Um Tiro de Amor Brasileira

Autor(a): Inokori


Volume 2 – Arco 1: O Teatro das Mil Faces

Capítulo 5,1: Sobre a Forca - Parte 2

 


【キ】【ス】【シ】【ョ】【ッ】【ト】

O ranger do repuxo das cordas em volta do pescoço de Koi pode ser ouvido por todos, certamente se fosse qualquer um dos dois teria os matado na hora, mas quando o assunto é divindades, a morte é uma palavra sem significado.

Koi corta a corda com apenas um dedo, pousado no chão enquanto rapidamente estende a palma da mão direita em direção a figura sentada na cama, — Morra.

— Espere senhorita Koi! — exclama em tom de urgência Amon, abaixando o braço dela.

— Por qual motivo me paraste servo? — diz Koi com frustração e raiva na voz.

— Você não percebeu? — Amon infla seu peito, voltando a atenção completa para o garoto — Aquele garoto, por mais que você tenha sido atacada, parece ser um humano.

Mesmo com a irritação, Koi fecha os olhos tentando prestar mais atenção, para assim descobrir que a energia transpirada pela figura não é maior do que qualquer outro animal na terra, sem sombra de dúvidas, aquele garoto não é um Numen, muito menos um Deus.

— Onde está minha mãe? — diz o garoto em tom sombrio — por favor, me digam, eu preciso saber…

— E para que exatamente precisa? — questiona Amon, se colocou na frente de Koi e Yume.

— Preciso perguntar para ela… se ela gostaria de ser pendurada pelo pescoço.

Todas as cordas com nó de forca começam a se mexerem rudemente, parecendo ter um vendaval ali dentro daquele quarto fechado, para em questão de segundos o garoto ser envolto pelas cordas que prendem seus braços, pernas e seu pescoço enquanto é suspenso no ar com um sorriso.

Conseguindo ver melhor, Amon percebe que a pele do garoto está anormalmente azulada, se tornando cada vez mais assustador pelo fato do sorriso crescer mais e mais.

Ao mesmo tempo em que o garoto é puxado pelas cordas, um pequeno caderno cai da cama para o chão com suas páginas extremamente rabiscadas.

Percebendo isso, Yume age rapidamente deslizando no chão para pegar o caderno e se afastar o mais rápido possível para atrás de Amon.

— Sendo o garoto real ou não… — Amon realiza um pequeno sinal com as mãos — não vamos conseguir atingir o que está por trás disso.

— Como assim? — questiona Yume, se levantando agarrada ao caderno.

— Existem seres que são irritantes e problemáticos de se enfrentar, não apenas pelo seu poder bruto mas também pelas condições impostas no ambiente somente por sua presença — diz Koi cruzando os braços.

— Resumindo… não podemos atingi-lo efetivamente enquanto não soubermos como passar por cima de suas condições sem ferir o garoto — responde Amon, dando alguns passos para trás.

— Condições? O deus que enfrentei não tinha nada disso!

— Tu estás enganada serva, se tu venceste tal deus provavelmente inconscientemente previu as condições de tal ser e utilizou algum meio para se sobrepor — Koi vira seu olhar para Yume, estendendo o dedo indicador — sendo esse meio força bruta ou inteligência.

Yume não tinha parado para pensar, mas de fato o Kasha que enfrentou tinha uma habilidade de transpassar qualquer coisa sólida, para ela então se tornou claro que ela somente venceu tal deus porque pensou em uma forma de contornar tal habilidade.

— Como podemos descobrir as condições? — diz Yume com determinação.

— Existem várias maneiras, sendo elas força bruta, sorte ou…

Koi conclui a frase de Amon, exclamando em voz alta, — Descobrindo qual divindade está por trás disso.

Repentinamente o garoto começa a tossir, junto ao som das cordas sendo puxadas e ossos sendo quebrados, — Ah!!! Por favor parem, isso dói!

— Por hora somente podemos recuar e pensar no que fazer — Amon se vira, empurrando as duas para fora do quarto, fechando a porta com força — vamos sair daqui.

Com Amon às guiando, eles descem as escadas com o frio novamente invadindo seus pulmões e quando enfim estão próximos da saída uma voz ecoa profundamente pela casa.

— Yume… você quer ser pendurada pelo pescoço?!

— Não dê ouvidos a ele jovem — Amon abre a porta no mesmo instante, saindo para fora junto a elas.

— Mas… como ele sabe meu nome?! — questiona Yume com choque em suas feições. 

— Não sei… mas não poderia esperar menos de um deus traiçoeiro como ele aparenta ser.

— E eu tinha de fato acreditado que iria me divertir como uma verdadeira batalha de deuses, no entanto é somente um divino covarde — exclama Koi, agachando rapidamente para abraçar seus olhos com tom de birra em sua voz.

Amon força um sorriso ironizando a situação, até perceber algo no braço de Yume, — O que é isso que está levando?

— É um caderno que caiu da cama — Yume entrega para Amon rapidamente, ainda pensativa — acha que pode ter alguma pista sobre quem é, ai?

— Talvez, deixe-me dar uma olhada… — Amon desliza os dedos, folha a folha vendo cada página com cuidado — era o que eu esperava, esse é o diário que a mulher comentou, só tem nomes e mais nomes.

— Então não temos nenhuma informação?

— Espere… — Os olhos de Amon se arregalam, em seguida mostrando uma das folhas para Yume — seu nome também está nesse diário.

— Que?! Como?! 

— Talvez ele escreveu assim que entramos, mas não é o fato de seu nome estar escrito que me deixa em dúvida… mas sim do porque o meu não está — Amon volta a folhar as páginas — parando para pensar, a maioria dos nomes são femininos, mas também a uma certa quantidade masculina, isso é confuso. 

— Isso é muito trabalhoso, por mim já teria dizimado tal presença junto a casa — exclama Koi, se sentando no chão.

— Senhorita Koi, não podemos fazer isso, afinal eu…

Antes de concluir sua frase, Koi o interrompe, — Prometeu para a tal mortal que ia ajudar, eu sei disso, por isso eu sei que você vai solucionar esse problema.

Koi sorri orgulhosamente para Amon, naquele momento ele se sentiu inspirado e motivado a continuar.

— Droga… se eu ao menos não tivesse esquecido de perguntar o nome do filho dela…

Yume ouve tal lamentar, fazendo um gatilho soar em sua mente, — Isso é um diário não? deve ter alguma identificação na contra-capa.

Sem perder tempo, Amon vira o diário buscando a contracapa, conseguindo ler por fim o provável nome do garoto.

— Takeda Misashi, sétimo ano do colégio Hiori Sato, é isso que está escrito.

— Então enfim temos nosso próximo destino — Koi se ergue com um sorriso radiante.

— Nós vamos para esse tal colégio? — questiona Yume, encarando Amon.

— Claro, afinal a mulher disse que tudo mudou após o garoto sumir quando foi para o colégio, talvez é lá onde teremos nossa resposta!

【キ】【ス】【シ】【ョ】【ッ】【ト】


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