Velho Mestre Brasileira

Autor(a): Lion

Revisão: Bczeulli e Koto Tenske


Volume 2

Capítulo 20: O banquete.

Era o dia do banquete real, Tyler seria nomeado nobre. Pelo o que ele tinha ouvido falar haviam 230 nobres no reino.

Nem todos eram senhores de cidade e alguns tinham posições mais importantes que outros, contudo o título era sempre o mesmo, Lorde.

Tyler não teve tempo de comprar uma roupa luxuosa, ele estava vestindo o uniforme camuflado que havia comprado. Os homens do salão se vestiam na sua maioria de túnicas azuis, vermelhas, violetas e amarelas. Com aquela roupa verde e camuflada Tyler era uma visão bem exótica.

— Fico feliz que esteja se tornando um nobre. — Macal falou.

Tyler estava rodeado por todos os velhos da casa dos sábios, até alguns que não gostavam dele no começo já tinham se rendido. Não era fácil desgostar de Tyler, esses homens amavam conhecimento, e Tyler tinha muito de sobra. Toda dúvida que eles tinham era resolvida além de qualquer expectativa.

A paciência dele era algo admirada por todos.

— Obrigado, espero que possamos ser bons amigos no futuro, espero aprender muito com todos os sábios. — Tyler respondeu.

— Ora não fale assim, ainda podemos ser chamados de sábios na sua frente? De agora em diante eu só o chamarei de Mestre. Hahahah! — Quem estava despejando tantos elogios assim era o lorde Britan, ele era o arquiteto chefe do reino. Quando Tyler começou a falar sobre estruturas e explicando sobre o uso de polias, foi mais que o suficiente para ganhá-lo.

— Lorde Macal ainda tenho uma dúvida.

— Diga, seu eu souber terei o prazer em responder.

— É possível um homem poder consumir os núcleos das feras?

— Alguns relatos antigos falam que é possível sim, embora ninguém hoje em dia saiba como. Todavia não é aconselhado de maneira nenhuma, veja as plantas comuns por exemplo. O trigo estará maduro em menos de uma semana, dará excelentes sementes, mas morrerá logo. Assim mesmo será alguém que consumir um núcleo, seus filhos serão fortes se sadios. Entretanto ele morrerá cedo.

— Faz sentido. — Tyler teve que concordar.

— Se quiser aproveitar os poderes de um núcleo, coma os frutos de uma árvore adubada por eles. É extremamente caro e pouquíssimas pessoas fazem, mas os resultados são os melhores.

Tyler tinha que concordar com essa teoria, aqueles morango que ele havia colhido de sua horta eram os mais gostosos que ele já comera, e ainda lhe deram uma disposição sem igual.

Dos 230 nobres do reino 40 deles eram sábios, Tyler desde o dia em que chegou nesse mundo Tyler estava se perguntando se poderia tomar o poder, ele não queria usar a força. Usar aliados era muito mais fácil. Ele já tinha todos os sábios a seu favor. Sem contar com os que estavam na esfera de influência deles!

O rei foi o último a entrar no salão, isso era um costume também comum na era medieval da terra, simbolizava poder! Ser capaz de fazer todos os nobres esperarem pela sua presença era indispensável a um governante. Tyler teve umas duas horas para se socializar com os lordes. Nessa era existem bem poucas áreas de atuação de um lorde. Ele pode ser um agricultor, um comerciante, um sábio ou alguém do exército.

Não era necessário dizer que os comerciantes já sabiam sobre os planos do rei. Sempre querendo mais dinheiro eles logo se esforçaram para ter um bom relacionamento com Tyler.

Também não era necessário dizer que o lorde Hélio estava soltando fumaça pelas narinas, ele teve que gastar uma boa quantia de dinheiro para tratar sua mão ferida.

— Como aquele velho patife teve a audácia em tentar lhe ferir, grande irmão? — Quem estava falando isso era Jaeal, o capacho fiel de Hélio.

— Esse monte de merda não sabe, mas seus dias estão contados! Quero ver ele sair vivo dessa cidade. — Ele cuspiu no chão mostrando todo seu desprezo.

Tyler já tinha notado a intenção assassina enviada por Hélio, para falar a verdade todos no salão tinham notado e mais da metade deles sabia exatamente o que estava acontecendo.

— Atenção todos, o supremo rei, vossa majestade Otaviano está entrando! — Um porta voz anunciou.

Um silêncio cobriu o salão. Tyler nunca tinha visto tanta reverência antes. Todos os homens presentes abaixaram a cabeça e depois se ajoelharam.

— Vida longa ao rei!!! — Todos falaram em uníssono.

O rei estava vestido com toda a pompa pedida para a ocasião. Ele usava uma roupa branca com uma capa vermelha feita com um pelo animal. A coroa era grande e feita com inúmeras pedras preciosas.

— Podem sentar-se. — Cada homem se levantou e procurou uma mesa.

— Estamos aqui hoje por dois motivos. Primeiro vamos celebrar esse distinto cavalheiro que se juntará a nós como um nobre. Deem as boas vindas ao novo lorde o senhor Tyler Newman!

Um grande coro de vozes e aplausos tomou o ambiente.

Tyler se levantou e agradeceu a todos.

— O Segundo motivo é que eu finalmente decidi escolher um novo sucessor. — O clima de repente ficou estranho.

— Eu não tenho um nome pronto, esse será decidido segundo suas próprias habilidades! Daqui a exatamente um ano um novo rei será coroado!

Cada pessoa olhava nos olhos dos outros procurando por alguma pista!

— Isto será uma competição, as regras serão as seguintes. O candidato tem que ser um lorde, não pode haver assassinato entre os competidores. Haverão 10 provas quem ganhar cada prova vai ganhando pontos.

Cada um prestava o máximo de atenção possível.

— Como todos sabem, ser hábil infelizmente não é o suficiente para governar um reino. Cada nobre representa um ponto. Também é trabalho do candidato atrair uma boa base aliada para seu futuro governo! — O rei ficou olhando as expressões de espanto no rosto de cada um.

— Aquele que quiser o cargo tem até um mês para se decidir. Em exatos 30 dias eu irei dar a primeira prova. Estão todos dispensados.

Sem esperar por ninguém o rei simplesmente foi embora.

Durante uns 30 segundos havia um silêncio mortal naquele salão, depois uma explosão de conversas e cochichos surgiu. Todos estavam espantados e começavam a fazer pequenos grupos para formar alianças ou só mesmo para especular sobre o assunto.

Tyler não podia negar que tinha sido pego em completa surpresa. Ao contrário de muitos ali, Tyler quase não podia conter o riso, tinha como ser mais fácil?

O rei praticamente deu a coroa na mão dele!

Tyler tinha começado a fazer amizade com alguns nobres da casa dos sábios e alguns comerciantes. Agora ele tinha que se empenhar para impressionar a todos e garantir esse reino!

— Está pensando em competir? — Macal perguntou.

Todos os velhos na mesa viraram os olhares para ele. — Porque não? acho que seria muito bom para o reino ter homens do nosso perfil no poder.

Alguns concordaram e outros não. — O que nós velhos podemos fazer contra essa juventude cheia de vigor? — Um menos entusiasmado falou.

— Temos toda a sabedoria e a vivência que nossos anos nos deram. Não sei quanto a vocês, mas eu vou entrar nesse jogo, e vou entrar para ganhar.

Alguns concordaram levados pelo pequeno discurso de Tyler.

— E o que vai fazer se ganhar, vai morrer logo depois? — O mesmo homem anterior falou.

Antes de Tyler responder um deles interrompeu e disse. — Não seja tolo! Não ouviu as palavras do rei? Ele deixou bem claro que o único requisito era ser nobre, não se esqueça que o rei ainda tem um último frasco com aquele elixir! Logicamente será daquele quem ganhar.

— É verdade!

— Faz sentido.

— Eu não tinha pensado nisso, contudo acho que o irmão tem toda razão.

— Também acho que os seus pensamentos estão corretos.

Um a um eles iam concordando. O interessante é que em pouco tempo o salão foi se esvaziando. Logicamente aqueles mais íntimos queriam um lugar mais silencioso para fazer suas estratégias.

— Se me derem licença eu também tenho que ir, amanhã eu tenho que partir para minha cidade.

— Sim, sim eu também!

— Eu tenho algo fazer também.

Todos inventaram alguma desculpa e partiram.

Ao contrário de todos ali Tyler estava tranquilo, quando retornou para sua residência ele não ficou pensando muito nessa competição, afinal isso era fichinha para ele.

Antes de voltar para casa Tyler foi visitar o rei.

— Vossa majestade eu já estou indo.

— Estou curioso, vai tentar disputar a coroa?

— Não. — Tyler respondeu.

— Como? — Uma expressão surpresa passou nos olhos do rei. — Eu tinha quase certeza de que você iria?

— Como vossa majestade disse eu não vou tentar disputar a coroa, eu vou ganhá-la!

— Hahahaha… Esse é o espírito meu rapaz! Então não me decepcione!

— Não irei, acredito que esse será apenas o começo de uma grande parceria.

— Sua confiança me inspira! Posso saber os seus planos?

— De onde eu venho tem uma frase muito antiga que retrata bem como eu irei me portar. “Que seus planos sejam impenetráveis e escuros como a noite, e quando você se mover, caia como um raio!”

O rei ficou admirado com aquelas palavras e ficou remoendo aquele ensinamento. — Bom, desejo sorte então.

— Vossa majestade pode me dar alguma pista sobre a primeira prova? — Tyler jogou uma isca, não custava nada arriscar.

— Hahaha... Querendo tomar vantagem, não é? Não posso dizer como será a prova, apenas posso dizer que nas terras do reino ainda existem muitas criaturas terríveis, e eu gostaria de me livrar delas.

— Obrigado por suas sábias palavras, sendo assim eu me despeço, majestade.

— Até mais.

Tyler saiu mais confiante depois dessa conversa. Ele tinha marcado com o ministro de entregar a primeira carga das mercadorias em 10 dias na cidade de Nil. Tyler levando todo o seu ouro viajou de volta.

Ele demorou 3 dias para voltar todo o caminho.



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