Volume 1
Capítulo 21: A reunião
— Suspiro. Eu precisarei de um tempo para me preparar, por mais que esteja com pressa e pessoas estejam em perigo; não partirei sem os preparativos adequados — declarei decididamente, vendo-o ponderar por um tempo, dando o seu acordo.
“Na verdade, esse homem acredita erroneamente que devo participar de um grupo de aventureiros. Do contrário, eu não teria sugerido um valor tão alto por seu tesouro…”. Pensei, sorrindo sarcasticamente.
A profissão de aventureiro não era tão ruim remuneradamente. Entretanto, essa realidade era somente para aqueles que tinham talento, seja esse o caso em combate, cultivação ou mesmo em explorações.
Portanto, aventureiros com essas qualificações se ajuntavam eventualmente para caçar poderosas criaturas, desde que era impossível enfrentar essas bestas monstruosas sozinho.
— Tudo bem. Temos um acordo. Iremos acompanha-lo até a Ferraria Bahaduul, então irei sair para fazer os meus preparativos — expliquei, indicando que comesse, tendo nosso partida logo em seguida.
Assim, diante os olhares intensos de outros aventureiros, saímos sem quaisquer problemas da Associação de Aventureiros.
E chegando na ferraria, sendo atendidos por Colak, que nos olhou estranhamente, percebendo que um homem todo desleixado estava em nossa companhia; sinalizei para que pudéssemos conversar em particular, quando ele me deu um olhar indagador.
— Colak, tudo bem? Na verdade, preciso de um favor… — Comecei, quando sua expressão não mudou, provavelmente esperando esse desenvolvimento.
— Está vendo esse homem? Você poderia fazer alguns arranjos para hospeda-lo, assim como sua família por alguns meses? Ah! Também gostaria que lhe desse algum serviço. — Solicitei gentilmente, vendo sua expressão estranha, quando percebi tardiamente a rápida aproximação de um velho muito aborrecido.
— Garoto! O que você pensa que a minha Grande Ferraria Bahaduul se tornou? — Rosnou o velho Qian, ouvido aparentemente a nossa conversa.
— Agora, sempre que você se mete em problemas, vem imediatamente correndo com o rabo entre as pernas?! Tsk. Espera realmente que eu resolva tudo?! — Bufou Qian, enquanto olhava com desdém para o homem todo desleixado ao nosso lado.
Surpreso, observando-o em silêncio, estando ciente do seu temperamento; não me importei muito com sua atitude. Pelo contrário, me aproximando sutilmente do seu ouvido, sussurrei:
— Velhote. Este homem encontrou uma mina de Pedras Xuan. E não sei se está ciente, mas essas pedras possuem energia espacial, são recursos extremamente raros, mesmo em todo o Reino Ershter.
— Além disso, se quisermos construir um Alto Forno decente, são recursos indispensáveis… — expliquei, vendo-o imediatamente mudar de ideia.
— Oh! Meu deus, que história triste! Meu nome é Qian, mas as pessoas gostam de me chamar de Mestre Qian — declarou de repente Qian, se adiantando ao ficar em frente ao homem, estendendo sua mão, vendo assim a surpresa de Dylan.
— Eu gostaria de lhe oferecer primeiramente as minhas condolências, fiquei sabendo sobre a destruição da Vila Hernest. Espero que sua estadia em nosso estabelecimento possa ser um recomeço — proclamou Qian de forma bastante altruísta, tornando a minha feição ficar rígida.
— Mestre Qian, Dylan é um aldeão da Vila Montales. Além disso, a Vila Hernest também foi atacada? — perguntou Elise aturdidamente, olhando-o com peculiaridade.
— *Tosse*… Desculpe… sobre isso… — Qian ficou sem palavras, quando tentou concertar as coisas, mas sem sucesso.
— O que diabos está realmente acontecendo? Então mais de uma vila foi atacada por uma horda de bestas monstruosas? Velhote! Conte-me os detalhes. — Ordenei severamente, não me lembrando de tal acontecimento no passado.
— Suspiro. As duas vilas no entorno da Montanha Ginsei foram totalmente destruídas, incluindo a Vila Hernest.
— Quanto a Vila Montales, eu não esperava que eles fossem atacados, já que estão localizados do lado oposto as duas vilas destruídas, parece que tiveram sorte, já que temos um sobrevivente — esclareceu Qian, lamentavelmente.
— Entendo. A situação é muito pior do que eu imaginava, então o lorde já enviou alguém para estabilizar a situação? — perguntei, vendo inesperadamente sua expressão.
— Sim. O nosso lorde enviou sua ordem de cavaleiros, como a maioria dos pelotões para a área em busca de sobreviventes, assim como estão tentando esclarecer o motivo de todo esse incidente…
— Entretanto, a área de desastre foi muito grande, os subordinados de confiança do lorde não são o suficiente para acalmar o medo e a insegurança das pessoas. Não vamos falar em satisfazer os outros nobres, ou os próprios membros da Família Fayfher — comentou Qian estranhamente.
— Na verdade, devido à pressão, quem está gerenciando a situação não é o lorde em particular, mas Lionyr Fayfher… — Lembrou Qian, olhando-me atentamente, continuando.
— Além disso, com sua abordagem, acredito que procurar por sobreviventes não seja necessariamente sua intenção, principalmente pelo fato que não-praticantes não conseguiriam sobreviver por tanto tempo dentro da Floresta da Perdição Rubra.
— Portanto, temo que a Vila Montares não está incluída no perímetro de busca da milícia, assim se envolver nessa bagunça será extremamente perigoso. — Aconselhou Qian, tornando o meu humor azedar completamente.
“Nunca pensei que esse incidente fosse tão complicado, provavelmente esse assunto pode estar relacionado com a mina de metais gélidos. Portanto, meu primeiro tio deve ter inventado uma desculpa para cuidar pessoalmente do incidente”.
“Quanto a Vila Montales, por estar fora da área de atuação da milícia, significa que os deixaram para morrer. Urgh! Não sei se isso é uma benção disfarçada ou simplesmente uma maldição, mas isso será realmente difícil”. Pensei, tendo que refazer completamente os meus planos.
— Garoto! Não me diga que você realmente vai se meter nessa bagunça? Mesmo se for você, pode acabar morrendo, sabe? — falou Qian, entendendo a complexidade do assunto.
— Obviamente irei seguir para a Vila Montales, mesmo que seja algo extremamente perigoso, os recursos que posso obter naquele local não devem ser subestimados…
— Contudo, não conseguirei seguir sozinho, é impossível escoltar os sobreviventes de uma vila inteira somente com minha força, provavelmente precisarei de ajuda — expliquei, pressionando-me a pensar em uma solução para essa situação inesperada.
— Espera! Sozinho? Não me diga que estava pensando em me deixar para trás?! — exclamou Elise de repente, incrédula ao ouvir minhas palavras, escutando até então em silêncio.
— Elise. A situação é muito complicada, não consigo determinar os perigos que vamos enfrentar. Além disso, você ainda tem que se recuperar dos seus ferimentos. — Enfatizei, assistindo seu rosto se tornar lentamente desagradável.
— Eu consigo! Não irei lhe atrapalhar, meus ferimentos não foram graves — falou Elise, não pretendo ceder no assunto.
— Além disso, já estou a uma semana em recuperação, acredito que estou quase completamente recuperada, tendo assim a certeza que minha força é o suficiente para lidar com os imprevistos nesse meio tempo — expressou Elise seriamente, se recusando a me escutar.
— Elise. Essa situação é completamente diferente… estamos falando de uma horda bestial. E apesar de não saber o seu tamanho, o perigo que isso representa é completamente diferente de nosso treinamento — expliquei, tentando convence-la.
— Hyan, não ouse me deixar para trás… se eu recuar sempre que a situação ficar perigosa, como poderei me tornar alguém capaz de acompanha-lo?! — Refutou Elise, quando acabei ficando sem palavras com sua teimosia.
— Eu sou sua companheira, certo?! Sempre completei com sucesso seus treinamentos. Portanto, mereço pelo menos esse pouco de confiança — proclamou Elise decididamente, tornando-me ver a teimosia queimando em seus olhos, lembrando-me do passado.
— Suspiro. Eu não posso lhe impedir, posso? — perguntei solenemente.
— Não! Eu irei te seguir! — respondeu Elise, com um sorriso decidido.
— Urgh! Tudo bem. Colak, Qian, me ajudem a hospedar esse homem por esta noite, preciso fazer alguns preparativos. — Ordenei, indicando para Elise que estávamos saindo…
— Hyan, nós vamos realmente visitar sua família? — indagou Elise com certa confusão.
— Sim. Eu pensei muito sobre o assunto, e simplesmente é impossível para duas pessoas cuidar da situação. Portanto, planejo pegar emprestado o poder da minha família — expressei, me sentindo assim um pouco estranho.
— Honestamente, após considerar um pouco, dificilmente a horda bestial deve se concentrar em direção a Vila Montales… talvez o grupo que os atacaram sejam bestas monstruosas que eventualmente foram obrigadas a deixarem seu território.
— Assim, se um pelotão pudesse fornecer o seu auxílio, acredito que com as minhas habilidades conseguiríamos estabilizar facilmente a situação — expliquei a Elise, pensando assim profundamente sobre o assunto.
— Mas… então você vai finalmente revelar suas habilidades? — perguntou eventualmente Elise, descrente.
— Não. Mas também não conseguirei manter todas as minhas cartas escondidas. Portanto, terei que revelar um pouco das minhas capacidades — falei, suspirando resignadamente.
— Felizmente, tenho um plano em mente para conseguir o apoio da minha família — Conclui, indicando para encerrarmos a conversa, vendo os portões do castelo.
— Jovem Mestre Hyan, faz algum tempo. Bem-vindo de volta ao castelo — cumprimentou cordialmente um soldado.
— Obrigado. Poderia avisar a minha mãe sobre a minha chegada? — perguntei, não conseguindo evitar de levantar as sobrancelhas ao perceber o tratamento diferente do soldado.
— Jovem Mestre Hyan. Alguém avisara certamente a Lady Adália sobre sua chegada. Entretanto, temos ordens de leva-lo ao lorde assim que retornasse para uma visita, esperamos que possa cooperar conosco. — Solicitou humildemente o soldado.
— Oh! Entendo. Por favor, indique o caminho… — Ordenei, pensando como a situação se adequava perfeitamente aos meus planos.
O soldado, vendo que eu não planejava dificultar as coisas, suspirou aliviadamente, quando se curvou gentilmente, indicando o caminho.
Enquanto isso, em um lugar do castelo da Família Fayfher.
— Vossa Graça. O seu filho retornou ao castelo, estamos o trazendo para vê-lo. — Reportou um soldado, não se atrevendo a ser negligente diante a expressão severa de seu senhor.
— Hmm… Obrigado. Pode se retirar — respondeu Lytian Fayfher, caindo em pensamentos.
Durante os últimos meses, muitas coisas ocorreram dentro do seu território; mas, indiscutivelmente o mais estranho era definitivamente o comportamento do seu filho.
E por mais que não quisesse aceitar, agora, diante de tantas evidências, era óbvio que algo tinha acontecido, ou talvez, realmente o seu filho estava se escondendo o tempo todo?
Lytian Fayfher não conseguia entender o que levara o seu filho a agir assim. Entretanto, era um fato que apesar de não demonstrar, sua postura lhe agradava.
Além disso, deixando-o cada vez mais curioso, Lytian estava interessado nas habilidades de seu filho, que apesar dos esforços de seus soldados, depois de fazerem grande esforço, não conseguiam rastreá-lo, sempre perdendo os seus rastros quando tinham a sorte de encontrar o menor dos vestígios.
Batida na porta!!
— Entre! Está aberta. — Ordenou Lytian, deixando os pensamentos de lado.
E com um olhar atento, Lytian Fayfher observou silenciosamente seu filho adentrar o seu escritório, estando acompanhado de sua companheira, Elise. O que o surpreendeu, percebendo que uma aura diferente do passado envolvia os dois misteriosamente.
Bem, seu filho, Hyan, já tinha demonstrado no passado algumas mudanças, principalmente ao manter sua compostura diante sua autoridade, e isso era algo que Lytian Fayfher poderia aceitar.
Entretanto, mesmo sua companheira, Elise, demonstrava tal atitude atualmente.
Um pouco surpreso, Lytian ainda se lembrava de tê-la vislumbrado coincidentemente no passado, em uma de suas visitas ao seu filho.
Naquela época, ainda se lembrava do seu olhar ansioso, do nervosismo e a tristeza marcada profundamente em seu olhar.
Mas agora, apesar da sua idade, sua companheira demonstrava um comportamento vigoroso, determinado e firme.
Mesmo os seus soldados, após um árduo treinamento, não demonstravam tal atitude. Portanto, tudo isso fez com que a curiosidade pelos segredos de seu filho arranhasse seu coração, querendo descobrir o que estava escondendo.
— Hyan… muito tempo sem te ver, meu filho. Acredito que tenha passado esse período relativamente bem, certo? — Iniciou Lytian estranhamente, sabendo que nunca tivera esse tipo de conversa com seu filho antes.
— Sim. Não tive quaisquer dificuldades, posso até dizer que foi uma experiência agradável — respondi indiferentemente.
— Hmm… Entendo. Me alegra que você amadureceu, meu filho. Viver no mundo lá fora sem o preparo adequado é difícil. As pessoas estão dispostas a quaisquer métodos para obter influência e poder, e sem a sabedoria apropriada, mesmo que pertença a uma grande família, pode se perder a vida facilmente. — Aconselhou Lytian.
— Enfim, tudo o que desejava anteriormente de você, meu filho, era que obtivesse essa força e essa sabedoria para poder sobreviver…
— Dito isso, o que desejo ao vê-lo depois de tanto tempo é saber como tem passado todos esses meses. Claro, não é algo que lhe peço como seu lorde, mas como o seu pai… — expressou Lytian suavemente.
Batida! Pulsação!!
Ouvindo suas palavras, aquele estranho tom gentil, senti inesperadamente um sentimento peculiar, quando o meu coração começou a bater mais intensamente.
Na verdade, abri minha boca algumas vezes, querendo assim dizer algumas palavras. Mas não consegui encontra-las, aos quais vim o caminho todo decidido e preparado para as dizer.