Volume 1
Capítulo 1.2: Maldições e a Torre Azul
Havia cinco Bruxas neste Mundo—
“A Bruxa da Água”
“A Bruxa Silenciosa”
“A Bruxa da Lua Azul”
“A Bruxa Não Convidada”
“A Bruxa da Floresta Fechada”
— Estes eram seus Nomes.
Elas podiam aparecer por capricho, trazendo a calamidade com seu tremendo poder e logo depois desaparecer. Elas eram símbolos de medo e de desastre no Continente.
Entre elas, a Bruxa da Lua Azul era a mais poderosa.
Ela havia construído uma Torre azul em uma terra desolada que não pertencia a nenhum País e morava em seu último Andar. Dizia-se que quem subisse ao topo da Torre teria seu Desejo Realizado por um preço. Mas quando as pessoas souberam que seus Desafiadores não voltavam da Torre, não chegavam nem perto do local mais.
※ ※ ※
Quando ele fincou sua Espada no olho direito da segunda Gárgula, um terrível grito ecoou na espaçosa sala.
A outra Gárgula já havia caído no chão. Seu grande corpo imóvel estava se desintegrando em grãos negros que desapareciam no ar.
A Gárgula restante, com um líquido negro jorrando de seu olho esfaqueado, balançou o braço esquerdo contra o corpo de Oscar. O golpe estava cheio de raiva vindo de uma criatura ferida, até mesmo um urso morreria instantaneamente com ele.
Mas em vez disso, aquele golpe só atingiu o ar vazio.
Oscar tinha saltado e se esquivado com seus formidáveis reflexos, assim cortando o pescoço da Gárgula com sua espada.
(Ps: essas imagens foram pegas do Mangá da obra, já que isso aqui é um Webnovel, raramente terá alguma imagem, então leve isso como um “extra”.)
Sua cabeça caiu no chão fazendo um som abafado.
O grande corpo sem cabeça tremeu uma vez da esquerda para a direita, porém finalmente não conseguiu mais se manter de pé e desabou.
“Acabou.”
Ele ergueu e sacudiu sua Espada para se livrar do que quer que estivesse preso nela. Virando-se, ele viu que Razar ainda estava no cantinho da parede, parecendo aliviado.
“Sua segurança é mais importante do que qualquer coisa, Vossa Maj—”
“Se eu fosse devorado, você não seria capaz de dizer isso, certo?”
Ele contou isso como uma piada e olhou para frente.
Quando os corpos das Gárgulas desapareceram, o chão no final da sala começou a brilhar. Indicando a conclusão da Câmara e a preparação para Transferi-los ao próximo Andar.
“Vamos lá.”
Ele começou a caminhar em direção ao chão brilhoso no final da sala. Nesse momento, de repente, toda a sala tremeu violentamente.
“O quê!?”
Ele olhou em volta; o chão havia desaparecido em alguns lugares e as partes restantes também haviam começado a ruir.
“Razar, apresse-se!”
Ele gritou. Mas ao olhar de volta em direção a seu Assistente, ele ficou chocado.
Já havia um grande buraco entre ele e Razar, que ainda estava parado junto a parede, em um canto da sala. Razar havia ficado completamente isolado.
Se ele saltasse agora, ele poderia conseguir alcançá-lo embora por pouco. Entretanto, era impossível para Razar saltar tal distância. Com esta conclusão, ele se voltou para Razar.
“Espere!”
O chão estava desabando rapidamente, e bem no seu fundo, o chão do nível abaixo podia ser visto. A parte do piso que levava ao brilho de transferência também estava se tornando um caminho de degraus.
“Vossa Alteza, por favor, vá em frente.”
“Idiota! Você vai cair.”
“Tudo bem. Eu realmente sinto muito, mas vou embora primeiro.”
Razar disse. Seu rosto estava pálido, mas ele sorriu e fez uma reverência profunda.
“Por favor, continue… Espero ansiosamente pelo dia em que você se tornará o Rei com todo o meu coração.”
Seu Assistente que estava ao seu lado desde que ele tinha idade suficiente para entender, lhe disse essas palavras sem levantar a cabeça. Sua voz era levemente hesitante, mas estava cheia de coragem.
“Espere, Razar!”
A impaciência penetrou em sua voz; ele esticou seu braço.
Mas naquele momento, toda a área onde Razar estava de pé se desmoronou com um som trovejante.
…
Só restavam cinco Andares.
Por mais difíceis que fossem os Enigmas que ele teria que resolver ou poderoso os Demônios que ele haveria que lutar, ele simplesmente abriu caminho indiferentemente.
Era como se esta Torre estivesse originalmente destinada a ser escalada por uma só pessoa. Perder Razar não era um problema para sua competência; mas de alguma forma, o desânimo o dominava.
Setenta anos atrás, dez camaradas haviam escalado esta Torre juntos, mas só um havia chegado ao destino. Teria seu Bisavô sentido o mesmo?
Ao refletir sobre isso, ele finalmente veio a ficar de pé diante da porta para o Último Andar.
A primeira coisa visível após ele ter aberto a porta foi uma grande janela à sua frente.
Como este era o Último Andar da Torre, ele podia ver até o fim do horizonte. O mundo, a natureza, iluminados com o vermelho do sol poente, não tendo visto tal cena magnificamente bela antes, fez com que ficasse sem palavras. Um vento suave soprava do lado de fora, deixando seus cabelos bagunçados.
A Câmara era espaçosa, mas desarrumada.
Coisas desconhecidas empilhavam-se casualmente ao longo das paredes. Havia Espadas e Baús, Jarros e Pinturas; a maior parte destas coisas pareciam ser bastantes antigas.
Mas se alguém afastasse toda essa bagunça, a sala iria parecer um lugar comum onde pessoas viviam.
“Bem-vindo.”
Uma voz, fina como o som de uma flauta, soava em seus ouvidos.
A voz, junto com o vento, ecoava calma e naturalmente dentro da Câmara. Sua dona estava na parte interna da Câmara, onde ele não podia ver de seu lugar na entrada.
“Eu preparei chá. Por aqui, por favor.”
Ele manteve uma mão na Espada em seus quadris e avançou cautelosamente. O interior da Câmara, que estava tão desordenado quanto a entrada, gradualmente entrou em sua vista.
Sobre a pequena mesa à esquerda de uma janela havia uma xícara soltando vapor. Ele respirou fundo e deu um passo à frente, com seu corpo inteiro se tensionando.
Ela estava ali com as costas voltadas para ele.
“Seu companheiro está dormindo no primeiro andar. Ele não está ferido.”
A Bruxa disse enquanto se virava para encará-lo.
“Prazer em conhecê-lo. Meu nome é Tinassha. Mas quase ninguém me chama assim.”
Ele sentou-se em uma cadeira como ela pediu e perguntou desconfiadamente—
“Você é a Bruxa? Você não parece uma.”
“Perguntar algo relacionado a aparência de uma Bruxa é uma coisa tola.”
Tinassha, que estava inclinando levemente a cabeça, parecia uma bela garota de 16 a 17 anos.
Mesmo usando uma túnica preta, ela não era uma mulher velha enrugada. O manto era feito de tecido de alta qualidade, mas em estilo simples, para permitir movimentos fáceis. Ela se sentou na cadeira em frente a ele.
O que valia a pena mencionar era a sua beleza excepcional.
Ela tinha longos cabelos pretos, pele branca de porcelana e olhos escuros e profundos que pareciam refletir a noite. Seu olhar era mais impressionante do que qualquer olhar feminino Nobre que ele havia visto até agora.
“Você usou Magia para alterar sua aparência?”
Surpresa com sua pergunta direta, Tinassha ainda sorria.
“Então você é do tipo que faz perguntas indelicadas. Bastante direto.”
“Você viveu por centenas de anos, certo? Mas você não tem nem rugas.”
“Eu vivi muito, mais do que qualquer humano. E assim meu corpo parou de envelhecer.”
Sua boca, que parecia uma pétala de flor vermelha, tocou a xícara. Era tão diferente da “Bruxa” que ele havia imaginado que se sentia bastante decepcionado.
Como se tivesse esperado tal reação, Tinassha sorriu ironicamente e prosseguiu.
“Bem, é a sua vez de falar agora, não é? Você é o primeiro a subir até aqui quase sozinho. Se não for muito incomodo, gostaria que me falasse o seu nome.”
Ele se recompôs com essas palavras e se endireitou um pouco. Ele vestiu sua nobreza e dignidade natural, e a atmosfera mudou.
“Ah, desculpe-me. Eu sou Oscar Raes Incrateus Roz Farsas.”
Após ter dito isso, os olhos da Bruxa se alargaram levemente.
“Farsas!? A Família Real Farsas?”
“Eu sou o Primeiro Herdeiro ao trono.”
“Descendente de Regius?”
“O Bisneto dele.”
“Eeehhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!???”
Tinassha o olhou para cima e para baixo com um olhar inacreditável.
“Agora que mencionou isso, você se parece um pouco com ele… Mas Regius tinha um rosto mais bem-humorado.”
“Bem, eu tenho um mau caráter.”
Ela riu em voz alta da resposta calma dele.
“Desculpe. Mas você é um homem melhor. Reg era muito puro, e um pouco infantil…”
Ela disse e olhou para janela, e por um momento, Oscar viu algo mais do que nostalgia transbordando seus olhos.
Eram os olhos de alguém que havia vivido por muito tempo. Ele estava convencido de que essa garota era realmente “A Bruxa da Lua Azul“.
“Você vive aqui sozinha?”
“Eu tenho um familiar. Litora!”
Uma criança de 5 a 6 anos apareceu silenciosamente na entrada após ser chamada. Litora tinha um rosto bonito, mas sem expressão, e seu gênero não era claro. O Familiar curvou-se para Oscar.
“Prazer em conhecê-lo. Eu sou Litora. Seu Companheiro está dormindo profundamente devido ao efeito da Armadilha, então eu coloquei um cobertor sobre ele. “
“Ah, com licença.”
Litora curvou-se novamente com suas palavras e recuou para a parede.
Oscar então provou sua xícara; o aroma de chá de alta qualidade provocou seu rosto. Uma pergunta direta saiu casualmente:
“Onde estão as pessoas que desafiaram esta Torre e falharam? Você realizou algum tipo de enterro em massa?”
Tinassha fez uma careta abertamente com a pergunta.
“Por favor, não transforme os arredores da residência de alguém em um cemitério por vontade própria. Eu não quero jogar nenhum cadáver para fora da Torre, então ninguém morre.”
“Olha… as pessoas normalmente morrem quando são atacadas por Gárgulas.”
Oscar ressaltou.
Tinassha riu e acenou com as mãos.
“No momento em que estão prestes a receber um golpe fatal, elas são Teletransportados para o primeiro Andar instantaneamente. Aqueles que forem Desqualificados terão suas memórias adulteradas de forma adequada e, em seguida, mandados para diferentes lugares em todo o continente. A maioria deles querem testar suas habilidades ou ganhar alguma fama, então eu quero que eles tenham pelo menos que pagar um preço por falharem.”
Esta menina de sorriso doce exalou a graça de ser a Dona da Torre. Junto com seus modos elegantes e sua beleza, mesmo que alguém dissesse que esta Câmara pertencia a um Nobre, não estaria totalmente errado.
“Mas Mestra, aqueles Desafiadores que vêm pedir que seus Filhos sejam Curados e tal, você ainda os ajuda mesmo que eles sejam Desqualificados.”
“Não diga coisas desnecessárias.”
Ela parecia envergonhada com as palavras de seu Familiar e desviou os seus olhos de Oscar. A sensação de intimidação que ela carregava não muito tempo atrás foi quebrada por uma fração de segundo, e a Bruxa naquele momento parecia ser apenas uma menina como sua aparência externa. A impressão que ela deu a ele era completamente inconsistente, e Oscar achou engraçado.
“Você é muito elusiva.”
“Não sou não.”
Sua resposta mal-humorada foi bastante fofa.
“Você não vai à cidade? As outras Bruxas aparecem diante dos humanos mais do que você.”
Oscar perguntou enquanto brincava com a boneca de porcelana sobre a mesa. Ela tinha a forma de uma menina carregando uma cesta de compras, e era extremamente intrincada.
“Eu vou quando eu preciso comprar algo, mas… não quero me intrometer imprudentemente com os Humanos. Meu poder não é algo a ser empunhado por um capricho.”
“De fato. Se ao menos a Bruxa Silenciosa seguisse sua abordagem.”
Tinassha inclinou a cabeça com a súbita menção do nome de outra Bruxa.
“Isso está relacionado com a razão de você ter vindo aqui?”