A Saga de Hyan Fayfher Brasileira

Autor(a): A. F. Willians


Volume 1

Capítulo 4: A Floresta da Perdição Rubra

 

— Jovem Mestre Hyan… Você está bem?! — indagou Albert após retornar, vendo-me perdido em pensamentos.

— Hã? Oh! Não é nada. Somente estava pensando sobre o passado… — comentei indiferentemente, não me importando muito com sua expressão.

— Na verdade, Albert, preciso de alguns dunares, você não se importaria, certo? — indaguei repentinamente com um grande sorriso, surpreendendo-o.

— Jovem Mestre Hyan. Se for novamente ir para o centro da cidade, peço que permita ter soldados lhe escoltando. Você mesmo presenciou como um “pequeno” passeio pode custar sua vida… — Aconselhou Albert, bastante ciente das minhas intenções, dando-me um olhar severo.

— Bah! Não preciso! E por favor, não insista na questão. Basta ordenar que me sigam sorrateiramente… — declarei indiferentemente, quando dei de ombros; sorrindo assim internamente.

Impotente, sabendo que suas palavras cairiam em ouvidos surdos, Albert me entregou um único dunar de ouro.

E apesar da quantidade aparentemente escassa, não consegui conter o meu sorriso, sabendo que um único dunar de ouro era o suficiente para uma família plebeia viver adequadamente por mais de três meses.

— Obrigado, Albert! — expressei bastante satisfeito, ignorando assim seu sorriso forçado; onde não consegui evitar de pensar como sentia falta dessa vida luxuosa.

 

***       **       ***

 

Animado, finalmente deixando o castelo, andando vagarosamente pelas ruas do distrito aristocrático, aproveitei a ocasião para relembrar um pouco do passado, assim como da cidade ao qual cresci e passei um longo tempo da minha vida.

Passeando despreocupadamente pelas ruas bens estruturadas do distrito aristocrático, observando calmamente as mansões pertencentes aos nobres; lentamente cheguei à praça real, onde acabei sendo momentaneamente parado por alguns jovens que desejavam estar do meu bom lado.

Entretanto, não estava no ânimo para entreter esses jovens nobres, ainda mais quando suas bajulações eram descabidas, sem qualquer propósito, deixando-me enojado.

Enfim, escapando rapidamente, oferecendo uma desculpa qualquer, apressei os meus passos, quando continuei observar o meu entorno.

E por mais agradável que fosse relembrar o passado, diferente da minha antiga juventude, observei atentamente muitos detalhes que me deixavam desconfortáveis.

A Cidade de Eydilian por mais que tivesse deixado algumas marcas nada agradáveis em meu coração, ainda era a minha casa, o território da minha família, como seria a base futura para o meu desenvolvimento.

Portanto, com um único olhar, poderia perceber diversas falhas em sua estrutura, falhas fatais, que poderiam nos comprometer durante um confronto, como o bem estar da população, que estava indiretamente relacionado ao seu desenvolvimento.

Esses problemas eram visivelmente evidentes; como a distribuição de água, o tratamento indevido de dejetos e principalmente a circulação, onde poderia dificultar o fluxo de transporte, principalmente da milícia, podendo gerar consequências severas em um momento crítico.

Sem mencionar a segurança, que olhando de relance, poderia encontrar soldados muito mal equipados, dependendo assim de equipamentos forjados a partir do bronze.

E mesmo que esses equipamentos tivessem uma certa resistência a corrosão, não parecia o caso, podendo ver as armaduras malcuidadas dos soldados, sem falar em sua falta de treinamento, observando claramente sua desatenção e o descaso com suas obrigações.

Honestamente, não era que a Cidade de Eydilian fosse terrível. Mas, infelizmente, vivendo meus últimos anos em um grande império, acabei me acostumando com uma estrutura governamental totalmente diferente, sem falar que com a situação atual da Cidade de Eydilian, talvez fosse extremamente difícil para sobreviverem durante o caos futuro.

Impotente, continuando em minha caminhada, sentindo cada vez mais a urgência em meu coração com o que observava; antes que percebesse, cheguei à praça central, vislumbrando o fluxo quase incontrolável de pessoas por todo o comércio central da cidade.

E nesse momento, observando silenciosamente as pessoas, acabei finalmente dando a devida atenção para os soldados que me observavam da distância, utilizando o meu Sentido Espiritual para observa-los.

Na verdade, se quer precisava da minha habilidade para descobrir suas presenças, os soldados eram péssimos em ocultação, tornando-me a não conter meu sorriso desdenhoso.

Pensativo, querendo sair um pouco da cidade as escondidas, acabei indo em direção ao distrito inferior. E seja dito, a partir dos meus sentidos, consegui sentir suas emoções agitadas, provavelmente apreensivos, já que essa área era a mais problemática da cidade, onde também ocorria a maior parte da criminalidade.

Assim, escondendo-me, usando meu Sentido Espiritual para criar uma espécie de barreira em meu entorno que enganava parcialmente seus sentidos, permaneci completamente escondido, enquanto os soldados passavam por minha localização.

Sinceramente, percebendo tardiamente o meu desaparecimento, fiquei com um pouco de pena dos soldados, que usaram suas energias internas imediatamente, percorrendo apressadamente os becos sinuosos, enquanto me procuravam ansiosamente.

Os despistando, tendo meus perseguidores desaparecendo completamente da minha visão, não consegui evitar de sorrir satisfatoriamente ao perceber que meu plano ocorreu com sucesso.

Assim, tomei cuidado ao voltar para a praça central, onde acabei caminhando cautelosamente em direção a uma loja de equipamentos.

Adentrando-a, observando momentaneamente o estabelecimento, deparei-me com um homem de meia idade, permanecendo sonolento no balcão com a falta de clientes.

Um pouco desapontado, pisando pesadamente no chão de madeira, deixei que me percebesse, quando o homem rapidamente se recompôs, dando-me um sorriso repulsivo.

Na verdade, me julgando altamente devido as minhas roupas requintadas, esfregando as mãos inconscientemente, o homem avançou imediatamente com cortesia, dizendo:

— Caro cliente, como posso lhe ser útil? — indagou o homem educadamente com o melhor sorriso em seu rosto, curvando-se sutilmente.

— Quero um manto preto com capuz, um conjunto simples de armadura de couro reforçado, uma espada, uma adaga, assim como um protetor de cintura com bolsas inclusas…

— Ah...! Quero também utensílios mínimos para um aventureiro e três odres de couro — declarei imediatamente, vendo a expressão clássica de um vendedor.

— Certamente, Caro cliente. Aprontarei tudo imediatamente… Além disso, acredito que vai querer todos esses produtos de alta classe, certo? — indagou o vendedor, com um sorriso brilhante.

— Não. Dispenso o luxo desnecessário, basta trazer o conjunto habitual para aventureiros. Oh! Também quero uma máscara, apesar de ser algo incomum, acredito que isso não será um problema, certo? — Ordenei casualmente, vendo-o perder seu sorriso deslumbrante.

— Certamente. Irei preparar os itens desejados… — Respondeu o homem, se retirando para preparar todas as mercadorias.

Honestamente, enquanto observava a sua saída, pensando um pouco sobre nossa interação; sem querer acabei relembrando que os produtos de alta classe eram normalmente itens introduzidos principalmente à nobreza.

Assim, contendo uma aparência mais chamativa e requintada, apesar de possuírem uma qualidade ligeiramente superior, em minha situação atual era um desperdício óbvio de dunares.

Enfim, trazendo tudo o que requisitei, o valor de todos os itens chegou a noventa dunares de prata, quase o valor de uma única dunar de ouro, onde sinceramente era um valor extremamente abusivo, o que acabou me lembrando do passado.

Suspirando; lembrei como os novos aventureiros davam mais valor aos seus equipamentos que seus próprios corpos, onde não consegui evitar de ter uma expressão amarga, lamentando como muitos não conseguiram se manter vivos por muito tempo nesse tipo de profissão.

No entanto, não era o momento para me preocupar com tais futilidades. Olhando com curiosidade a máscara que o vendedor me trouxe. Sinceramente era algo levemente oval, feito de madeira, com um espaço para somente os olhos e um orifício para a respiração, deixando assim a parte da boca desimpedida, algo um tanto quanto, exótico, para dizer o mínimo, mas era o suficiente.

Assim, saindo da loja de equipamentos, prestando atenção para ver se nenhum soldado estava me seguindo, adentrei o distrito superior enquanto procurava um lugar adequado para trocar secretamente de roupa.

Afinal, o meu plano atual era adentrar a Floresta da Perdição Rubra, e em hipótese alguma minha família poderia saber das minhas intenções. Caso contrário, seria provavelmente surrado até ficar acamado, e trancafiado por se sabe lá quanto tempo.

Portanto, seria trágico ter minha vestimenta arruinada, gastando assim um esforço considerável para escondê-la.

Enfim, trajando a simples armadura de couro, colocando o manto preto sobre o meu corpo, fiz o possível com a ajuda da máscara e do capuz para esconder o meu semblante.

Vestido, terminando todos os preparativos, comecei a ir em direção a saída da cidade.

E conforme chegava perto do grande portão pertencente à muralha, pude vislumbrar um grande fluxo de pessoas, contendo dois guardas de cada lado, parando visitantes devidamente suspeitos.

Claro, seja dito de passagem, meu visual era mais do que devidamente suspeito.

Contudo, usando meu sentido espiritual para enganar os seus sentidos, e usando as pessoas para me ajudar a passar despercebido, consegui com sucesso sair da Cidade de Eydilian sem quaisquer complicações.

Aliviado, avistando os campos dourados e as partes separadas para a pastagem pertencentes à Cidade de Eydilian, vislumbrei os plantios concentrados em cevada, centeio e linho, assim como a procriação de animais.

Sinceramente, essa vista a muito tempo tinha sido esquecida, e sem perceber senti um pouco de empolgação em meu coração, quando fui em direção à floresta, que estava bastante distante da minha localização.

Desta forma, percorrendo a estrada de terra, observando de vez enquanto os fazendeiros cuidando de seus plantios e animais. Vislumbrei ao longo da planície algumas torres de vigilância, usadas por soldados de prontidão que vigiavam seu entorno em busca de qualquer perigo.

Um pouco cansado, caminhando por um longo tempo, algo por volta de uma hora, avistei finalmente na distância a Floresta da Perdição Rubra, assim como o fim dos campos de plantio.

E contendo um perímetro maior de vigilância, cercas de madeira estavam presentes na fronteira da floresta, feitas assim a partir de estacas enterradas no solo, ajudando a deter investida de bestas monstruosas que poderiam surgir a qualquer momento.

Enfim, passando o perímetro, ansioso para adentrar a Floresta da Perdição Rubra, ainda tive que fazer um pequeno esforço para não ser incomodado pelos soldados em vigilância, que estavam a uma pequena distância da floresta.

Felizmente, por pensarem que era um aventureiro novato em busca de riquezas, não dificultaram as coisas. Pelo contrário, receberam-me abertamente, já que minhas ações facilitariam definitivamente o seu trabalho.

Aliviado, finalmente sob a proteção da copa de algumas árvores, após uma caminhada de dez minutos, sentei-me para recuperar um pouco o fôlego, enquanto guardava minha máscara, ao qual seria um obstáculo durante meus confrontos futuros.

Descansado, aprofundando-me ainda mais na floresta, expandi abruptamente o meu sentido espiritual, me preparando para enfrentar qualquer perigo.

Infelizmente, meu sentido espiritual não era tão grande como no passado, tornando-me a estar vigilante, andando com bastante cuidado, pois não desejava me colocar em grande perigo.

Assim, tomando as devidas precauções, como um pouco de sorte, encontrei um Coelho de Chifre, um animal silvestre que quase não teve a influência de mutações.

Uma anormalidade provocada principalmente pelo grande fluxo de energia existentes nas florestas e montanhas, um ambiente naturalmente perfeito para o cultivo, caso não detivessem tantos perigos.

E encontrando a minha primeira presa, aproximando-me sorrateiramente da criatura que detinha mais ou menos sessenta centímetros, possuindo assim um imponente chifre que se projetava de sua testa, onde tentei sorrateiramente embosca-lo.

Infelizmente, ainda não detendo um controle perfeito deste novo corpo, acabei deixando vazar ligeiramente minha intenção assassina, alertando antecipadamente a criatura de minhas intenções.

Surpreso, o Coelho de Chifre se esquivou com sucesso de minha espada, quando se adiantou entre as árvores, enquanto pulava de um tronco a outro, apontando abruptamente seu chifre maliciosamente em direção ao meu peito.

Impressionado, evitando rapidamente o seu ataque, pensei que o Coelho de Chifre colidiria imediatamente contra o tronco logo atrás.

Entretanto, me surpreendendo ligeiramente, o Coelho de Chifres se contorceu esplendidamente, quando virou completamente em pleno ar, batendo suas patas traseiras contra a árvore, avançando imediatamente em minha direção.

Honestamente, sentindo um breve sentimento de choque, não consegui evitar de soltar uma ligeira exclamação, pois ia muito além das habilidades que me lembrava dessas pequenas criaturas na periferia da floresta.

Contudo, para o seu infortúnio, não queria mais estender essa batalha mais que o necessário.

Assim, concentrando minha energia mental em meus olhos, transmiti minha intenção diretamente para o seu espírito, desestabilizando sua mente, quando provoquei uma abertura em seu ataque, ao qual aproveitei imediatamente para cortá-lo com sucesso.

Grunhido!!

Rolando sobre a grama da floresta, grunhindo em grande dor, apesar do grave ferimento, o animal ainda tentou se recompor. Porém, era tarde demais, sem lhe dar tempo suficiente, me aproximei apressadamente de sua posição, quando desferi o golpe final.

Sangue!!

Finalizado, percebendo que não existia mais nenhum sinal de vida em seu pequeno corpo; aproveitei desse curto período para respirar profundamente, como também parei para pensar um pouco mais afundo sobre esse confronto.

Seja dito a verdade, a habilidade dessa criatura parecia ser superior ao qual me lembrava, podendo causar um grande desastre se acabasse se deparando com um não-praticante, deixando-o em um estado grave, se não o matando na pior das hipóteses.

Enfim, sinceramente não queria pensar muito profundamente sobre o assunto. Assim, observando o meu entorno, confirmando que não detinha mais nenhuma criatura, comecei a arrancar sua pele, assim como coletando seu sangue, colocando-o dentro de um dos odres amarrado em meu cinto.

E trabalhando incansavelmente, utilizei minha longa experiência como aventureiro para finalizar o trabalho com perfeição, onde era realmente muito útil nessas horas.

A pele poderia ser vendida para um alfaiate, fazendo roupas de boa qualidade, as garras e o chifre poderiam ser processados em um agente de fusão, sendo usado na produção de armas e armaduras.

O sangue, que continha a energia vital da criatura, poderia ser usada diretamente como suprimento de emergência, assim como na produção de medicamentos e em matrizes.

Entretanto, o mais importante era a Pedra da Alma, a fonte de energia proveniente da besta monstruosa, algo semelhante ao Centro de Energia dos humanos, estando muitas vezes localizado perto do coração ou no crânio da criatura, dependendo de sua espécie.

Enfim, terminando a coleta, tendo a pedra da alma e todas as partes de valor, deixei o cadáver do Coelho de Chifre para trás. Uma pena, pois sua carne também detinha valor, contudo, realmente não tinha como guardar tantos despojos com meus atuais equipamentos.

Assim, continuando em minha caçada, tendo a intenção de coletar principalmente sangue bestial, tive a devida sorte em encontrar outros Coelhos de Chifre.

No entanto, inesperadamente, esses detinham uma tonalidade esbranquiçada, diferente do anterior, que era cinza. Outra diferença era que também eram menores, como também não se prontificaram a me atacar, se disponibilizando a correrem imediatamente, usando o seu chifre somente quando foram completamente encurralados.

Bem, apesar da curiosidade, honestamente não me lembrava adequadamente das características dessas pequenas bestas monstruosas, principalmente desse nível.

Mas, aproveitando dessa feliz coincidência, percebendo que seriam ainda mais fáceis de caçar, logicamente me prontifiquei a persegui-los.

Contudo, em meio a uma de minhas perseguições, uma sensação de perigo envolveu repentinamente o meu corpo, quando apressadamente levantei os meus braços, levando minha espada a proteger imediatamente o meu rosto.

Impacto!!

No momento que terminei de levantar a minha espada, uma pequena massa de terra colidiu com a minha lâmina, se despedaçando completamente no impacto.

Surpreso, olhando atentamente a poeira que se acumulou no entorno do meu rosto. A princípio pensei que tal ataque não parecia muito perigoso, entretanto, em um segundo olhar, acabei tendo os pelos em meus braços se arrepiando sutilmente, quando um calafrio envolveu repentinamente a minha espinha.

Cauteloso, usando meus sentidos aguçados para confirmar as minhas suspeitas, observei que a poeira que se dispersava devido ao vento, entre os resíduos de terra, pude perceber uma espécie de substância escondida entre os destroços.

E com o meu conhecimento ínfimo sobre ervas, pude deduzir que inspirar essa pequena quantidade talvez não ocasionasse em nenhum problema. Mas o que dizer após três, cinco ou mais ataques?

Percebendo o grande perigo em que estaria exposto se não fosse pela minha percepção, olhei desagradavelmente para o meu novo adversário.

E escondido entre a copa de uma árvore, não se tratava de uma besta monstruosa, mas de um ser de outra raça, ao qual me olhava com desprezo, se preparando para um novo ataque.

Atento, o avaliando cuidadosamente. A sua constituição era baixa, algo semelhante a uma criança humana, enquanto vestia uma pele esfarrapada, ao qual mal dava para considerar uma vestimenta de verdade, tornando a esconder a maior parte de seu corpo.

Porém, do pouco que era visível, o sujeito era bastante peludo, enquanto sua pele era esverdeada, tendo fungos nascendo na superfície de sua pele.

“Hmm… estranho, muito estranho… um Duende Mucoso não costuma frequentar a periferia de florestas, ainda mais uma área tão próxima da cidade… talvez, algo esteja errado?”. Pensei cautelosamente, observando atentamente o meu entorno.

Contudo…

Arremesso!!

Atacando novamente, o Duende Mucoso não parecia estar disposto a me deixar pensar profundamente no assunto.

E utilizando de sua energia, formando algo semelhante a pequenas massas de terra, coçava os fungos em sua pele, misturando-os em uma substância nojenta e desagradável.

Honestamente, o Duende Mucoso era bastante hábil, se locomovendo constantemente, não deixando qualquer abertura para alveja-lo.

Desta forma, sem opções cabíveis, acabei perseguindo-o por um curto intervalo de tempo, mas propositalmente contive meus movimentos, pois esperava que o Duende Mucoso demonstrasse uma abertura.

Claro, o Duende Mucoso não era tão estúpido, pois me observava atentamente, demonstrando expressões obviamente provocativas, tentando me deixar irritado. No entanto, esse era um jogo ao qual dois indivíduos poderiam jogar facilmente.

Assim, durante nossa interação, entre as minhas esquivas, não me atrevendo a me expor por muito tempo ao veneno existente dos fungos em seu corpo. Prontifiquei-me em provoca-lo, e foi nesse período, que perdendo ligeiramente a calma, o Duende Mucoso encurtou a distância, querendo ter mais precisão para me acertar.

Porém, esse foi seu maior erro; onde recebi a oportunidade que esperei tão pacientemente, observando até então seus passos.

Assim, prevendo antecipadamente sua rota, retirei uma adaga escondida entre minhas roupas, lançando-a contra o galho ao qual pretendia se apoiar, danificando-o.

Surpreso, desconfiado com as minhas ações, o Duende Mucoso se assustou momentaneamente. Entretanto, logo demonstrou uma expressão de deboche, achando que tinha errado o meu ataque.

Porém, sua expressão não durou por muito tempo, no momento que pisou no galho danificado, o mesmo se rompeu, tornando o Duende Mucoso a cair da copa da árvore.

Exposto, percebendo o perigo em que se colocou, o Duende Mucoso arranhou apressadamente seus braços ao ponto de sair sangue, quando estendeu as mãos à frente do seu rosto, assoprando uma névoa venenosa.

Infelizmente, seu adversário estava preparado. Avançando, não deixei a oportunidade passar, quando segurei momentaneamente a respiração, onde usei minha energia interna para envolver a totalidade do meu corpo.

Assim, bloqueando os poros da minha pele, avançando entre a nevoa venenosa, enfinquei decididamente minha espada em seu peito, tendo meus olhos brilhando, enquanto o atordoava simultaneamente.

Choro! Grunhido!!

Perdendo vagarosamente a força vital, girei bruscamente a espada enfincada em seu peito, tendo a certeza de terminar com sua vida, pois não poderia manter minha energia interna por muito tempo, estando um pouco temeroso com suas artes venenosas.

Felizmente, limpando o suor que se acumulou em minha testa, vislumbrei seu cadáver, onde o deixei momentaneamente para trás, quando andei calmamente pela floresta, aproveitando assim para recuperar um pouco da compostura, onde recuperei também a minha adaga, retornando ao cadáver.

Seja dito, vislumbrando seu corpo… Bem, certamente não estava com muita vontade, mas atualmente estava extremamente fraco e toda ajuda era necessária em meu atual estado.

E criando coragem, cortando sua vestimenta com a adaga, comecei a cortar sua pele, escolhendo os lugares onde estavam os fungos com os menores danos.

Desta forma, terminado a primeira etapa, coletando um pouco de sangue, comecei a destrincha-lo completamente, procurando seu coração.

Enfim, no final estava cansado, sujo e um pouco fedorento, querendo assim sair imediatamente da floresta. Contudo, ainda tinha uma última tarefa a resolver.

Assim, retornando em direção a uma zona segura, me estabeleci não muito distante dos campos de plantio. Mas ainda sobre a proteção das árvores, onde encontrei um lugar isolado e seguro.



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