Um Tiro de Amor Brasileira

Autor(a): Inokori


Volume 1 – Arco 1

Capítulo 9: Asfixia


【キ】【ス】【シ】【ョ】【ッ】【ト】

Todo o ar de Erisu desaparece, uma pressão percorre seu cérebro junto a uma expressão de desespero, enquanto com as mãos aperta seu pescoço com força.

— Que tristeza... que solidão... não sofra mais, se entregue a morte. — diz a garota de cabelos azul, com lagrimas escorrendo em seu rosto.

Ele começa a salivar tentando respirar sem sucesso, ao ponto de se ajoelhar dentro da bolha, perdendo pouco a pouco sua consciência. Com dificuldades faz esforço tentando estourar com as suas mãos, no entanto mesmo sendo de sabão, a bolha é tão resistente quanto uma parede.

— Você é forte por aguentar lutar com Shibo, mas agora o combate terminou...

Já sem forças, seus olhos se tornam ainda mais avermelhados, curvando seu torso como se estivesse desmaiando, porém com as pernas tremulas, contrariando totalmente a situação, ele se levanta novamente, mostrando um sorriso junto a uma gargalhada assustadora.

— Ainda terminou nada seus merdas! — grita Erisu com seu último folego.

Com seu Bakemono, assustando todos a sua volta, ele perfura seu próprio pescoço, soltando suas mãos da área, fazendo com que um intenso jato de sangue espalhasse por toda a bolha. A quantidade de sangue foi tanta que começa a se formar uma poça em seus pés.

Com olhar de choque, a garota de cabelos azuis se afasta ficando ao lado de Shibo, vendo sua própria bolha estourando derramando sangue por toda a volta.

Erisu ao tocar no chão, permaneceu em pé, apertando o corte profundo de seu pescoço com sua mão esquerda, apertando ao ponto de mostrar suas veias por completo como uma tentativa de estancar. Mesmo assim seu sorriso continua em seu rosto.

— Como você fez isso?! — questiona a garota, se escondendo atrás de Shibo.

Oras, aquela maldita bolha parecia aço, mas apostei tudo que eu tinha que continuava sendo uma bolha de sabão! — Erisu gargalha, se aproximando passo por passo, com um brilho assustador em seus olhos — Sabe o que acontece quando uma bolha é tocada por água? Ela explode!

— Você é maluco?! Você aproveitou a falta de oxigênio e se estrangulou para a pressão do seu sangue permanecer em volta de seu pescoço, tudo isso com uma suposição que teve?

Haha, maluco eu?! Era a única escolha que eu tinha, mas agora me respondam... — Erisu levanta seu Bakemono para o alto, se curvando em uma posição de ataque — prontos para o segundo round seus bostas?!

— Demônio maldito... que tristeza... Shibo! Vá na frente!

Shibo grita, correndo em direção a ele com o comando da garota, sua alta velocidade continua a mesma, no entanto Erisu se adaptou a seu adversário, aproveitando a abertura da guarda dele para se jogar de joelhos contra o chão desviando do ataque, mas ao invés de contra-atacá-lo, Erisu se impulsiona na direção oposta a Shibo, a caminho da garota que não esperava por essa ação.

— Shibo! Rápido! — grita ela como reflexo do momento

Erisu pula frente a ela, estendendo seu braço preparando um soco frontal, percebendo isso a garota ergue seus braços cobrindo seu rosto para se defender, com Shibo voltando em direção a os dois para defender sua aliada.

Vendo o abdômen totalmente desprotegido, Erisu gira seu corpo em seu eixo, chutando com o peso de seu corpo no estomago dela, a fazendo voar a metros de distância, cuspindo sangue na hora do impacto.

— Shibo! Yume!!! — grita o gigante monstruoso, com dor em sua voz.

Ele se aproxima de Erisu com mais intensidade do que antes, tentando o acertar de todas as maneiras com socos rápidos que provocam som contra o ar.

— O que foi balofo? Não gostou que machuquei sua amiguinha?

Shibo urra, erguendo ambos os braços ao alto, esmagando o chão com toda a força que têm, abrindo uma cratera ao chão, jogando Erisu ao ar, que não intimidado direciona seu Bakemono em volta da mão direita dele, o utilizando como um estilingue voltando rapidamente acertando uma joelhada certeira no queixo de Shibo.

Tonto pelo golpe, Erisu aproveita do momento aplicando uma sequencias de socos em seu rosto, rasgando ainda mais a máscara dele. Que enquanto atingido caminha para trás em direção ao centro de todo aquele túnel.

Shibo cai sentado após diversos golpes, enquanto sai fumaça dos punhos de Erisu que continua ofegante, “Droga... minha visão está começando a embaçar, é o sangue que estou perdendo? Ou estou no limite do meu Bakemono? Talvez os dois... droga!”, pensa Erisu, se aproximando de seu alvo.

— Shibo! Agora! — diz a voz de Yume, enquanto tosse.

Erisu muda sua atenção para trás vendo a ela, encostada em uma parede com a mão no estomago, enquanto a outra está apontada para direção de ambos os dois no centro do túnel.

Ao perceber isso, Erisu olha ao redor, tendo a visão horrível de uma armadilha. A sua volta está completamente cercada por várias bolhas de sabão que estão voando de um lado por outro, como uma prisão.

Erisu volta atenção onde estava, procurando Shibo, que não está mais a sua frente, simplesmente desparecendo meio a todo aquele lugar.

— Porra! Cadê esse gordo?

— Ele está entre as bolhas, mais precisamente pulando nelas — diz Oinari, que surge do nada, saindo do túnel escuro do qual estavam.

— Que?! como isso é possível? E onde caralhos você estava esse tempo todo? — grita Erisu, começando a focar sua atenção nas bolhas.

— Dá para ouvir o som dele ao tocar nas bolhas... e você deveria me agradecer por não te interromper na sua luta.

Erisu bufa, focando cem porcento na batalha novamente, percebendo aos poucos que algumas bolhas balançam mais constantemente do que as outras, assim de surpresa, Shibo aparece novamente em um ataque tão veloz quanto um tiro. Era até mesmo incrível como alguém tão grande consegue saltar entre elas.

Erisu é atingindo em cheio, sentindo alguns ossos de sua costela se quebrando, sendo jogado um pouco para o lado ainda em pé, vendo Shibo mais uma vez desaparecer.

— Parece que vocês dois armaram para mim... perfeito então — diz Erisu, erguendo seu queixo com confiança — eu também tenho uma carta na manga! Está na hora do terceiro round!

Ele encosta a palma da sua mão, erguendo seu Bakemono e em poucos instantes, toda sua asa que antes era volateio, agora se cristaliza como penas pontiagudas vermelhas, em um avanço rápido ele grita, disparando todos aqueles cristais para os lados, estourando todas as bolhas que atingia, mesmo sendo elas resistentes.

Shibo continua saltando com destreza, desviando dos cristais, no entanto as bolhas diminuem de pouco a pouco, tornando mais uma vez todo o ambiente mais limpo. Todavia o que Shibo não esperava era que Erisu não estava apenas estourando as bolhas de forma aleatória, mas sim ele calculou de maneira certeira onde queria que Shibo saltasse, que de forma inocente vai em direção a uma bolha solitária.

Erisu salta em direção aonde Shibo vai cair, com o peso de Bakemono agora em cristais, aproveita a densidade girando ao ar acertando em um golpe indefensável em Shibo, perfurando a armadura dele com as penas e em seguida as atirando para perfurando ainda mais o corpo dele, o fazendo sangrar por diversas áreas de seu torso.

— Shibo....Oh! não aguenta... Yume... — Ao cuspir sangue, o gigante cai de costas ao chão, desmontando por completo sua armadura.

Completamente exausto e ofegante, o Bakemono do Erisu se desintegra por completo como sangue escorrendo por suas costas, enquanto é banhado por seu próprio sangue vindo de seu pescoço ferido.

Ele com dificuldades segura a gola da camisa de Shibo, se preparando para um último soco, mas em sua visão periférica consegue ver algo.

— Não faça isso... por favor... — diz Yume, apontando seu dedo indicador em direção a cabeça de Oinari em sua frente — se entregue, ou ela irá morrer.

— Não sabia que vocês eram tão sujos a ponto de usar reféns

— Erisu! Por favor! Me ajude — grita Oinari em desespero. — Faça tudo que ela pedir.

Erisu arrega-la seus olhos, soltando Shibo com uma expressão de ódio em seu rosto, caminhando em direção das duas.

— Nem mais um passo seu demônio... que tristeza... eu vou matá-la!

— Erisu por favor! Me salva! — grita Oinari ainda mais alto — Você jurou me proteger...

A expressão de raiva de Erisu aumenta ainda mais, vendo sua amiga dizendo tais palavras.

— Mas que droga... — diz ele, cerrando os punhos, respirando fundo para um grito — quer por favor parar de brincar de donzela em perigo sua raposa sem vergonha!

— O...o que? — Yume arregala seus olhos, com um arrepio passando por todo seu corpo.

Ela não pode ver, mas tem certeza de que a moça a sua frente sorri, um terrível e sádico sorriso que inconscientemente a paralisa por completo, ela sente que agora se tornou uma presa.

Oinari se move lentamente com um passo para o lado, assim fazendo Yume ver o punho direito de Erisu quase que em câmera lenta se aproximar dela, sendo atingida por um grande soco bem no meio de seu rosto, a projetando contra a parede, a deixando encostada, enquanto começa a vazar sangue pelo seu nariz.

— Oh! Meu herói! Você me salvou, o que eu posso fazer para lhe recompensar? — diz Oinari, fechando seus olhos com um sorriso malvado em seus lábios.

— Cala a boca palhaça! — grita Erisu, batendo seus pés não chão —  Falando sério agora, que raios são esses dois?

— Eles são fortes, muito mais poderosos do que aquele cara das pernas de galinha que você enfrentou.

— Será que esses dois são daquele grupo que Aoi falou então?

— Provavelmente, mas não temos tempo a perder, vamos encontrar a Himeno antes que mais deles apareçam!

Oinari começa a correr novamente para o túnel escuro, com Erisu a seguindo logo atrás. Após mais alguns minutos em corrida, mesmo com Erisu exausto, eles encontram uma literal luz ao fim do túnel, não aparenta ser uma luz natural, mas sim de várias lâmpadas ligadas.

【キ】【ス】【シ】【ョ】【ッ】【ト】

Ao chegarem na luz, a visão de Erisu demora para se acostumar por conta da escuridão do qual vinha, todavia ele ao se deparar com a situação preferia não ter enxergado.

Os dois agora estão em uma espécie de galpão subterrâneo feito de tijolos e pedras, mas com a terrível notícia que agora estão cercados por todos os lados, por homens com trajes brancos com o mesmo símbolo de mãos entrelaçadas portando armas de disparo apontando diretamente a eles.

Oinari mantém sua expressão serena a cada detalhe, vendo um dos membros da SEIDAI gritar algo com eles que não pode ser ouvido.

— Risu, consegue ativar seu Bakemono ainda?

— Nem fodendo, to só o pó da rabiola agora.

— Entendo... então não tem jeito...

Oinari abre ainda mais seu sorriso, andando alguns passos a frente de maneira graciosa, erguendo seus braços para cima com confiança e destreza, ela estufa seu peito preparando suas palavras.

— Nos rendemos!!!

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