Volume 1 – Arco 1
Capítulo 11: Apostasia de Yume
【キ】【ス】【シ】【ョ】【ッ】【ト】
A resposta do grandioso Avô, foi o absoluto silêncio, nem mesmo mexendo um musculo, mal se podia ver o véu se mexer com o respirar.
— Muito bem! Nosso grandioso senhor foi benevolente dessa vez! É a última chance dada a vocês três! Não desonre o Avô! Usem suas vidas caso for preciso! — diz Yoshiaki, voltando até seu assento, com uma expressão serena.
Yume respira em alívio, segurando a mão de Shibo ao seu lado que concorda em agradecimento a bondade de seu líder.
— Eu agradeço muito, oh grandioso avô! O ser mais poderoso de todos — diz Yudi com um sorriso grande em seu rosto.
— Com esse assunto resolvido, temos que tomar providências sobre os problemas que os três causaram — Yoshiaki pega um conjunto de folhas de papeis — Kenzo, como vai nossas mercadorias para fiéis?
— Tudo sobre meu controle, com meus punhos de aço, exceto nossa mercadoria mais valiosa que algum desgraçado resolveu entregar nas mãos de um velho como se fosse um bom esconderijo! — diz Kenzo, com raiva encarando Yudi quebrando pela metade uma caneta.
— Compreendo, de toda forma nosso Avô está contente com seu trabalho, porém preciso que foque em outra coisa por agora.
— E o que seria?
— Aqueles dois demônios do nosso senhor entraram aqui com facilidade... eu duvido que tenha sido sozinho.
— Já entendi! Quando eu encontrar o traidor o que devo fazer?!
— Não precisamos de joio em nossa colheita de trigo.
— Irei buscar o desgraçado o mais rápido possível!
Kenzo se ergue, afastando sua cadeira para trás junto a uma raiva intensa, empurrando a imensa porta em seguida para fora da sala do conselho.
— Muito bem... Lisandra! — diz Yoshiaki, entrelaçando os dedos — Como está nossos apoiadores e fiéis?
— Ah! Nisso você não precisa se preocupar querido, enquanto eu estiver no controle, todos cooperaram perfeitamente em nossos projetos — Lisandra lambe a ponta de seu dedo, com um sorriso malicioso.
— Preciso que continue entretendo os apoiadores, até recuperarmos o filho perdido roubado.
— Entretê-los? Posso utilizar qualquer modo querido?
— Qualquer modo! Apenas não os torne escravos... não ainda.
— Isso me excita, vou tratar de fazer isso agora mesmo!
Lisandra se levanta, caminhando em direção a porta já aberta, passando suas delicadas mãos pelo ombro de Yume, acenando como despedida.
— Mineto! Eu preciso que...
Antes de concluir seu pedido, Mineto solta um bocejo alto, enquanto se espreguiça.
— Ah! Que soninho... eu já sei o que tenho que fazer...
Ele pega seu pequeno travesseiro de baixo de sua cadeira, o abraçando, enquanto caminha até a saída, ao lado de Lisandra.
— Jun, preciso que pare tudo o que está fazendo também, quero que você seja o responsável da recuperação do filho perdido!
— Ei! Ei! Ei! O Jun?! Esse era o meu trabalho não?! — diz Yudi, se levantando batendo com as duas mãos sobre a mesa.
— Talvez ele tenha percebido o quão incompetente você é para esse trabalho — responde Jun, ajeitando seus óculos.
— Incompetente? Me diga Jun, se não fosse por mim essa organização nem mesmo iria existir! E você continuaria a ser o covarde que sempre foi! Ou vai dizer que esqueceu o que pediu?!
— O que disse maldito?! — Jun se ergue frente a mesa com raiva.
— Os dois fiquem quietos! — grita Yoshiaki, apontando o dedo indicador para Yudi — eu preciso que faça um trabalho para mim, por isso dei o seu para Jun! acredito que ele seja capaz! Agora fiquem calmos os dois!
Yudi senta-se, cruzando os braços com um bico em seus lábios de maneira emburrada. Enquanto Jun se ergue com convicção, indo em direção a porta.
— Irei capturar o filho perdido o mais rápido possível! Talvez assim eu faça você calar a boca Yudi — diz ele, saindo com raiva para os túneis.
— Enquanto você Shibo... — Continua Yoshiaki, após um suspiro — vigie os dois demônios em sua prisão! Não decepcione o avô dessa vez.
Shibo salta para cima, prestando continência rapidamente de uma maneira animada.
— Shibo! fazer! Até logo irmã! — Ele acena para Yume, correndo para fora da sala, querendo se provar.
Yume leva a mão em seu peito, aliviada por tudo ter dado certo dessa vez, fazendo com que a onda de lágrimas cessasse brevemente.
— Yume, você recebeu o perdão do nosso avô, mas estou preocupado com sua qualidade para os cães divinos... tire o dia de folga para refletir sobre seus atos. — diz Yoshiaki, se levantando caminhando até a porta — pode se retirar.
Yume concorda com a cabeça, levantando-se deixando cair sem querer uma pequena pulseira do qual estava presa em seu pulso. Sem perceber ela sai para fora da sala, a caminho dos dormitórios.
Enquanto caminha pelos tuneis, mais uma vez um sorriso pode ser visto em seu resto. Um sorriso de tranquilidade, a fazendo entrelaçar as mãos em sinal de oração.
— Muito obrigado Avô! Deu tudo certo! Nós vamos te orgulhar!
Ao olhar atentamente para suas mãos, percebe que havia deixado cair sua pulseira, a fazendo tatear por completo seu corpo a procura de seu item perdido.
— Que tristeza... a pulseira que o Shibo me deu, será que deixei cair na sala do conselho?
Yume se vira, retornando seu caminho a procura do que perdeu. Ao se aproximar mais uma vez do imenso portão, o percebe entreaberto, com um alegre sorriso, encosta seus dedos na porta, mas antes que pudesse entrar, ela ouve a voz dos dois ainda ali dentro.
— Folga para Yume?! Meu trabalho para o Jun?! qual é Yoshiaki! você sabe que tirando a Lisandra todos os outros são completos inúteis! — reclama Yudi, sentando-se por cima da mesa da reunião, não parecendo ligar mais para compostura.
— Eu sei disso, mas o que podemos fazer? Enquanto não tivermos aquele filho perdido em nossas mãos, não posso tomar nenhuma decisão drástica... — Yoshiaki caminha novamente em volta do avô — já sobre a folga da Yume, preparei algo especial.
Yume aproxima seu rosto da pequena fresta, observando em silêncio toda aquela conversa, com seus olhos voltando a lacrimejarem.
— Você não tinha acabado de dizer que não podia tomar decisões drásticas?
— De fato, por isso que não vamos ser responsáveis.
— Interessante! — Yudi salta para fora da mesa, ficando ao lado dele — Mas e agora? Qual é o trabalho tão importante do qual teve que me chamar?
— Eu, você e o Mineto, somente nos três sabemos a verdade, por isso preciso da sua ajuda em relação a isto. — Yoshiaki segura o véu a volta do Avô, puxando-o para o alto.
Os olhos de Yume se dilatam, fazendo com que ela acabe colocando sua mão na sua boca, forçando com toda força para não soltar nem sequer um suspiro. Ela corre com todo o folego que tem pelos túneis, sem rumo, sem direção, em seu olhar o desespero.
— Não...não pode ser... não! O Avô! Está morto?!!!
Ela corre tanto que sem perceber pisa em falso, quebrando um de seus saltos, a fazendo com que ela caísse com tudo de cara no chão, em meio a loucura que viu; um esqueleto podre e horrendo que estava de baixo do véu branco.
— Ah... que preguicinha... parece que você viu algo que não devia Yume — diz a voz de uma criança.
— Você... você sabia?! Por quê?! Por que estão fazendo isso?!
— Era necessário, segundo o Yoshiaki.
— Necessário?! Como que ele morreu?! Me responde Mineto!!!
— Ele tentou consumir mais de um filho perdido, o resultado foi a rejeição.
— Ele... consumir?
— O que foi? Você acha que todo mundo nasce pronto para ter algo divino dentro de si? Não são todos que consomem que se tornam Numen.
— Numen?! — pergunta Yume, erguendo seu pescoço para o encarar — Então o Avô... Nós somos Numens?
— O que foi? você não sabia? — Mineto coloca a mão em seu queixo pensativo — ou talvez... não queriam que você soubesse.
Uma dor de cabeça intensa mais uma vez percorre pela mente de Yume, que segura seus cabelos com força, enquanto geme de dor constante, ela sente que algo está errado em sua mente, um limbo borrado de lembranças, como tivesse algo tentando impedir que ela aceitasse tudo o que ouviu.
— Mineto... — diz ela, com voz baixa, sentada com os cabelos cobrindo sua feição — por que está me contando isso agora?
— Vejamos, estou contando por que acho que irá acabar sendo inútil essa descoberta para você — ele caminha em direção a ela, com passos lentos, soltando seu travesseiro — afinal, o trabalho o Yoshiaki me deu, é matar você.
— Então é isso... — Yume leva sua mão até seus pés, quebrando a outra ponta do salto — mas eu não posso morrer aqui!
Ela joga o pedaço do salto em direção a ele, que segura sem problemas, no entanto por se distrair com aquele pequeno pedaço quebrado, Yume aponta seu dedo indicador como uma arma, disparando freneticamente como uma metralhadora, diversas bolhas.
As bolhas vinham em alta velocidade, no entanto o travesseiro caído no chão se move sozinho ficando em frente de Mineto, enquanto se expande, bloqueando assim o ataque surpresa de Yume.
— Que canseira... eu realmente achei que se você descobrisse tudo, ficaria paralisada pelo choque — diz ele, segurando seu travesseiro após defender.
— Que sorte a minha que alguém me avisou antes então!
Yume se levanta, assim os dois correm um contra o outro ferozmente, enquanto agora ela luta por sua vida.
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Mais distante, na área das prisões subterrâneas, Erisu acorda depois de alguns minutos de cochilo, ele sente que está com a cabeça descansada em algo macio, diferente de um banco de concreto, se mexendo tentando entender o que é aquilo que está deitado.
— Que almofada boa... não sabia que tinha uma aqui... onde encontrou Oinari?
Ele se vira com as costas sobre o banco, tendo uma surpresa. A almofada macia do qual ele está deitado, não é feita de penas ou pano, mas sim são as coxas de Oinari que enquanto ele dormia, deixou ele se acomodar em suas pernas.
— Oh! Raposa que isso! — Erisu se ergue rapidamente, encarando sua amiga.
— Ora, ora, fico feliz que tenha gostado, estava confortável né?
— Você podia ao menos ter avisado, ein.
— E perder essa sua expressão? Não obrigada.
Erisu suspira, apenas aceitando de novo a situação. Enquanto se acomoda sentado.
— I ae? Já pensou em outro plano?
— Ainda não.
— Ou seja de volta estaca zero. — diz Erisu, em voz alta.
Em meio a conversa dos dois, um caminhar alto e abafado é escutado por ambos. Que surge em sua frente, pelo outro lado das grades o Cão Divino da Dor, Shibo.
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