A Saga de Hyan Fayfher Brasileira

Autor(a): A. F. Willians


Volume 1

Capítulo 17: Ganhando Experiência

 

 

 

Assim, ciente da situação, andando por algum tempo, tomando muito cuidado para não fazer barulho, logo a frente avistamos um Lagarto Escamoso que estava comendo um Coelho de Chifre. Uma oportunidade perfeita, ao qual esperei pacientemente pelo julgamento de Elise.

Essa besta monstruosa em particular, apesar de não ser muito formidável, era conhecida pela sua alta defesa, assim como seus ataques rápidos a partir de sua longa cauda, que chegava a ser metade de toda sua estatura.

E esperando que Elise se sobressaísse em sua primeira tentativa, a observei sem oferecer nenhum conselho.

Porém, sinceramente, me arrependi profundamente, quando vislumbrei Elise tentando uma emboscada por trás, vendo impotente o seu escudo sendo violentamente ricocheteado, recebendo um poderoso ataque pela cauda da criatura.

Alarmada, impressionada com a postura da criatura, o Lagarto Escamoso virou sua face, quando demonstrou suas presas, mantendo sua cauda inclinada em sua direção, preparando um novo ataque.

Surpresa, respirando profundamente, tentando não ficar nervosa. Elise o rodeou sabiamente, mas sua cauda a acompanhou em cada movimento.

Quando avançou, tentando romper sua gama de ataques, mesmo que conseguisse uma abertura por sua cauda, sua espada longa não conseguia passar por suas poderosas escamas.

Afinal, a criatura era experiente; e mesmo atacando e recuando constantemente por causa do perigo, Elise não parecia ter nenhum progresso em derrota-lo, acabando por ficar nitidamente impaciente.

Estava claro que o Lagarto Escamoso era um adversário difícil, ainda mais quando Elise não detinha uma poderosa ofensiva para romper com sua defesa.

Desta forma, sem outros métodos, Elise continuou a forçar seu avanço continuamente, utilizando de seu resistente escudo, enquanto golpeava suas escamas, mas nunca conseguindo chegar em seu rosto, o melhor lugar para encontrar fraquezas em uma besta monstruosa.

Entretanto, conforme a situação parecia se intensificar, o Lagarto Escamoso inesperadamente recuou. Elise, vendo sua atitude se animou, achando que tinha conseguido finalmente causar um dano considerável com seus ataques consecutivos.

Contudo…

— Elise! Desvie!! — Gritando com urgência, tentei alerta-la, revelado assim a minha presença.

E assim como o Lagarto Escamoso recuou, em um movimento rápido, a criatura concentrou uma boa parte de sua energia interna em sua cauda, usando-a como uma mola, empurrando seu corpo fortificado em um poderoso arranque.

Felizmente, atenta as minhas palavras, Elise conseguiu desviar por pouco.

Contudo, a situação foi muita repentina. Elise não conseguia esconder seu medo ao vislumbrar o Lagarto Escamoso batendo violentamente contra uma árvore, deixando uma óbvia deformação em seu tronco, ao qual dificilmente três pessoas poderiam envolver com seus braços.

Assim, avançando imediatamente, julgando que a situação poderia sair do meu controle; achei que Elise se deixaria abalar pela cena. Entretanto, para minha surpresa, se recompondo esplendidamente rápido, Elise cerrou os dentes, quando avançou com seu escudo.

E colocando seu peso total sobre o escudo, rompeu com sucesso os ataques desesperados do Lagarto Escamoso, que ainda estava um pouco desnorteado com o impacto de seu próprio ataque.

Desta forma, conseguindo com sucesso chegar perto de sua cabeça, Elise desferiu uma poderosa estocada pelo olho esquerdo da criatura.

Chiado!!

Chorando, o Lagarto Escamoso grunhiu miseravelmente quando sentiu a espada longa perfurar seu olho.

A dor era tão intensa que sentindo a espada ainda enfincada em seu crânio, acabou por se debater ainda mais violentamente, quando, sem prestar atenção, acertou com sucesso Elise, jogando-a a uma distância considerável com sua poderosa força.

Felizmente, o dano que Elise sofreu não foi muito sério. E observando a criatura se debatendo, tendo o seu sangue escorrendo evidentemente pelo seu ferimento, a espada longa acabou agravando ainda mais a ferida durante sua debatida, enfraquecendo-o, enquanto o levava para um destino sem retorno.

Assim, tendo a criatura morrendo, voltando ao clima quase silencioso da floresta; me aproximei de Elise que observava tudo em silêncio, quando expressei:

— Parabéns, Elise. Você venceu seu primeiro adversário — disse, querendo aliviar um pouco suas emoções, vendo Elise arfando pesadamente após essa árdua batalha.

— Obrigada. Mas não acho que devo ser parabenizada. O meu escudo ficou bastante danificado — declarou Elise, vendo as diversas ranhuras por seu escudo, algo ganhado pessoalmente por mim.

— Elise! Preste atenção! Um equipamento pode ser reparado ou substituído. O seu corpo, não! Jogue fora essas emoções que você está sentindo nesse exato momento. — Ordenei, pegando-a pelos ombros, olhando-a severamente, percebendo como seu braço esquerdo, que segurava o escudo estava obviamente trêmulo.

— Desculpe… Eu entendo — expressou Elise, agradecida.

— Ótimo! Eu espero que realmente tenha entendido. Além disso, você deveria se orgulhar, não se esqueça que você ainda não despertou sua energia interna.

— E apesar de parecer fácil para mim caçar, isso se deve ao meu uso sofisticado da energia interna. Quando despertar, acredite, você irá se sair ainda melhor — declarei, vendo sua expressão um tanto quanto duvidosa.

— Enfim, descanse um pouco, iremos seguir assim que se recuperar. — Ordenei, usando minha energia para envolver o Lagarto Escamoso, colocando-o assim dentro do Anel Interespacial.

 

 

 

— Não se acanhe, Elise! O medo pode ser um grande limitador se não for devidamente controlado. Apesar de ser venenoso, é algo que somente causa paralisia, não é fatal, nem seu efeito é de imediato.

— Assim, você deve se arriscar, temos antídotos para esse tipo de veneno em meu anel interespacial. Se você não tiver a coragem de se arriscar em um momento oportuno, nunca conseguira pega-lo. — Aconselhei, ainda escondido, observando-a.

Nesse momento, Elise estava tentando derrubar uma espécie de felino voador.

O seu corpo superior era semelhante a um gato, exceto que das suas patas dianteiras para baixo, era muito parecido com um morcego. Originando-se um par de asas, contendo garras afiadas e embebidas em veneno, tinha uma juba bastante elegante enfeitando o entorno de sua cabeça.

Essa espécie de besta monstruosa em particular era bastante covarde, e somente se arriscava até acertar seu primeiro golpe, tornando-se a se esconder quase de imediato, esperando assim que sua vítima ficasse indefesa após a ativação de seu veneno.

Enfim, a situação era que Elise não conseguia extrair todo o seu potencial devido a ser intimidada inconscientemente pelo seu atributo venenoso; tentando mal acerta-lo com sua espada.

Desta forma, se mantendo a maior parte do tempo protegida atrás de seu escudo, desejando acerta-lo com uma poderosa “pancada”, derrubando-o. Elise infelizmente não conseguiu esse feito; pelo contrário, por mais que o escudo abrangesse uma maior área, seu manuseio era mais lento que uma espada.

Portanto, sua escolha não era muito sagaz, ainda mais quando a besta monstruosa era rápida, esquivando eficientemente de seus ataques, enquanto roçava sua armadura com suas garras, se colocando a fugir logo em seguida.

Foco! Determinação!!

Acalmando-se, considerando seriamente as minhas palavras. Elise começou a fazer mais uso de sua espada longa, acabando por ficar mais exposta, quando inesperadamente deixou uma abertura para o Morgat Silvestre atacar.

Baque! Choque!!

Atraindo com sucesso seu adversário, quando escutou suas garras baterem sobre sua proteção, arranhando levemente sua pele entre as aberturas de sua armadura.

Elise reprimiu seu nervosismo, quando seus olhos fitaram determinadamente seu adversário, prevendo assim sua rota, quando atacou com sucesso o Margot Silvestre.

Assim, danificando uma de suas asas, seguindo logo em seguida com um poderoso arranque, acertando-o com o escudo. Elise interrompeu sua mobilidade, vencendo assim a disputa.

— Aqui, engula! Esse é o antidoto para o veneno. É melhor garantir do que remediar. — Aconselhei, aproximando-me imediatamente, quando entreguei o medicamento.

— Obrigada… — respondeu Elise, olhando com confusão para o meu estranho sorriso.

— Não deveria me agradecer ainda, você demorou muito para vence-lo, um novo inimigo se aproxima — expliquei, vendo seu rosto se distorcer; quando voltei a me esconder.

Cansada, um pouco insatisfeita com minhas intenções. Elise no fundo sabia que estava fazendo isso para o seu aprendizado, quando levantou sua guarda, arfando um pouco mais pesadamente devido ao seu cansaço.

Afinal, em uma caçada no interior da floresta, nunca se deve considerar erroneamente que após um combate se pode ter um descanso agradável. Portanto, nesse exato momento que Elise se recompôs, uma criatura saiu repentinamente da terra.

A cabeça da criatura era semelhante a um inseto, sendo extremamente feio, contendo assim duas presas no canto da sua mandíbula, expostas em pleno ar.

Ao lado, tendo duas pinças dianteiras bastante afiadas, que escavavam a terra e intimidavam diretamente os seus inimigos. Tinha também um longo rabo, quase como uma cauda de peixe, que detinham diversas lâminas em cada lado de seu corpo, como pás que o ajudavam a se movimentar habilmente sob a terra.

— Elise! Não fique parada! É um Lasgotan, defender rapidamente! — Alertei preocupado, vendo o inesperado inimigo.

E percebendo seu erro, levantando apressadamente seu escudo.

O Lasgotan avançou como uma rajada em direção a Elise, quando se encolheu em uma bola, deixando que suas lâminas fizessem um grande estrago em seu caminho a partir de sua força giratória.

Baque! Estrondo!!

Defendendo, Elise sentiu uma força ridícula colidir com seu escudo, derrubando-a, enquanto seu braço acabou por ficar dormente.

O Lasgotan, sendo ligeiramente empurrado de volta pelo impacto, mergulhou novamente na terra, quando disparou novamente, surgindo de um ponto totalmente diferente, alvejando-a.

Esquiva! Impacto!!

Ansiosa, girando seu corpo apressadamente em meio a terra, Elise escapou por pouco. Contudo, a criatura não parecia querer deixar que recuperasse o fôlego.

Sem desistir, o Lasgotan mergulhou novamente na terra, disparando de um novo ângulo.

E presenciando nervosamente o combate, percebendo que Elise estava aos poucos perdendo sua compostura, sabia que o Lasgotan não era um adversário que pudesse vencer sozinha.

Decidido, avançando imediatamente, entrei na frente de Elise, que acumulava todas suas forças para se defender, quando interceptei seu ataque. E estocando em direção ao seu corpo enrolado, convergi toda a energia mental que tinha para a ponta da minha espada.

Clang! Impacto!!

Ressoando um barulho desagradável; consegui conduzir seu ataque em outra direção, como interrompi sua forma ofensiva, ao qual o Lasgotan parou, demonstrando assim uma leve sensação de atordoamento.

Porém, sabia que era somente por um breve período; portanto, avancei apressadamente, quando tentei uma aproximação por trás.

Dor! Sangue!!

Contudo, atacando quase em um momento perfeito, o Lasgotan se recuperou mais rápido que o esperado, quando varreu um golpe com sua cauda, me pegando desprevenido, quando as lâminas nas laterais do seu corpo acabaram por arranhar a minha pele, quando sangue escorreu pelo meu braço.

Entretanto, não era o momento para me preocupar com um pequeno ferimento, seguindo em frente com minha aproximação. O Lasgotan seguiu com um movimento de sua pinga, quando novamente quase fui pego pelo seus movimentos.

Assim, escapando por pouco de seu ataque, encontrei uma brecha entre as escamas do seu peito, quando pretendia perfura-lo com minha espada, percebendo assim tardiamente que a ponta da minha espada tinha lascado no ataque anterior.

Grunhido!!

Felizmente, apesar das minhas circunstâncias, ainda consegui ferir o Lasgotan. Contudo, o golpe não foi tão profundo como o esperado, tendo o animal tentando assim retirar a espada, quando a mesma se quebrou.

Desta forma, injuriado, sentindo um grande desconforto. O Lasgotan ainda tentou fazer algo a respeito, mas suas pinças eram grandes demais para retirar os fragmentos da espada, quando seus olhos se tornaram mais raivosos, se concentrando em minha figura.

Assim, tendo um objetivo em mente, o Lasgotan encurtou a distância.

Afinal, seja devido a raiva, ou ao fragmento preso entre as escamas em seu peito, o animal não voltou a entrar em sua forma circular; varrendo assim sua poderosa cauda em minha direção.

Sentindo o perigo, atento ao seus movimentos, peguei a espada de Elise que se encontrava por perto, quando deslizei sobre a terra, aproveitando assim sua cauda levantada, onde cerrei firmemente meu punho sobre a empunhadura da espada, quando a enfinquei em outra brecha presente em seu estômago.

Choro!!!

Chiando desesperadamente, me afastando decididamente ao ver o seu comportamento. Pude apreciar o Lasgotan se debatendo contra a terra, tendo como intenção se livrar da nova espada encravada em seu corpo.

E apesar de ter a aparente vantagem nesse confronto, não abaixei minha guarda, quando esperei silenciosamente por uma segunda oportunidade, não tendo intenção de deixa-lo ter sucesso com o seu objetivo.

Assim, encontrando finalmente a oportunidade que tanto desejava; gritei em direção a Elise, quando ela apressadamente arremessou seu escudo, quando o agarrei firmemente.

Desta forma, se aproximando da criatura, que demonstrava sinais de exaustão. Me aproximei da espada encravada em seu corpo, quando golpeei o punho da espada com o escudo, onde penetrei ainda mais profundamente em seu corpo, repetindo minhas ações enquanto a criatura agonizava, tendo assim a criatura eventualmente soltando seu último suspiro de vida.

Vencendo, finalmente encerrando assim esse intenso confronto, não suportei a fadiga que me envolveu, onde acabei por me sentar no chão, murmurando:

— Urgh! Finalmente está besta monstruosa morreu… Ela era verdadeiramente um incômodo, por sorte era apenas um filhote. — Reclamei, vendo Elise exclamando em choque, olhando desnorteadamente para a criatura morta.

— Filhote…?! — indagou Elise, olhando-me estupidamente.

— Suspiro. Sim. Esse Lasgotan é somente um filhote, um adulto tem por volta de alguns metros, não é algo que se possa vencer sozinho — expliquei, levantando-me, enquanto guardava nossos despojos no anel interespacial.

— Enfim, descanse um pouco, Elise. A partir de agora irei ajudar nas batalhas, você fez muito bem até agora, irei te levar para um lugar especial, onde continuaremos a segunda parte do seu treinamento — expressei, a confortando, quando continuamos o nosso treinamento.

 



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