Velho Mestre Brasileira

Autor(a): Lion

Revisão: Bczeulli e Delongas


Volume 3

Capítulo 100 Parte 1: O fim dos 200 dias.

‘Uma coisa a menos...’ Tyler suspirou, desde o momento em que ele viu a ruda selvagem. Seu botânico interior tinha ficado muito curioso, enganando-se em primeira análise, parecia que aquele mundo tinha um bom sistema de anticoncepcional, porém como a mortalidade era muito alta, era sempre bom ter muitos filhos para completar.

Tyler sabia que essa planta simples que nem possuía magia poderia ser uma grande fonte de renda. Depois de pesquisar e ter suas dúvidas tiradas com Macal, ele sabia que tinha ganhado na loteria, mas como iria embora, não valia a pena seguir em diante.

Agora Calie tinha um significado totalmente diferente para ele. Ela não era apenas alguém ligada por uma promessa, ela era alguém especial.

“Está certo sobre isso?” Juan tinha visto como Tyler estava pensativo. Mesmo ele não sendo um médico, ele era bem capaz de imaginar o quanto aquela simples planta poderia render no futuro, vendo Tyler cabisbaixo, ele pensou que talvez Tyler estivesse triste em perder tanto dinheiro.

“Sim, acho que sim.” Tyler foi vago.

“Prometo que vou vigiar ele bem de perto.” O advogado tentou tranquilizá-lo.

“Não tenho dúvidas sobre a honestidade dele.” Tyler deu de ombros, ele não sabia desde quando, mas agora ele tinha um “feeling” muito preciso para distinguir caráter. “Como está sua filha?” Ele mudou de assunto.

“Bem, muito bem. Apenas seu corpo está se recuperando com fisioterapias, porém internamente ela está ótima.” Juan tinha um brilho de satisfação quando falava da filha.

“Isso é bom.” Tyler respondeu e se retirou da casa do homem, agora que mal faltava um mês para ir embora ele começou a ficar nostálgico com coisas simples.

 

***

 

Tyler voltou para a casa de Calie como tinha feito normalmente durante esses últimos dias, contudo hoje foi diferente.

“Parado aí!” Uma voz masculina soou atrás de Tyler.

Para ser sincero, Tyler já tinha percebido uma presença nos arbustos, mas se ele atirasse aqui e fizesse um grande tumulto, seria muito ruim agora.

“Quem é você, o que você quer?” Tyler tentou controlar a situação.

“Entre no carro, vamos sair daqui primeiro.” O homem falou.

“Certo.”

Tyler voltou para o carro e partiu, seguindo as ordens do sequestrador que estava no banco traseiro eles seguiram até um campo desolado.

“Vai me dizer quem é você?” Tyler perguntou quando os dois estavam frente a frente, o homem era jovem, devia estar perto dos 30 anos, mas sua aparência era muito acabada.

Anteriormente ele devia ser um homem caucasiano comum, porém as muitas tatuagens pelo corpo e uma magreza esquisita causada pelo que provavelmente deveria ser um sinal de abusos de drogas e álcool.

“Você dorme com minha mulher e não sabe quem eu sou?” O drogado riu sarcasticamente.

“Dylan?” Tyler ficou surpreso.

“Parece que eu sou famoso.” Dylan também parecia um pouco surpreso também.

“O que você quer?” Tyler fechou a cara.

“Não ligo para aquela cadela ou para a menina, eu fiquei sabendo que você tem dinheiro, me dê uma boa quantia e eu não apareço na vida de vocês.” Dylan falou.

“Acha que eu tenho dinheiro?” Tyler sondou, mal sabia Dylan que ele estava segurando sua própria vida por um fio, desde o momento em que chamou Calie de cadela.

“Não brinque comigo, eu sei que você é rico.”

“Eu pareço rico?”

“Vá a merda, eu sei que desde que a velha morreu você vem bancando a cadela.” Dylan cuspiu.

“Como sabe que Clare morreu?” Tyler estava sério.

“Ela me dava dinheiro de vez em quando, era uma mixaria. Mas quem diria que a cadela arranjaria um velho rico para bancá-la? Você é meu passaporte para a fortuna, eu quero um milhão de dólares em dinheiro para ficar longe!” Ele propôs chutando números absurdos ao acaso.

“Um milhão e você some?” Tyler perguntou.

“Claro.” Ele sorriu.

“Temos um problema aqui amigo.” Tyler disse.

“E qual é, não me diga que não tem dinheiro, eu sei que tem!” Dylan ficou com raiva.

“Dinheiro eu tenho, eu só não tenho para gastar com noiados como você.” Tyler riu e abaixou os braços. “Sendo sincero eu só não quero mesmo.” Tyler o provocou.

“Mas que merda você está pensando seu velho idiota, acha que eu não te mato aqui e agora?” Agora Dylan tinha saído do sério.

“Eu acho que você até quer, todavia acho que lhe falta capacidade!”

Dizendo isso Tyler avançou e o desarmou com um golpe rápido.

“O q…” Ele tentou falar, mas foi parado por um estalo alto.

* Crack * Tyler quebrou a clavícula de Dylan com um golpe de jiu-jitsu, após tê-lo jogado no chão.

“Ahhhhhh!!!”

“Pare de gritar como um porco.” Tyler falou enquanto o chutava no estômago. “Quem mais está com você?”

“Que merda você...”

* Crack * Tyler quebrou-lhe um dedo.

“Quem mais está com você?” Ele perguntou novamente.

“Maldito!” Dylan rosnou impaciente, porém seu coração já tinha começado a tremer de medo.

“Você sabe que possui 20 dedos certo?” Tyler perguntou indiferente. “E depois eu posso cortar cada um deles, sem contar as orelhas, nariz e olhos.”

“Ninguém!” Dylan confessou depressa.

“Você me pegou com um mau humor dos infernos e ainda chamou Calie de cadela na minha frente, o que você tem a dizer sobre isso?” Tyler cerrou os olhos.

“Me perdoe, eu vou embora agora mesmo e nunca mais eu me meto com qualquer um de vocês!” O homem já tinha desistido de qualquer ideia tola e agora estava tentando se agarrar ao seu fio de vida.

“Minha vontade é de te cortar em pedaços, te concretar em um tambor e jogá-lo em um rio!”

Dylan sentiu que essa não era uma ameaça vaga feita para impressioná-lo, esse velho estava com vontade mesmo e se ele vacilasse seria muito provável de acontecer. “Não, por favor me perdoe.”

“Mesmo que você seja um monte de merda, ainda sim é o pai da Mel. Eu não vou matá-lo, mas não pense que pode sair ileso!” Tyler foi frio.

“O que você vai fazer?” Dylan perguntou, ele tinha ficado aliviado por um segundo, mas depois voltou a ficar aterrorizado.

“Nada de mais, apenas vou me certificar de que nunca mais machuque alguém.” Tyler esboçou um sorriso.

Dizendo isso, Tyler tirou um canivete, o tolo Dylan nem se deu o trabalho de revistá-lo. Durante todo esse tempo ele estava armado.

Com o canivete Tyler pegou a mão de Dylan e começou a fazer pequenos cortes, eles não eram profundos e nem tiravam muito sangue. Todavia a dor era insuportável, o homem desmaiou após o quinto corte.

A dor que Tyler estava causando era algo secundário, seu principal objetivo era cortar todos os tendões das mãos de Dylan. Em resumo, Dylan agora era um aleijado!

Isso foi muitas vezes pior que cortar a mão dele fora, no futuro Dylan sofreria de dores crônicas para o resto de sua vida, aquilo seria um lembrete diário para não se meter com Calie.

Depois de uns 15 minutos Tyler terminou seu trabalho.

“Juan?” Tyler ligou para o seu advogado da máfia.

“Sim, algum problema?” Juan atendeu do outro lado da linha.

“Por acaso você teria contatos que pudessem levar uma pessoa mesmo contra sua vontade para algum local desolado no meio do México?” Tyler perguntou.

“O quê?” Juan ficou surpreso, Tyler nunca tinha pedido nada dessa natureza. Mesmo que o seu trabalho com ele fosse ilegal, Juan achava que Tyler era uma boa pessoa, para falar a verdade desde que ele salvou a vida da sua filha ele nutriu um grande respeito e admiração.

“Pode ou não pode?” Tyler perguntou.

“Posso...” Juan falou desconsolado.

“Não se preocupe, essa pessoa é um monte de merda sem importância. Na verdade morrer seria pouco, eu só estou deixando ele vivo por causa de outra pessoa.” Tyler esclareceu levemente.

“Se é assim, eu fico mais tranquilo.” Juan falou.

“Bom, a pessoa estará amarrada no endereço que irei te mandar.” Tyler disse.

 

***

 

“Aconteceu alguma coisa?” Calie perguntou para Tyler assim que ele entrou em casa, ela tinha ouvido o carro de Tyler parar na frente da casa, mas pouco tempo depois ele saiu sem nem mesmo entrar.

“Estava com vontade de comer pizza.” Tyler disse disfarçando, depois ele entregou duas caixas de pizzas para Calie.

“Ah, era isso? poderia ter pedido pelo telefone” Calie sorriu.

“Achei que indo buscar fosse mais rápido.” Ele desconversou. 

“Tio!” Mel gritou ao ver Tyler e pulou em seus braços.

“Ei!” Tyler soltou um grande sorriso quando viu a pequena.

“Tio olhe isso!” Mel falou animada. “Tupã, aqui!” Mel disse e bateu em seu peito.

“Au!” Tupã respondeu igualmente animado.

O cão deu um passo para trás e depois pulou nos braços de Mel que ainda estava no colo de Tyler. Tupã já tinha crescido um pouco e agora parecia com um pequeno lobo felpudo, ele não era grande, talvez tivesse uns 5 quilos, mas em compensação era extremamente ágil.

“Uau! Você é mesmo incrível!” Tyler elogiou esfregando a cabeça dela.

“Hehe.” Mel sorriu satisfeita.

“Está bem, agora lave as mão para jantar.” Calie falou para a filha. “Você vem?” Ela perguntou quando notou que Tyler tinha ficado ali parado, apenas olhando-a.

“Sim, eu vou...” Tyler sorriu sem querer, hoje ele tinha que perguntar a Calie novamente.



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