Um Tiro de Amor Brasileira

Autor(a): Inokori


Volume 1 – Arco 3

Capítulo 49: Malditos Olhos


【キ】【ス】【シ】【ョ】【ッ】【ト】

Tomaru ainda pode se lembrar de dez anos atrás, do dia em que conheceu a única pessoa que o fez sentir medo... sendo ela apenas uma pequena criança na época.

Ele já estava anos experimentando e treinando suas habilidades, mesmo magro sua força física superava qualquer Numen conhecido na época, não seria para menos afinal ele colocava seu corpo em atividades que matariam até mesmo um Numen resistente.

A aquela altura, ele podia contar nos dedos de uma mão quantas pessoas eram tão fortes quanto a si mesmo.

Tendo pensamentos revolucionários desde o início, aos poucos ele criou um pequeno grupo de Numens dos quais tinham o principal objetivo sobreviverem e crescerem em meio a sociedade humana.

Já tendo acumulado dinheiro por muitos anos, ele tem a capacidade de pagar e ajudar qualquer Numen que for preciso, talvez não apenas por motivos filantropos, mas sim porque ele via os Numens como uma raça que deveria dominar os humanos.

E para isso ele não tinha pressa, afinal tem todo o tempo do mundo, assim comprou um condomínio no distrito residente e iniciou uma empresa de segurança privada como uma cortina para seus negócios.

Então em um certo dia enquanto ele está apenas apreciando a vista na sacada de seu condomínio, um dos Numen do qual trabalha para ele se aproxima.

Hey, Tomaru! Soube o que está acontecendo no Distrito Novo? — questiona o Numen, ofegante após subir as escadas correndo.

— Distrito Novo? Eu soube que está ocorrendo ataques de alguns Numens desconhecidos no local, algo mais aconteceu? — responde Tomaru, com um sorriso estampado em seu rosto.

— Os ataques aumentaram ainda mais, os distritos vizinhos fecharam as fronteiras, será que está acontecendo algo parecido com o que houve no interior do Distrito Independente?

— Me parece algo muito chamativo para ser isso, então talvez haja um outro grupo lá tentando assumir o controle antes da gente — diz Tomaru, alongando os braços — não sei se são burros ou espertos por fazerem tanta algazarra.

Ele se afasta da mureta da sacada, descendo as escadas lentamente enquanto o Numen o acompanha, — A gente deveria fazer algo a respeito senhor?

— Esperar, somente isso basta, não quero me envolver com algo que pode fracassar a qualquer momento — Tomaru suspira — além disso, estarei ocupado hoje, soube de uma represa abandonada ao sul daqui que pode abrigar alguns Numens.

Entrando no carro em sua garagem, ele dirige sozinho após de se despedir de seus funcionários, rumo a tal represa abandonada, mesmo para aquela época já era bem comum o constante abandono de residências e empresas privadas por motivos desconhecidos.

Para evitar que alguém perceba, Tomaru estaciona seu carros a algumas quadras da represa para fazer o restante do caminha a pé.

Havia uma bela praça com grama e flores no caminho, mesmo sendo pequeno a pequena praça tem um parquinho onde crianças brincam gargalhando em felicidade.

Foi então nesse momento em que uma pequena bola de vinil para bem a sua frente quicando de trás de uma das arvores, curioso Tomaru se curva pegando ela com a mão, sorrindo vendo tal brinquedo frágil.

— Senhor... isso é meu, devolva. — diz uma voz fofa de criança.

Tomaru arrega-la seus olhos pois nem ao menos sentiu a presença de alguém se aproximando, mas logo suspira olhando para baixo vendo uma pequena garotinha de cabelos pretos amarrados em uma trança com um pequeno sorriso.

— Oh, então isso é seu garotinha? — Tomaru gargalha, voltando a atenção para a bola de vinil — você deveria ter mais cuidado com seus brinquedos, não acha?

— E você não deveria pegar algo que não te pertence, eu não te dei a permissão — diz a garota com confiança em sua voz.

Incrédulo da resposta que recebeu, ele cerra os punhos irritado, — Malditas crianças humanas, acha mesmo que pode falar com alguém mais velho assim?!

— Acho que você não entendeu...

Tomaru abaixa sua visão novamente, dando de cara com os olhos negros como o espaço o encarando profundamente.

— Essa bola me pertence, não estou pedindo para que devolva, é uma ordem — Os olhos dela se afundam cada vez mais contra Tomaru.

Ele sente pouco a pouco seus batimentos batendo lentamente, tudo sua volta parece devagar e sua respiração se tornando desconexa quase hiperventilando.

— Droga que merda é essa? O que há de errado com essa criança?! — diz com a voz tremula, sua fala parece mais lenta e baixa do que o comum — o que há de errado com esses olhos?!!

Tentando se afastar suas pernas falham, o fazendo cair sentado no chão, derrubando a bola do qual segurava.

A garotinha pega a bola novamente, fechando os olhos com um sorriso maior em seu rosto, passando por Tomaru.

— Muito obrigada por devolver, espero que tenha entendido que é feio pegar algo que não é seu, até mais!

Ele continua paralisado vidrado em uma direção, mordendo os lábios com força enquanto treme, — Esses...

【キ】【ス】【シ】【ョ】【ッ】【ト】

— Malditos olhos! — exclama Tomaru, fazendo uma explosão de energia a sua volta criar uma onda de ventos que fazem os cabelos de ambos balançarem freneticamente.

O brilho de tamanha aura ilumina todas as janelas do quarteirão inteiro, uma luz tão forte que fazia os raios de sol se deturbarem na região do qual ele está, Tomaru já não ligava mais em ser discreto, agora seu único objetivo é exterminar aquela garota.

— Ora... parece que eu fiz você lembrar algo que não queria — diz Oinari gargalhando brevemente.

— Esse maldito olhar me fez tremer de medo anos atrás, eu odeio ele, mas odeio ainda mais eu mesmo por ter medo deles! — O rosto de Tomaru se ofusca com a luz criada — mas agora, eu não tenho mais medo!!!

Um amontoado de braços parte para cima de Tomaru tentando o prender, mas são desfeitos rapidamente apenas com o contato de sua energia, para em seguida pisar no chão com força destruindo tudo ao redor, obrigando a Oinari pousar em um dos braços restantes enquanto se afasta.

No entanto Tomaru não perde tempo e salta contra ela, somente a pressão dos desvios e o impacto dos golpes faz o concreto rachar, em um simples confronto todo um quarteirão agora está sendo destruída.

 

Já distante de todo o caos, Yume somente ouve os gritos e os sons dos golpes, para proteger os Numens sobreviventes dos ataques ela criou uma barreira de água em volta de todos, funcionando como um escudo perfeito para quando o condomínio foi destruído com o Bakemono de Oinari.

— Todos estão bem? — exclama ela, olhando para os feridos.

Após receber uma resposta positiva da maioria, um alívio percorre seu corpo, mas sua atenção  para o combate que ainda ocorre permanece, então com todo cuidado ela abre uma saída de sua barreira, mandando todos os sobreviventes correrem para a direção oposta do combate.

— Agora faz sentido o que Aoi havia dito... esse é um verdadeiro combate entre Numens poderosos... droga estou com medo...

A fuga dos Numens sobreviventes não seria em melhor hora, já que em poucos segundos outro feixe de luz disparado por Tomaru destruí a parte restante de seu próprio condomínio.

Tomaru já não falava mais, de dentro de sua boca, olhos e até mesmo ouvidos emana a mesma luz dourada continua, enfim ele começo a fechar os punhos mirando de baixo para cima contra Oinari, preparando seu maior golpe.

— Muito bem velhote você é realmente muito resistente... então vou te mostrar um poder que não será capaz de resistir — exclama Oinari, movendo seus dedos lentamente fazendo um sinal.

A aura de ambos se condensa um contra o outro, Tomaru mira os punhos com uma energia jamais vista contra ela, e Oinari estica seu dedo médio apontando diretamente a ele.

Ougon No Sennin Kuzureru!!!

Kix No Seiza Choushinhoshi!!!

Dos punhos de Tomaru, a forma de energia dourada se torna palpável, criando não somente um raio de poder gigantesco, mas também cobre uma área gigantesca que ilumina tudo fazendo qualquer coisa perder sua forma enquanto não somente destrói, mas evapora qualquer coisa que atinge como uma bomba nuclear em forma de pessoa, disparando sem menor pudor contra seu alvo.

Em contrapartida, do dedo médio de Oinari um pequeno círculo negro se forma, girando em seu dedo para em seguida ser disparado como uma bola de ping-pong na direção do raio de Tomaru.

Ao se chocarem, é praticamente impossível uma pequena bola de energia negra parar tremendo ataque, mas para um Numen nada é impossível, assim toda a energia dourada ao bater contra a pequena bola se espalha em várias direções, como se repelisse o ataque poderoso de Tomaru.

Além de transformar o que antes é amarelo vibrante em um obscuro violenta rebatendo por todos os lados.

Mesmo a diferença de aura, a pequena bola vem em sua direção passando por dentro do raio dele mirando certeiro contra o peito de Tomaru.

Mas por pouco ele incrédulo, desvia seu ombro movendo levemente para trás fazendo toda sua energia se cessar e a pequena bola negra passar por ele em alta velocidade.

Ofegante ele viu seu maior poder ser repelido com alto tão pequeno, mas sua força ainda aumenta a cada instante, — Você errou! — exclama Tomaru, voltando a encarar ela.

— Tem certeza? — diz Oinari calmamente, fechando os olhos com um sorriso irônico.

Todos os músculos de Tomaru travam com as falas dela, ele vira brevemente sua cabeça olhando para trás, enfim percebendo que a intenção de sua oponente nunca foi acertá-lo diretamente.

Pois o que há em suas costas é um gigante círculo similar a um buraco negro massivo que de pouco em pouco faz Tomaru perceber uma força descomunal o puxando para contra esse poder.

Aquele buraco negro agora suga o que resta do ambiente, fazendo Tomaru afundar ambos os braços contra o chão tentando se segurar.

— O que é isso?! — grita Tomaru em desespero.

— Ainda não percebeu? Esse é o poder do qual não pode resistir, uma supernova que acaba de explodir.

Mesmo com toda sua força, ele é sugado contra o buraco negro, fazendo seu corpo se contorcer e afinar a medida do qual se aproxima, transformando sua forma em algo incompreensivo se tornando parte daquele círculo obscuro.

Oinari enfim desce ao chão, com uma área de campo de futebol toda vazia pelo poder de Tomaru, nem mesmo poeira sobrou.

Ela move novamente seu dedo e o buraco negro se fecha após alguns segundos, cuspindo o corpo de Tomaru novamente para fora que cai no chão sem conseguir mexer um musculo.

Se aproximando lentamente, Oinari pisa no rosto dele caído com força, — O que foi Numen Imortal? Me diga conseguiu ficar mais forte? —, ela pisa novamente no rosto dele com ainda mais força.

Tomaru ainda respira por maior que seja a dificuldade, sua consciência está vazia, mas Oinari sabe que ele a ouve.

— Vamos, me diga quantas vezes você morreu, vamos! Você consegue lembrar? — Ela chuta outra vez o rosto dele — me responda!

— Eu... não...sei...

— Como assim você não sabe?! — Oinari ergue novamente seus joelhos para dar outro chute, mas excita ao ouvir o som de hélices de um helicóptero se aproximando a distância.

Ela se afasta do corpo dele, respirando profundamente, voltando a falar.

— Eu realmente iria te matar, mas acho que pensei em algo melhor, confesso que vou ficar curiosa em saber o que a segurança publica e os abutres vão fazer com você — diz Oinari, começando a se afastar ainda mais — tenho que agradecer o Aoi por ter me entregue onde estava, mas não se esqueça velhote... Jamais encoste novamente em algo que me pertence!

Ela caminha para fora de toda a zona destruída sem se preocupar, dando o fim a tal batalha, quando enfim os abutres chegaram viram toda a destruição e somente o corpo de um Numen caída no chão.

Da batalha oito humanos foram feridos a quilômetros de distância e se houve alguma morte, é impossível dizer pois a região toda se tornou pó.

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