Volume 1
Capítulo 42: Expectativas
Enquanto isso, na Cidade de Eydilian, na área de treinamento para os membros da milícia.
Xim estava treinando arduamente, tentando ao máximo dominar a Técnica de Controle Interno – Aura Energética que seu Jovem Mestre Hyan lhe passou.
E conforme treinava constantemente, mesmo sem ninguém para guia-lo. Nesses quatros meses, Xim não conseguia esconder a admiração que sentia.
Afinal, quanto mais treinava nesta técnica especial, mais percebia como o quão ilimitada era seus usos, sem falar, como soldado, era a primeira habilidade que conseguiu como cultivador, elevando sua exultação ao máximo.
— Ei, olhem ali! Não é o nosso querido Tenente do Terceiro Pelotão? Ouvi dizer que mesmo a função de proteger a cidade eles perderam — Bufou um homem adentrando o campo de treinamento.
— Sim. Eu também ouvi falar, eles agora são os protetores da Lady Adália. Entretanto, que tipo de protetor confiável precisa ter cavaleiros constantemente a protegendo?
— Hmpf! Pra mim, acho que é uma mera desculpa para deixar o Terceiro Pelotão de fora das atividades da família; não acho que seria estranho se fossem repentinamente dispensados… — Zombou outro homem, rindo com seu companheiro.
Ouvindo a zombaria, Xim não se importou. Se fosse no passado, talvez estaria furioso, começando assim uma briga.
No entanto, sabia que esse período de paz acabaria no momento que seu Jovem Mestre Hyan voltasse. Portanto, em vez de se preocupar com esse tipo de idiotas, Xim preferia treinar arduamente.
— Oi! Sabe, eu estou me sentindo generoso hoje; portanto, quero que saia dessa área, eu e meu companheiro desejamos treinar exatamente neste local. — Bufou desdenhosamente um dos dois homens, tornando Xim a franzir as sobrancelhas.
Afinal, o campo de treinamento era enorme, e tomar uma atitude assim era o mesmo que o alvejar descaradamente. Portanto, apesar de Xim ser um homem paciente, não era muito tolerante, e ser constantemente provocado não era do seu feitio.
— Suspiro. Eu não me importo com zombarias sem sentido. No entanto, não interrompam meu treinamento, ou iram se arrepender. — Rosnou Xim, olhando para a dupla.
— Se arrepender? Haha! Essa foi a melhor piada que ouvi, você está se achando só porque tem a posição de “Tenente”?
— Mas saiba que nós também temos a honra dessa posição, somos Tenentes do respectivos vigésimo quarto e vigésimo quinto pelotão! — Rosnou um dos Tenentes, querendo começar imediatamente um confronto.
— Eu não me importo que posição vocês tenham, SE PERCAM! — Uivou Xim sem paciência.
— Você…! Você pediu por isso! — gritou um dos homens, desembainhando assim sua espada, quando atacou imediatamente.
E observando suas ações, Xim não se desesperou. Na verdade, seu coração batia intensamente em agitação, querendo já faz algum tempo alguém para colocar em teste seu treinamento.
Assim, se esquivando de sua espada, Xim calmamente conduziu sua energia pelo corpo como praticou nesses quatro longos meses.
Ohm! Ohm!
E sentindo uma sensação única, Xim percebeu que uma ligeira aura avermelhada surgiu por seu corpo, tornando sua exultação chegar ao auge, distraindo-o brevemente, percebendo assim sua grande melhora.
Corte! Ferimento!
Infelizmente, assim como estava se alegrando de seu progresso; o segundo homem o atacou de surpresa, causando um leve ferimento.
— Haha! Eu avisei para não ser arrogante! — Bufou o segundo homem, percebendo que seu ataque surpresa roçou de leve o corpo de Xim.
Porém, sem se importar, diante os olhos chocados dos dois Tenentes, o corte começou a cicatrizar em uma velocidade visível.
E não deixando passar essa oportunidade, em uma velocidade muito superior ao passado, Xim sem desembainhar sua espada, golpeou com a empunhadura no estômago do homem distraidamente em sua frente.
Baque! Vomito!
Percebendo que não somente sua velocidade, mas mesmo sua força tinha excedido sua imaginação. Xim observou silenciosamente o homem se contorcer, quando caiu duro no chão, inconsciente.
— Você…! Somos todos companheiros a serviço da Família Fayfher, como pode exceder-se desta forma! — gritou o outro homem se afastando sob o olhar intenso do Tenente Xim.
— Se perca!! — Rosnou Xim, vendo o homem pegar seu companheiro, desaparecendo assim de sua vista.
“Entendo, como o Jovem Mestre disse, meu controle interno anteriormente era como um recém-nascido dando seus primeiros passos; é até mesmo vergonhoso quando me comparo com o “eu” do passado”. Pensou Xim, sentindo um leve sentimento de constrangimento.
“Entretanto, não devo ser presunçoso, as coisas no território estão começando a ficarem tensas, não devo me mostrar desnecessariamente”. Concluiu Xim, sentindo alguém observando-o.
Assim, continuando o seu treinamento, Xim desejou o rápido retorno de seu Jovem Mestre Hyan. Assim como desejava profundamente um pequeno confronto, pensando que talvez nessa terceira oportunidade encontrasse a chance de acertar pelo menos um movimento.
— Garoto! Eu ouvi corretamente? Você vai me dar a oportunidade de vê-lo forjando uma Arma Arcana? Você não pode simplesmente forjar uma arma pra mim? Eu lhe protegi por quatro meses! Eu mereço uma recompensa. — Bufou Sheridan indisposto.
— Tsk! Cesse com a birra, Velho! Eu já lhe disse, apesar de ter avançado um estágio com a transformação do meu corpo, entrando no estágio da Fundação Integra, no Reino do Despertar.
— Construir uma Arma Arcana utilizando minha alma é essencialmente diferente de construir uma arma para outros usuários, eu não tenho cultivo para algo assim! — expliquei com raiva, vendo sua atitude.
— Além disso, não diga que deixa-lo vislumbrar meus procedimentos não seja um tipo de recompensa. Desde quando um artesão gostaria que seus segredos fossem revelados? Talvez você ganhe alguma inspiração para desenvolver sua preciosa arte de encantamentos mágicos — esclareci, escondendo minha zombaria.
— Hã? Porque sinto um tom de desdém em suas palavras. Você está me menosprezando? — perguntou desconfiadamente Sheridan, com um olhar afiado; descobrindo inesperadamente meus pensamentos.
— Não. Só estou relatando os fatos, assistir o processo do forjamento de uma Arma Arcana é uma honra para qualquer ferreiro — declarei orgulhosamente.
— Hmpf! Eu não sou um ferreiro, sou um mago! Além disso, eu sinto que esse assunto não se resume a somente assistir o processo de forjamento — resmungou inesperadamente Sheridan; vendo aturdidamente a expressão estranha de Hyan.
— Seu… seu pirralho, fodido! Eu estou certo! Você não quer que eu somente assista, certo? — gritou indignadamente Sheridan.
— *Tosse*… Bem, na verdade, preciso de um pequeno favor… — expliquei honestamente.
— Favor minha bunda! Atualmente eu não ganhei nada. Me recuso a ajudar, vá procurar outra pessoa — declarou decididamente Sheridan.
— Não seja assim, apesar de ser impossível refinar um grimório mágico atualmente, isso não quer dizer que não posso fazer outros itens que lhe seriam úteis, posso ver que tem um anel interespacial…
— Mas, não contém, por exemplo, um anel com capacidade de armazenar energia, usado assim para momentos de emergência.
— Além disso, posso também refinar, por exemplo, artefatos que possuem habilidades, sendo ativados em momentos críticos, como durante um longo encantamento… Esses são só alguns exemplos da grande gama de utilidades que posso criar — expliquei confiantemente.
— O que você precisa? — Bufou Sheridan desagradavelmente.
— Preciso de fogo — respondi calmamente.
— Fogo? Que tipo de merda é essa? — indagou Sheridan confusamente.
— Eu tenho um recurso especial em mente para minha primeira arma arcana. Contudo, chamas comuns não podem derreter seu corpo, somente uma chama muito intensa…
— Enfim, é nesse ponto que você entra, preciso que me ajude a derreter os recursos que irei utilizar em minha arma — expliquei sinceramente.
— Bem… queimar coisas são a minha especialidade. Além disso, fiquei curioso para algo que não derreta com uma chama comum. Acredito que irei derretê-lo facilmente… — declarou Sheridan, não percebendo a expressão estranha do jovem em sua frente.
Enquanto isso, em meio a Floresta da Perdição Rubra.
Passos! Arbustos!
Correndo desesperadamente, um Coelho de Chifre fugia angustiadamente por sua vida.
Contudo, não importando o quanto esforço colocasse, o sentimento de perigo somente piorava, quando, de repente, um predador avançou violentamente rápido, e antes que pudesse gritar, uma dor angustiante despedaçou seu pequeno corpo.
Baque! Sangue!
Pisando sobre a grama ensanguentada, parando ao lado do Coelho de Chifre destroçado; Feng estufou orgulhosamente seu pequeno peito. Era como se estivesse se gabando de sua força avassaladora, assim como a facilidade em que venceu seu inimigo.
Arbustos!
Entretanto, assim como estava se orgulhando de si mesmo. Um indivíduo se aproximou de dentro da mata. Surpreso, levantando sua guarda imediatamente, Feng viu uma pequena loba branca, que o fitava com um intenso olhar de desdém.
E cheia de presunção, soltando sua presa, que também era um Coelho de Chifre. Diferente da sua presa destroçada pelo chão, a presa de Lya inesperadamente não demonstrava sequer uma única mancha de sangue.
Assim, se gabando para seu irmão, rosnando sutilmente para o lobo acinzentado. A pequena loba branca pegou novamente sua presa, saindo calmamente.
Tensão! Ansiedade!!
Ouvindo sua irmã, Feng tremeu levemente, quando seus olhos denunciaram suas emoções.
Afinal, nos últimos meses, começando a caçar por si mesmo. Normalmente sua espécie comia a carne de suas presas no local, logo após sua vitória.
Contudo, devido aos perigos no entorno, foram ordenados que retornassem a caverna, comendo na presença dos humanos.
Assim, em um dia, enquanto comia calmamente sua refeição; ambos os filhotes sentiram uma doce fragrância exalando da comida dos humanos.
A princípio, Feng não se importou. Contudo, vendo Lya avançando astutamente, fazendo uma expressão “adorável” aos presentes, acabou apelando para a compaixão dos humanos, recebendo inesperadamente um pedaço de carne.
Curioso, intrigado ao ver sua irmã deixando sua própria refeição de lado, Feng pensou em usar o mesmo método. Entretanto, ao repensar um pouco, não fazia parte de sua personalidade, recusando-se veemente.
Porém, tendo a curiosidade arranhando seu coração, Feng ainda se aproximou em uma tentativa mínima, bufando orgulhosamente, enquanto observava um dos humanos.
E tendo inesperadamente sucesso, ganhando um pedaço de carne, apesar de não ser tão grande como o de sua irmã. Feng nunca se esqueceu do sabor que recheou sua boca.
Desde então, Feng caçaria sua presa, levando-a para os humanos, ganhando de certa forma seu respeito; os perturbando constantemente sempre que possível para cozinhar sua comida.
Contudo, um dia os humanos um pouco descontentes, disseram: “Se quiser que assamos suas presas, no mínimo, as tragam inteiras!”. Reclamou um dos homens, sempre presenciando suas presas completamente despedaçadas.
Um pouco desagradado, Feng não queria obedecer a suas ordens, desconsiderando assim suas palavras. Entretanto, devido sua teimosia. Lya sempre recebia um melhor tratamento dos humanos, percebendo pelo cheiro que suas presas eram bem mais “apetitosas”.
Por isso, agora a pouco, sua irmã não conseguiu evitar de zombar de sua atitude, se gabando da refeição que estava prestes a comer.
Ansioso, sentindo seu orgulho sendo dilacerado, ainda mais quando sua irmã era mais fraca do que ele. Feng observou apressadamente o seu entorno, procurando uma nova presa, prometendo internamente que tentaria se conter contra seu próximo adversário.
— Ah! Suspiro — Sentando-me no entorno da fogueira, observando todos os presentes, me senti estranho ao ser encarado por todos tão descaradamente.
Era verdade que tinha me transformado violentamente, muito mais que Elise, que já demonstrou diferenças óbvias.
No entanto, ainda era desconfortável, ainda mais quando entendia o espanto em seus olhos ao lembrarem como absorvi aquele enorme mar de sangue.
Cansado, tendo que suportar seus olhares constantes, sentindo o quanto me idolatravam com seus olhares apaixonados. Não consegui suportar essa atenção excessiva, sentindo assim a falta de algumas figuras, perguntando:
— Hmm… onde estão Lya e Feng. Desde que acordei ainda não presenciei suas figuras — indaguei calmamente, vendo uma certa ansiedade a partir de suas posturas.
— Meu senhor. Durante esses quatro meses, os dois filhotes demonstraram um desenvolvimento bastante rápido; e chegou a um ponto que eles queriam caçar suas próprias presas.
— Assim, com o consentimento de Sheridan, deixamos fazer o que quisessem — explicou um dos mineradores, sentindo-se um pouco ansioso, observando atentamente a expressão de seu Jovem Mestre.
— Entendo… — respondi, pensando que talvez esse fosse o desenvolvimento natural.
Porém, se eu deixasse que seguissem as memórias naturalmente presentes em seu âmago, os dois filhotes não conseguiriam ultrapassar a força de seus pais, e isso seria um grande desperdício.
Passos! Latido!
Enquanto pensava como proceder com seu treinamento. Nesse instante, chegando inesperadamente naquele exato momento. Feng e Lya apressadamente adentraram a caverna, enquanto deixavam suas presas de lado, perto dos humanos; correndo ansiosamente para meus braços, enquanto esfregavam suas cabeças carinhosamente contra meu peito.
— Isso… uma reação tão diferente… — comentou um dos homens, com ciúmes. Ele sempre foi o mais disposto a cuidar dos lobos. Contudo, os filhotes sempre demonstraram uma certa distância, deixando-o impotente.
— Você não deveria se preocupar com tal atitude. Vocês são essencialmente de uma raça diferente, já é incrível deles não demostrarem seus dentes — expliquei brevemente.
— Quanto a mim, sou da família, ainda mais depois de absorver tanto sangue, meu cheiro e aura são indiscutivelmente de sua raça — Falei ao ver suas expressões. Pensando que talvez para esses homens, meus “irmãos” não passassem de cachorros, que iriam abanar seu rabo amigavelmente ao receberem comida.
Latido! Latido!!
Chamando repentinamente minha atenção, como se finalmente tivesse a oportunidade de desabafar, Feng latiu indignadamente; tendo Lya seguindo o exemplo, tornando-me a franzir as sobrancelhas ao compreender suas intenções.
— Sabe, eu entendo. Entre sua raça, desde o nascimento, sempre teve a competição para ver quem se tornaria o mais destacado, e o tratamento sempre se desenvolveu conforme esse resultado.
— Entretanto, não concordo com seus ideais, não me importo com quem é mais forte, também não ligo quem irá liderar o posto de rei dos lobos — comentei, vendo Lya e Feng olhando para mim aturdidamente.
— Enquanto ambos seguem suas memórias, querendo alcançar o posto de soberano dos lobos. O que isso no final importa? Seus pais não morreram para outra raça? Mesmo que tivessem vencido, qual é o sentido em permanecer nessa floresta?
— O que esse lugar representa diante o mundo inteiro? O que isso representa diante o céu estrelado? Como seu irmão, se quiserem ficar nessa floresta, ser o soberano dos lobos. Eu os respeitarei, como também darei meu apoio.
— Porém, eu almejo o céu além dos céus, esse é o meu destino, não ficarei limitado a tal lugar pequeno — declarei, olhando intensamente nos olhos de ambos os filhotes.
E pulando do meu colo, Feng ficou parado diante o grupo que o observava; e estufando seu peito, convergindo assim sua energia, pequenas faíscas surgiram no seu entorno, quando um olhar enlouquecido envolveu seus olhos, me encarando violentamente.
Latido!
— Oh!! Hehe! Hahaha! Tudo bem, pretendo ver esse dia chegar, quando tivermos no topo, destacando-nos diante todas as raças; permitirei seu desafio, então vamos decidir quem irá liderar essa família — respondi calmamente, vendo seu olhar orgulhoso.
Rosnado sutil!
E vendo sua postura, Lya rosnou desdenhosamente. E apesar de não dizer nada, pude ver em seus olhos, suas intenções não eram menores que seu irmão.
Passos! Chegada!
— Impressionante. Nunca pensei que poderia entende-los tão perfeitamente — disse Sheridan, chegando de repente, enquanto agradavelmente alisava sua barba, contendo uma leve surpresa, voltando após caçar nosso almoço, estando na companhia de Elise.
— Isso não é nada, apesar de pequenos, sua inteligência não perde para os humanos. Trata-los como animais domésticos iguais cachorros, isso é um grande equívoco — respondi, vendo a expressão estranha dos mineradores, ficando aliviados ao ver meu sorriso gentil.
— Sabe… suas palavras anteriormente foram bem ousadas. Se não estou enganado, você quase morreu se não fosse por meu inesperado surgimento — declarou Sheridan sem um pingo de compaixão, jogando água fria sobre minha cabeça.
— Hehe! Você está certo. Entretanto, algo assim não irá acontecer novamente, eu lhe garanto — respondi decididamente, observando aqueles olhos ardentes.
— Tsk! Suspiro. Provocar você realmente não é algo agradável. Quais são seus planos? — indagou Sheridan.
— Bem, eu queria levar as coisas anteriormente com calma. Entretanto, não tenho mais tempo, apesar de não querer seguir esse caminho, terei que fazer uma limpa na Família Fayfher.
— Enfim, provavelmente muito sangue será derramado… — proclamei. Tendo os mineradores sentindo sua pele se arrepiar diante as minhas palavras frias.
— Além disso, preciso começar a colocar meus planos em ação. E sem grandes quantidades de dunares, tudo não teria sentido. Claro, não posso esquecer meus homens, já faz um longo tempo desde minha promessa. — Lembrei, vendo os olhos dos mineradores brilharem em exultação e ansiedade.
— Vamos! Vamos retornar, tenho muito o que preparar para o futuro — declarei, sorrindo, presenciando todos os presentes ficando animados em voltar a cidade.