A Saga de Hyan Fayfher Brasileira

Autor(a): A. F. Willians


Volume 1

Capítulo 3: Uma Visita Inesperada

 

 

 

Despertando para mais um dia, abri os meus olhos ainda um pouco sonolentos, quando percebi inesperadamente que uma empregada estava presente. E igual aos dias anteriores, ela estava colocando uma bandeja em cima do criado mudo, ao lado da cama, com alguns alimentos.

Agradecendo-a, a empregada levou um pequeno susto, não percebendo que eu tinha despertado. Surpresa, cumprimentando-me com nervosismo, ela fez algumas perguntas respectivas a minha saúde, quando se despediu, deixando apressadamente o meu quarto.

Sinceramente, apesar de estar ciente da diferença social de um nobre e uma plebeia, era estranho o comportamento cauteloso da empregada, mas logo após alguns dias acabei descobrindo o motivo.

Afinal, levando por volta de seis dias para a minha completa recuperação; descobri que uma calamidade incomparável quase se abateu sobre a Cidade de Eydilian.

Surpreso, tendo algumas dúvidas se esse incidente realmente ocorreu em minha vida passada, considerei que essa situação estava relacionada à minha regressão.

Contudo, apesar de ter essa questão atormentando por um bom tempo a minha mente, após muitas considerações, acabei não chegando em uma resposta. Pelo contrário, acabei descobrindo “agradavelmente” que algumas pessoas estavam relacionando esse estranho incidente com a minha inesperada mudança de atitude.

E que após seis dias, vislumbrando a mudança em meu temperamento, como uma estranha luz que aparentemente veio em direção ao meu quarto — interrompendo a calamidade — rumores um tanto quanto estranhos começaram a se espalhar pelo castelo.

Essa situação acabou me deixando um tanto estranho, algo que me tornou a sorrir impotente, ciente como as pessoas poderiam ser incrivelmente supersticiosas.

Claro, a ausência da minha mãe não estava relacionada a essa situação. Mas ao fato que devido a sua posição, teve que lidar com diversos incidentes provocados pela calamidade, ficando assim ocupada para me visitar, surgindo muitas vezes enquanto estava em um profundo sono.

Quanto ao meu pai, não me preocupei muito, independente de possuir uma segunda chance, não acreditava que teríamos um bom relacionamento. Na verdade, achava ótimo a sua ausência, pois assim poderia dar continuidade aos meus planos.

E conforme pensava com cuidado em meus próximos passos, andando com tranquilidade pelos corredores do castelo.

As empregadas surpresas com a minha rápida recuperação, após se recuperarem do choque, vieram amigavelmente conversar. Entretanto, conforme a conversa prosseguia e nos tornávamos mais íntimos, estranhamente as empregadas me demonstraram uma expressão peculiar.

Confuso, percebendo sutilmente que algo estava errado, pensando a princípio que se tratava dos rumores existentes no castelo, percebi que seus sorrisos significava outra coisa. E sob minha insistência, dando-me expressões um tanto estranhas, informaram-me que alguém estava esperando pela minha recuperação.

Na verdade, sua presença era bastante frequente, sem dizer a quantidade de horas que ficava aguardando na esperança de um pequeno vislumbre.

Honestamente, ouvindo o relato, fiquei muito surpreso, como não conseguia compreender essa pessoa, que esperava ansiosamente por notícias minhas.

Curioso, inconsciente do que as empregadas estavam insinuando, após algumas perguntas, descobri que essa pessoa estava relacionada inesperadamente ao motivo dos meus atuais ferimentos.

Assim, interessado em conhecê-la, determinei que não custava ver essa pessoa que esperava pacientemente dia após dia a minha recuperação.

Enfim, sendo guiado pelo mordomo chefe do castelo, Albert, cheguei a uma sala de visitantes.

Contudo, naquele lugar, me surpreendendo totalmente, perdendo pela segunda vez o controle de minhas emoções. Vislumbrei de imediato uma jovem timidamente sentada em espera, contendo similarmente a mesma idade que atualmente residia nesse corpo.

E diante meus olhos, detendo um longo cabelo avermelhado, que estava aparado desajeitadamente até a altura de seus ombros. Ela tinha olhos avermelhados, uma raridade, combinando assim perfeitamente com o contorno delicado do seu rosto juvenil, tendo um nariz fino e lábios graciosos.

Uma jovem muito bonita, trajando um conjunto de roupas simples, encontrada em qualquer aldeão ou camponês; mais que estavam levemente sujas e amassadas, demonstrando sua baixa posição, assim como a sua frugalidade, detendo uma estatura magra e delicada.

Bem, sinceramente, não conseguia afastar meus olhos dela, demonstrando como era uma jovem bastante atraente.

Entretanto, seu olhar melancólico acabou atraindo a minha atenção, que mesmo sob certo disfarce, não conseguia esconder a tristeza e o medo enraizado profundamente em seu coração.

Enfim, estava tão desnorteado com sua presença, que não consegui evitar de olhá-la descaradamente. E sentindo meu olhar, a jovem veio em minha direção, dando-me um sorriso desajeitado, que escondia com dificuldades o seu nervosismo, dizendo:

— Jovem Mestre Hyan. Eu… eu queria agradecer profundamente por ter me salvado antes… — disse a jovem garota, se aproximando quando pretendia se curvar em minha direção.

Contudo…

Antes que pudesse se curvar em um gesto cordial, fora da expectativa de todos os presentes. Adiantei-me, quando a puxei em um abraço apertado, não conseguindo conter as minhas turbulentas emoções, enquanto a apertava em meus braços.

— Ah! — Gritando em surpresa, a jovem tentou resistir, enquanto ficava perdida, avermelhando-se profundamente diante as minhas ações.

E sentindo sua reação, recuperando minha compostura ao ouvir seu grito de surpresa, acabei soltando-a apressadamente, quando percebi tardiamente o meu erro, repreendendo-me em minha mente, enquanto tentava puxar uma conversa amigável, tornando-a esquecer as minhas ações.

— Elise, posso saber onde você está se hospedando atualmente? — perguntei, emitindo um tom gentil, enquanto observava seu rosto confuso, que se perdia em ponderação.

— Hã! Sobre isso… eu… eu estou dormindo ao lado da igreja… — murmurou Elise inconscientemente, sentindo-se um pouco envergonhada, tendo o seu rosto avermelhar-se profundamente ao relembrar o recente incidente.

— Albert! Por favor, arranje imediatamente um aposento para minha amiga. Além disso, encontre uma função que possa exercer com alguma remuneração em nosso castelo. — Ordenei abruptamente, demonstrando nitidamente a determinação em meu tom, atordoando Albert, que nunca tinha ouvido um tom tão convicto de seu Jovem Mestre antes.

— Jovem Mestre… não acho que isso seria adequado. Além disso, não temos a permissão do Lorde… — esclareceu Albert, sendo imediatamente interrompido.

— Albert! Penso que não fui claro, isso é uma ordem! — Rosnei com desagrado, olhando-o intensamente, tornando-o a tremer sob meu olhar, acabando por se curvar em desculpas.

— Jovem Mestre Hyan… Obrigada, mas não precisa… — declarou Elise hesitante, percebendo como a atmosfera estava se tornando desagradável, quando foi parada repentinamente pelo jovem em sua frente, que gesticulou com a mão.

— Elise, por favor, estou ciente que não tem nenhum familiar na Cidade de Eydilian, talvez nem tenha um parente próximo na região sudoeste ao qual possa pedir ajuda.

— Além disso, não vamos falar sobre a situação anterior. Mesmo que agora esteja lidando com a situação, como pretende resolver o seu futuro? Acredito que nem comeu adequadamente nos últimos dias, sem falar em dormir a noite, estando totalmente desprotegida… — expressei, tendo um tom de desaprovação.

— Portanto, acho que entendeu meu ponto de vista. Aqui você terá uma cama confortável para descansar, como terá alguma remuneração para gastar como desejar em seu futuro…

— E lhe prometo, ninguém, mais explicitamente ninguém vai lhe fazer mal, ou qualquer coisa que a desagrade, ou irei pessoalmente lidar com a situação… — esclareci com determinação, deixando um pouco da minha energia escapar inconscientemente, acentuando a gravidade das minhas palavras.

— Eu… obi… obrigada… — Respondeu suavemente Elise, abaixando a cabeça, enquanto tentava esconder as lágrimas descendo sutilmente pelo seu rosto.

— Por favor, não chore. Não precisa agradecer. Vá descansar um pouco, você provavelmente não teve um descanso adequado nesses últimos dias… — declarei com gentileza, vendo-a impotentemente enxugando suas lágrimas, indicando que Albert demonstrasse o caminho.

Assim, se despedindo, conforme Elise acompanhava Albert pelos corredores do castelo; finalmente se acalmando após o decorrer desse abrupto encontro. Elise percebeu de repente que nunca tinha mencionado anteriormente seu nome, muito menos contado sobre sua vida pessoal.

Chocada, sentindo seu coração bater violentamente ao perceber essas sutis discrepâncias. Elise parou em seu caminho, quando olhou de volta para o salão de visitantes, quando imediatamente perguntas envolveram o seu coração.

Entretanto, conforme hesitava se deveria ou não retornar, querendo inconscientemente esclarecer essas dúvidas que permaneciam em sua mente. Elise foi repentinamente interrompida por Albert, que pediu com gentileza que apressasse seus passos.

 

 

— Ufa! — Suspirando, observando agora o caminho que ambos saíram, vagarosamente as lembranças do passado vieram em minha mente.

No passado, devido a minha energia mental coincidindo com minha grande capacidade de aprendizado, poderia dizer que aprendia mais rápido do que qualquer um presente na Cidade de Eydilian.

E por esse motivo, nunca treinei diligentemente em algo, perdendo meu interesse logo após compreender superficialmente o que me era apresentado.

Portanto, não seria errado dizer que o “eu” do passado era alguém frívolo, não conseguindo adquirir o respeito de ninguém, além de usufruir e depender de seus status.

No entanto, mesmo alguém assim tinha uma pessoa ao qual admirava. Essa pessoa era meu pai, um poderoso cavaleiro. E apesar da minha falta de compromisso, devido ao meu talento, acreditava que poderia definitivamente me tornar um respeitável cavaleiro.

Um dia, passeando na Cidade de Eydilian, ou mais correto dizer escapando para a cidade as escondidas. Inesperadamente tive a vontade de aventurar-me pelo distrito inferior… e foi naquele lugar que me encontrei com Elise.

Naquele encontro, Elise estava sendo dominada por dois homens, aos quais tentavam tirar vantagem da jovem indefesa, talvez vendendo-a para um Mestre de Escravos após sua prazerosa diversão.

E por mais que Elise gritasse por socorro, clamasse desesperadamente por ajuda, todos os cidadãos que vislumbravam o incidente fingiam ignorância, como se nada tivesse acontecendo, dando as costas sem qualquer hesitação perante a crueldade da situação.

Desesperada, ciente do que lhe aguardava, Elise teve parte de sua roupa rasgada, enquanto lágrimas desciam por seu rosto totalmente desesperançoso.

Inconformado, assistindo por um breve instante essa cena desagradável, acabei me enfurecendo com a crueldade dessas pessoas, quando avancei de imediato contra os dois homens, sem pensar assim em minha própria segurança.

O resultado; bem, apanhei vergonhosamente, tornando-me a ficar em tais condições. Porém, mesmo que tivesse sofrido uma surra considerável, consegui com sucesso proteger Elise em minhas costas.

Quanto há como conseguimos sair dessa situação com vida. Bem, foi devido aos soldados que me seguiam secretamente, agindo em um momento oportuno, matando os dois malditos desgraçados.

Depois desse incidente, estando seriamente ferido, fui levado ao castelo para ser tratado. E como se sentisse na obrigação de me agradecer, Elise compareceu todo dia na portaria do castelo, pedindo humildemente que pudesse me ver.

A princípio, os soldados a enxotaram para ir embora, dizendo que uma plebeia não tinha as qualificações para me visitar.

Entretanto, os soldados que participaram do incidente no distrito inferior, percebendo sua presença dia após dia, e cientes da minha atitude, disposto a arriscar-me daquele jeito, pensaram que eu detinha algum sentimento especial pela jovem, levando-a respectivamente a sala de visitantes, onde Elise esperou pacientemente, aguardando a minha recuperação completa.

Quando finalmente nos encontramos, recebendo os seus agradecimentos sinceros, me senti orgulhoso, não me arrependendo dos meus atos, apesar da reprovação da minha família.

E conversando em seguida com Elise, descobri que seu pai era um antigo aventureiro, e que tinha morrido alguns meses atrás tragicamente em uma de suas missões.

Assim, devido a certos desentendimentos causados por sua profissão, como seus respectivos inimigos. Elise e sua mãe tiveram que se mudar de sua antiga vila, vindo para a Cidade de Eydilian, querendo recomeçar suas vidas.

Porém, às vezes a vida pode ser bastante cruel. Mal perdendo o seu pai, sua mãe acabou morrendo ao salvar sua vida em um ataque repentino de bestas monstruosas a caravana que acompanhavam.

Quando chegou a Cidade de Eydilian, Elise estava arrasada pela tristeza, onde quase não suportou a solidão e a amargura ao perder seus pais. Não desistindo de viver devido ao intenso desejo de sua mãe, que pediu insistentemente para seguir em frente com seus últimos suspiros.

Entretanto, realizar esse desejo era mais fácil dizer do que fazer. Elise não tinha ninguém para acolhê-la, e as pessoas não eram compassivas o suficiente para lhe estender a mão.

E devido a sua idade e inexperiência, poucos comerciantes estariam dispostos a emprega-la, sendo talvez a vida de prostituição sua única salvação, algo que provavelmente não teria volta, após pisar nesse imenso abismo.

Desta forma, sabendo de tudo isso, enquanto contava sua história com lágrimas escorrendo por seu rosto, levantei-me, quanto fui à procura de minha mãe, implorando que a abrigasse. Desde então, Elise se tornou uma serva da Família Fayfher, e por muito tempo não nos encontramos novamente.

Nosso próximo encontro foi quando completei quinze anos, e estava prestes a ser levado para a maior cidade da região sudoeste para o meu despertar.

Naquela época, após nossa coincidente reunião, implorei aos meus pais que a deixasse acompanhar-me. Sinceramente, só queria me gabar, exibindo-me após o meu grande despertar, ao qual tinha a certeza que seria um espetáculo grandioso.

No entanto, foi a partir desse ponto que minha vida mudou por completo.

Em um encontro com todas as famílias nobres da região, cada jovem presente iria utilizar de um antigo artefato para despertar e atestar suas afinidades. Poderia até se dizer que também era um encontro que demonstrava o potencial da próxima geração, que governaria respectivamente seus territórios.

Porém, quando chegou o meu momento de fazer o teste, o artefato não teve qualquer ressonância. Esse fenômeno surpreendeu a todos os presentes, indicando que eu era um não-praticante.

Assim, para os nobres, que se orgulhavam de sua linhagem, essa situação representava a maior humilhação de todas.

E diante essa situação, apesar de não ser uma ocorrência completamente inédita, nunca na história tinha ocorrido na casa de um Conde.

Naquele dia, sofrendo a maior humilhação que um nobre poderia receber, fiquei devastado, enquanto somente poderia ouvir o deboche descarado de todos os presentes.

E para piorar a situação, Elise acabou acidentalmente por fazer o teste, despertando assim sua Energia Carnal, tendo a chance de se tornar uma poderosa Cavaleira.

Contudo, esse fato somente serviu para intensificar o desprezo que as pessoas detinham por mim, argumentando que até mesmo uma simples plebeia tinha um talento e um valor maior que o meu.

Desconsolado, voltando para nosso território devastado, meus pais não ousaram falar nada.

E apesar da humilhação ter sido direcionada a mim, os outros nobres não perderam a oportunidade de atingirem meus pais; onde daquele dia em diante todos em minha volta mudaram completamente.

Os servos de nossa família que sempre demonstravam o máximo de respeito, já não faziam questão de esconder seu desdém.

As pessoas que se esforçavam para estar no meu lado bom, desapareceram por completo. E o meu pai, o Senhor Feudal dessas terras, se tornou indiferente e alheio a minha própria existência.

A única que se manteve como antes foi minha mãe. Entretanto, pouco tempo depois, em um horrível acidente, acabou perdendo sua vida. Esse incidente me devastou, meu mundo tinha sido virado totalmente de cabeça para baixo, e achei que tinha perdido meu propósito de viver.

Assim, passando os dias vivendo dessa forma desprezível, sendo observado por aqueles olhares desagradáveis e julgadores, deixei a vida tomar o seu rumo, não tinha mais qualquer ambição, qualquer desejo, e mesmo se morresse naquele momento não me importava nenhum pouco.

Claro, dizer que ninguém se preocupava comigo era um eufemismo, ainda restava uma única pessoa, essa era Elise. Ela se sentia no dever de retribuir minhas ações, querendo me ajudar nesse momento difícil.

Contudo, eu tinha perdido qualquer sentimento de afeição por ela, tudo o que sentia era um grande ciúme e inveja. E como alguém imaturo, pensei que Elise tinha roubado o que me pertencia, e descontei todo o desprezo, toda a frustração e o desdém que recebi das pessoas em sua figura frágil.

Assim, com o passar dos anos, em um momento bem distante no futuro, meu pai foi obrigado pelas leis do Reino Ershter a fazer uma pequena expedição para as terras caóticas no sul.

Nesse momento, em sua ausência, meu primeiro tio finalmente revelou suas ambições, tomando a força o governo da Cidade de Eydilian.

Daquele dia em diante me tornei um alvo, um empecilho para estabelecer seu domínio, e como alguém patético, sem qualquer força, não seria estranho ter morrido facilmente diante sua descarada ambição.

Entretanto, nesse momento crítico, faltando muito pouco para minha morte fatídica, Elise surgiu de repente, salvando a minha vida.

E diante sua coragem, sua determinação, conseguimos escapar da Cidade de Eydilian. E mesmo hoje, ainda consigo me lembrar nitidamente do seu corpo coberto de sangue, enquanto se esforçava para manter sua espada levantada, me protegendo.

No entanto, nem tudo foi perfeito, mesmo com sua força e resistência indescritíveis, Elise ainda adoeceu devido a seus ferimentos, e perdeu consecutivamente sua vida.

Sinceramente, mesmo que por muitos anos a tratei com desprezo, com desdém, ela ainda se sentia na responsabilidade de devolver minha “bondade”. Algo que fiz simplesmente por um capricho, querendo se gabar para o meu pai, demonstrando que também poderia salvar as pessoas com a minha própria força.

No final, tudo o que me restou foi a completa amargura, onde sua figura determinada ficou inconscientemente marcado em meu coração, jamais esquecendo suas ações.

 



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