Volume 1 – Arco 3
Capítulo 41: A Revanche
【キ】【ス】【シ】【ョ】【ッ】【ト】
— Então esse é o lugar... — diz Yume do alto de um prédio cercada por outros Numens.
Já se passou um mês após a última conversa com Erisu e de suas promessas feitas no terraço do esconderijo, aquele é o grande momento, o dia em que toda essa guerra poderá terminar se obterem o êxito em destruir por completo a fábricação das armas que ferem deuses.
— Já era hora, não aguento mais olhar para a cara daquele velho desgraçado — exclama Erisu, bocejando logo em seguida — quantos Numens será que estão aqui?
— Segundo com o que Aoi disse, todos que o Tomaru tinha disponível.
— Nem me fala do Aoi, eu odeio ele também, mas não consigo saber o porquê.
Yume solta uma breve gargalhada, apontando diretamente para trás de Erisu, — Ele está bem trás de você.
— Ora, eu achei que nos dois fossemos amigos querido — exclama Aoi, abraçando ele de lado.
— Me solta! Você não ouviu?! Eu acabei de dizer que te odeio!
— Eu sei que você fala isso apenas da boca pra fora.
— Me erra!
— Aoi, se tivermos problemas lá, o que vamos fazer? — questiona Yume, não tirando os olhos do local indicado.
— Bem... se encontrarmos alguém perigosos o suficiente, você ficará encarregada de lidar com ele pequena Yume — responde Aoi, se afastando de Erisu cruzando os braços.
— Ei, por que ela?!
— Hum... talvez porque ela seja a única forte o bastante para isso, talvez muito mais poderosa do que você e eu Erisu — responde Aoi com convicção, se afastando até a frente do grupo de Numens.
Tal informação surpreende Erisu, ao menos ele não lembrava que Yume seria tão forte a esse nível, de todo modo ele apenas ficou em silêncio enquanto observava ela se preparando para tal ato.
O local em questão é uma grande fabrica abandonada de remédios, um lugar privado do qual está no nome da família Kudowara a cerca de quinze anos.
Com apenas um sinal de mãos, Aoi comanda o grupo de Numens com toda força e urgência até a fábrica, invadindo assim por todos os lados, portas de saídas, janelas e até mesmo pelo teto.
Podia haver de tudo ali dentro, desde seguranças fortemente armados á cientistas loucos fanáticos para exorcizar cada vez mais Numens, porém o que os esperava lá dentro é somente o vazio do silêncio e o nada.
A poeira sobe com o movimentar de todos lá dentro, com toda certeza a fábrica não era limpa ou usada durante anos, afinal musgo e fungos crescem nas paredes.
Então quando todo o grupo está reunido no centro, um som de palmas ecoa por toda a fábrica, com a fraca luz da lua iluminando tal lugar.
Frente as escadas do segunda andar, está um homem que usa uma máscara médica que os observa com seus olhos profundos.
— Parece que o Xin realmente estava certo sobre aqui ser o primeiro lugar do ataque... — diz Kaguya gesticulando com as mãos.
— O que é isso? só tem um humano aqui! — diz um dos Numens irritado.
— Que perda de tempo, vamos matá-lo e ir embora — exclama outro Numen, caminhando em direção a tal humano.
— Eu gostaria de exorcizar todos sozinhos, mas... não me permitiram fazer tal ato, sorte de vocês — Kaguya levanta uma das mãos — no entanto, espero que entendam... isso não é um confronto, é uma massacre.
Ao terminar de dizer tais palavras, o som de armas sendo engatilhadas em conjunto é ouvido por todos os lados, revelando enfim centenas de homens armas apontando rifles de alta precisão.
Não há um único ponto cego ou saída mais, todos os lados estão bloqueados por soldados que nem ao menos tremem enquanto seguram o gatilho.
— Droga! Estamos cercados, sorte a nossa que são apenas armas comuns — exclama um Numen com uma expressão de medo.
— Eu não teria tanta certeza... — Kaguya balança seu dedo indicador — as armas são humanas, mas as balas foram feitas especialmente para vocês.
Yume cerra os punhos tentando pensar em algo, — Aoi, o que vamos fazer?
Ao questionar ela não obtém resposta algum, não conseguindo ver ele em lugar nenhum, Erisu está ao seu lado e sabia o que exatamente aconteceu.
Aoi fugiu e os abandonou, — Merda! — sussurra Erisu com raiva.
— Se realmente esperam que a gente vá cooperar com vocês humanos de merda, estão completamente enganados! — grita o Numen a frente de todos.
— Cooperar? Não precisamos disso, eu já disse que isso é uma massacre.
Com um simples sinal de dedos de Kaguya, todos os soldados disparam a sangue frio em direção as dezenas de Numens parados ao centro, que tentam fugir ou se defenderem sem sucesso algum.
Percebendo a situação, corre para debaixo das escadarias tentando fugir dos tiros, mas para sua surpresa, algo espera por ele, que rapidamente o atinge no braço com uma pequena foice de mão que faz o corpo de Erisu tremer com a eletricidade passando por seu corpo.
— Droga! — grita Erisu caindo ao chão com o sangue do corte escorrendo pelo seu braço.
Ao voltar a seu foco, ele observa a direção do ataque, vendo a figura familiar que enfrentou na invasão do distrito zero.
— Nos encontramos novamente Numen, mas dessa vez será a última — diz Daidairo calmamente, limpando o sangue de sua lâmina.
Em suas mãos estão duas pequenas foices energizadas que brilham até mesmo no escuro, porém o que mais chama atenção era uma espécie de couraça com tubos de vidro espalhados em pontos específicos de seu corpo.
— Como está aqui depois de todos aqueles ferimentos? — questiona Erisu se levantando.
— Vocês Numens não são os únicos que conseguem se curar facilmente.
— Você é um completo imbecil, não irei pegar leve dessa vez — exclama Erisu, correndo em uma arrancada em direção a ele.
No entanto, logo suas pupilas se dilatam, ao perceber as pequenas foices de mão caindo sobre o chão sendo seguradas por correntes que emanam um brilho ciano.
Com o estalar dos ferros que prendem a foice, um vulto passa pelo seu lado como um chicote, Erisu somente percebe o vulto, sendo impossível de desviando sobrando apenas a alternativa de bloquear o tal ataque veloz com os ombros.
Quando enfim a corrento o atinge, seu ombro queima como brasa, sendo lançado com o impacto contra a parede de tijolos da fábrica, abrindo um rombo na construção.
O sangue do corte em seu braço não para, com isso somente aumenta ainda mais a dor de Erisu, que mesmo com o golpe se levanta rapidamente sentindo algo de errado com seus sentidos.
Sem nem dar tempo para um descanso, Daidairo o segue girando as correntes em torno de seu braço, cortando tudo o que estiver na frente de suas lâminas, brandindo outra vez a corrente contra Erisu ainda caído.
Que gira em resposta para o lado desviando no último segundo, ficando agachado voltando ao seu foco total.
Erisu podia ter certeza de que algo mudou naquele humano, sua força aumentou drasticamente em um curto período.
— Diaburu!!!
O Bakemono de Erisu se ativa de imediato, girando sua asa contra as correntes em sua direção as impulsionando para cima com a força do vento.
Acreditando ter uma abertura, Erisu percorre em linha reta tentando o atingir com um golpe limpo.
Porém não foi isso o que aconteceu, afinal Daidairo segura as correntes com ainda mais força, usando o peso de seu corpo como contrapeso, fazendo as correntes voltarem com tudo perfurando as costas de Erisu com as duas lâminas.
Erisu grita de dor, percebendo as foices cravadas em sua escapula e com um movimentar das mãos de Daidairo a corrente contorna o corpo dele, amarrando os braços contra seu torço.
— Morra Numen maldito!!! — grita com toda raiva dentro de si.
Com uma força desumana, Daidairo puxa a corrente começando a girar em seu próprio eixo, fazendo Erisu como consequência bater contra todas vigas e paredes ao redor.
Agora um pulsar de sangue vaza pela cabeça de Erisu, que quase perdendo a consciência começa a cristalizar seu Bakemono disparando como única opção contra seu oponente o atingindo na costela, o obrigando a parar.
Ao se chocar no chão, ele descobriu que é impossível quebrar as correntes com sua força normal, tendo que se soltar utilizando seu Bakemono enquanto se afasta da área das correntes.
Daidairo retira o cristal carmesim de seu corpo, impressionado com o fato, — Eu não sabia que podia fazer isso...
— É humano, você não é o único que tem cartas na manga, mas agora saiba que eu estou puto da cara contigo desgraçado!
O Bakemono de Erisu volta a sua forma original, cobrindo o braço de Erisu que corre com raiva tentando ao máximo manter distância das correntes.
Daidairo enquanto isso puxa suas foices de volta as suas mãos para em seguida tentar revidar a investida do Numen com um ataque de cima para baixo.
Mas dessa vez Erisu foi certeiro, atingindo a garganta de seu alvo com um soco direto, o fazendo se afastar levemente, para em seguida distribuir uma sequência de três socos com ambos os braços no rosto de Daidairo.
Em resposta, ele ergue seus braços protegendo seu rosto, deixando a parte de baixo desprotegida, fazendo Erisu aproveitar do momento para saltar e dar um chute direto na costa do qual seu disparo tinha atingido, empurrando enfim Daidairo contra uma viga de ferro.
— Você realmente tem muita força, mas de nada adianta se não sabe lutar! — Erisu estala seu pescoço, um pouco ofegante.
— Eu esperava mais...
— O que?
— Eu esperava mais de você, quando descobrir que era o terrível assassino que assombra o mundo, mas parece que o Asas do Diabo realmente não era grande coisa — diz Daidairo calmamente, se afastando da viga de metal do qual foi jogado.
— Você está apanhando e mesmo assim continua convencido? — exclama Erisu gargalhando.
— O único convencido aqui é você Numen — Daidairo retira a parte de cima de sua couraça, revelando uma espécie de botão em seu peito.
Erisu não tinha nem ideia do que é aquela coisa, mas podia sentir um mal pressentimento vindo de tal botão.
— Duvido que diga isso depois que eu te pôr pra dormir novamente — Erisu entra em posição defensiva — e eu não sou um assassino!
— Como queira.
Daidairo bate no botão em seu peito com força, com um intenso zumbindo atingindo os ouvidos de Erisu, o brilho ciano agora aumenta ainda mais.
Os tubos de vidro se enchem de sangue a volta de se corpo e uma estranha casca negra começa a se formar na pele de Daidairo como uma armadura completa, os gritos de dor dele assustam Erisu, vendo tal coisas impensável.
“Seja lá o que for, isso parece o Bakemono do gorducho... droga isso vai me dar dor de cabeça”, pensa Erisu, focado.
A cada segundo que aquela armadura se forma, os cabelos ruivos de Daidairo se arrepiam com uma corrente elétrica cobrindo seu corpo por inteiro, sobrando apenas a parte de seus olhos como o único resquício de sua antiga pele.
— Você me colocou uma dúvida quando invadiu e matou inocentes... agora vou te dar a resposta demônio!
【キ】【ス】【シ】【ョ】【ッ】【ト】
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