. Mas cuidado, prezo muito pelos meus subordinados. Ofende-los, estará claramente me ofendendo.

— Além disso, acredito que não ouve nenhum mal entendido a partir dos meus funcionários — argumentei, vendo-o suar profusamente, sabendo que estava em uma enrascada.

— Jovem Mestre Hyan. Por favor, não leve ao coração, eu não tinha olhos para reconhece-lo, isso claramente é o meu erro, somente estava um pouco desagradado querendo ter um encontro pessoal com você ou com o seu mestre — explicou humildemente o homem.

— Hmpf! As suas palavras aparentam ser sinceras, mas isso não justifica a sua atitude. Afinal, acredita que tenho tempo para receber qualquer representante aleatório? O meu empreendimento pode ser novo, mas acredito que não demonstrei todo o potencial que tenho a oferecer.

— E não vamos falar de uma companhia de médio porte, mesmo uma grande companhia ainda teria que mostrar respeito em minha frente, você pode se retirar. — Acenei desapaixonadamente, ignorando sua expressão descabida.

— Espera! Como eu disse antes, foi meu erro. A Família Balgary se responsabilizara pela ofensa, iremos até mesmo oferecer um presente como desculpa. Somente espero que esse pequeno incidente não arruíne a relação que promovemos durante tantos anos — esclareceu o homem, quase em um tom suplicante.

— Bella. Esteja atenta as minhas ordens. Se a “Família Balgary” não demonstrar verdadeiramente sua sinceridade, esqueça as negociações futuras.

— Além disso, parece que não é a primeira vez que algo semelhante acontece, e como não lhe pago para simplesmente suportar tais desaforos. Se esse homem não conseguir reconquistar sua simpatia basta o expulsar. — Ordenei, sem nem mesmo olhar para o homem, esse era o valor que representava a Mansão do Resplandecer Prateado; portanto, não lhe dei facilmente a face.

Assim, recebendo o consentimento de Bella, que segurava intensamente seu sorriso. Indiquei para Elise e os filhotes, que aparentemente estavam entediados para nos dirigirmos ao interior, sem dar atenção ao homem que tentava se redimir.

 

 

— Hyan. Aquele homem era insuportável, porque não simplesmente o expulsar? — indagou Elise descontentemente.

— Bem, a Família Balgary proporciona um grande comércio de alimentos ao nosso território. E apesar de não ser algo essencial, desde que temos nossas próprias plantações e a caça na Floresta da Perdição Rubra, ainda é um relacionamento importante para tempos de dificuldade.

— Mas não se preocupe, a Família Balgary irá certamente tomar as providencias adequadas. Afinal, os itens que minha Mansão do Resplandecer Prateado pode proporcionar será fundamental para a expansão de seus negócios.

— Além disso, sabendo necessariamente desse ponto, aquele homem não se atrevera a causar mais confusão. Caso contrário, muitos pequenos comerciantes poderiam facilmente os substituir com meu apoio. Esse é o tipo de poder e influência que tem as minhas criações — expliquei orgulhosamente, vendo seu sorriso.

Passos! Lisonjeia!!

— Certamente. O Jovem Mestre Hyan é alguém com um discernimento extraordinário. — Afirmou um homem perfeitamente vestido, saindo ao lado de um comerciante, que se curvou humildemente em minha direção e de Elise.

— Dylan, parece que você está se saindo muito bem — falei, sorrindo ao ver sua aparência apaixonada e sincera.

E sorrindo ao comerciante, indicando calmamente a saída. Dylan apressadamente se apressou ao meu lado, sorrindo com o seu melhor, querendo demostrar claramente sua sinceridade.

— Seja dito a verdade, Jovem Mestre. Estou me saindo melhor que o esperado, nunca pensei que meu jeito falador e desavergonhado pudesse ser tão útil.

— Quem diria que os anos trabalhando nas minas e conhecendo diversas pessoas fosse se sobressair dessa forma… — Sorriu desajeitadamente Dylan, muito feliz em me encontrar pessoalmente.

— Acredite, as vezes podemos descobrir uma parte de nós mesmo de maneiras completamente inusitadas. Olhe para você, por exemplo, vestido todo elegantemente, quem diria, certo? — Apontei, com um sorriso malicioso.

— Tenho certeza que Amelia deve estar aproveitando muito bem seu tempo disponível com um homem todo elegante assim ao seu lado, não? — falei, vendo sua expressão se avermelhar quase de imediato.

— *Tosse*… o Jovem Mestre Hyan me deixa envergonhado desta forma… Certamente nossa vida melhorou consideravelmente, e planejamos aumentar em breve nossa família.

— Bem, tudo isso graças as condições que Jovem Mestre Hyan nos proporcionou, sou realmente grato. — Agradeceu Dylan, indicando que o acompanhasse para sua sala.

Desta forma, adentrando seu local de trabalho, sentando em uma poltrona de couro muito confortável. Esse era o procedimento padrão ao qual os ensinei dentro da Mansão do Resplandecer Prateado, criando assim uma atmosfera bastante agradável e sofisticada para o andamento do comércio.

— Jovem Mestre Hyan, aceita? — Ofereceu Dylan, demonstrando um vinho requintado em mãos, ao qual recusei gentilmente, tendo Elise seguindo minha decisão, acenando em recusa.

— Então… consigo ver claramente o progresso da Mansão do Resplandecer Prateado. Contudo, acredito que as instruções que passei anteriormente também foram finalizadas? — perguntei sutilmente, vendo o sorriso profundo de Dylan.

— Certamente. Todos os subordinados do Jovem Mestre, incluindo-me; receberam os instrumentos mágicos de uso prático por família, como estamos terminando de entregar os artefatos de proteção. E devo dizer, todos estão muito satisfeitos, querendo expressarem pessoalmente seus agradecimentos.

— Como sabe, apesar de existirem artefatos mágicos semelhantes aos criados atualmente, nunca esperamos usufruir de algo reservado exclusivamente a nobreza — declarou Dylan, querendo assim expressar sua mais sincera gratidão.

— Por favor, não precisa, somente fiz o meu dever como líder desse grupo. Afinal, tudo está progredindo maravilhosamente devido aos seus próprios esforços — expressei honestamente.

— Enfim, desde que todos receberam o necessário para o inverno, vamos falar sobre o progresso das vendas. O que tem a me dizer sobre a reação das pessoas? — indaguei, vendo Dylan sorrir largamente.

— Jovem Mestre Hyan. Atualmente podemos dividir nossos clientes em três grupos. Primeiramente temos os moradores da cidade.

— Esse grupo ficou bastante surpreso com nossas criações. De início, o instrumento mágico Orvalho Cristalino fez um sucesso incomensurável. Principalmente com seu preço baixo, seu tamanho e peso bastante leve, onde sua capacidade de armazenar grandes quantidades de água impressionou verdadeiramente…

— Os muitos moradores o adquiriram para obter água dos poços de dentro da cidade. E como sabe, essa tarefa era algo bastante árdua e incômoda, principalmente entre as famílias mais pobres da cidade.

— Além disso, tendo sua capacidade de criar diversos tipos de jatos de água, assim como sua fixação em qualquer tipo de superfície. Bem, claramente seu sucesso foi garantido — descreveu Dylan orgulhosamente.

— Claro, nossos produtos menores também chamaram a atenção das pessoas. E itens como condimentos especiais, assim como produtos de higiene fizeram um grande sucesso. Sem dizer o Orbe de Luz, que substituiu facilmente as Pedras de luz, recursos antes exclusivos a nobreza.

— Mas se tiver que dizer os grandes destaques, temos então os instrumentos mágicos, Altar das Sete Chamas, Sigilo Glacial e a Estrela da Alvorada.

— O Altar das Sete Chamas foi bastante requisitado por restaurantes, e com seu domínio preciso de controlar cinco chamas individualmente, assim como sua capacidade de isolar e crestar alimentos, foi algo completamente inovador, desde que não contém as complicações presentes no uso de fornalhas…

— Além disso, devido ao seu nome, quando mencionei que tal instrumento mágico poderia controlar sete tipos de chamas diferentes, trazendo novas especialidades, assim como influenciando os alimentos com novos sabores…

— Bem, acabou causando um tremendo tumulto entre as pessoas, aos quais me arrependo um pouco… — Sorriu depreciativamente Dylan, suspirando com suas próprias ações.

— Quanto ao Sigilo Glacial. Hehe! Esgotamos todos! Tendo praticamente uma lista de espera enorme aguardando sua produção — recontou Dylan, não conseguindo reprimir sua alegria, se sentindo ainda mais satisfeito ao ver um leve sorriso no rosto de seu Jovem Mestre.

— Afinal, parecendo uma mera caixa de madeira em um primeiro vislumbre, seu interior contém um espaço modificado com energia espacial, gerando um ambiente perfeito para a conservação de alimentos.

— Acima de tudo, não precisa de nenhuma formação para gerar energia, um contraste claro ao ser comparado com os métodos usados atualmente pela aristocracia.

— E o melhor, seu ambiente congelado não interfere em hipótese alguma com o ambiente em seu entorno, sendo desejado seja pelos moradores, donos de pousadas, aventureiros ou os próprios nobres.

— Além disso, temos a Estrela da Alvorada. E com sua capacidade de aquecimento, tendo um controle simplesmente perfeito; foi bastante aclamado, desde que diferente das tochas, fogueiras ou mesmo pedras elementares de fogo, não possui os conhecidos efeitos colaterais, sendo um item muito apreciado, seja pelos moradores ou até mesmo aventureiros.

— Contudo, seu preço é um pouco elevado, e as pessoas preferem outras variedades de instrumentos mágicos. Mas acredito que ainda seu valor está para ser revelado — descreveu Dylan confiantemente.

— Enfim, esse é praticamente nosso primeiro grupo de clientes, e infelizmente o menor deles, desde que os moradores da cidade possuem o menor poder aquisitivo — expressou Dylan com uma leve tristeza.

— Quanto ao segundo grupo, são os aventureiros, como também o grupo mais ansioso pelos nossos produtos, onde temos todos os nossos instrumentos mágicos esgotados.

— Afinal, começando pelos instrumentos mágicos Diagrama Sonoro e Visor Presencial. O primeiro tem a capacidade de exibir a imagem em relevo do terreno circundante a partir de uma onda sonora; e apesar de não ser preciso, suas informações são essenciais para batedores.

— Quanto ao segundo instrumento mágico, Visor Presencial. Demonstra a presença de seres vivos em um grande perímetro, devo dizer que a combinação dos dois instrumentos mágicos se tornou algo crucial para muitos aventureiros.

— Ah! Não posso esquecer de mencionar que detivemos até mesmo disputas entre conhecidos grupos de aventureiros devido aos nossos produtos. E se não fosse nossa clara advertência, como a força demonstrada pelos guardas, acredito que teríamos tido grandes problemas — descreveu abruptamente Dylan, com grande orgulho.

— Interessante. Mas acredito que uma simples demonstração de força não foi o suficiente, certo? Qual foi sua proposta para acalmar essas pessoas devido à grande falta de nossos produtos? — perguntei, vendo sua expressão se tornando sutilmente maliciosa.

— Bem… O Jovem Mestre mencionou que estaríamos comprando diversos tipos de recursos. Portanto, tentei dar prioridade aos grupos que mais o trouxessem…

— Claro, estamos medindo-os por raridade e não por quantidade, tornando a competitividade entre eles bastante evidente — Sorriu Dylan. Vendo-me acenar em satisfação, percebendo como rapidamente estava se adaptando a esse novo meio de trabalho.

 

 

                      



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