Um Tiro de Amor Brasileira

Autor(a): Inokori


Volume 1 – Arco 3

Capítulo 27: Eu Jamais Irei Morrer


【キ】【ス】【シ】【ョ】【ッ】【ト】

 

— Saúde!!! — diz um conjunto de vozes em comemoração.

Sentados em uma mesa festiva dentro de um bar noturno, estão ao todo nove pessoas segurando copos de cerveja com um bom humor. Todos na mesa são inspetores públicos, ou como são denominados pela população; Abutres.

Sendo três desses nove, Daidairo, Nohi e o inspetor Senior Kaori que comemoram uma missão recém-concluída.

— Sério que dia longo cara! — exclama Daidairo, bebendo sua cerveja em seguida — quem iria imaginar que a SEIDAI realmente tinha membros Numens?

— Já era de se imaginar, um culto nem deveria existir para início de conversa. — diz um dos inspetores, que bate o punho na mesa levemente alterado.

Uma parte dos inspetores gargalha, enquanto Nohi continua apreciando sua bebida lentamente sem dizer sequer uma palavra em toda conversa.

— Falando nisso, o que faz aqui Kaori? E por que não trouxe sua dupla? — questiona outro inspetor.

— O Kaguya deve estar em mais uma das grandes reuniões do conselho do estado no Distrito Zero, estou aqui somente para acompanhar esses dois recém-formados — responde Kaori, colocando as mãos nos ombros de Nohi e Daidairo — como pode ver, eles estão se adaptando ainda.

— E posso dar a certeza de que eu fui muito bem em nossa primeira missão! — exclama Daidairo, com um sorriso estampado em seu rosto — meu Necat não sofreu nem sequer um arranhão!

— Não enche o saco Daidairo! — diz Nohi, irritada encarando seu parceiro.

— O que foi? Deixa eu me achar um pouquinho quando eu consigo finalmente ser melhor do que você em algo.

— Melhor? Pelo que eu soube quem eliminou o Numen foi o Inspetor Mutoh, enquanto eu exterminei dois sozinha.

Poxa... não precisa jogar na cara... — comenta Daidairo, colocando as mãos na nuca com vergonha.

Os inspetores a sua volta gargalham novamente, enquanto Kaori suspira, — Bem como podem ver, esses dois se dão muito bem.

Tempo se passa e os copos que antes estavam cheios agora estão vazios enquanto papeiam sobre assuntos do dia a dia.

— Caramba, a cerveja daqui realmente é muito boa, acho que vou querer mais uma dose — diz Daidairo, com um suspiro alegre.

— Eu também vou querer...

Oh, não sabia que também gostava de beber senhorita Nohi — Daidairo vira seu olhar para sua companheira, percebendo algo.

O rosto de Nohi está completamente vermelho com os olhos semicerrado, — Eu não gosto! Só quero mais uma dose!

Err... senhorita Nohi, você é fraca para bebidas?

— Quem você está chamando de fraca paspalho! — exclama enquanto soluça já embriagada.

Haha! Bem, bem... parece que ela acabou exagerando — diz Kaori, jogando a chave de seu carro para Daidairo — consegue levar sua parceira para casa Inspetor Daidairo?

Hum? O que? eu levar?

— Sim, você mesmo, é sua obrigação afinal, pode levar ela com meu carro.

— Mas..., mas... ela me odeia inspetor! Você não pode levá-la?

— Não posso, afinal tenho que beber por dois hoje, por mim e pelo meu companheiro — responde Kaori, fechando os olhos com um breve sorriso — além disso, no estado que ela está, nem vai se lembrar de nada amanhã, então só vai logo.

Ah! Tá tudo bem, vamos senhorita Nohi — diz Daidairo, colocando o braço direito de sua parceira em seus ombros.

Ahn... afasta esse rosto pro lado, você fede — exclama Nohi entre soluços para Daidairo.

— Eu sei, eu sei, você já me falou isso hoje.

Com uma leve dificuldade da parte de Nohi, Daidairo coloca ela no banco da frente do carro, para finalmente entrar no lugar do motorista.

— Espera... que droga esqueci de perguntar para o Inspetor Mutoh onde ela mora..., ei Nohi onde fica sua casa? — Daidairo vira seu rosto para ela, percebendo enfim que ela acabará de pegar no sono.

— Mas essa agora... — Ele coloca a mão sobre o queixo pensativo.

Daidairo rapidamente vira seu corpo para sua parceira, colocando a mão nos bolsos dela encontrando sua carteira de identificação.

— Espero que tenha o endereço dela aqui.

Ele abre a carteira e no momento exato cai de dentro três pequenas fotos em seu colo, tomado pela curiosidade temendo que ela perceba que alguém mexeu em sua carteira, Daidairo pega as fotos, vendo por consequência seu conteúdo.

Na primeira foto está uma pequena criança de cabelos loiros, nos ombros de um senhor de óculos fundo de garrafa, presumindo ser Nohi quando pequena ele diz; — Ela parecia muito mais alegre nessa época.

A segunda foto é uma foto conjunta da turma dela do treinamento para se tornar uma inspetora, é fácil encontrá-la entre todos os alunos e novamente ela parecia estar alegre.

Já a última foto, era a Nohi ao lado de um garoto de cabelos pretos com um sorriso alegre em seu rosto, ambos parecem ser próximos um do outro.

— Olha só... será que esse é o namorado dela? Não espere... foco Daidairo, você tem que levá-la para casa.

Ele põe as fotos dentro da carteira, procurando em seguida algo que indicasse o endereço onde ela vive.

Para sua sorte, acaba encontrando um cartão de acesso para um apartamento nobre ao oeste do Distrito Urbano, com um suspiro de alívio, ele liga o carro devolvendo a carteira no bolso dela, dirigindo a caminho de seu apartamento.

Depois de alguns minutos, finalmente chegam a seu destino, Daidairo colocou sua parceira em seus braços enquanto subia o elevador até seu apartamento.

Então ao encostar o cartão de acesso na porta, vê a surpresa que o aguarda.

A sua frente, dentro da casa está um pequeno filhote de beagle com suas orelhas extremamente grandes e fofas.

Daidairo o encara surpreso, sendo respondido pelo pequeno cão com um balançar de cabeça animado.

Com cuidado ele passa pelo pequeno cão, a caminho do quarto de Nohi a deixando cuidadosamente na cama.

— Caramba finalmente chegamos... — Ele encara sua parceira, vendo ela com sua roupa formal — que droga... não posso deixar ela dormindo com esse terno.

Daidairo se vira afrouxando a gravata de Nohi enquanto retira lentamente a parte de cima de seu terno de seu corpo.

Ele dobra a roupa que tirou deixando na escrivaninha ao lado da cama, para enfim perceber o pequeno cãozinho se aproximando com algo em sua boca.

Uma tigela de ferro vazia, tomado pela fofura do pequeno, ele pega a tigela com a mão indo até a cozinha a procura de ração para ele.

Sem muito dificuldade ele enche a tigela com ração, fazendo o cãozinho latir em agradecimento para em seguida se alimentar.

Daidairo acaricia o pequeno cãozinho para novamente voltar até o quarto de Nohi, retirando seus sapatos e a cobrindo com a coberta que está em cima da cama.

Ele se senta ao lado dela descansando um pouco pensativo, afinal ele percebe algo em todo aquele apartamento, não há fotografias, quadros muito menos espelhos a volta.

Tendo somente aquelas três fotografias como possíveis lembranças para ela, o fazendo questionar sobre quem realmente é sua parceira.

— Olhando para ela dormindo assim nem parece que é a Nohi punhos de ferro... quem iria imaginar que ela tem um cachorro tão fofo?

Daidairo sorri, se erguendo da cama até sentir a manga de sua camisa ser segurada por Nohi, que diz lentamente.

— Não vá...

Um arrepio percorre todo o corpo de Daidairo, em sua mente ele imagina mil e uma maneiras de como ela vai matá-lo por estar em seu apartamento.

Err... Senhorita Nohi mil perdões eu já estou indo embora...

— Você que me trouxe? — questiona Nohi, ainda deitada segurando seu parceiro.

— Sim...

— Você tirou meu terno... ainda por cima me cobriu e alimentou o Toquio...

— Toquio? Ah seu cãozinho? É que ele estava com fome... e por favor me perdoe por tirar sua roupa eu juro que não estava pensando em nada indecente!

Nohi sorri levemente, se sentando cuidadosamente em sua cama, encarando seu parceiro, — Por que você é desse jeito?

— Desse jeito? Como?

— Eu nunca fui legal com você, muito menos te dei espaço para pensar que iria ser sua amiga, mesmo assim você continua sendo gentil e nunca respondendo minhas grosserias... por quê?

— Nós dois somos parceiros de dupla a partir de agora... e não tenho motivos para te odiar nem nada do tipo... acho que eu apenas sou eu mesmo.

Nohi suspira abaixando sua cabeça ainda vermelha pelo álcool, — Tem razão, nós somos parceiros..., mas não tenho expectativas que vamos continuar sendo por muito tempo.

— Por que diz isso?

— Não obvio? Desde o curso de formação até agora quantos parceiros você já teve?

­— Hum... acho que você é a minha segunda dupla.

— Pois bem Daidairo... agora entenda — Nohi leva a mão em seu peito encarando seu parceiro nos olhos — você é a minha decima quarta dupla.

Os olhos de Daidairo se espantam com as palavras dela, — O que houve com eles?

— Eu soube que você se formou na Zona Cordilheira... pois eu não tive tanta sorte, na Zona Zero somente uma pessoa se forma por turma..., todo o resto desistiu... ou morreu tentando.

— Como... — o olhar de espanto se mistura com raiva e tristeza no rosto de Daidairo.

— Não faça essa cara, todos nós sabíamos o que esperar do treinamento, eu tive sorte de ter sido denominada desde cedo como uma futura Inspetora Classe “S” — Nohi solta o elástico de seus cabelos — mas parando para pensar... acho difícil chegar nesse nível.

— Nohi...

— Diga

— Por que quis se tornar uma inspetora?

— Se quer saber a verdade, eu não sei, mas quero que entenda algo — Nohi segura a gravata de Daidairo o puxando para mais perto dela ficando frente a frente de seu rosto.

Ah? O que houve? — questiona corado.

— Eu te odeio, realmente te odeio com todas minhas forças, não suporto pessoas como você, jamais tire isso da sua mente Daidairo.

— Posso saber por que me odeia? — responde a encarando nos olhos.

— O porquê? — Ela desvia o olhar, concluindo — porque pessoas como você são as mais difíceis de esquecer quando morrem.

Após dizer tais palavras, Nohi volta a adormecer, repousando sua cabeça nas coxas de Daidairo, que sente um aperto imenso em seu coração.

— Prometo para você Nohi... — diz sussurrando — Eu jamais irei morrer.

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