Velho Mestre Brasileira

Autor(a): Lion

Revisão: Bczeulli e Delongas


Volume 3

Capítulo 100 parte 2: O fim dos 200 dias.

“Você está mais quente que o normal hoje.” Tyler falou para Calie enquanto os dois estavam abraçados na cama.

“Sério?” Calie sorriu satisfeita.

“Hahaha, isso também, mas eu quis dizer no sentido de calor corporal mesmo. Acho que você está com febre.” Com o contato de pele com pele era fácil para Tyler dizer se Calie estava normal ou não.

“Droga!” Calie fingiu estar insatisfeita e beliscou Tyler. “Você está certo, eu não amanheci muito bem, mas já tomei alguns comprimidos.”

“Que pena, eu podia fingir que era seu médico particular e lhe fazer uma consulta.” Ele brincou.

“De onde está vindo esse lado seu? No começo você não tinha essas canalhices.” Calie sorria.

“Não sei, estar em um relacionamento é novidade para mim.” Tyler respondeu.

“Como assim?” Ela ficou curiosa.

“Acredite ou não, mas você é minha primeira namorada.” Tyler respondeu sorrindo.

“O quê?” Calie ficou surpresa e se sentou. “Como assim eu sou a sua primeira?”

“Bem, não nesse sentido.” Tyler não suportou e gargalhou.

“Pode explicar?”

“Quando eu digo que nunca namorei, quero dizer que nunca estive em um relacionamento sério.” Ele explicou.

“Ahh...” Ela parecia bem mais aliviada. “Por que não, você é um cara tão legal. Digo, eu não vejo nenhum defeito em você que o impediria de ter um relacionamento com alguém.”

“Sabe, acho que para começar eu sempre fui uma pessoa que esteve bem comigo mesmo. Estar só não era algo que me causava angústia, e também eu nunca gostei de alguém o suficiente.” Tyler começou a se lembrar dos seus casos antigos. “Eu tinha um estilo de vida que não me permitia criar raízes. Na maioria das vezes eu tive algo tão trivial que nem pode ser considerado um namoro.”

“Então eu sou sua primeira namorada?” Calie ficou vermelha.

“Não sei, você não me pediu em namoro ainda. Pessoalmente estou começando a achar que você só quer meu corpo.” Tyler a provocou.

“Idiota!” Ela riu. “Não é você que tem que me pedir em namoro? Eu sou a mulher afinal.”

“Foi você quem me beijou primeiro? Quem beijou primeiro toma as responsabilidades?”

“Onde está o cavalheirismo?” Calie franziu o cenho e perguntou.

“Morreu, agora eu sou feminista.” Ele riu. “Mulheres no poder!”

“Palhaço.” Calie riu e se deitou nos braços de Tyler novamente.

“Calie?” Tyler perguntou baixinho.

“Sim?”

“Como está sua vida agora?” Ele quis saber.

Calie ficou calada por alguns instantes pensando. “Perfeita.” Depois de falar tal coisa ela sentiu-se envergonhada e enterrou-se no peito dele.

“Se você pudesse ir embora para um lugar diferente, um lugar mágico. Você iria?” Tyler sondou.

‘Ir para um lugar diferente?’ Calie ficou pensando consigo mesma. “Não, pela primeira vez na minha vida, tudo vai bem. Pela primeira vez eu não mudaria nada, eu estou muito satisfeita com o que tenho.” Falando isso ela abraçou Tyler mais firme ainda.

“Então é assim.” Tyler suspirou, parece que para o bem dela ele tinha que tomar uma decisão.

 

***

 

[Dia 175.]

 

“Bom dia Saul.” Tyler cumprimentou o judeu.

“Bom dia.”

“É uma pena que hoje será nossa última transação.”

“Bem, sempre haverá um amanhã.” O senhor disse com um sorriso.

Atualmente Tyler estava com Saul Broflovski, ele tinha sido o responsável por transformar todo o ouro, prata e jóias que Tyler trouxera do outro mundo em dinheiro.

“É verdade, espero contar com você no futuro, por enquanto eu só tenho a agradecer por seus serviços.” Tyler agradeceu. “E aquele pedido está pronto?” Ele quis saber.

“Definitivamente, posso dizer, com certeza, que esse é um dos trabalhos mais lindos que eu já vi, se fosse para um leilão, não tenho ideia de quanto alcançaria.” Saul respondeu e entregou um estojo de veludo para Tyler.

Tyler o tomou nas mãos e abriu. Dentro estava a mais bela joia que ele já vira, ela era feita de uma linda safira dona de um azul intenso e cristalino, no meio da gema que possuía o tamanho de um ovo de galinha, existia um veio dourado.

A peça completa era feita pela gema lapidada em um padrão oval, sendo segurada por um lindo par de asas angelicais feitas de prata. Esse era um trabalho perfeito, digno dos maiores artesãos. Cada detalhe tinha sido pensado e analisado com todo o cuidado, desde o formato da corrente até os pequenos fios de ouro que decoravam as pontas das asas.

“Calie...” Ele suspirou inconsciente, desde o momento em que ele viu essa pedra, ele lembrou-se de Calie.

Quando a viu pela primeira vez, a chamou de anjo, mesmo hoje quando queria falar com ela de forma carinhosa, ele a chamava de meu anjo.

O azul era tanto o céu que ela a conheceu como os olhos dela, o veio dourado era logicamente uma alusão aos seus cabelos.

“Acho que não veremos isso em nenhum leilão, não é?” Saul perguntou.

“Não.” Tyler sorriu.

Vendo o sorriso de Tyler quem não saberia que aquilo era um presente para uma mulher? “Então eu gostaria de te dar isso como um agradecimento por todas as nossas boas negociações.” Saul entregou uma pequena caixinha de veludo.

“Obrigado.” Tyler respondeu e pegou a caixa.

Dentro havia um par de alianças, uma masculina e outra feminina. A masculina era maior e mais larga, não possuía nenhuma pedra e era prateada.

Já a feminina era um pequeno e delicado solitário. O metal também era prateado, Tyler imaginou que os dois eram de platina. Mas a pedra era um azul bem claro, claro como o azul de uma geleira.

“Safira? Não diamante azul!” Tyler falou surpreso, mesmo depois de ficar um pouco acostumado com as pedras absurdamente grandes vindas de Aurora, um diamante azul não era algo que aparecia em qualquer lugar.

“Você tem bons olhos.” Saul elogiou.

“Obrigado mesmo.” Tyler sentiu-se tocado com aquele gesto.

“Não há de que, perto da quantia que movimentamos isso não é nada.”

Bom, isso era verdade, principalmente essas últimas remessas na qual o consumo de Mil tinha aumentado exponencialmente e até o rei Otaviano tinha disponibilizado parte dos fundos reais para Tyler. “Mesmo assim, eu agradeço o gesto.”

“Obrigado, boa sorte com a moça e espero poder fazer mais negócios no futuro.” Saul se despediu.

“Sim, eu também espero.” Tyler respondeu e apertou a mão do homem.



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