Vida em Folhas Brasileira

Autor(a): Lucas Porto


Volume 1 – Arco 2

Capítulo 23

 

Quatro anos atrás.

Acampamento da Alopeke.

A noite estava fria e sem luar. Os vagabundos da Alopeke contavam histórias ao redor da fogueira para que pudessem se distrair. Fazy estava entediado, apenas respondia com um sorriso falso sempre que seu nome era mencionado.

Sua mente estava em outro lugar: em Gaia. Desde que eles atacaram o Banco Real e conseguiram aqueles tais orbes, Gaia vem se mostrando um verdadeiro fanático. Está sempre dizendo que "elas são as chaves para tudo", ou "nós iremos ganhar uma quantidade absurda de poder''. Seremos invencíveis."

Aquilo tudo parecia um sonho de criança. Kishi acabou sendo convencido pela insistência, não havia motivos para se opor a aquelas ideias se pensasse bem. Gaia sempre livrou a Alopeke de inúmeras situações complicadas, resolveu diversos problemas…

E mesmo assim algo o preocupava.

Ele se levantou de maneira abrupta, surpreendendo os colegas. Caminhou a passos rápidos até a tenda de seu líder, eles precisavam parar de seguir sonhos fantasiosos. A intuição de Fazy nunca fora das melhores, mas agora, ele tinha certeza que algo ruim aconteceria.

Não demorou muito para que ele chegasse na tenda de seu chefe. Fazy respirou fundo antes de tomar o próximo passo.

— Chefe... Posso entrar? 

— Claro, aproxime-se Fazy. — A voz dele estava seca como sempre, ríspida. 

Ele entrou dentro da tenda e deu uma boa olhada ao redor. Gaia não estava ali felizmente. Kishi estava sentado no chão enquanto bebia alguma coisa, um líquido preto que o mantinha acordado. Fazy não fazia ideia do nome da bebida, apenas que seu cheiro era muito bom.

— Você está com algum problema? — perguntou olhando para seu subordinado.

— Sim — respondeu e se sentou com as pernas cruzadas de frente para ele. —, Eu quero que você reconsidere os pedidos de Gaia, não podemos adentrar o Deserto que Caminha.

— Isso é estranho vindo de você. — dizia enquanto tomava outro gole de sua bebida. — O que lhe preocupa? Você sempre foi um aventureiro nato, imaginei que seria o mais animado com essa viagem.

— E como um aventureiro nato eu lhe peço para reconsiderar. Nós iremos apenas perder muitos de nossos homens, nossos recursos não são o suficiente para uma busca prolongada. Eu sei que aquela história de Noredan e poderes místico chamou a sua atenção, mas isso é suicídio.

— Então, você deseja que eu interrompa uma operação que já está em andamento, apenas por conta da sua intuição? 

— Eu sei que parece loucura o que estou falando, mas você tem que me ouvir! — falou em um tom mais alto, fazendo seu chefe se irritar. — Isso tudo é perda de tempo.

— Seu medo não está o deixando ver as coisas de maneira clara, Fazy. — Ele desviou o olhar para o copo, sua bebida havia acabado. — Caso eu perceba que os riscos se tornaram maiores que as recompensas, irei recuar. Até onde me lembro, nem eu e nem Gaia já colocamos a Alopeke em perigo.

— Mesmo assim...

— Mesmo assim sua intuição diz para que não vá. Você está cansado, não está pensando direito. Confie em Gaia, e se não conseguir, confie em mim. — Fazy desviou o olhar para o chão. — Algo a mais?

— Não… — Ele se levantou e partiu para fora da tenda, deixando Kishi sozinho junto de seus pensamentos.

Ele também tinha algumas preocupações em relação aos planos de Gaia. O Deserto que Caminha era um local hostil, perigoso. A chance de sair vivo era menos de 2%. Mesmo assim ele sabia que as verdadeiras recompensas apenas vinham para aqueles que se dedicavam ao máximo.

Gaia havia dito que essas criaturas chamadas de Noredan eram diferentes de tudo o que conheceram, verdadeiras aberrações que quando vistas uma vez atormentam sua mente para o resto de suas vidas. 
Eles nunca viram um Noredan, e mesmo assim estão todos tensos.

Uma grande impressão, sem dúvidas.

 

 

Uma semana depois.

Deserto que Caminha.

As patas dos cavalos deixavam um rastro de sua passagem naquela areia fina. Era como um mar branco, as areias avançavam e recuavam, não seria difícil se afogar por ali. Aquele lugar exalava perigo.

Por mais que boa parte daquele deserto fosse fundo e impossível de se andar. Uma outra parte era sólida, resistente e que permitiam que os cavalos atravessassem. A cor dessa areia mais sólida era avermelhada, como pequenos rubis.

A preocupação assídua de Kishi não era atravessar o deserto em si, mas sim sobreviver nele. Constantemente tsunamis de areia gigantescos apareciam, eles tinham poucos segundos para correr e tentar se safar. Nessa correria, alguns cavalos acabavam saindo da rota, caindo no "mar" daquele deserto. Afundando para uma imensidão inexplorável.

Haviam também suas criaturas naturais, seres que vagavam por aquele deserto de maneira tão tranquila como os humanos fazem ao caminhar pela superfície. Por mais que não conheça o nome das criaturas, coisas como piranhas, tubarões e até mesmo uma baleia surgiram durante essa jornada.

A última foi a mais amedrontadora de todos. Por mais que os dois primeiros fossem agressivos, eles continuavam sendo peixes que eram cortados pelas armas de seus homens. Mas a baleia não. Ela surgiu em um grito esplêndido, jogando metade do corpo para fora e depois caindo de costas no mar de areia. Algumas vezes, outras baleias surgiram, e ficavam paradas.

Sem expressão, medo ou raiva. Apenas um olhar imóvel para todos eles, como se esperasse o momento certo para agir, mas qual ação seria tomada? Um ataque inoportuno ou um mero susto para alertar os desavisados? Pensar em todas aquelas possibilidades era sufocante.

Saindo de sua cabeça, Kishi focou seu olhar no cavalo da frente que pertencia a Gaia. O mesmo estava segurando um mapa antigo, hora ou outra virava a cabeça para os lados. O mapa provavelmente se refere às antigas regiões que existiam aqui antes do incidente que criou o deserto.

Fazy que estava atrás dele acelerou o cavalo indo ao lado de Gaia, que nem ao menos olhou para saber do que se tratava. Ele pensou em intervir, Fazy nunca foi um homem previsível, por mais que fosse um excelente guerreiro e um ótimo líder, ele geralmente tomava atitudes drásticas e perigosas, como uma criança inconsequente.

E mesmo assim ele não fez nada, apenas escutou a conversa de ambos.

— Caramba Gaia, olha para mim. Estou falando com você! 

— Eu sei que você não vai entender e mesmo assim irei fazer um esforço para lhe explicar. — Ele continuou olhando para o mapa. — Eu preciso encontrar a rota correta, esse mapa foi feito antes do incidente com Jólder, o portão que procuramos deveria se encontrar próximo a um…

— Isso não importa! — interrompeu, alguns soldados mais distraídos notaram a discussão dos dois.

— Olha onde nós estamos, não existe nada aqui além de peixes bizarros. 

— Talvez, mas minhas pesquisas indicam que esse é o lugar, precisamos ao menos averiguar.

— Averiguar o que? Areia?! — Fazy cerrou os punhos. — Os soldados estão cansados, logo estaremos sem suprimentos. Vamos voltar!

— Fazy… — Virando o rosto lentamente, os dois cruzaram os olhares. — Você morava aqui, não é?

— O quê?

— Esse deserto já foi uma região habitável antes. — Fazy ficou perplexo com o rumo daquela conversa. — Havia até mesmo uma cidade principal aqui, mas tudo foi soterrado quando o ataque de Jólder veio. Alguns sobreviventes, sem acreditarem no que havia acontecido, optaram por criar pequenas vilas na extremidade do deserto, mesmo tendo que enfrentar a falta de recurso e esses monstros que surgem, eles quiseram ficar.

— E daí, isso não tem nada a ver com a conversa.

— E se você estivesse em algum outro lugar naquele dia? Você disse uma vez que seus pais adoravam viajar. — Ele fitou o olhar com mais força em Fazy que recuou a cabeça, olhando para seu próprio cavalo.

— Eu estava bêbado, pode ser uma história inventada.

— Talvez, ninguém gosta de conversar sobre o passado. Mas me pergunto se o tão corajoso Fazy está com problemas em aceitar que sua terra natal…

— Chega.

Os dois olharam para trás surpresos. Kishi se aproximou deles e levantou a mão direita, um sinal para que todos parassem. Os soldados não questionaram a ordem de seu líder. 

— Vocês parecem duas crianças brigando. Principalmente você Gaia, por ser mais velho, não esperava que fosse provocar Fazy e se aproveitar do seu pavio curto.

— Ele está com medo! Isso é simplesmente idiota, nós estamos a um passo de sermos os primeiros a conseguir encontrar o portão Gyodan que nunca foi achado! Você sabe o que isso significa?

— Significa nada! Do que adianta fazer uma descoberta e morrer logo depois! — gritou Fazy com ele.

— Cale a boca — ordenou e Fazy o obedeceu. — Eu compreendo o valor que toda essa operação tem, fantástico seria uma palavra muito fraca para descrevê-la.

— Eu sabia que você entenderia chefe.

— Mas Fazy tem razão. — Os dois ficaram abismados com aquela resposta. — Alguns homens estão seriamente feridos. Nossos recursos só permitiriam que ficássemos aqui por mais dois ou três dias. Iremos voltar.

— Não! Estamos tão perto, temos que continuar! — Mesmo gritando e forçando a voz ao máximo, suas palavras nunca chegavam até os ouvidos de seu líder que já estava dando ordens para que seus soldados.

— Desista Gaia. Você também sabe que essa é a decisão correta. 

— Vocês são todos uns idiotas! Vocês não têm noção do que estão abandonados!

Ele gritava, mas ninguém se virou para trás.

— Do que importa se perdemos alguns homens! O importante é essa descoberta! Seus-

Um terremoto aconteceu.

Os cavalos se assustaram e acabaram derrubando alguns soldados. Kishi e Fazy tentavam manter o equilíbrio e entender o que estava acontecendo. Gaia caiu do cavalo batendo seu corpo contra o chão, em seus braços ele segurava uma bolsa na qual os orbes estavam. Aquilo era mais importante que sua própria vida.

Eles começaram a olhar para todos os lados procurando principalmente os cavalos que fugiram pelo medo, alguns seguiram a areia vermelha e então ainda poderiam ser recuperados, já outros acabaram afundando na areia branca. 

Kishi olhou para trás e viu...

Um portão gigantesco.

Ele era feito de algum tipo de rocha escura. Ao seu redor estavam gravados inúmeros símbolos estranhos e sem sentidos. Havia também um espaço circular onde provavelmente os orbes ficavam.

Esses mesmos orbes brilhavam com intensidade. Parecia que eles tinham ganhado vida própria, ganhando um peso absurdo de uma hora para a outra. Ele acabou derrubando a bolsa no chão e nesse instante cada um dos orbes saiu voando na direção do enorme portão.

Os orbes brilhando, cada um em uma cor diferente, começaram a girar em círculos antes de se acoplarem no portão. Gaia estava deslumbrado, ele estava sentido os orbes vibrarem mais fortes a cada segundo, e agora ele sabia o porquê.

Já todos os outros estavam de boca aberta, sem acreditar no que estava acontecendo. Kishi focou sua atenção em Gaia que estava de joelhos, chorando de felicidade. Ele então desceu do seu cavalo e correu até Gaia o pegando pelo braço.

— Se explique, o que está acontecendo?!

— O portão está abrindo. Ele está correspondendo aos orbes. — Gaia se soltou de Kishi e começou a andar na direção do portão, hipnotizado com tudo aquilo.

Cada um dos orbes se juntou ao portão. Os desenhos estranhos brilharam com intensidade. O tremor continuou, outra coisa estava acontecendo. Fazy também desceu do cavalo se aproximando dos dois.

Gaia tocou no portão.

Um dos soldados começou a gritar de dor e isso surpreendeu todos ali. Kishi se virou para trás e percebeu que outros de seus soldados também estavam agonizando em um desespero sem igual, com uma marca estranha brilhando em suas testas.

Esses soldados começaram a atacar uns aos outros, Fazy quase foi atingido pela espada de um desses soldados, que apenas atacavam tudo o que se mexia. Kishi voltou seu olhar para Gaia.

— O que está acontecendo Gaia? Responda!

— A energia não é o suficiente — explicou. — Os orbes não possuem energia infinita, eles precisam ser recarregados.

— Espere, isso quer dizer…

— O pessoal…

— Servirão como energia.

— Seu maníaco! Você sabia de tudo isso e mesmo assim ficou calado! 

— Era só uma teoria, para não correr risco eu implantei uma runa simples de comando neles. 

Alucinados, alguns soldados avançaram contra Fazy e Kishi que sem misericórdia, os eliminaram. A diferença de habilidade era imensa, mesmo assim, os soldados não paravam de se mover.

— Não adianta, nenhum deles vai parar até seus corpos estiverem multilados.

— Ei, Lucca, acorda! — gritava Fazy tentando segurar seu companheiro, que gritava e tentava o morder, como um morto vivo.

— Está na hora, de começarmos o ato final!



Atualmente.

Floresta da Morte.

Kishi vomitou.

Ele socou o chão, se levantou e começou a andar. Contou quantas lâminas haviam sido usadas, no total foram vinte. Ele não conseguiria recuperar as lâminas, mesmo sabendo que elas eram difíceis de se fabricar.

A lembrança daquele dia estava martelando em sua cabeça, ele não queria se lembrar, mas era impossível. Aquelas lâminas curvadas o faziam lembrar de cada decisão ruim que tomou. 

Mais ninjas surgiram a qualquer instante, por isso ele precisava se apressar. Ele começou a correr para o interior da floresta, seus olhos negros voltaram a funcionar, suas feridas estavam desaparecendo aos poucos. Ele precisaria estar no seu máximo se quisesse voltar para casa vivo, então mesmo com aquela dor de cabeça, ele manteria seus olhos negros ativados.

Estava na hora de pegar de volta aquele orbe maldito.

Estava na hora de encerrar as coisas.

 

 

Vinte minutos depois.

Dentro da base principal da Lótus Negra.

Ele já havia perdido as contas de quantos ninjas teve que derrotar. Havia encontrado enfim o grande edifício no qual Hakuro estava. A cada passo que dava sua cabeça explodia em dor, estava se aproximando do orbe.

Seus braços tremiam, seus olhos usavam toda a força que possuíam para se manterem abertos. Uma extensa linha de sangue que escorria pelo rosto se fechou, mesmo assim ele não se sentia melhor.

Para ele, cada um de seus companheiros mortos estavam ali.

Pisava com cuidado para evitar os cadáveres, era apenas uma alucinação causada pelo excesso de sangue perdido. Então porque seus olhos queriam tanto chorar, porque seu corpo estava tão pesado.

— Chega por favor… — murmurava.

Um dos cadáveres agarrou seu pé.

— Ki…Shi…

— …

Outro cadáver se levantou, sem forças nas pernas se apoiava nele, segurando seus ombros. Abriu a boca até rasgar a própria carne da mandíbula e o mordeu. 

Kishi gritou em desespero, e estava novamente sozinho no corredor, olhando para o longo portão.
Era lá, o orbe estava atrás daquele portão.

Tudo aquilo era muito familiar.

Quando empurrou o portão, logo viu um homem sentado do outro lado do salão. Com uma armadura de couro tingida em preto, de cabelos soltos e olhar baixo. Em seu pescoço estava estampado o logo símbolo do orbe como uma tatuagem de cor azul-escuro.

O homem se levantou, e o encarou.

— Você chegou.

— É um prazer conhecê-lo, Hakuro.

Hakuro caminhou devagar até o Noredan. Ele tinha ficado 4 dias sem comer, seu corpo estava desnutrido e fraco, longe de seu auge. Mesmo assim, a energia que ele havia tomado por meio de uma runa do orbe o deixava muito acima de um humano qualquer. Somado isso ao seu Ry, ele estava em pé de igualdade com seu adversário que também se mostrava exausto.

Kishi apertou as lâminas curvadas com força, estava assustado. Não pelo líder da lótus Negra, mas sim por aquele cômodo estar recheado dos corpos de seus falecidos subordinados.

Não, haviam muitos outros. A prostituta que foi morta ao tentar seduzi-lo. O velho que indignado pela morte do filho, um soldado local, tentou desafiá-lo a um combate.

Cada vítima, cada pessoa que havia tido seu sangue derramado por ele, estava ali, o amaldiçoando.

— Eu sempre me perguntei como você era.

— Hum?

— Houve muitos relatórios a seu respeito, cada um explicando detalhadamente sua aparência, e mesmo assim, nenhum deles parecia realmente falar sobre você.

— Está decepcionado, agora que me vê em sua frente?

— Admirado. — Ele parou de andar. — Eu preciso lhe agradecer, você poupou muito de meus homens, obrigado.

— Não quero sua gratidão. Me dê o orbe, Hakuro.

— Isso não será possível. — Kishi cerrou os dentes. — Eu utilizei uma runa invertida, terá que me matar se quise-lo de novo.

— Então você também é um deles?

— Deles? — Um estalo ocorreu. — Está falando dos xamãs? Você os conheceu?

— Sim, houve um homem que era um xamã.

— Surpreendente…

O líder da Lótus se mostrou incrédulo. Segundo os livros de Kiri, os xamãs não deveriam mais existir. Logo ele deixou esses pensamentos nostálgicos de lado, não queria pensar em seu mestre. Ele apenas se focava naquele monstro à sua frente.

O cheiro de sangue era forte, o corpo de Hakuro o mandava avançar, eliminar a ameaça. E ao mesmo tempo, ele não conseguia parar de observar o olhar distante de seu inimigo. Como um cachorro assustado em um dia de tempestade.

Ele sentiu pena.

— Vamos acabar com isso logo. — Kishi apontou sua arma para ele.

Um dos corpos das vítimas se aproximou, tocando a lâmina curvada com cuidado, como se estivesse procurando algo. Kishi tentou não olhar, mas quando aquela alucinação começou a falar, ele não teve como ignorar.

— Sim, sim! Foi essa a arma que me matou. Apunhalado enquanto dormia!

— Ele também me esfaqueou! — dizia outro morto, com sua voz ecoante e fraca. — Eu e meus filhos!

— Eu também!

Todos os mortos entraram em lamentações, gritando, descrevendo como haviam sido mortos, como tinham medo dele.

Alguns abriram espaço, e do meio deles Hakuro caminhava a passos lentos, precavido para quaisquer movimentos.

— Por favor! Mate meu assassino!

— Ele não merece perdão! Corte sua cabeça fora! 

Os mortos suplicavam à Hakuro, tocavam seu corpo como se ele fosse seu salvador, aquele que daria um fim a tudo aquilo. Mas o ninja não parava de andar, ele nem sequer podia os ver.

Abriu os braços, revelando sua arma: uma luva de metal com lâminas nas pontas dos dedos, similar às garras de um animal.

Kishi respirou fundo, abriu os olhos e encarou Hakuro no meio de tantos mortos.

E eles…

Começaram a lutar.



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