Um Tiro de Amor Brasileira

Autor(a): Inokori


Volume 1 – Arco 3

Capítulo 29: Operação SEIDAI


【キ】【ス】【シ】【ョ】【ッ】【ト】

— Izanagi-no-mikoto, Izanagi-no-Ōkami como quiser chamar. — diz Kaguya encarando Daidairo com seu olhar profundo.

A expressão de dúvida em seu rosto se torna evidente a todos a sua volta, no entanto Kaguya não aparenta estar disposto a responder, voltando a caminhar até ficar ao lado de seu amigo, enquanto ajeita sua gravata.

— O que isso significa? — questiona Daidairo, apertando sua arma em suas mãos.

— Significa que vocês dois são sortudos por nascerem em uma era onde Numens existem.

Nohi irritada dá dois passos a frente de seu veterano o questionando, — Como pode dizer isso Senhor Kaguya?!

— Existem criaturas piores do que os Numens inspetora Nohi, muito piores.

Ela abaixa a cabeça com o questionamento em sua mente, é algo desconfortável e inevitável dadas as palavras de seu superior.

— Bom, bom, não temos mais tempo, já que todos estão com suas Necat-Deos precisamos partir para uma reunião — diz Kaori, batendo palmas para chamar a atenção de todos.

— Que? temos uma reunião marcada?

Ora garoto, acha mesmo que viemos apenas para pegarmos suas armas? Temos uma operação ainda a realizar — responde Kaori gargalhando — Vamos marchando já alcançamos vocês, preciso ter uma palavrinha com meu parceiro.

Nohi e Daidairo saem para o lado de fora da sala, sendo recebidos por uma intensa movimentação de inspetores e guardas para todos os lados, ambos podem ouvir os comentários a respeito disso.

— Você soube? Parece que encontraram um esconderijo de Numens grande dessa vez! — diz um dos inspetores enquanto corre.

— Eu soube que o próprio Kaguya foi designado para essa operação.

Ah, então vai ser rápido dessa vez.

Os comentários do lado de fora só aumentam, já do lado de dentro, Kaori olha para seu parceiro com um sorriso de canto.

— Pega leve com eles, tem muita coisa que ainda não sabem.

— Impossível, quando realmente enfrentarem um adversário forte o suficiente não vai esperar que ele pegue leve — responde Kaguya, cruzando os braços — como membros da segurança pública, eles devem a vida deles a uma causa, creio que ao menos um deles já esteja preparado.

— Qual deles?

— Nohi Hatano, fui instrutor de campo dela, no começo acreditei que ela não seria boa o suficiente, no entanto de uma hora para outra suas ações se tornaram frias, se tornando a melhor de sua turma, talvez a melhor de seu período também.

— Oh, entendo... a Nohi com certeza tem habilidades acima de muitos do que já vi, mas lhe falta algumas coisas que são importantes para o rumo em que caminhamos.

— Concordo com o que diz, no entanto, não consigo compreender por que juntou um dos mais promissores ao lado de alguém que nunca se destacou em nada — Kaguya olha para seu amigo — Por que fez isso?

— Você viu os testes físicos dele, é muito acima da média.

— Força física não basta para a vida que pretendem trilhar.

— Talvez, mas a meu ver ele é o que falta para ela se tornar tão brilhante quanto você — responde Kaori, sorrindo enquanto caminha até a porta.

— Ele vai morrer tentando acompanhá-la.

— Isso teremos que esperar para ver.

Após alguns minutos de conversa, os dois saem da sala, por fim guiando Nohi e Daidairo até o penúltimo andar do prédio, onde uma sala de reunião os aguarda.

Sendo tão grande quanto um armazém, há um palco central com um quadro digital do tamanho de uma tela de cinema, vários inspetores já estão sentados em seus devidos lugares frente a suas mesas com suas infinidades de relatórios.

Kaori leva os dois novatos até seus lugares, se sentando ao lado deles, enquanto Kaguya desce até o palco com seriedade, vendo todos ao seu redor se erguendo de seus acentos para prestar continência.

Sem muita demora, Kaguya estende seu braço até a tela digital que em uma micro fração de segundos mostra todos os detalhes de tal operação tática.

— Ao anoitecer, recebemos diversos detalhes e informações sobre os sobreviventes do grupo de cultistas denominado SEIDAI, sem delongas conseguimos mapear a área do qual a maior parte deles foi centralizada.

Kaguya aponta para a região ao norte do distrito central, onde é localizado as profundas docas em uma zona circular, — Ao todo, é previsto mais de quinze Numens escondidos por essa área —, conclui Kaguya.

De maneira precisa todos os detalhes são passados tanto pela tela quanto para os tabletes das duplas de inspetores que estão na sala.

— Para essa operação serão convocados os seguintes membros, Inspetores Nohi e Daidairo, Kazumi e Chidoin e por fim os responsáveis pelo operação, Inspetores Mutoh e eu mesmo — Exclama Kaguya, deixando a folha de papel do qual lia em cima da mesa — o restante será responsável para encurralar os Numens somente nessa zona, estamos de acordo?

— Sim!!! — Um grito em sincronia ecoa por toda sala.

— Aqui terminamos, em suas posições, a partir de agora se inicia a Operação SEIDAI, exorcizem todos.

Em um movimento rápido todos os agentes se levantam de seus acentos caminhando para o lado de fora para realizar tal operação.

Daidairo pode ver ao seu lado a outra dupla que vai com eles para a linha de frente, Chidoin uma garota de cabelos pretos e tímida com seu parceiro Kazumi um homem careca com porte físico forte.

【キ】【ス】【シ】【ョ】【ッ】【ト】

Duas horas se passam e agora dentro de uma viatura tática estão os seis inspetores responsáveis pela operação frente as docas, o silêncio predomina todo o interior da viatura enquanto terminam de se trajarem com equipamentos de segurança.

— Inspetor Kaguya, qual é o plano? — questiona a voz fina da pequena inspetora Chidoin.

— Plano? Eu vou na frente, os que fugirem vocês vão atrás — responde Kaguya, com confiança em sua voz.

— Entendi...

Daidairo sorri um pouco com tal resposta, olhando para sua dupla finalizando de pôr seu colete, — Preparada parceira?

— Por que está sorrindo? Estamos em um momento sério, qualquer erro pode resultar em falha na operação.

Daidairo suspira, dessa vez não ficando chateado com o comentário dela, muito pelo contrário seu olhar é de alívio.

— Me desculpe por isso, vamos acabar com a operação sem muitos danos, okay?

Nohi o encara em silêncio enquanto houve Kaori abrir a porta da viatura segurando seu revólver, — Tudo pronto, dando início a invasão em trinta segundos.

Todos da viatura descem, esperando apenas o sinal de Kaori, mas para surpresa de Daidairo, Nohi toca em seu ombro sussurrando em seu ouvido.

— Não morra.

— Agora! Entrem!

No mesmo instante que Kaori dá seu sinal, o grupo corre em alta velocidade para dentro das docas, Daidairo sorri ao ouvir sua parceira, “Eu não vou” pensou ele acompanhando todos.

O caminho de entrada das docas foi tranquilo, mas tudo muda quando se aproximam de um armazém de barcos local, pois Kaguya superando a velocidade de todos sem esforço algum dá um salto para dentro, quebrando as janelas de surpresa.

— Vamos começar a festa! Grupo um direita, grupo dois esquerda agora! — exclama Kaori, gesticulando com sua mão esquerda.

— Okay! — sinalizam os dois grupos, obedecendo seu superior.

Daidairo e Nohi partem direita com velocidade enquanto seguram seus Necat-Deos, com velocidade extrema.

【キ】【ス】【シ】【ョ】【ッ】【ト】

Do lado de dentro do armazém, Kaguya acaba de entrar, pousando no chão com suavidade, olhando ao redor e como já esperava, dentro do armazém há diversas pessoas que são surpreendidos pela tremenda presença de tal homem.

— Droga, nos encontraram!

— São os abutres?!

— Vamos, ele é somente um, protejam as mulheres e seus filhos!

Gritam em desespero, enquanto dois dos Numens correm em direção ao seu algoz.

— Tornem as coisas mais fáceis, levantem as mãos e aceitem sua existência sendo apagada — diz Kaguya de forma calma.

O primeiro salta para cima, transformando seu braço em uma imensa marreta, atacando diretamente ele de cima para baixo, mas para sua surpresa sem o mínimo de esforço o golpe é parado por uma única mão de Kaguya.

O próximo corre em direção tentando acertar um chute na guarda aberta de seu adversário, o atingindo bem ao centro de seu abdômen, fazendo um som de osso se quebrando ecoar pelo armazém.

No entanto diferente do que esperavam, o osso quebrado não veio do Abutre em sua frente, mas sim da perna que o atingiu, o fazendo cair gritando de dor.

Mais cinco Numens correm direto tentando o atacar, com socos e chutes, mas não fazendo efeito algum em Kaguya que nem sequer move um musculo.

— O que diabos é isso?! parece que estou atacando uma parede! — exclama um deles enquanto ataca incansavelmente.

— Nem ao menos entendem o poder que á dentro de vocês... como podem dar o valor a vida? — questiona Kaguya, levando sua mão esquerda para dentro de seu colete.

— Nos deixa em paz! Não queremos fazer mal a ninguém!

— Entendo... irei garantir que não irão fazer mal a ninguém.

Em um movimento rápido, Kaguya ativa seu Necat-Deos, retirando de seu colete uma grande cerra coberta por uma energia azulada, brandindo em um movimento rápido cortando todos ao seu redor em vários pedaços que caiem no chão criando uma poça de sangue.

Igualmente a uma cena de filme de terror, nem mesmo a cerra ou Kaguya foi respingado pelo sangue, o fazendo caminhar lentamente para frente rumo aos que restam.

Há sua frente, está mulheres e idosos, colocando novamente sua mão esquerda dentro de seu colete retirando um pequeno bisturi avermelhado.

— Por favor! Eu lhe imploro, deixe nós irmos embora, vamos o mais longe que pudermos! — exclama uma mulher estendendo os braços ao monstro a sua frente, o impedindo de prosseguir.

Admirado por sua coragem, Kaguya observa a mulher, sem muito esforço percebendo uma leve estranheza em seus olhos, não havia dúvidas ela também é um Numen.

— Posso perguntar do porquê tal esforço de tentar resistir?

— Esforço?! Qual é a merda de diferença entre a gente? Eu não posso deixar que continue nos matando... não posso deixar que toque em meu filho! — diz a mulher com raiva e determinação em sua voz — nem que para isso eu tenha que arriscar minha vida.

— Entendo..., sua coragem é fascinante, eu irei deixá-los em paz.

A mulher sorri em alívio, olhando para o homem em sua frente.

— Você somente tem que aguentar três ataques meus — diz Kaguya emanando uma pressão estranha em sua volta.

O alívio que antes atingia a mulher se torna pânico, seu corpo treme a fazendo não conseguir se mover.

Kaguya ergue seu queixo em superioridade, lançando com tremenda força o bisturi em direção a mulher, a atingindo em seu olho esquerdo, fazendo-a cair de joelhos com um tremendo grito de dor.

— Já foi o primeiro, estou surpreso que não desmaiou.

— M....ma...maldito...

Em outro movimento rápido, Kaguya brandi sua cerra de baixo para cima cortando por completo parte do corpo da mulher que jorra sangue por todo seu redor.

— Segundo — exclama Kaguya, limpando sua arma se preparando para o último ataque.

A mulher em extrema dor, vira seu olhar para o lado, estendendo seu braço dizendo suas última  palavra, — Filho...

Em outro corte limpo, Kaguya corta a Numen ao meio, a fazendo cair sem vida ao chão.

— Que pena, você não conseguiu — exclama Kaguya calmamente de forma fria.

— Mamãe!!! ­

Um grito de uma criança ecoa o armazém, surgindo de um esconderijo um pequeno jovem que fica de joelhos para o corpo de sua mãe já sem vida no chão.

Kaguya de forma fria encara os olhos do pequeno garoto, vendo a familiaridade com a da Numen que acabará de exorcizar.

Ele se aproxima do garoto, erguendo sua arma para o alto sem remorso algum e no mesmo momento Kaori abre a porta do armazém apontando seu revólver para os lados.

Mas sua primeira visão de todo o armazém, é mais sangue jorrando pelo alto.

 

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