Volume 1
Capítulo 14: Encontro Inesperado
Um dia havia se passado e, felizmente, Mio havia se recuperado do “trauma” que havia adquirido ao ver ouro e mangás sendo queimados tão impiedosamente por Zeth. A situação foi tanta para ela que mal conseguia falar com o maou, só conseguiu superar com a presença de Sei, que virou o “ouvinte" dela.
A garota de maria-chiquinha estava em pé, de frente para o pequeno lobo de pelos azuis e para um demônio entediado. Como havia terminado de fazer as tarefas domésticas básicas e feito as diárias nos gachas que joga, ela decidiu continuar aquilo que tinha começado desde que Sei chegou.
— Dá a patinha, Sei!
— Gawr!
O pequeno lobo de expressão rabugenta ergueu a patinha em direção a Mio, fazendo a menina de maria-chiquinha se agachar e pegar na pata dele. Uma expressão boba e corada apareceu no rosto de Mio, seu coração se encheu de alegria e realização consequentemente.
— Deita!
Prontamente, Sei respondeu a ordem, deitando o seu pequeno corpo no tapete da sala. Mais uma expressão boba surgiu no rosto de Mio. Zethnniyr olhou para aquilo pouco interessado, pensando em como aquilo era desnecessário.
— Finge de morto!
— Grr… Gawr!
Dessa vez, Sei não atendeu a ordem de Mio, ele apenas sentou como resposta e fechou os olhos, ignorando a expressão desapontada de sua mestra. Mio podia sentir o coração apertar pela falha ao ensinar esse truque. Ela estava indo tão bem, mas talvez fosse pedir demais para Sei aprender tudo rapidamente.
Vendo a expressão de derrota de Kawano, Zethnniyr prontamente começou a falar com o intuito de consolar a amiga.
— Acho que se fingir de morto seja demais pra esse carinha. — Zethnniyr cruzou os braços e olhou para Sei diretamente. — Provavelmente esse truque não vai funcionar com ele.
— Mas por quê?! Todos os outros cachorros treinados conseguem!
— Você o trata muito como se fosse um cachorro… — O maou bateu a mão na testa, balançando a cabeça de um lado para o outro. — Minha suposição é que ele tem orgulho demais para fingir estar morto, diferente de um cachorro comum.
— Sério? Eu não consigo entender…
— Ele não fez isso quando atacamos os lobos de Amarek, então não vai fazer isso agora.
Mio ficou com uma expressão pensativa ao ouvir as palavras do maou, ela não havia pensado por esse lado. Sei era um filhote muito corajoso para a idade dele. Ele tinha vontade própria também, e Kawano odiaria obrigá-lo a fazer algo contra a vontade dele.
— Ou você pode só simplesmente dar uma ordem séria.
— Quê? Do que você está falando?
— Você é a mestra dele, e ele o seu familiar — disse Zethnniyr, logo pegando um mangá que estava em cima da mesa. — Você tem poder para fazê-lo obedecer suas ordens, ele sempre irá atender ao seu chamado se for uma ordem séria. Irá te proteger onde quer que você esteja.
— Então isso quer dizer que eu posso invocá-lo?!
— Exatamente. Você pode dar ordens para ele atacar, recuar, te proteger e outros. Ele irá fazer aquilo que seu mestre desejar, afinal…
— Afinal…?
— Vocês dois estão conectados. — Zeth continuava a folhear as páginas do mangá. Porém ele voltou seus olhos para Mio e deu um sorriso malicioso para ela. — Assim como nós dois estamos conectados pelo contrato. Nossas almas.
Kawano arregalou os olhos com a revelação de Zethnniyr, sendo pega desprevenida pelas palavras dele. Suas bochechas coraram e seu coração batia forte no peito, borboletas embrulhando seu estômago. Mio não sabia se odiava ou se gostava desse lado de Zeth.
Como a TV estava ligada, o momento constrangedor foi interrompido quando uma música familiar quebrou o silêncio do local. Aquela música tão familiar para Mio e que Zeth havia escutado algumas vezes. “Essa música…! Algo grande aconteceu de novo?!”, pensou Mio, com o coração aflito pelo que aquilo poderia significar.
Logo, a atenção de todos foi voltada a televisão, uma figura familiar bem vestida aparecendo na tela. Era a mesma jornalista que anunciou o ataque aos monstros.
Sem qualquer hesitação em sua voz e corpo, ela começou a falar:
— As forças armadas fizeram um relatório há algumas horas atrás de que todos os monstros que invadiram o Japão foram exterminados!
— Isso é sério?!
— Todos os 26 monstros foram exterminados. Alguns deles foram abatidos pelas forças armadas, enquanto outros foram mortos de forma ainda desconhecida. O quartel está investigando o que pode ter acontecido.
— Fizemos um bom trabalho. — Zethnniyr se levantou do sofá e andou em direção a Mio, dando um pequeno tapinha nas costas da jovem. — Os humanos tolos até se saíram bem, devo admitir.
— Fico feliz que agora tudo está resolvido… — Os batimentos cardíacos de Mio foram diminuindo aos poucos. — Mas eu pensava que ainda tinha outros…
Antes que Mio pudesse terminar a sua fala, a garota de maria-chiquinha sentiu o bolso do moletom vibrar. Ela tirou o celular do bolso e o ligou, algumas notificações de Kintarou preenchendo a tela, o que a fez se perguntar o que aconteceu.
Lendo as mensagens do amigo, seu rosto antes aliviado mudou para surpresa e choque. Aquilo que ela esperava ficar suspenso por um mês logo voltaria.
Mio, vim avisar que as aulas voltam daqui a três dias. Esteja preparada, foram as palavras que deixaram Mio tão abalada psicologicamente.
Passaram-se três dias desde o anúncio que os monstros teletransportados para Tokyo foram completamente dizimados, e com isso, o movimento voltou ao normal de forma gradual. Isso incluía as aulas em escolas e faculdades e, para a infelicidade de Mio, o curso dela também havia voltado. Ela queria ter aproveitado mais para jogar seus jogos gachas.
Era intervalo entre as aulas e todos os alunos estavam aproveitando esse tempo para conversarem ou fazerem um pequeno lanche, mas Mio era a única que continuava sentada em sua cadeira, sozinha. Kintarou havia saído para ir ao banheiro, e quando ele não estava por perto, Kawano o esperava pacientemente como sempre.
Não que ela gostasse disso, pelo contrário, Mio queria ser do tipo que chega perto de qualquer um e começa uma conversa aleatória sem qualquer vergonha ou hesitação. Mas ela não conseguia ser assim, já havia aceitado esse fato. Ela até se perguntou como conseguiu se acostumar com Zeth.
“O que será que ele está fazendo…?”, Mio pensou enquanto olhava para a janela. Não conseguia deixar de pensar nele sempre que saía de casa, mesmo que fosse por pouco tempo. “Espero que ele não esteja fazendo besteira”, um pequeno sorriso bobo apareceu em seus lábios ao pensar nas provocações dele, algo que ela sentia falta naquele momento.
Interrompendo seus pensamentos, Mio logo escutou que as vozes de seus colegas de aula aumentaram de repente, chamando a atenção dela, que voltou seu olhar para o lugar de onde estava vindo as vozes.
Assim que seu olhar encontrou o motivo do barulho todo, seus olhos arregalaram, se arrependendo de não ter ido com Kintarou.
Mas era tarde demais. Kintarou estava andando em direção a Mio — ela nem havia percebido a presença dele — e seria demais pedi-lo para saírem da sala, logo quando ele tinha acabado de voltar. Seu destino estava traçado.
Um jovem adulto de 26 anos, alto e de cabelos vermelhos estava rodeado por várias pessoas. Ele deu uma olhada na turma, como se estivesse procurando alguém. As garotas em sua volta admiravam sua beleza e algumas até mesmo davam presentinhos para o rapaz. Era bom ser popular assim para ele.
— Mio, aquele não é…
— Ah, não… Ele não.
Ele conversava gentilmente com as garotas, dando atenção a cada uma delas. Elas deram espaço para o ruivo, deixando-o se sentir à vontade. Pensou que dessa vez o deixaram em paz mais rápido do que nas outras vezes.
Passou por todas as carteiras até chegar nos lugares de Kintarou e Mio. O ruivo parou em frente a carteira de Kawano e a olhou fixamente com um olhar bem sério, enquanto Mio pensava em mil planos para sair daquela situação.
— Mio… — falou o ruivo, uma expressão bem séria dominava seu rosto. Mio abaixou sua cabeça e olhou para o lado, evitando encará-lo. Um clima tenso os rodeavam para então ele a chamar mais uma vez. — MIO!!!
— Lá vem…
— Mio, que bom te ver novamente! Quanto tempo! — Colocou a mão sobre a cabeça de Kawano e bagunçou de leve seus cabelos.
— F-Foram só algumas semanas… — falou, tentando parecer sem emoção. — Tira a mão do meu cabelo, por favor?
— Está linda como sempre… Realmente, você nunca perde seu encanto!
— Obrigada? — Ajeitou seus óculos que estavam quase caindo. — Atsushi… Sério, não precisa disso tudo. Ainda mais fazer um escândalo desses…
— Já disse para me chamar só de Akira! Não somos mais estranhos, mesmo que nossos cursos sejam diferentes.
Akira Atsushi. Um dos mais populares da faculdade. Alto, ruivo, forte, inteligente, rico, simpático, cortês e conquistador, eram essas as características que fazem Atsushi ser tão popular, principalmente entre as mulheres. Quase sempre conseguia aquilo que queria, porém havia uma única coisa que ele não conquistou: o coração de Mio Kawano.
Em um movimento repentino, Akira pegou a mão de Kawano e deu um beijo curto. Mio ficou extremamente corada e sem jeito, enquanto Kintarou e seus colegas se surpreenderam com a atitude do homem.
— Personalidade gentil, alegre, carinhosa e bondosa, uma dama que tem traços delicados. É o tipo de mulher pra casar!
— Delicados, é? — Kintarou não pôde deixar de se lembrar do dia em que foi para a casa dela e fazia três dias que a louça estava na pia.
— Você realmente me encanta, Mio. Você é muito especial para mim, por isso eu quero…
Nesse mesmo momento, o sinal tocou, indicando o término do intervalo de todas as turmas, interrompendo a declaração de Akira. O rosto dele ficou todo vermelho, e ele não teve reação, assim desistindo de dar continuidade.
Já do lado de Mio, ela tentou esconder o sorriso aliviado, mas falhou miseravelmente em omitir sua felicidade por aquele momento de vergonha alheia ter acabado. Kawano gostaria de entender por que certas situações só acontecem com ela, principalmente as vergonhosas.
— Que pena, nosso tempo acabou. V-Você pode me dizer o que quer amanhã… Talvez pode pensar em palavras melhores?
— Ohhh! Vou dar o meu melhor amanhã!
Atsushi fechou as mãos e socou o ar, estava realmente motivado a conquistar Mio e torná-la sua namorada, e vendo-a pedindo com jeitinho — apenas na cabeça dele — fez com ele tentasse o seu melhor na próxima vez. Akira se despediu dos dois e saiu da sala, indo para a sua própria todo animado.
Assim que Akira saiu, todos os alunos voltaram para seus devidos lugares, ignorando a garota de maria-chiquinha como sempre. Mio suspirou pesadamente, jogando sua cabeça sobre a mesa, momentos assim traziam certa ansiedade para ela. Realmente odiava ser o centro das atenções dessa forma.
— Ele é gado demais.
— Ele só me faz passar vergonha…
— Devo concordar. — Com caneta em mão, copiava o que o professor escrevia no quadro. — Eu fico aliviado que você tem senso pra não ficar com ele.
Os dois soltaram algumas risadas com o comentário, mas tomando cuidado para não serem alvos de sermão do professor. Ambos voltaram a atenção para a aula, anotando as explicações ou resolvendo problemas.
O clima tranquilo e sereno permaneceu assim em todas as aulas posteriores.
As aulas do curso de Kawano finalmente terminaram, então todos os alunos da turma seguiram o seu próprio curso. Diferente do habitual, Kintarou não acompanhou Mio na volta para casa, pois ele tinha outros planos com colegas próximos. Então Mio fez seu caminho sozinha.
Era um pouco solitário sem a companhia de Kintarou, sempre fazia Mio lembrar da época em que não conhecia Taniguchi. Ela sabia que não poderia exigir que Kintarou sempre estivesse com ela, seria egoísmo da parte dela, mas ela não podia evitar de se sentir dessa forma.
Foi então que ela pensou na sua segunda companhia, Zethnniyr.
“Seria bom se Zeth fizesse faculdade comigo, poderíamos voltar juntos, e eu não precisaria perturbar Kintarou…”, Mio pensou na possibilidade, imaginando como seria um maou dentro de uma sala de aula moderna. A ideia era divertida, mas ao mesmo tempo assustadora pela personalidade de Zeth.
A garota de maria-chiquinha estava cheia de pensamentos, perdida em seu próprio mundo enquanto andava no “modo automático”. Ela não se importava com os arredores, apenas com os “e se” que envolviam Zethnniyr.
Atrás de Kawano, havia dois homens de idades parecidas, vestidos de maneira descolada entre os jovens. Eles estavam seguindo cada passo de Mio, esperando a oportunidade perfeita para abordá-la. E então, quando não havia qualquer pessoa na rua, eles apressaram o passo até um deles tocar Mio no ombro.
— Ei, garotinha, vejo que está andando sozinha por aí. Parece bem solitária.
— Hein? Q-Quem são vocês…? O que querem? — Mio parou os passos, voltando seu olhar para os dois homens, assustada.
— Ah, nada demais. Apenas pensamos que você parecia um pouco sozinha e sem compromisso — um deles respondeu, coçando a nuca suavemente. — Que tal vir com a gente? Tem uns bares bem legais por aqui.
— Isso, isso. Não precisa ficar assustada, vamos apenas nos divertir um pouco.
— E-Eu não conheço vocês, então… Não, obrigada.
Mio apertou a alça da mochila com força e fez menção de voltar a andar. Sua expressão nervosa indicava que ela não estava acostumada a esse tipo de situação, e era isso que os dois homens queriam no final, uma presa fácil.
O primeiro que abordou Mio levou a mão até o ombro dela novamente, desta vez aplicando força suficiente para fazer a garota recuar. Um sorriso cheio de malícia apareceu em seus lábios, enquanto ele envolvia o braço pelo pescoço de Mio. Definitivamente, tudo estava indo de acordo com o que tinham planejado.
— Vamos, vai ser rapidinho! Não precisa ficar tão nervosa assim. Só vamos beber e…
— Não perceberam que esta dama está desconfortável com a atitude de vocês?
— Quem está aí?!
Interrompendo as palavras do homem, um terceiro jovem apareceu na rua mal iluminada, também de idade parecida. Diferentemente dos dois homens descolados, ele estava com roupas um tanto desgastadas, seus cabelos dourados bagunçados e uma barba mal feita crescia em seu queixo. Aos olhos de Mio e dos dois homens, ele não parecia nada mais do que um mendigo.
Mas logo eles perceberam algo de diferente nele. Além de sua expressão e aura nobre, ele portava algo que japoneses comuns não usavam há séculos: uma espada.
Isso foi o suficiente para ligar o alerta dos dois homens, eles sabiam que aquele não era um mendigo qualquer, tampouco um cara qualquer. Ele representava um problema, o que fez ambos repensarem seus planos.
— Olha, não queremos briga. Nós estávamos apenas a convidando para sair.
— Importunar uma mulher não é algo muito nobre. Posso ver no rosto dela o medo que sente de vocês. — O loiro, que antes estava de braços cruzados, logo levou a sua mão até a bainha da espada e andou em direção aos sujeitos. — Vocês pretendem continuar? Pensem bem antes de responder.
— Tsc. Vamos embora daqui, não temos nada a perder mesmo.
O homem que estava agarrando Mio pelo pescoço rapidamente a soltou, movendo-se na direção contrária. O outro sujeito apenas fez cara feia antes de partir, se apressando para estar ao lado de seu colega. Ao ver ambos fora de vista, Mio deu um suspiro profundo, agradecendo aos céus por terem ido embora.
O loiro, por sua vez, se aproximou de Kawano e parou em sua frente, observando cada parte do seu corpo, a fim de verificar se havia algum ferimento. Obviamente, Mio não entendeu suas intenções e se encolheu, com sentimentos mistos de gratidão e suspeita.
— Vejo que não está ferida. Que alívio — o loiro falou, uma expressão aliviada aparecendo em seu rosto. — Você estava muito distraída, tome cuidado na próxima vez.
— A-Ah, sim, vou tomar… — Mio respondeu, o nervosismo sumindo gradualmente devido às palavras gentis do loiro. — O-Obrigada mesmo! Você me ajudou muito.
— De nada, eu apenas fiz o que achava certo. E eu também odeio aquele tipo de gente, não podia ficar parado.
— E-Entendi. Foi realmente corajoso da sua parte. — O olhar de Mio se voltou até a bainha da espada, observando-a bem. Ela estava praticamente novinha em folha do lado de fora, então supôs que a espada em si também estaria bem cuidada. — Acho que eles se assustaram com a sua espada… Ela parece tão real!
— O que você quis dizer com “real”?
— Ela deve ser um item valioso de cosplay. — Mio deixou escapar, seu lado otaku aparecendo sem hesitação. — Eu nunca vi uma espada desses moldes. Deve valer um bom dinheiro!
— Você disse “dinheiro”?
Mio sentiu o olhar do homem brilhar ao ouvir a palavra, deixando-a bem confusa. Dando uma segunda olhada para o homem, ele não parecia ser do tipo que tinha muito dinheiro. Sua aparência desleixada deixava a entender que ele morava na rua, mas claro, ela poderia estar errada.
De qualquer forma, ela se sentia mal pela situação do rapaz. Queria fazer alguma coisa por ele, mas Mio não era rica para fazer alguma caridade. Mio só conseguia pensar em agradecê-lo e dar algumas dicas para o loiro.
— S-Sim, você poderia vendê-la por um bom dinheiro. Tenho certeza que seria o suficiente para passar algumas semanas ou até um mês economizando bem…
— Hmm… Não parece uma má ideia.
— A-Ah, mas se ela for muito importante pra você, não precisa fazer isso!
— Não me importo. Eu realmente preciso de dinheiro. — O loiro deu um pequeno suspiro antes de dar continuidade. — Não posso ficar dependendo da bondade dos outros para sempre…
— Nesse caso, vendê-la é uma boa ideia! — Mio confirmou, ela queria passar confiança e otimismo para aquele que a ajudou, mesmo que um pouco. — Você também pode fazer trabalhos voluntários, talvez consiga um trabalho de meio período se procurar.
— Então é assim que funciona? Nesse caso, eu irei tentar.
— Espero que você consiga. Estarei torcendo por você!
As palavras de Mio fizeram o loiro arregalar os olhos, ele não esperava ser ajudado dessa forma, muito menos ser tratado com tanta gentileza. Ele não pôde deixar de sorrir em resposta, acenando a cabeça positivamente.
Interrompendo o momento, Mio sentiu que levou muito tempo ali. Ela não queria deixar Zethnniyr preocupado e, além disso, ela tinha eventos importantes para fazer nos jogos. Ela apenas se desculpou por ter que sair tão repentinamente e logo voltou a andar em direção a sua casa.
O loiro observou a figura de Mio se distanciar aos poucos até que, de repente, ele a viu parando seus passos, o surpreendendo. Mesmo de longe, ele conseguiu ver o seu sorriso tímido, os lábios se mexendo em seguida, em palavras que não conseguiu ouvir.
Apesar de não ter ouvido suas palavras, o loiro tinha o sentimento de que era algo bom. Aquele encontro não foi ao acaso, talvez eles se encontrassem novamente, e por algum motivo, ele torcia por isso.
“Obrigada”, as palavras voaram ao vento, mas chegou ao coração do alvo.