Um Tiro de Amor Brasileira

Autor(a): Inokori


Volume 1 – Arco 3

Capítulo 37: O Destino Que Foi Traçado


【キ】【ス】【シ】【ョ】【ッ】【ト】

Três dias após a invasão sentada sobre sua cama, Nohi levanta seus joelhos os abraçando com um olhar tremulo, ela pode sentir um nó formando em sua garganta à medida que as horas se passam.

Ela quer chorar, no entanto, nem uma lagrima escorre, ela quer dizer algo, mas suas palavras não saem, um ciclo tortuoso do qual se encontra e não consegue sair.

Em meio a seu silencio, um respirar pesado chama a sua atenção vindo de baixo da cama. Ao virar seu olhar e percebe seu pequeno cãozinho com as orelhas baixas, quase como se sentisse a mesma coisa que ela.

— É você Toquio, tá tudo bem vai brincar com sua bolinha...

Seu cãozinho, no entanto, permanece a sua frente erguendo a sua pequena patinha em direção a cama.

— Tudo, acho que também preciso de um abraço — diz Nohi, que suspira enquanto se curva pegando seu cachorrinho para abraçar em cima da cama.

Toquio encontra uma posição confortável no colo de sua dona, fazendo o máximo para que ela se sinta ao menos um pouco melhor.

Ei Toquio... você acha que pessoas idiotas não deveriam existir? — questiona Nohi, apertando mais seu abraço — Eu acho que todos deveriam sumir.

Ele em meio a suas palavras somente tomba a cabeça em dúvida olhando para sua dona.

— Eles são difíceis de se entenderem, são cabeça dura ao ponto de tomarem decisões sem perguntarem aos outros — Nohi olha para o teto respirando fundo — acho que isso é como se fosse um sistema de defesa deles, por isso pessoas idiotas não deveriam existir.

Toquio late chamando a atenção dela para rapidamente lamber seu nariz rapidamente, mesmo sem entender ele continua se esforçando.

Haha! Toquio você está molhando meu rosto — Nohi solta seu cão o deixando em cima da cama, enquanto limpa seu rosto.

Ela cruza suas pernas, retirando a pequena foto de sua carteira para em seguida curvando suas costas enquanto segura seus pés olhando para baixo.

— Idiotas não deveriam sumir, afinal... eu sou a maior idiota desse mundo.

【キ】【ス】【シ】【ョ】【ッ】【ト】

Em sua lembrança, memorias de uma época afloram a sua mente, quase como um rebobinar de um filme, os momentos do período daquela simples fotografia se tornam evidentes.

Nohi havia acabado de entrar no curso preparatório da segurança pública, tempos após a morte de seu querido avô.

Seria e isolada, Nohi se permaneceu cem porcento focada no início do período, porém algo mudaria quando seu parceiro de curso foi selecionado.

Seu nome é Kon, ele tinha cabelos pretos e bagunçados vivendo sempre com um grande sorriso bobo para todo mundo, não seria diferente para Nohi que desde o primeiro momento o julga como estranho.

Em seu primeiro contato, Kon arrasta sua carteira automaticamente para o lado dela ao ouvir o nome de Nohi como sua dupla.

— Parece que vamos ser duplas, bate aqui! — Kon gargalha estendendo a palma de sua mão para ela esperando um High-Five.

Nohi permanece imóvel olhando para frente em silencio, fazendo ele lentamente abaixar a mão envergonhado.

— Você não é de falar muito né?

— Escute, eu estou determinada em me tornar a melhor desse curso e vou derrubar qualquer um que esteja a minha frente — Nohi o encara com olhar de determinação — então não me atrapalhe.

Kon fica sem graça coçando seu rosto para em seguida suspirar devolvendo com um grande sorriso, — Tudo bem, eu vou te ajudar nisso! Eu prometo que não serei um peso para você!

Após aquele dia, Kon durante todos os testes a seguir agiu como um suporte para Nohi que a cada dia que passava tinha seu nome conhecido por todo distrito zero como um grande prodígio.

Nas semanas seguintes, Nohi permanecia fechada enquanto Kon é o estudante palhaço engraçado da turma, o fato que á fazia distanciar nos tempos de intervalo e pausas dele.

Até que um dia enquanto ela está no terraço do QG da segurança publica em seu momento de descanso, Kon aparece gargalhando a sua procura.

Oh! Te encontrei minha incrível parceira! — exclama se aproximando dela.

— O que você quer?

Ei, a gente se conhece a alguns meses já, não precisa agir assim sempre — Kon gargalha se encostando ao lado dela — afinal, acho que estou cumprindo certinho minha promessa.

— Por que não está com o pessoal da turma?

— O que tem de tão mal querer passar meu tempo com minha dupla? — Kon suspira olhando para a paisagem — Na verdade, eu também queria te perguntar uma coisa.

— E o que seria?

— Por que quer tanto se tornar uma inspetora?

— Não é obvio? Para proteger as pessoas das maldições que nos assombram.

— Não, não, isso é o que os instrutores querem que digamos, eu quero seu realmente motivo.

Kon parece mais sério do que o costume enquanto fala, surpreendendo levemente Nohi que cerra os punhos.

— Eu quero me vingar — Os olhos dela se aprofundam — quero destruir a vida dos Numens que mataram meu avô.

— Eu sinto muito pelo seu avô..., mas você realmente odeia esses Numens?

— Mais que tudo.

— Você acredita que todos os Numens são iguais a esses?

— Que pergunta idiota, obvio que são! — exclama Nohi irritada o encarando.

— Entendo..., sabe eu realmente não concordo com isso, assim como nós humanos os Numens não devem ser iguais — Kon suspira, massageando sua nuca pensativo.

— Está realmente comparado esses monstros com nós? Achei que fosse idiota, mas não tanto!

Haha, eu posso ser meio burro, mas tenho minhas convicções — Kon a encara nos olhos depois de gargalhar — eles não são iguais a nós, assim como nós mesmos não somos iguais aos outros, entende?

— Que pensamento ridículo, por que está aqui então?

— Justamente para provar meu ponto, Numens ruins existem da mesma forma que deve existir Numens bons.

— Então por que nunca vimos um?

— Eu também iria ter medo, se não importando o critério fosse caçado da mesma forma que alguém ruim, alguma vez nós humanos demos chances a eles falarem?

— Onde você quer chegar nessa história? Quer que eu pare de caçar os assassinos do meu avô?

— Logico que não, eu apenas disse meus motivos para estar aqui — Kon sorri se virando para ela — mas de uma coisa eu sei, logo você vai se tornar uma inspetora grau S, ainda digo mais talvez você se torne melhor que o Senhor Kaguya.

— É o que eu espero.

— Por isso me decidi, vou ser seu braço direito em sua ascensão, vendo o rumo das coisas eu não duvido que um dia você se torne a comandante da segurança pública!

— O que? quem disse que eu quero isso?

— Bem... ninguém, mas não vejo mais nenhum tão qualificado quanto você! Quem sabe assim podemos realmente descobrir a verdade por trás dos Numens!

— E o que você ganha com isso? — questiona Nohi, descansando seu queixo em seu punho.

— Nada, mas que mal tem querer ajudar?

— Eu não preciso de sua ajuda idiota.

Kon a encara surpreso, abaixando seu olhar, para em seguida estufar o peito em determinação apontando seu dedo indicador no rosto dela, — Eu posso realmente ser idiota, mas você vai ser a maior idiota do mundo se continuar a recusar a ajuda dos outros!

Com susto Nohi dá um passo para trás surpresa com tais palavras enquanto vê ele gargalhando de sua reação.

Aqueles palavras permanecem em sua mente até hoje, como uma maldição, afinal...

Três meses após essa conversa, em uma missão do qual parecia simples, acabou sendo morto por um Numen, contrariando as ordens Kon resolveu ajudar seu alvo a escapar, acreditando em suas palavras.

Até ser traído por sua convicção, sendo ferido fatalmente pelo próprio Numen que ajudou, o fazendo fugir dos inspetores.

Dias depois foi descoberto sua localização e tal Numen foi exorcizado, mas agora já era tarde pois não havia mais nada a ser feito em relação a Kon.

Restando somente lembranças de sua pessoa na associação, nos dias seguintes Nohi ganhou outros parceiros que inevitavelmente sofreram o mesmo destino de diferentes formas, até sua formatura como a única pessoa viva de sua turma.

Restando somente uma pequena fotografia da pessoa que jurou ajudá-la.

Uma pequena gota de lagrima molha a cama do qual está sentada, Nohi enfim está chorando com suas lembranças.

— Kon seu idiota... você não cumpriu sua promessa, você se tornou um dos maiores pesos em minha memória — Ela volta a abraçar suas pernas com força — Daidairo... por favor, não seja como ele, eu lhe imploro, não morra.

Kon foi mais um daqueles que resolvem romper a linha do destino que separa o divino ao humano.

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