A Saga de Hyan Fayfher Brasileira

Autor(a): A. F. Willians


Volume 1

Capítulo 57: O Empreendimento

 

 

 

Latido! Impaciência!

Estando na companhia de Elise. Feng e Lya estavam atualmente presentes na Ferraria Bahaduul; ou como agora era conhecida, Associação de Ferreiros.

No último mês, Hyan, Qian e Sheridan tinham desaparecido, se isolando na sala de forjamento, mesmo os horários das refeições foram parcialmente puladas, podendo ver alguns alimentos estando do lado de fora da sala.

Desta forma, curiosos pelo forjamento tão longo, Colak e muitos outros trabalhadores não conseguiam suportar sua curiosidade.

E não era sem motivo. Afinal, por vários dias, um calor desconfortável era emanada da sala de forjamento, assim como batidas ensurdecedoras ecoavam pelas paredes, seguido pelo rugido tenebroso de uma besta monstruosa.

Teve dias que mesmo as ferramentas de trabalho começaram a flutuar. Tudo era mágico, estranho e inacreditável.

E como pessoas cientes da grandeza de seu Jovem Mestre. Os presentes tinham seus corações coçando diante a imensa curiosidade, onde mesmo a presença de lobos nada convencionais passava despercebido em seu local de trabalho.

Latido! Impaciência!

— Eles estão tendo algum problema? — indagou Colak estranhamente, olhando para Feng e Lya; perguntando para Elise, que se tornou essencialmente sua cuidadora.

— Eu não sei, o único que pode entende-los perfeitamente é Hyan. Posso, no máximo, discernir alguma coisa a partir de suas atitudes. E pelo visto, algo está prestes a acontecer… — explicou Elise, olhando em direção a sala de forjamento.

Boom! Estrondo!!

E assim como as palavras de Elise acabaram de ser pronunciadas. Uma explosão ensurdecedora ocorreu, lançando a porta de entrada da sala de forjamento a distância, derrubando mesas, objetos e até mesmo pessoas. Tornando o caos a se formar entre os indivíduos, quando uma nuvem de poeira subiu pelo ambiente.

Assim, tendo a situação desnorteando os presentes, as pessoas começaram a se recompor. Quando Colak, que reagiu mais rapidamente; gritou:

— Alguém se feriu?! Rapidamente! Averiguem seus companheiros ao lado, qualquer ferido deve ser levado para a ala principal! — Ordenou Colak. E apesar de sua preocupação com seu mestre, escolheu ajudar as pessoas em sua volta a se estabilizarem.

Por outro lado, Elise que se recuperava lentamente, ficando atordoada com a inesperada situação. Limpou seu rosto sujo pela nuvem de poeira, quando viu o Velho Qian saindo extremamente pálido de sua sala de forjamento.

A sua visão era deplorável, onde sua vestimenta estava queimada em algumas partes, mesmo sua pele não tinha escapado ilesa da situação, concentrando-se felizmente somente em seus antebraços, quando uma membrana mucosa estava sob sua pele na maior parte de seu corpo.

— Velho Qian… O senhor está bem, certo? — indagou Elise com certa hesitação, quando se aproximou, vendo assim seu estado incompreensível.

Entretanto, apesar da aparência miserável do idoso, Elise poderia ver um brilho intenso em seus olhos, era como se um fanatismo indescritível brilhasse naquelas pequenas pupilas, olhando com adoração em direção a sala de forjamento.

Assim, sem ter uma resposta, Elise observou Qian, que vislumbrava silenciosamente um velho homem sair da sala de forjamento.

E da mesma forma, Sheridan estava miseravelmente vestido, quando uma membrana mucosa o revestia. Honestamente, era a primeira vez que Elise o via em tal estado deplorável, podendo ser uma cena bastante engraçada, se não fosse a circunstância.

Contudo, uma figura repousava inconscientemente em suas costas, alarmando imediatamente seu coração ao vislumbrar sua feição indescritivelmente exausta.

— Hyan! O que aconteceu!? — Indagou Elise nervosamente, correndo com urgência, quando seus olhos o fitavam preocupadamente.

— Tsk! Não se preocupe, Garota. O seu namorado somente desmaiou de exaustão, basta um pouco de descanso e estará completamente renovado. — Bufou Sheridan, olhando a si mesmo, não conseguindo evitar de amaldiçoar intensamente ao sentir a maldita sensação mucosa escorrendo por seu corpo.

— Mestre! Está tudo realmente bem? O que é isso sobre o seu corpo? — indagou Colak, se aproximando ansiosamente após ajudar todos os presentes.

— Oh! Isso? É muco de slime. Na verdade, nunca esperei que tal coisa pudesse realmente proteger alguém do intenso calor, interessante… — respondeu Qian, sorrindo.

— Mestre, você realmente está bem, precisa de alguma coisa? — perguntou Colak seriamente, tentando esconder o nojo em sua expressão, decidido a nunca usar tal método em sua vida.

— Bah! Já disse que estou bem! Somente estou um pouco cansado. O fedelho fez a maior parte do trabalho. No momento, só desejo organizar meus pensamentos… Nunca esperei que poderia realizar meu sonho tão cedo — declarou Qian como de costume, se perdendo vagarosamente em seus devaneios.

— Hmm… então… vocês conseguiram concluir o trabalho? — indagou Colak estranhamente, vendo a atitude bastante incomum de seu mestre.

— Concluir? Aquilo nem pode ser considerado um trabalho! Aquilo é a manifestação da própria definição de milagre! É realmente uma pena, uma pena! Eu queria vislumbrar aquela obra-prima pelo resto da minha vida. — Exultou Qian, atraindo o resto dos presentes, que o olhavam curiosamente.

Mas por mais que todos perguntassem os detalhes, Qian ficou em silêncio, olhando com veneração o jovem inconsciente nas costas do velho mago. Mesmo Sheridan, que só conseguia suspirar, teve que admitir, sabendo que o ocorrido tinha superado de longe suas expectativas.

Desta forma, como se não conseguisse mais suportar as constantes perguntas; Qian explodiu completamente, espantando todos os presentes. Quanto a Sheridan, levou Hyan para uma sala de estar, deixando que descansasse.

Felizmente, após duas horas, Hyan finalmente abriu seus olhos, quando rapidamente uma grande multidão se formou, tendo todos cheios de expectativas para vislumbrar sua obra-prima.

— *Tosse*… sobre isso… ela está dormindo — respondi, não sabendo como enfrentar aqueles olhos apaixonados, cheios de expectativas.

— Dormindo? Como diabos isso é possível? — comentou alguém, conforme vários suspiros decepcionados ressoavam pela sala de estar.

— Hmm… como posso explicar… acabei de completar sua sincronização com o corpo do armamento. Nesse momento a alma, a essência e a estrutura estão se fundindo em um único ser…

— Bem, desculpe-me pessoal, é impossível convoca-la atualmente — expliquei com um sorriso forçado, vendo a decepção nítida na grande maioria das pessoas.

— Certo! Vocês ouviram! Todos voltem ao trabalho! Eu não pago vocês para ficarem perdendo tempo!

— Atualmente nossa Associação de Ferreiros está lotada de trabalho, o tempo vira para vocês vislumbrarem seu armamento arcano no futuro! — Enxotou Qian, expulsando a todos, deixando somente Colak e Elise, enquanto preparavam algo para comer.

— Garoto! Se não estou enganado… você vai criar mais quatro armamentos como esse, certo? Quando vamos criar o próximo? — indagou Qian abruptamente, expressando uma paixão fora do comum.

— Urgh! Eu agradeço a sua devoção, Qian. Mas não é tão simples, tivemos sorte dessa vez, nunca imaginei que o fragmento da alma do Abyssador iria ressoar e fundir-se com a minha alma arcana.

— Honestamente, essa arma arcana superou de longe quaisquer expectativas… — expliquei, sorrindo rigidamente ao ver sua decepção descarada.

Latido! Indignação!!

Pulando abruptamente em meu colo, Feng e Lya rosnaram sutilmente em minha direção, demonstrando sua insatisfação; quando ambos me olharam repentinamente com cautela, sentindo uma sensação clara de perigo vindo inesperadamente de dentro do meu corpo.

— Hyan, você sabe o que esses dois desejam? Faz alguns dias desde que estão um pouco estranhos — indagou Elise, vendo inesperadamente o sorriso desajeitado de seu companheiro.

— Hmm… sobre isso, nada significativo. Acredite, não vale a pena se preocupar… — esclareci, dando tapinhas na cabeça de ambos os filhotes, sinalizando que ficassem quietos.

— Entendo — resmungou Elise, olhando desconfiadamente para mim e os filhotes. Mas não podia dizer que os filhotes odiavam ficar em seus cuidados. Principalmente sua comida, que era horrível ao seu olfato apurado, poderia?

— Garoto. O que você planeja agora? Acredito que conclui todos os seus pedidos, certo? — expressou Sheridan de repente.

— Durante o processo de refinamento, ao controlar a intensidade da chama, tive um leve vislumbre em como progredir na Técnica de Controle Interno. Portanto, pretendo me isolar por um tempo — proclamou Sheridan, ansioso para finalmente ter um tempo para si mesmo.

— Tudo bem. Eu não preciso de nada atualmente, por agora somente irei visitar a Mansão do Resplandecer Prateado. Estou um pouco preocupado, desde que fiz um treinamento apressado com o pessoal naqueles quinze dias — expliquei, vendo-o sumir apressadamente; como se eu pudesse impedi-lo no próximo instante.

E sorrindo diante sua atitude um pouco excessiva. Agradeci gentilmente Qian pela ajuda, quando sai da Associação de Ferreiros em companhia de Elise e os filhotes.

Desta forma, olhando para o céu nublado, sentindo o vento gelado percorrer a cidade, me lembrei que tínhamos entrado formalmente no inverno. Uma estação que sempre causava morte, seja pelo frio, por falta de comida ou por outras eventualidades.

Enfim, tentando não pensar muito sobre o assunto. Chegando na frente da Mansão do Resplandecer Prateado, que não era muito longe da Associação de Ferreiros, indiquei para meu grupo, quando adentramos.

E passando por sua espaçosa entrada, um salão bastante requintado estava presente. E bem à frente, não muito longe da entrada; um balcão, com uma linda atendente esperando a todos, enquanto recebia as pessoas com um lindo sorriso.

— Jovem… Mestre! Eu… eu não fui informada sobre sua visita, por favor, por aqui. Estarei o guiando imediatamente para uma sala de estar — declarou apressadamente a jovem, ansiosa ao perceber minha presença; onde não consegui conter meu sorriso indefeso.

— Haha! Tudo bem. Não se preocupe, Bella. Não precisa ficar nervosa, somente estou de passagem, acredito que não tivemos nenhum problema, certo? — perguntei, vendo-a corar em minha presença; ao qual sorri, indicando que voltasse ao balcão.

— Jovem Mestre Hyan. Naturalmente não detivemos quaisquer problemas. Claro, alguns indivíduos maliciosos surgiram, mas foram afastados pelos soldados presentes em nosso estabelecimento — explicou Bella ainda um pouco nervosa. Tornando-me a suspirar, sabendo que tal reação era normal para algumas pessoas.

— Entendo. Desculpe a pergunta, mas esse local não parece um pouco vazio? — indaguei, imaginando que a Mansão do Resplandecer Prateado seria muito mais ativa.

Sorriso!!

— O Jovem Mestre Hyan está enganado. Atualmente todas as nossas salas de recepção estão lotadas, foi simplesmente uma coincidência não coincidir sua chegada com nenhum visitante.

— Na verdade, tudo está ocorrendo esplendidamente bem, e meu pai e os outros estão gerenciando perfeitamente o empreendimento — respondeu Bella orgulhosamente. Tornando-me a sorrir, contente ao presenciar esse tipo de emoção, ainda mais depois de sua experiência desagradável.

Sino! Chegada!!

E assim como conversávamos calmamente, um pequeno sino acima da porta ressoou, indicando a chegada de um novo convidado.

No entanto, vendo sua arrogância, sua aparência requintada, e seu porte elegante. Bem, estava claro que era um nobre, ao qual se direcionou diretamente ao balcão, não dando um segundo olhar em mim ou Elise, que vestíamos roupas normais de aventureiros, algo de minha preferência para os afazeres do dia-a-dia.

— Recepcionista, você passou meu recado para o Grande Mago? Qual foi sua resposta? — interrogou o nobre arrogantemente, não dando qualquer cara aos presentes.

— Senhor. O informamos que nenhum Grande Mago está associado ao nosso empreendimento, se não deseja comprar nenhum de nossos produtos, peço que se retire adequadamente. — Anunciou Bella, perdendo um pouco do seu sorriso, deixando claro que não era a primeira visita do sujeito.

Baque! Golpe!!

— Acha que posso ser tão facilmente enganado?! Se o Grande Mago não estiver associado a esse empreendimento, então de onde surgiu o conhecimento para a criação de tantas inovações; ou vai fingir a respeito da situação? — Grunhiu o nobre, golpeando a mesa desagradavelmente.

— Ei! Se você agir novamente desrespeitosamente neste local, então não me culpe por ser indelicado — interrompi, tornando o homem a me olhar friamente.

— Você sabe quem está ofendendo, jovem? — Bufou o nobre, olhando-me estranhamente.

 

 

                      



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