Unnamed Memory Japonesa

Tradução: Hiro


Volume 1

Capítulo 1.1: Maldições e a Torre Azul

Havia uma Bruxa que vivia na Torre Azul

Havia um Membro da Realeza que tinha sido Amaldiçoado

Se você pudesse voltar no tempo, o que faria?

Tudo era uma história que poderia ser reescrita. 

※ ※ ※

“Você não poderá mais gerar uma criança. Assim como o seu Filho. Seu sangue vai morder e rasgar o útero das mulheres… A Família Real Farsas morrerá com vocês!”

Ele não se lembrava dessa Maldição.

A única coisa que permaneceu em sua memória foi a sombra da Bruxa, lançada na janela pelo luar, e os braços trêmulos de seu Pai o segurando.

“Não poderei gerar um Filho…”

Com 5 anos de idade ele não tinha entendido o significado dessas palavras. Apenas tinha vagamente pensado que algo ruim havia acontecido pela palidez do rosto de seu Pai.

Ele era o único Filho do Rei.

O assunto, que estava diretamente ligado à existência da Família Real, era encoberto e conhecido apenas por poucas pessoas. Vários Magos Estudiosos brilhantes haviam dedicado seu tempo para encontrar uma maneira de quebrar a Maldição

Ao mesmo tempo, o garoto havia se tornado uma pessoa inteligente e corajosa que havia perseguido o conhecimento tanto da Espada quanto o da Caneta. Com suas excelentes habilidades e boa aparência, esperava-se que ele fosse um Rei lembrado por gerações, claro, por aqueles que não conheciam a sua Maldição

Após compreender o peso de sua Maldição, ele mesmo começou a procurar uma cura. Mas não importava quantos documentos ele inspecionava, o quanto polia suas Habilidades com a Espada ou em quantos lugares com uma possível pista ele visitava, ele não conseguia nem mesmo achar uma.

Quinze anos haviam se passado desde aquela noite. 

Com os impressionantes olhos azuis de Farsas, cabelos castanhos tão escuros que eram quase pretos e boas características, ele era um Príncipe apto a passar seus dias dentro do Palácio Real

No entanto, com sua Armadura imaculada e Espada afiada, ele passava a impressão de um jovem guerreiro que ficava a frente no campo de batalha.

O quase futuro Rei havia cruzado a Fronteira e ido para o Oeste com apenas um Assistente, e agora estava em frente à Torre Azul, onde vivia uma Bruxa.

“Vossa Alteza, vamos desistir…”

“Pare de me chamar de “Vossa Alteza”. O que há com você, ficando todo nervoso depois de tudo?”

Ele se virou e olhou para seu Assistente, que havia perdido completamente os nervos, e estava com uma expressão exasperada. E assim ele falou—

“É perigoso. E se ela lhe der mais Maldições!?”

“Vamos nos preocupar com isso quando chegar o momento. Já não há outra pista.”

“Ainda assim, deve haver alguns outros métodos!”

Pegando a Espada pendurada na sela e colocando-a nas costas, ele suspirou.

“Nada foi encontrado em quinze anos. Eu não posso mais esperar.”

“É por isso mesmo que…”

“Em primeiro lugar, vamos conhecer a Bruxa da Lua Azul e pedir uma cura. Se não funcionar, vamos ao lugar de quem deu origem a esta Maldição, a Bruxa Silenciosa, e vamos mandar ela a desfazer. Não é perfeito?”

“Não, isso não é nem um pouco perfeito.”

Seu Assistente, que parecia ser dois ou três anos mais novo do que ele, finalmente desmoronou enquanto chorava. Ele era magro e não parecia ser do tipo que trabalhava pesado. Ele não estava carregando nenhuma Arma, provavelmente porque eles haviam partido com pressa.

“Não contatamos as Bruxas nestes quinze anos porque o perigo era muito grande! A Bruxa Silenciosa não foi encontrada também e ninguém pode escalar esta Torre para alcançar a Bruxa da Lua Azul!”

“Certamente é muito alta para subir.”

De que tipo de materiais a Torre foi feita? Suas paredes azuladas como cristal alcançavam o céu. Ele olhava para o seu topo quase invisível.

“Bem, o que fazer.”

“Nada! Provavelmente está cheio de armadilhas! Se algo acontecer com você, como posso retornar ao Palácio Real!?”

“Se você for ficar com uma cara tão sombria assim, basta voltar.”

Após ter dito isso, ele encolheu os ombros levemente e descuidadamente caminhou em direção à entrada da Torre

“Por favor, espere. Eu também vou!”

Vendo isso, seu Assistente apressadamente amarrou os seus dois cavalos a uma árvore e foi atrás dele.


“Parece que há Desafiadores depois de tanto tempo, Mestra.”

Uma voz infantil falou numa Câmara no Último andar da Torre.

A chamada “Mestra” não pôde ser vista, mas a resposta veio imediatamente—

Oh, sério? Bem, ligue as Armadilhas.”

“Certo.”

A presença da voz desapareceu, provavelmente porque o seu Locutor tinha ido trabalhar nas Armadilhas. A Bruxa, ainda flutuando de cabeça para baixo no teto, inclinou sua cabeça.

“Bem, devo fazer um chá?”


Já estava bem alto quando ele olhou para o átrio no centro da Torre. A paisagem bastava para desmaiar, mas o homem olhava sem medo e refletia em voz alta—

“Bem, vamos morrer se cairmos.”

“Por favor, não chegue tão perto da borda!!!”

“Razar, será melhor se você apenas esperar lá embaixo…”

Ao se virar, ele olhou para o seu Assistente, que caminhava com medo enquanto se agarrava à parede. O cara levaria uma eternidade para chegar ao último Andar se continuasse assim. 

“Eu não posso deixar Vossa Alteza morrer sozinho!”

“Quem está morrendo?”

Ele respondeu, balançando levemente sua espada desembainhada. 

Até agora, houve várias Armadilhas e Bestas protegendo diferentes Câmaras, e o que parecia ser Demônios. Mas ele tinha passado facilmente por eles e subiu até o meio da Torre.

A “Altura” tinha sido sua preocupação número um no início, mas descobriu-se que as Armadilhas o teletransportava automaticamente para o próximo Andar assim que ele as passasse, então suas pernas não tiveram que sofrer muito. Resolver as Armadilhas exigia resistência, força física, bom senso e, em geral, inteligência. Ficou claro que ele estava sendo testado.

“Será que isso foi feito para várias pessoas subirem juntas?”

“Bem, ninguém teria a brilhante idéia de subir em um grupo de apenas duas pessoas…”

“O último que subiu ao topo foi meu bisavô, não foi?”

“De acordo com os registros, havia dez pessoas escalando juntas naquela época, mas apenas Sua Majestade chegou ao topo.”

Hm…”

Ele tocou seu queixo com sua mão livre e ponderou.

Há cerca de setenta anos, seu Bisavô, que havia sido Rei Farsas naquela época, havia subido esta Torre e conquistado a Assistência da Bruxa como um “Campeão“. No entanto, parecia ter havido um preço para isso. Hoje em dia, falava-se dele apenas como um conto infantil.

“Estar sendo fácil por enquanto.”

“Vamos voltar!”

“Você volta sozinho. Você não ajuda em nada.”

Razar chorou tristemente por ser repreendido tão categoricamente.

Enquanto conversavam, uma porta ao lado apareceu à vista. 

Ele a abriu sem hesitar. Havia duas Gárgulas de Pedra no centro da sala, cada uma tinha o dobro do tamanho de um Humano. 

Razar gritou uma vez que viu a cena. 

“Parece que elas vão se mover se nos aproximarmos.”

“Definitivamente, elas se moverão! Elas vão se mexer! Vamos voltar!!!”

“Você vai esperar lá fora…”

Enquanto ele segurava a respiração e preparava sua Espada, a pele das Gárgulas passou fascinantemente de pedra para um preto, e seus olhos se iluminavam quase simultaneamente. 

Elas abriram suas asas sem causar algum barulho e levantaram voou. 

Ele sentiu Razar recuando para um canto. 

A primeira a mergulhar foi a Gárgula à esquerda. Como um ave de rapina vindo em busca de sua presa, ela se atirou diretamente para ele. Assim que suas garras afiadas estavam prestes a rasgar seu corpo, ele pulou rapidamente para a esquerda. 

Mas a outra Gárgula virou-se e cortou bem diante dele, como se tivesse esperado seu movimento. 

Oops.”

Ele se defendeu de suas garras estendidas com sua espada enquanto deslizava entre as duas, ficando atrás delas.

Ele casualmente cortou uma das asas da primeira Gárgula com grande força. Ela deu um grito ensurdecedor.

Tudo aconteceu em apenas um momento.


“Mestre, os Desafiadores chegaram à sala das Gárgulas.”

A voz infantil mais uma vez falou na Câmara. A Bruxa, que estava fervendo água, sorriu levemente como uma resposta. 

“Isso é incrível. Quantos são?”

“Dois… Na verdade, apenas um.”

Ela levantou uma sobrancelha, pois foi um fato surpreendente. 

Nas últimas décadas, ninguém tinha conseguido ir tão longe, mesmo com mais pessoas no grupo. Mas era impossível lidar com as Gárgulas com apenas uma pessoa. A água quente estava sendo desperdiçada, enquanto ela pensava consigo mesma, assim ela perguntou—

“Devemos dar a ele um Prêmio por seu Espírito de Luta?”

“Ele parece ter passado sem grandes problemas.”

“… Eh?”



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