Volume 1 – Arco 3
Capítulo 42: Um Verdadeiro Monstro
【キ】【ス】【シ】【ョ】【ッ】【ト】
“Esse cara é realmente um humano?!”, questiona Erisu encarando a transformação de seu adversário bem a sua frente.
A armadura negra está completa em Daidairo, seus cabelos ruivos lambidos para o lado agora estão arrepiados e uma máscara estranha se forma em seu rosto, de alguma forma a presença daquela pessoa não é mais a mesma para Erisu.
Sem ao menos ter tempo suficiente para raciocinar, com uma velocidade irreconhecível, Daidairo parte para cima estando frente a seu alvo em poucos milésimos, o acertando com um soco direto no rosto.
Erisu sente o osso de sua mandíbula se quebrar com o impacto, sendo impulsionado com extrema força o fazendo bater contra paredes e vigas de ferro no caminho, até cair novamente contra o chão.
Impressionado com o golpe, Erisu novamente não percebe Daidairo bem ao seu lado, brandindo suas correntes fazendo um corte em duas direções no peito de Erisu, que sente a corrente elétrica percorrer seu corpo fazendo seu sangue espirrar ainda mais de seu torso.
Com raiva, ele afunda seu Bakemono contra o chão, o oferecendo um apoio para não cair novamente, em seguida segura o cabo de ambas foice, tentando puxar seu inimigo em sua direção.
Porém Daidairo aperta as correntes com força, a energizando repentinamente, eletrocutando Erisu por completo o paralisando por alguns instantes, aproveitando o momento para uma arrancada brusca contra ele o atingindo com uma cabeçada em seu rosto.
O nariz de Erisu se quebra, mas de alguma forma a dor faz Erisu voltar a si, mordendo seu próprio lábio para em seguida devolver o golpe com um gancho certeiro no queixo de Daidairo.
Mas nada ocorreu, é como se ele tivesse golpeado um tanque de guerra que nem ao menos se moveu com o golpe.
Daidairo em contrapartida, afunda a lâmina da foice de sua mão direita no ombro de Erisu profundamente, enquanto aproveita o movimento e acerta o rosto dele com três socos certeiros, movendo sua foice da mão esquerda em seguida contra sua coxa, rasgando ela por completo.
Fazendo Erisu cair com um dos joelhos sobre o chão, mesmo mantendo a consciência ele vê tudo a sua volta embaçado, os olhos de Daidairo a cada segundo com a tal armadura se tornam mais profundos e sem vida.
“Se continuar assim eu vou morrer, que droga... o que eu faço?”, pensa Erisu, percebendo enfim algo que poderia o salvá-lo, os fracos em sua armadura se enchem cada vez mais de sangue a cada momento que passa.
É apenas uma aposta, porém não há outra alternativa, então aproveitando sua posição, Erisu agarra uma das pernas de Daidairo, girando com ela para o lado torcendo a perna ao mesmo tempo que desequilibrava seu alvo.
Em seguida Erisu empurra a perna para cima, impulsionando Daidairo para o alto, cristalizando seu Bakemono e disparando a queima roupa com ele caindo.
Mesmo não sendo efetivo, Daidairo se viu obrigado se impulsionar ainda mais pra trás, para que não caísse de costas ao chão, então encara Erisu com raiva, enfim reparando um sorriso no rosto dele mesmo encharcado de sangue.
— Eu não sei o que, mas com certeza vai acontecer algo se eu continuar! — exclama Erisu, apontando seu dedo indicador até um dos tubos de vidro que acabara de acertar.
Um dos cristais foi certeiro e agora ao invés de sair o sangue como estava ocorrendo antes, um líquido negro e espesso espirra o buraco em sua armadura.
Daidairo observa sem nenhuma expressão, voltando a atenção para Erisu como se nada tivesse acontecido, balançando ambas as correntes as fazendo girar em torno de si criando um vórtex de vento com o movimento das foices.
Como consequência toda a área que suas correntes alcançam é atingido com cortes limpos, Erisu ergue seus braços e seu Bakemono bloqueando alguns ataques, porém outros cortes passam por sua defesa, criando mais e mais feridas abertas em seu corpo.
— Vai ficar girando essa merda?! Pois saiba que eu também posso girar! — exclama Erisu irritado.
— Cala a boca!!! — responde Daidairo com outro grito.
Seu Bakemono cobre seu braço cristalizando ao mesmo tempo, atacando as foices de baixo para cima as empurrando para o alto fazendo elas vibrarem.
Com a abertura evidente parte para cima de seu adversário, Daidairo percebendo que ele já havia tentado fazer o mesmo movimento tempos atrás, bufa em desaprovação, usando o peso de seu corpo para puxar novamente suas correntes as fazendo cair com extremo peso contra o chão, esperando acertar o Numen a sua frente.
No entanto, dessa vez algo diferente ocorreu, o Bakemono de Erisu volta a ficar nebuloso parecendo aumentar a velocidade dele que desvia do impacto no meio das duas correntes que quebram o chão erguendo poeira e pedra no caminho.
Sem estar vendo seu adversário, Daidairo não percebe Erisu saltando logo atrás dele, disparando novamente cristais, dessa vez atingindo dois tubos de vidro que liberam o líquido negro novamente.
— Agora só falta um seu merdinha!
Sem parecer reparar no que Erisu fez, Daidairo utiliza seu cotovelo como apoio com uma força contraria a corrente, fazendo ela voltar com ainda mais velocidade para trás dele, atingindo os braços de Erisu novamente que é jogado levemente para trás.
— Merda... me diga humano, ou seja, lá o que for, porque está tão bravinho?! — questiona Erisu, segurando o cabo da foice que o atingiu.
— Vocês são realmente demônios sujos... invadem e matam todos a sua volta, inocentes e companheiros de trabalho e depois perguntam o motivo de nossa ira? — diz Daidairo, abaixando levemente a cabeça.
— Você acha que eu fico feliz em saber disso?! Acorda para vida humano de merda, todos ali já estavam preparados se um dia acontecesse isso, afinal é o trabalho de vocês.
Daidairo aperta as correntes de seu braços em pura raiva, — Poderíamos realmente estar preparados..., mas famílias e os amigos de todos que morreram não estavam, você não sente um pingo de remorso em pensar que você tirou a vida de uma pessoa importante para alguém?!
Uma dor de cabeça atinge Erisu por alguns instantes, como se algo dentro de sua mente quisesse sair, uma constante voz que ecoa por sua mente, uma lembrança de algo que aconteceu em seu passado, “Eu amo garotos egoístas como você”.
— Talvez eu realmente não sinta — diz Erisu calmamente, levando a mão até seu olho direito — acho que sou egoísta demais para me importar com gente que não conheço.
— Ainda admite... então realmente Numens não sabem o que é empatia, com as mãos cheias de sangue de pessoas inocentes você não sente mais nada! Quantas pessoas matou demônio? — exclama Daidairo andando em direção a Erisu lentamente.
— Isso faz diferença? A responsabilidade de quem matou um é a mesma de quem matou muitos — Erisu ergue seu queixo encarando ele frente a frente — mas se quer mesmo saber, eu matei uma pessoa e me arrependo eternamente disso e pode ter certeza, essa pessoa não era um humano.
Daidairo sem se importar puxa sua foice novamente das mãos de Erisu, — Então vou exorcizar sua alma demoníaca para que não se arrependa mais, seu desgraçado.
Ambos correm novamente um contra o outro, mesmo com sua mente confusa, Erisu ainda assim é mais rápido aproveitando o momento para quebrar o último frasco de vidro em um golpe simples.
Mas diferente do que esperava, Daidairo não parou e moveu duas foices em um movimente preciso atingindo ambos ouvidos de Erisu o fazendo gritar de dor extrema.
Sem perder tempo, Daidairo retira as lâmina dos ouvidos dele e brande contra seu abdômen, cortando como manteiga sua barriga fora a fora fazendo os órgãos de Erisu caírem.
Por fim, Daidairo puxa a foice direita cortando ambos os olhos dele em um corte limpo e preciso, o fazendo cair de joelhos derrotado, sem enxergar, ouvir e sua vida se esvaindo lentamente.
Daidairo para o encarando enquanto esperneia de dor, — Gostaria que ao menos pudesse me ouvir enquanto te mato finalmente, mas não quero correr o risco de bobear dessa sabendo que você é o desgraçado das Asas do Diabo.
Ele limpa as foices com sangue, segurando em seguida os cabelos dele enquanto estica o outro braço para cortar a cabeça de Erisu.
— Mesmo quase morto continuou mentindo sobre ter matado somente uma pessoa, você não presta maldito, todas da sua raça hoje vão pagar!
Enfim ele move seu braço contra Erisu com extrema força e o som de carne se rasgando se ouve no local.
Porém o som não veio de Erisu, mas sim de Daidairo que sente seu braço falhando e largando a foice de sua mão direita.
Confuso ele solta os cabelos de seu adversário, dando alguns passos pra trás, para novamente ouvir outro som de seus músculos estourando e rasgando por dentro da armadura, vindo de suas costas, pernas e braços.
Daidairo sabe que tem algo de errado, mas não sente dor alguma, ele somente quer concluir sua missão antes que não consiga mais se mover, ele tenta novamente se aproximar de Erisu, mas o som conjunto de sua carne e ossos se rompendo se torna ainda mais.
Suas pernas começam a falhar, mas ele se firma ainda mais no chão se permanecendo em pé frente ao Numen que grita em dor.
Com os gritos, Nohi passa pelo buraco criado pela batalha de ambos, vendo tal cena, preocupada ela corre em direção deles.
Mas diferente do que faria antigamente, ela não se importa com Numen a frente, mas sim coloca as mãos nos ombros de Daidairo o encarando preocupada.
— Daidairo?! Você está bem o que houve? — exclama em urgência.
Foi então que ela percebe os olhos de Daidairo, que não estão profundos ou sem luz, mas sim completamente brancos.
Pensando o pior, ela leva seu ouvido até o peito de seu parceiro, ouvindo bem baixo seu batimento cardíaco parando pouco a pouco.
Ela olha para trás vendo o Numen que ele acabará de enfrentar se arrastando no chão tentando fugir.
Com um olhar de desaprovação, ela não quer ir atrás do Numen, Nohi sabe que se continuar seu parceiro irá morrer em poucos minutos.
Ela coloca as mãos no rosto de Daidairo, com um nó se formando em sua garganta.
— Daidairo... que tipo de monstro você se tornou?
【キ】【ス】【シ】【ョ】【ッ】【ト】
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