Um Tiro de Amor Brasileira

Autor(a): Inokori


Volume 1 – Arco 1

Capítulo 13.1: Anuência das Lagrimas


【キ】【ス】【シ】【ョ】【ッ】【ト】

Gotas constantes de lagrimas caiem sobre o chão se misturando com o sangue de Yume, após o grande estalo de ossos ser ouvida por ela, em sua frente uma visão do qual não queria ver.

A armadura de Shibo se dissipa lentamente em pequenas moléculas negras soltas no ar, ele não sente dor, mas sabe que algo está errado, abaixando sua cabeça com dificuldade ele vê um braço perfurando sua armadura impenetrável, perfurando seu peito por completo onde fica localizado o coração.

Foi tão rápido, com uma tremenda força, Shibo jamais conseguiria prever que isso fosse acontecer. As cicatrizes no rosto dele se abrem, enquanto sangue escorre por todo seu corpo.

Além do golpe, a transformação de seu Bakemono desgastou seu corpo ao limite.

Oh! Que pena! Vocês fazem muito barulho sabia? — diz uma voz familiar com um sorriso falso de bondade.

Frente a Shibo, com o braço inteiro dentro dele, Yudi surgiu do nada efetuando o tal ataque, sem pena, sem remorso, um único e limpo golpe.

— Shibo!!! — grita Yume, de joelhos enquanto junta forças para se arrastar até os dois.

— Nosso plano era somente nos livrar de você Yume! Desde que apareceu somente se manteu viva por conta de seu irmão! — Yudi vira seu olhar para ela, sorrindo — mas parece que irá ter que ser os dois, uma pena, mais uma vez por sua culpa garota inútil, mais uma pessoa morreu.

Yume paralisa com tais palavras que a muito não ouvia, ela não sabia como ou quando, mas já ouviu palavras cruéis como essas vindo de alguém que ela amava. Seus olhos tremem em medo, vendo seu irmão ferido em sua frente.

— Bom, agora é tarde para se arrepender querida — diz Yudi, puxando lentamente seu braço de dentro dele.

No entanto, para sua surpresa, Shibo com suas últimas forças restantes, segura o braço de Yude, não o deixando tirar. Surpreso ele faz uma expressão incômoda de nojo fazendo ainda mais força para retirar o braço de dentro dele.

— Me solta seu gordo! Isso é nojento!

Shibo aperta ainda mais o braço dele a ponto de sentir a dor de seus ossos trincando, seja o que for que ele planejou, Yudi não contava que Shibo ainda tivesse essa tremenda força dentro de si.

Autch! Isso está machucando seu desgraçado! Me solta e morra logo!

Ele olha em direção para sua irmã, com uma expressão simpática em seu rosto, cada segundo que passa seu corpo começa a se desgastar ainda mais, com partes tremular como uma bexiga por toda volta de seu torso.

— Yume...maninha, nós vamos visitar a praia certo?

Yume paralisa ao ouvir as palavras de seu irmão, a última peça do quebra cabeça de suas memórias se encaixa naquele triste momento, ela não sabe o que dizer, ela não sabe o que fazer, ela está estática vendo a pessoa que ama naquele estado.

Shibo segura ainda mais firme os braços dele, que se desespera ao balançar de seu corpo.

— Me solta maldito!!! Morra logo! — Yudi chute o corpo de Shibo, que nem ao menos se mexe.

Com um sorriso, junto a um olhar marejado, Shibo diz calmamente, — Eu fui um bom irmão?

O corpo dele após sua pergunta, não suporta mais o que tem dentro de si, fazendo com que de todo seu corpo, espinhos se formassem de dentro para fora, rasgando sua pele centímetro por centímetro.

Yude vê seu braço sendo completamente arrancado, com um olhar de desespero nunca visto por ninguém, enquanto mais e mais espinhos saem do corpo de Shibo, até não ser possível ver mais o rosto ferido dele, apenas uma amálgama de gosma preta pontiaguda, seguida por uma explosão controlada, criando uma imensa onda de vapor que percorre todos os corredores dos tuneis.

Um zumbido constante é ouvido por Yume, que somente conseguia pensar nas últimas palavras de seu irmão, uma pergunta simples, mas que ela não conseguiu ainda responder.

O líquido preto está espalhado por toda parede, com o vapor do calor diminuindo de pouco a pouco, Shibo foi um herói, no entanto... seu último ato para proteger sua irmã não foi o suficiente.

— Filho da puta! Esse desgraçado de merda me explodiu! — grita Yudi, ainda vivo, de pé onde estava quando Shibo se explodiu.

Todo o braço direito de Yudi, junto a metade de seu tórax e ombro foi completamente arrancados pela explosão, mesmo assim ele está de pé, voltando a gargalhar ao reparar a expressão dela.

Hahaha! O que foi? Achou que isso seria o suficiente para me matar? — Ele aperta onde seria seu ombro direito que está completamente destruído — Seu irmão de merda me deixou de mau-humor.

Da ferida ensanguentada, surge uma pele nova fechando todos os cortes como se fosse uma faixa curativa, aquilo é o que Yudi pode fazer para parar o sangramento, mesmo que em seu olhar estivesse frustrado por não conseguir se regenerar por completo.

— Acho que não me alimentei o suficiente... droga! Espero que tome a responsabilidade por isso desgraçada — grita Yudi, caminhando em direção de Yume.

Ela ainda está paralisada com pescoço curvado, se lembrando de tudo, agora ela entende tudo, está tudo claro e em câmera lenta.

Yudi ergue seu braço esquerdo, gerando uma imensa luz dourada brilhante em sua mão, que se molda a ponto de se tornar uma imensa foice brilhante muito maior do que ele. Assim finalmente em um único movimento, Yudi brande sua foice em direção a ela com um corte limpo.

Ele podia jurar que acertou ela no mesmo instante, porém agora mais distante dele, tem em visão um garoto de cabelos pretos segurando Yume sobre seu colo, que rapidamente desviou de seu ataque.

Hum?! Quem é você?

— Eu que te pergunto princesa! Acho que esse seu cabelo de lambido não combinou com sua nova cicatriz — diz Erisu, com um olhar irritado em seu rosto, deixando Yume no chão.

— O que faz aqui?... — Sussurra Yume, com dor em sua voz.

— Não está claro ainda? Te salvando — responde ele, dobrando a manga de sua camisa social — deixa que eu cuido do resto aqui.

Erisu se ergue, partindo em direção a Yudi, que os encarada com dúvida em seu olhar, no entanto antes que pudesse prosseguir em frente, ele é segurado por Yume ainda de joelhos.

— Deixa ele comigo...

— O que? tu tá fodida pra caramba chorona!

— Você também não se recuperou por completo — ela se levanta, ficando ao lado dele.

— Está maluca? Vai ignorar o que aquele grandão fez por você para morrer aqui?! — grita Erisu, a encarando.

— Não, eu não vou morrer — Yume passa as duas mãos em seu cabelo longo, os jogando para trás, mostrando seu rosto —  eu consigo!

Em seu rosto, ao invés de lagrimas ou expressão e tristeza, está um belo sorriso sincero fazendo com que Erisu se impressionasse. Yume caminha pressionando seu abdômen em direção do assassino de sua mãe e irmão.

— Obrigada, salve a humana okay?

Erisu admirado pela coragem daquela garota, acena em despedida, correndo em direção onde Oinari foi, sem medo algum de ter feito uma decisão errada.

Após poucos segundos correndo, ele alcança sua amiga, enquanto se aproximam finalmente do local para salvar Himeno.

— Por que parou para ajudar? — pergunta Oinari, fechando os olhos.

— Aquele grandão ajudou a gente, isso é o mínimo.

—­ Eu sei que você não é o tipo de pessoa filantropa, me diga a verdade Risu.

— Sabe... — responde Erisu, cerrando seus punhos — eu não sei o que aqueles dois passaram, mas talvez em um contexto diferente, eu poderia ter acabado igual a aquele grandão...

— Eu já imaginava isso! — Oinari sorri — você é incrível Risu, mas porque não ficou ao lado dela?

— Além de que tenho alguém mais importante para proteger? — diz Erisu que sorri em gargalhada, correndo para frente dela — bem, é porque ela vai vencer!

Yude brande sua foice, vendo de surpresa o garoto desconhecido para ele, correndo em direção ao túnel que leva diretamente para o templo dos fiéis, o fazendo se impulsionar em direção a ele para o seguir.

Todavia em sua frente, como se tivesse teletransportado, Yume está parada o encarando nos olhos com uma expressão calma, impedindo com que ele corra atrás de Erisu.

Wow... finalmente aceitou a morte garota inútil?

— Não tenho medo de morrer, mas não posso ainda partir sem cumprir minha promessa — responde Yume, caminhando lentamente em direção a seu algoz.

­— Desgraçada... inúteis como você deveriam aprender a pedir ajuda, do que apenas gastar meu tempo!

— Pedir ajuda? Por que eu faria isso? Eu sei que você se alimenta quando alguém precisa de ajuda... — Ela continua passo por passo a se aproximar.

— Saber disso não vai te ajudar agora — Yudi aponta sua foice, se preparando com um sorriso.

— Além disso... eu consigo lidar de você sozinha!

Yudi mostra uma expressão de raiva em seu rosto, girando sua arma rapidamente enquanto estende seu tronco para o lado em um corte de cima para baixo contra Yume, a velocidade do ataque beira a ser mais veloz do que o próprio Shibo, mas junto ao brilho de sua lâmina, a única coisa que consegue cortar é o chão abrindo uma segunda cratera.

Enquanto Yume sem se mover muito, desvia tombando seu corpo para o lado de uma maneira fluida.

A surpresa de Yudi somente aumenta ainda mais, ao reparar nos olhos calmos de Yume, que antes havia uma flor de lotus fechada em sua íris, agora se encontra aberta com um brilho mais intenso do que nunca.

Um conjunto de bolhas se forma atrás dela, que giram em seu próprio eixo em extrema velocidade enquanto provocam um zunido insuportável, assim com um estalar de dedos de Yume, como lâmina disparadas cortam o vento em direção ao seu alvo.

Tão veloz quanto, Yudi recupera sua guarda, cortando todas as bolhas com sua foice sem dificuldades.

— Mesmo sendo aceita pelo seu Bakemono... ainda não conseguiu ficar mais forte é?! — gargalha Yudi, voltando a atenção para Yume.

No entanto, ele se surpreende ao ver ela correndo em sua direção, sem guarda alguma, em um ataque frontal, Yudi estende sua foice para contra-atacar, mas ao invés de um soco ou chute, Yume salta agarrando-o com suas pernas na cintura dele, enquanto aponta o seu dedo indicador em seu rosto.

Bang! — diz Yume, com uma intensa bolha tremula se formando em seu dedo, sendo disparada a queima roupa na cara de Yudi.

Ele sente parte do seu rosto queimar como se estivesse colocado sua própria cara em óleo quente, o fazendo tropeçar para trás, cobrindo o lado esquerdo de seu rosto com marcas de queimadura.

— Acho que agora você tem aparência condizente a quem realmente é — diz Yume, girando para o lado, ainda agarrada nele.

Com o peso do corpo dela, ambos caem sobre o chão, com ela sentada em seu peito, novamente apontando o dedo indicador em seu rosto.

— Maldita! Quero ver lidar com isso! Koware ta Kioku!

Ao falar tal frase, nada mudou, Yume acreditou ser um blefe, mas para sua surpresa, alguém a chama.

— Filha! Meu amor! Eu voltei, eu consegui sair daquela onda! — Um familiar é ouvido por ela.

A voz fez com que seu coração parasse, desviando completamente seu foco, fazendo ela olhar para frente.

— Pai?

Em sua frente, completamente molhado, está a figura de seu amado pai, com o mesmo rosto doce e acolhedor. O brilho nos olhos dela se intensifica com a esperança.

Contudo, Yudi gargalha ao ver o rosto esperançosos dela, — Haha! Te peguei —, ele gira sua lâmina puxando para perto, cortando por inteiro a perna de Yume até sua cintura, fazendo espirrar ainda mais sangue por todo o lado.

Não satisfeito, Yudi segura o pescoço dela, a erguendo junto a si, movendo sua lâmina de baixo para cima, cortando em um movimento limpo do abdômen até seus ombros, para em seguida a jogar com tudo contra o chão.

— Devo admitir... você me assustou um pouco, mas como sua família toda! Você é uma idiota por completa! — diz Yudi, colocando a ponta de sua foice nas costas de Yume.

Ela cospe sangue, firmando com força seu braço para levantar, mas enquanto menos espera, mais uma voz familiar é ouvida por ela, que a despertou um sentimento ruim dentro de si.

— Sua praga desgraçada! você nem deveria ter nascido — diz a voz de sua mãe, com raiva.

Yume ergue seu olhar, vendo o rosto de sua mãe, mergulhada em desprezo e dor, assim sem ter ao menos tempo para reagir, Yudi aproveita o momento erguendo a foice para o alto, ficando com tudo em suas costas fazendo com que a ponta da lâmina aparecesse em seu peito.

Os olhos dela perdiam cada vez mais brilho, enquanto ela se afunda em uma imensa escuridão, mergulhando outra vez no oceano da morte.

【キ】【ス】【シ】【ョ】【ッ】【ト】

 


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