Volume 2
Capítulo 21: Um bom planejamento evita problemas!
Quando Tyler chegou na cidade de Nil, três dias depois de ter saído da capital ele passou primeiro na casa de Noeru.
—Mestre!— Noeru gritou aliviado quando viu o carro se aproximando.
—Ora meu rapaz para que tanto escândalo, parece que você até pensou que nunca mais me veria!
—Eu sempre acreditei que o mestre voltaria!— Noeru acenava a cabeça.
—Que bom, vamos entrar. Tenho novidades importantes!
Eles se sentaram e a esposa de Noeru lhes serviu chá.
—Para começar eu tenho que dizer que virei um nobre do reino e sou o senhor dessa cidade agora!
—Hoo mestre essa notícia é maravilhosa
—Mas é apenas o começo, o rei vai fazer um grande torneio entre os nobres e então irá escolher um como o próximo rei! Como é de se esperar eu também estou competindo!
—Isso é muito bom, não há ninguém em todo o reino mais capaz que o mestre!— Noeru elogiou sinceramente, ele nunca tinha visto alguém tão capaz como esse velho na sua frente!
—Vamos a casa do senhor da cidade, tenho novas ordens para dar!
Tyler agora andava pelas ruas da cidade com um tom despreocupado no rosto, quando chegou à residência do senhor da cidade ele foi logo recebido.
Parece que quando o rei lhe deu o título de lorde ele enviou mensageiros para entregar a notícia rapidamente. O antigo senhor da cidade já estava a par da situação fazia mais ou menos um dia.
Thoran era o nome do senhor atual, ele não era um nobre do reino ainda. Essa cidade ainda era pequena e pertencia a uma região um tanto remota do reino, a razão para Atazar ser menor e ter um nobre era porque os trolls tinha destruído a cidade anterior e ter a figura de um nobre ali fazia com que as coisas não fugissem totalmente de controle.
—Lorde Newman, entre!— Thoran não ousou ser desrespeitoso.
Tyler estava inspecionado sua nova residência, era uma casa grande que misturava madeira e pedra em sua arquitetura. Em um salão reservado estavam todos os criados que serviam na residência. Era um mordomo e quatro servas.
Thoran era casado e tinha uma filhinha pequena de aproximadamente dois anos.
—Onde é o escritório, quero discutir alguns assuntos com você?— Tyler perguntou.
—Por aqui lorde Newman.— Tyler o seguiu.
Tyler se sentou no gabinete de forma relaxada. —Eu vou deixar claro a forma como eu vou comandar essa cidade. Em primeiro lugar eu pretendo deixar você comandar as coisas por aqui, é claro que não vai ser inteiramente como você fazia antes, mas no geral você estará no comando das coisas por aqui!
O homem suspirou de aliviado, seu maior medo era ter que ir embora com as mãos abanando.
—Nos próximos seis meses eu vou passar muito pouco tempo aqui, nesse período eu quero eu quero apenas que cuide bem da cidade!
—Claro meu lorde, eu ficarei grato em servir ao senhor!
—Noeru é meu braço direito aqui, ele vai ficar encarregado da guarda da cidade!
—Sim, claro!
—Me passe todos os registros dos impostos da cidade e prepare um quarto para mim!
—Agora mesmo!— Thoran disse.
—Noeru, vá até onde a guarda da cidade fica e conheça seus homens. Thoran vai providenciar uma casa nova para você!
—Obrigado mestre, vou fazer o meu melhor!
Dito isto os dois correram para cumprir suas obrigações. Pouco depois Tyler começou a olhar as leis e os impostos da cidade.
Ele abaixou alguns e subiu outros e também colocou leis bem rígidas para quem escravizava pessoas ou abusava de mulheres, e também deu direitos iguais para elas. Poderia parecer algo muito avançado para esse local, contudo ele nem se tocou, afinal o conceito de igualdade que Tyler possuía era totalmente diferente das pessoas daqui.
Ele passou o resto da tarde fazendo novas leis. Noeru tinha recebido sua primeira ordem, ele devia abrir uma pequena estrada até a montanha.
Tyler também ia contratar novos guardas, se tudo corresse bem, essa cidade iria se desenvolver rapidamente. Querendo ou não, essa também era uma estratégia dele para ganhar a competição!
Parece que Thoran tinha saído da suíte principal e dado ela a Tyler. Dessa vez havia um banheiro de verdade, ou pelo menos parecia um... era um assento de porcelana com um compartimento que era limpo pelos servos. A banheira já era algo bastante decente, era feita de pedra e a água aquecida descia por um sistema de calhas.
Tyler ficou por ali tentando relaxar um pouco amanhã ele iria partir de verdade, embora ele tenha ajeitado as coisas por aqui ele tinha um longo caminho pela frente, lá no Texas.
Na manhã seguinte ele passou na guilda comercial e pegou o dinheiro daquela primeira transação.
Tyler notou que o gerente Shu estava um tanto abatido.
—Algum problema?— Tyler perguntou.
—Nada não...
—Qual é o pedido para a próxima vez?
—Ahhh! O mestre ainda vai negociar conosco?— O gerente suspirou alegre.
—Mas é claro!— Tyler estava em uma corrida contra o tempo para conseguir dinheiro.
Tyler pegou a lista e sorriu. Todo o caminho de volta foi tranquilo, Tyler estava indo devagar devido ao peso, ele tinha algumas centenas de quilos de prata e ouro no ATV, porém Tyler estava apostando mesmo era nas pedras preciosas!
Ele tinha confirmado com alguns sábios lá na capital e eles disseram que era relativamente fácil de encontrar minas de determinadas gemas. Parecia que de alguma forma a magia nesse mundo fazia a terra ser mais rica em matérias primas valiosas.
Tyler chegou a entrada da caverna e logo encontrou seu ford bronco. Ele passou toda a carga para seu interior e foi para casa.
Ainda era noite quando ele saiu no Texas, a primeira coisa que ele fez quando chegou em casa foi olhar sua horta. Todas as plantas tinham morrido! Contudo todas elas tinham dado frutos, e seus frutos ainda estavam vistosos e sadios, como se estivessem ainda ligados às plantas, mesmos os morangos que tem a tendência natural de estragar-se rapidamente, estavam bons.
Tyler colheu tudo e os guardou, depois ele foi até sua oficina. Ele tinha o plano de vender o ouro e a prata em lojas de penhores, mas todos tinha que admitir que era muito suspeito alguém vender moedas antigas pelo preço do metal, isso iria atrair atenção demais para ele!
E atenção era a última coisa que Tyler precisava nesse momento.
Ele foi até a bancada e pegou alguns sacos com areia de fundição, essa areia é especial pois tem na sua composição um alto teor de sílica.
Tyler pegou uma caixa de madeira e colocou a areia dentro, ele colocou algumas barras de ferro e colocou a areia por cima, depois socou ela toda. O objetivo disso tudo era fazer moldes para pôr a prata derretida.
Em outro canto ele pegou um cadinho, o cadinho era um pequeno balde de aço extremamente resistente que servia para derreter os metais dentro.
Por fim, tudo o que ele tinha que fazer era pôr as moedas, levar ao forno de fundição e depois despejar no molde na areia. O processo era relativamente rápido, o problema era a quantidade de prata que ele tinha!
Tyler ficava vendo o preço de várias coisas na internet, anotando endereços e fazendo listas dos produtos que levaria para o outro mundo. Já era umas 2 horas da tarde quando ele terminou tudo.
Ele só não se sentiu tão cansado porque estava constantemente comendo os morangos especiais.
Embora não fosse cedo, Tyler não estava preocupado, as lojas de penhores quase sempre trabalhavam 24 horas.
Tentando manter o perfil baixo ele tinha que vender pequenas quantidades da prata em cada loja e receber tudo em dinheiro vivo!
Mas... falar era bem mais fácil do que fazer!
Após quatro trocas Tyler estava com uma dor de cabeça, ele já tinha algumas centenas de milhares de dólares. É simplesmente muito papel! O volume era grande e depois as cédulas não eram de um único valor e ficava cada vez mais difícil armazenar todas.
Tyler se sentiu completamente enganado por Hollywood!
Nos filmes tudo é tão simples e o dinheiro sempre vem certinho nas maletas, ainda vem preso com aquelas etiquetas do banco!
“Pura mentira!”
Ele procurou um pequeno motel para passar a noite e ficou anotando no seu smartphone tudo o que iria fazer nos próximos dias.
No outro dia bem cedo ele foi tentar trocar toda prata. O trabalho não estava sendo fácil!
Tyler já tinha trocado quase toda a prata quando voltou para o seu quarto a noite.
No momento em que entrou ele sentiu algo estranho. Ele tinha posto a placa de não perturbe na porta, então a camareira não havia ido arrumar lá.
Ele sacou a arma e olhou ao redor!
Não encontrou nada de especial.
Ele tomou banho e saiu para comer algo antes de dormir, no estacionamento ele viu pequenos vultos passando entre os carros.
Antes de pensar em levar a mão a cintura ele ouviu uma voz atrás dele.
—Não se mova um dedo senão eu atiro!