Um Tiro de Amor Brasileira

Autor(a): Inokori


Volume 1 – Arco 1

Capítulo 12: Amor de Irmão


【キ】【ス】【シ】【ョ】【ッ】【ト】

Do outro lado das grades está Shibo, que se senta com as costas contra a parede de frente para a prisão. Erisu o encara com uma expressão de tédio enquanto coça o próprio rosto.

Aí, chupeta de baleia, o que veio fazer aqui?

— Shibo! Ficar de olho!

— Espera, você que vai ficar de guarda? O líder de vocês é idiota ou o que? Eu venci de você e sua amiguinha uma vez! — Erisu estrela os dedos — Posso acabar com vocês de novo!

Shibo fica em silencio por alguns segundos, após respirar profundamente, curvando seu pescoço para baixo.

— Shibo! Não quer brigar, Shibo! Não gostar..., Shibo! Não quer dar problemas para Yume de novo.

— Ih caramba — diz Erisu, coçando a nuca sem saber o que dizer — até perdi a vontade de te bater.

— Você é realmente próximo a ela, não? — pergunta Oinari, sorrindo simpaticamente.

— Yume! Irmã de Shibo! Shibo! Irmão de Yume!

— Irmãos? Isso sim é uma surpresa — diz Erisu, ironicamente.

— Me diga Shibo, se não gosta de lutar, por que enfrentou a gente?

— Shibo! Ordem de Avô! Shibo ouvir! Avô salvou Yume!

— Então lutou pela Yume? — pergunta Oinari, cruzando os braços.

Ele não responde, apenas continua olhando para os dois de maneira séria, como se não quisesse falar sobre isso.

— Vou considerar como um sim. — Conclui ela — A Yume tinha me dito para não falar isso com você, mas eu realmente estou curiosa. Shibo você realmente acredita ser um humano comum?

— Shibo! preferia acreditar que sim... — responde ele, esticando suas mãos enquanto as encara — mas Shibo saber não ser normal.

Oinari se levanta, caminhando até a grade central da prisão para conversar frente a frente com Shibo.

— Você sabe o que nós roubamos do seu líder, certo?

Ele concorda com a cabeça, erguendo seu olhar para a moça misteriosa a sua frente, sentindo uma sensação estranha dentro de si.

— Sabe o porquê roubamos?

Shibo discorda movendo seu pescoço de um lado para o outro, ficando cada vez mais atento a voz dela.

— Para evitar que aconteça com outros humanos o que aconteceu com você Shibo.

— Espera? Que? Como assim? — pergunta Erisu, ainda sentado.

— O corpo dele é extremamente forte, em termos de força bruta, ele é infinitamente superior a você Erisu... ainda assim ele continua sendo veloz e resistente — diz Oinari, de maneira calma e compreensiva.

— Sim! Eu consegui sentir isso na pele! Mas o que que tem?

— Um Filho Perdido pode transformar um humano em um monstro que pode destruir cidades, no entanto mesmo sendo divino, ele não faz milagres.

— Parando para pensar agora, o Bakemono dele cobre o corpo inteiro — diz Erisu, que leva a mão até seu queixo — mesmo meu Diaburu que em proporções é menor, me causa um desgaste físico e mental tremendo, o dele deveria ser dez vezes pior.

— Às vezes, os pedaços dos Filhos Perdidos são muito mais poderosos do que o portador — Oinari leva o dedo até a pálpebra de seus olhos, mostrando para Shibo — muitos desses casos, somente existem duas opções; você treina e se adapta ou seu Bakemono acaba te matando.

— Mas... — diz Erisu, com uma expressão de raiva, entendendo o rumo da conversa.

— Mas! — Oinari conclui o que Erisu queria dizer — em alguns casos, mesmo treinar não é o suficiente, o pedaço da divindade do qual consumiu tem que aceitar você, são regras especificas.

Ele se levanta, caminhando até Oinari. O peso de seus passos é sentido por ambos, até que os dois encaram olho com olho de maneira atenta.

— Shibo! Então é como vocês?

— Não, você foi forçado a ser — diz Oinari, fechando seus olhos, apertando as grades com suas mãos — eu vi você lutando, mesmo forte você não parece ter treinado.

— Shibo! Entende...

— Seu Bakemono é agressivo, ele não parece obedecer a você!

— Shibo! Está tudo bem...

­— Eu não sei o que você lembra, mas seja lá o que aconteceu! A SEIDAI transformou você...

Em meio a sua frase, Shibo leva sua mão até os cabelos de Oinari, tentando afagá-la com dificuldades pelo seu tamanho.

— Shibo agora lembra de tudo — diz ele, se ajoelhando para ficar do tamanho dela — sua voz lembrar nossa mãe.

Oinari o encara, abrindo seus olhos novamente, com uma expressão séria.

— Eu sinto muito.

— Shibo! Compreende tudo, agora faz sentido. — Responde ele, sendo possível ver sangue escorrendo pela sua máscara de onde é seu nariz.

Erisu morde o canto de sua boca frustrado com o que ouviu, “Desgraçados... droga... essa não é a primeira vez que vejo alguém passando por isso.”, ele pensa, enquanto cerra os punhos.

— Escute Shibo, se você realmente entende, por favor nos diga onde está a Himeno! — grita Oinari, mostrando seu rosto preocupado.

Shibo vê ela, levando a mão até seu peito com um leve toque de seus dedos.

— Por favor! Me deixe evitar o que aconteceu com você, com a minha humana!

Dando um passo para trás, Shibo arranca sem a menor dificuldade a grade que os prendia, acenando para Oinari enquanto estufa o peito.

— Shibo! Quer ajuda humana também!

Oinari sai da prisão ficando ao lado de Shibo, enquanto Erisu demonstra estar surpreso pela situação, assim finalmente se levantando dando um soquinho de leve no braço de Shibo.

— Até que você é maneiro bola de canhão.

— Shibo! Levar vocês onde humana está!

Ele dá pequenos pulinhos animado, correndo em direção dos tuneis novamente, com Oinari e Erisu logo atrás o acompanhando pelas partes escuras do caminho.

, pançudo, tem certeza que não vai dar problema pra ti nos ajudar?

— Shibo! Não pretende ficar! Shibo quer Yume lembre-se da verdade!

Os três correm em alta velocidade, passando por alguns guardas da SEIDAI pelo caminho que são derrubados por completo pela presença de Shibo.

Alguns segundos se passaram, até que em uma encruzilhada, no canto dos olhos dele que corre em linha reta, consegue perceber algo familiar, seguido por uma explosão controlada vendo do lado direito. Para Shibo não era difícil identificar quem ali está.

Ele para de correr repentinamente, fazendo com que Erisu quase batesse de cara em suas costas.

— Caralho! Por que parou gorducho?

— Shibo! Yume em perigo — ele aponta para direita vendo a cena.

Yume está correndo de um lado para outro, atirando sequencialmente várias bolhas na direção de um pequeno garoto que bloqueia de todos os ataques com um simples travesseiro.

— Conhecido de vocês aquela criança?

— Shibo! Cão divino!

— Ei, Shibo, não fique ai esperando! — diz Oinari sorrindo — Salve sua irmã!

Mesmo de trás da máscara, um grandioso brilho sai dos olhos de Shibo, que ergue seu polegar acenando em um jo para ela.

— Humana está com fiéis! Ir onde tem muita gente! Shibo!

— Boa sorte. — Oinari corre em direção apontada por ele — Vamos rápido Risu!

Shibo se impulsiona para o lado, onde sua querida irmã está lutando por sua vida, enquanto Erisu para um pouco sua corrida, olhando o que ali virá acontecer.

【キ】【ス】【シ】【ョ】【ッ】【ト】

Yume de maneira rápida se locomove em torno dele, sem sequer um segundo parar seus ataques, que em contrapartida entediado Mineto enquanto defende bocejando em sinal de sono.

Oh, que soninho... achei que tivesse mais a oferecer — diz ele, coçando seus olhos.

Irritada, ela corre em linha reta bem a sua frente. Surpreso Mineto com um balançar de dedos lança seu travesseiro contra ela, que de maneira astuta, desvia por de baixo, pegando ainda mais velocidade, o fazendo perceber que em seus pés pequenas bolhas estão formadas como pequenas rodinhas.

— Eu ainda nem comecei! — grita Yume, que salta em direção ao seu adversário.

— Eita, está usando suas bolhas como patins? Gostaria que me ensinasse se não tivéssemos nessa situação.

Ela sorri, vendo uma abertura flexionando seus joelhos enquanto gira no ar, para assim de cabeça para baixo, mirar de cima onde ele não pode desviar, — Bang!!! —, grita, enquanto em seu dedo uma imensa e tremula bolha se forma.

Mineto nem ao menos mexe buscando se defender, pelo contrário a sua única reação foi um sorriso sarcástico, que em imediato de uma maneira teleguiada, o travesseiro volta girando como um bumerangue, roubando a atenção de Yume, que muda o alvo de sua mira para ele, disparando causando uma imensa explosão de vapor, defendendo do ataque surpresa.

Mas quando menos espera ainda no ar, Mineto surge atrás dela, retirando de dentro de seu casaco comprido uma coberta fina de malha que ao ser retirada se torna estática tomando um formato de espada.

Ele move seu pulso para trás segurando sua arma, pronto para o ataque, Yume vira seu pescoço percebendo que não havia saída, colocando seu braço em torno de seu abdômen preparada para o impacto.

SHIBO YAMARASH!!!

A dolorosa armadura negra de Shibo cobre totalmente sua pele enquanto a repuxa de maneira desumana, o fazendo atingir Mineto como um meteoro o impulsionando contra o teto.

— Shibo?! Por que está?! — pergunta Yume chocada, finalmente aterrissando no chão, correndo até o lado de seu irmão.

— Shibo! Lembrou da verdade! Shibo querer contar a Yume! Mas por agora concentrar em te defender!

Yume o encara, limpando seu rosto, concordando com sua cabeça, — Certo! Vamos Shibo!

Autch! Isso doeu! Acho que eu teria morrido se não fosse meu travesseirinho...

Mineto salta de onde foi parar no teto, voltando para o chão delicadamente como uma pena com o seu travesseiro o carregando.

Sem querer ao menos conversar, Shibo novamente dispara contra ele, erguendo seu punho direito para acertá-lo, mas como um contra-ataque, Mineto atinge o braço que vem em sua direção com sua coberta, causando um impulso de ar por toda a área, revelando os olhos dele que brilham em azul com um triangulo invertido em sua íris.

Com o impulso do impacto, Shibo volta se equilibrar mais uma vez tentando o acertar com um soco vertical, que mais uma vez é barrado com um ataque da coberta nas mãos dele. Yume procura um ponto cego de seu adversário enquanto distraído, no entanto quando começa a atirar o travesseiro novamente se expande de maneira inconsciente defendendo Mineto de todos os tiros.

— Parecem que os dois se esqueceram..., mas mesmo que eu tenha sido o último a entrar, eu sempre fui o terceiro mais forte.

Shibo grunhe ao ouvir tais palavras, com uma onda de fumaça saindo das frestas de sua armadura negra, aumentando a intensidade de seus socos a cada segundo, pegando Mineto de surpresa o fazendo pela primeira vez recuar com alguns passos para trás.

Ao perceber isso, Yume novamente aumenta sua velocidade com as bolhas em volta de seus pés, em direção aos dois, cobrindo sua perna inteira de bolhas, preparando um chute cruzado contra ele.

Mineto ouve os passos em suas costas, mudando a direção de suas armas, fazendo o travesseiro cobrir o rosto de Shibo, empurrando-o para trás, enquanto gira seu pulso para trás enquanto Yume vem em sua direção, assim brutalmente perfurando o abdômen de Yume fora a fora com sua coberta.

Uhrw! Trabalho concluído. — diz Mineto, retirando sua coberta de dentro dela.

O ataque varou por completo a barriga de Yume, assim quando retirada fez uma imensa quantidade de sangue sair de ambos os lados, enquanto ela tosse ainda mais sangue de sua boca.

Shibo lança o travesseiro longe de si, vendo a exata cena de sua amada irmã caindo de joelhos sobre o chão, ele viu o sangue dela criando uma poça sobre o chão, seus olhos ficam trêmulos, a ponto de rasgar sua máscara fora tentando enxergar. Revelando um rosto de um jovem de cabelos azuis, cercado de ponta a ponta de cicatrizes cruéis.

Quando ele finalmente se deu conta do que aconteceu, algo muda em seu Bakemono, o que antes era uma imensa armadura firme e rígida, agora borbulha em sua pele, estourando partes de sua armadura enquanto ao mesmo tempo que se forma espinhos pontudos por todo seu corpo.

Mineto é confiante, mas ao ouvir o rugido de Shibo que poderia ser escutado a quilômetros de distância, sente perigo pela primeira vez nesse combate.

De maneira desgovernada, Shibo bate com os dois braços contra o chão, criando uma gigantesca rachadura sobre o chão, que junto a um tremor corre em direção a Mineto. Assim em poucos segundos de dentro da rachadura surge uma onda de espinhos negros destroçando ainda mais o chão.

Mineto salta para trás, esquivando por poucos segundos antes de ser atingido, mas o que o aguardava é Shibo que ainda mais rápido parecendo se teletransportar, está ao lado dele pegando impulso de seus ombros, indo com tudo em um monstruoso soco na direção de seu alvo.

Por reflexo, Mineto utiliza seu travesseiro novamente para bloquear o ataque com apenas um comando de seu dedo, todavia o que aconteceu não foi como de costume. Na situação atual, nem mesmo o travesseiro dele conseguiu parar o golpe destrutivo de Shibo, que passa destroçando-o com seus punhos.

— Ninguém machuca Yume!!! — grita Shibo, com uma voz de trovão.

Ao atingi-lo, o braço de Mineto foi completamente quebrado na hora com o impacto, no entanto não sendo o suficiente, Shibo acerta sequencialmente de quinze socos em serie, que somente o som causa tremores nas estruturas do túnel.

Sangue e ossos quebrados ficaram visíveis por completo no pequeno corpo de Mineto que no último soco é impulsionado quebrando a parede, não somente uma parede, mas várias em sequência enquanto gira no ar, até não poder mais ser visto por Shibo.

Uma onda de calor emana por toda a volta de dele, causando uma pressão gigantesca em todo o local, naquele momento, Shibo não se importa mais com sua vida, ele somente quer proteger sua irmã. Yume pressiona sua ferida o encarando com uma expressão de medo, — Shibo! — grita ela, tentando juntar forçar para estender sua mão.

Naquele momento Shibo se tornou um Numen indestrutível, nesse exato instante Shibo é invencível.

Pelo menos assim é o que Shibo imagina.

【キ】【ス】【シ】【ョ】【ッ】【ト】


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