Um Tiro de Amor Brasileira

Autor(a): Inokori


Volume 1 – Arco 3

Capítulo 36: Invasão Ao Distrito Zero - Parte 2°


【キ】【ス】【シ】【ョ】【ッ】【ト】

Nohi está sentada na área de descanso no QG, pensativa com tudo o que ocorreu, em sua mente passa as palavras de seu parceiro, a fazendo abrir sua carteira para enfim olhar as pequenas fotos que tinha guardadas.

— Jamais vai morrer é? — Nohi dá um breve sorriso — idiota..., agora não vou conseguir esquecer você.

Ela abraça a foto, com tristeza em seu olhar, no entanto em meio a esse momento, ela ouve gritos e batidas vindas do refeitório do andar de baixo.

Nohi guarda novamente sua carteira, caminhando até o elevador para conferir o que está acontecendo, ela sabia que seu parceiro não era o único que está no QG a essas horas, afinal precisam de membros ativos caso aconteça algo de surpresa.

Ao descer do elevador despreocupada, caminha pelo corredor rumo ao refeitório, mas quando enfim chega próximo ao local, percebe algo que a assusta, no chão á sangue escorrendo vindo da mesma direção.

Rapidamente ela se encosta contra a parede, se escondendo da vista de qualquer coisa próximo a ela, enquanto caminha sorrateiramente em direção ao sangue.

Nohi então olha na divisória da parede em direção a porta do refeitório, para um arrepio percorrer sua espinha, pois a sua frente está uma figura aterrorizante, com sangue escorrendo de seus longos braços.

— Merda... merda... braços alongados, rosto inumano, não tenho dúvidas é o Numen grau de risco “A” Nosferatu — sussurra Nohi para ela mesma, em uma distância segura, pegando o tablete de seu casaco — por que e como ele está aqui? Preciso avisar o Daidairo.

Porém, ao começar a digitar em seu tablet, ela sente um respirar pesado ao seu lado, que em uma fração de segundo a faz se jogar para frente desviando quase instintivamente de um golpe que arranca metade da parede do qual estava encostada.

Seu tablet cai ao chão e ela percebe que deixou seu Necat-Deos na área de descanso no andar acima.

— Hihi, pode se esconder onde quiser humana, mas posso sentir o cheiro do seu perfume — gargalha, se aproximando com pequenos tremeliques em seu rosto.

Nohi olha ao redor com urgência sabendo que tem pouco tendo, enfim percebendo um extintor de incêndio próxima e ela, estendendo seu corpo rapidamente o pegando.

— Hihi, o que vai fazer com isso pequena coelhinha?

Ela observa o Numen com atenção com passos lentos para trás, retirando o pino do extintor discretamente, para enfim aperta o gatilho jogando com toda força que tem contra o chão, criando uma nuvem branca separando os dois.

Nohi aproveita o momento para correr novamente até o elevador, mas seu plano de distração não durou muito, ouvindo passos ágeis do Numen logo atrás dela.

Ao chegar próximo o suficiente, ela salta dando um giro no chão, apertando com pressa o botão do segundo andar.

A porta do elevador se fecha lentamente, podendo a fazer ver o terrível monstro que a persegue quase a alcançando.

Ela começa a subir para o segundo andar, suspirando em alívio, — Droga, será que o tal ataque ao Senado era só uma cortina de fumaça para atacar o nosso QG?! Isso é loucura — diz Nohi, tentando manter sua respiração.

Seu alívio no entanto dura pouco, ao sentir um pequeno tremor em seus pés, que novamente por instinto ergue seu pé direito para ver uma lâmina perfurar o chão do elevador que a atingiria em cheio.

— Merda!

O elevador parece mais pesado por alguma razão e a cada segundo que passa Nohi desvia aflita dos golpes vindos de baixo, formando uma abertura no chão que a faz ver o rosto do terrível Numen Nosferatu com um sorriso tenebroso.

Quando finalmente chega no andar, ela aperta o botão para o primeiro andar novamente, saindo antes que as portas se fechem novamente, correndo até sua arma que está em cima do sofá.

— Isso vai me dar tempo...

No exato momento em que pega sua arma, ela se vira apontando sua Necat-Deos como um rifle em direção ao elevador, mas de nada adianta, ao ouvir a tremula voz que está ao seu lado.

— Hihi... você é rápida coelhinha, mas não o suficiente.

Com apenas seus dedos, o Numen leva a mão em direção ao abdômen de Nohi, que como manteiga arranca parte de seu corpo em um simples mexer de braços, quase como um chicote.

Sangue escorre pelas pernas de Nohi, que soa frio ao perceber a diferença do Numen à sua frente dos que já tinha enfrentado.

Ela vira seu braço tentando mirar contra o rosto do Nosferatu, porém outra vez é surpreendida, vendo ele segurar seus cabelos com força afundando seu rosto contra o chão, quebrando o piso com a tremenda força do impacto.

Nohi não aparenta se mover depois de ser atingida de tal maneira, fazendo o Numen tombar a cabeça confuso.

Hum? Já se foi pequeno coelho? Vamos acorde! — exclama com raiva em sua voz, erguendo a cabeça dela para afundar ainda mais em seguida seu rosto no chão.

Irritado sem alguma reação, ele começa a bater o rosto dela contra o chão diversas vezes, quase abrindo um buraco no teto do primeiro andar.

— Que pena, essa coelha é fraca demais — ele a ergue do chão ainda a segurando pelos cabelos para ver seu rosto.

Mesmo coberto por sangue, Nosferatu arrega-la seus olhos em uma estranha surpresa ao ver o rosto dela, — espera aí...

Nohi então diferente do que ele esperava, coloca seu Necat-Deos contra o ombro do Numen, dizendo com dificuldades, — Te peguei maldito.

Assim com um flash de luz ciano, Nohi dispara uma rajada elétrica a queima roupa contra o ombro do Numen, que a solta grunhindo de dor.

Parte de seu braço também foi arrancado com o disparo enquanto Nohi cai de joelhos, tossindo sangue.

— Foi..., foi difícil encontrar uma abertura, eu senti que ia desmaiar várias vezes — exclama Nohi, firmando suas pernas para se levantar — você realmente é forte, mas estou pronta para morrer aqui e te levar para o inferno junto comigo.

Seu olhar de determinação se torna cada vez mais claro ao oponente, mas a resposta é diferente do qual ela esperava.

Ele leva a sua mão em seu ferimento gargalhando, encarando seu olhar penetrante, — Esse seu olhar, eu sabia que já tinha visto ele antes, por acaso você é filha do Jinsuke Hatano?

As pernas dela tremem ao ouvir tal nome, a fazendo dar alguns passos para trás, sentindo o sangue quente escorrer cada vez mais de seu abdômen.

— Hihi, pela sua reação já tenho a resposta, seu ferimento ainda está aberto, te dou apenas dez minutos antes de desmaiar — diz Nosferatu, se aproximando lentamente.

— C-como sabe o nome dele? — questiona Nohi, apontando a arma em direção dele novamente.

— Não é obvio? — Nosferatu ergue sua mão coberta com o sangue — fui eu que o matei! E agora irei matar sua filha!

Os braços dela falham, talvez pela perda de sangue constante, ou pela revelação do assassino de seu pai, a fazendo assim abrir sua guarda pro completo enquanto Nosferatu parte em sua direção para o golpe final.

【キ】【ス】【シ】【ョ】【ッ】【ト】

Caído ao chão, Daidairo sente a chuva o enxarcando por completo, levando seu sangue aos bueiros de escoramento de água.

A dúvida do Numen que o enfrentou impregnou sua mente, — Será que eu estive errado esse tempo todo? — questiona para si mesmo, firmando seu braços tentando se erguer com o restante de suas forças.

Em pé, ele volta cambaleando ao QG, percebendo ao chão sua arma partida ao meio, a tornando inútil, Em seguida segue o mesmo caminho do qual os Numens foram.

Minutos se passam, o cansaço em seu corpo aumenta cada vez mais, no entanto logo sua fadiga some ao ver sangue por todo o chão, ao seguir o rastro enfim ele percebe algo que marca em sua mente.

No refeitório do QG, corpos mortos e decepados com poças intermináveis de sangue por toda a volta, crescendo um enjoo em seu estomago.

Ele mal pode contar quantas pessoas perderam suas vida ali, mas com certeza passa de vinte.

Se em algum momento o Numen que o enfrentou deixou dúvidas em seu coração, todas as dúvidas agora somem, com um intenso ódio marcando sua alma, de forma tão cruel, seus parceiros estão mortos a sua frente.

Daidairo aperta suas próprias mãos as fazendo sangrar, no entanto ele sabia que não pode lamentar agora, pois ainda tem uma pessoa para proteger.

— Nohi! — grita para si mesmo, lembrando dela ter dito que estaria na área de descanso, o fazendo correr até o elevador.

Quando chega a frente do elevador, percebe um rombo imenso no chão e no teto, preocupado ele aperta o botão para o próximo andar com a aflição crescendo cada vez mais em seu peito.

Em seus pensamentos passam constantemente as frases, — Nohi, esteja bem por favor, estou chegando —.

Quando finalmente o elevador se abre, ele percebe uma das figuras que viu correndo em direção a Nohi ajoelhada no chão com olhar tremulo.

Como um único reflexo, ele fecha seus olhos, ouvindo o som de carne sendo cortada e sangue esparramando no chão.

Nohi em pleno choque, olha para sua frente gritando, — Daidairo não!!!

A sua frente está Daidairo, que usou tudo que tinha se jogando na frente dela para a proteger do golpe, sua barriga agora está um punho que o atravessou de fora a fora, o fazendo vomitar uma quantidade exorbitante de sangue.

Ao perceber isso, Nohi se jogo para esquerda apontando sua arma novamente contra o Numen, disparando de forma certeira arrancando o braço dele que está atravessando o corpo de Daidairo.

Nosferatu outra vez grunhe de dor, se afastando alguns passos para trás, — Hihi, mais um coelho se foi, só falta você.

Quando enfim ele volta a se aproximar dela, uma voz ecoa grossa ecoa no local, — Venha logo, os Abutres restantes já voltaram.

Ele bufa parando abruptamente, com um sorriso no rosto, — Nos encontraremos novamente coelhinha.

Enfim o Numen parte com uma velocidade impossível de acompanhar a olho nu.

Nohi geme em dor, não se importando com o próprio ferimento, mas sim se aproxima de Daidairo caído ao chão sem consciência.

— Daidairo por favor, você prometeu para mim, não morra!

【キ】【ス】【シ】【ョ】【ッ】【ト】


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