Um Alquimista Preguiçoso Brasileira

Autor(a): Guilherme F. C.


Volume 1

Capítulo 131: A abominação

O 9º Ancião se sentia pronto para colocar um fim nesse confronto perigoso. Fazendo uso de uma das habilidades que o afirmava como Espirituoso, ele tirou os pés do chão e voou por alguns metros. Quando parou, esticou os braços numa clara demonstração de domínio e se preparou para atacar.

Mas então, enquanto suas mãos eram envolvidas por uma camada de água fina e translúcida, algo inesperado aconteceu. De repente ele sentiu uma pancada na parte de trás que empurrou seu corpo para frente e interrompeu sua preparação. Em seguida, uma queimação se espalhou pelo seu flanco direito, sabotando sua força e drenando sua estâmina.

Por mais estranho que fosse, o que de fato sentiu foi uma enorme pressão nas costas, mas não houve dor ou qualquer resquício de agonia. Tudo aconteceu tão rápido que foi como um susto, do tipo que se tem ao ser surpreendido pela filha pequena depois de voltar do banheiro durante a noite e a encontrar num canto escuro.

O tio Chang demorou alguns instantes para entender o que tinha acontecido, mas quando levou a mão ao lugar em que sentia a queimação, notou algo estranho. A primeira coisa que experimentou foi uma sensação quente e molhada, logo depois veio a apavorante certeza de que algo não estava certo em seu corpo.

Ele levantou a mão e viu que a mesma estava manchada de vermelho. Temeroso, experimentou olhar para baixo e foi quando percebeu que faltava um pedaço de seu corpo.

Devido ao enorme volume de sangue escorrendo, ficava difícil julgar o tamanho do estrago, porém uma coisa era certa: não foi uma arma que fez aquilo.

Embora estivesse se sentindo fraco, o Ancião sabia que não podia se deixar ser abalado por aquilo. Com o rosto pálido, a respiração debilitada e o corpo trêmulo, ele girou o pescoço, preparando-se para ver o responsável por pegar um pedaço de sua carne. Entretanto, antes que pudesse ver qualquer coisa, o agressor saltou para sua retaguarda, prendeu seus braços e o imobilizou, impedindo-o de fugir ou atacar.

― Eu avisei que sua sorte estava acabando, não avisei? ― Neste momento, Qiu, que tinha sido derrubado pelas Estrelas-do-mar, levantou-se e começou a caminhar em direção ao seu alvo. Mesmo tendo sido atingido, sua aparência continuava tão vigorosa quanto antes. Porém algo em seu jeito de andar denunciava certa fragilidade.

De início, o sujeito manco fez uma aproximação calma, permitindo que o seu oponente se debatesse, tentando se libertar. Mas à medida que chegava mais perto e percebia que as coisas não estavam tão garantidas quanto imaginava, ele desistiu de andar e se arriscou a flutuar. Foi então que, em sua mão se materializou um bastão rígido e inflexível, sem lâminas ou partes perfurantes, muito diferente da arma anterior.

― Segure-o firme, Uf! ― ordenou enquanto erguia o objeto. ― Vou acabar com isso!

Qiu estava pronto para concluir parte de seu objetivo. Com o alvo imobilizado, seria fácil nocauteá-lo.

― Papai! ― Chan gritou desesperado ao ver o que estava acontecendo. Depois de tanto correr em círculos, fugindo e mantendo um dos inimigos ocupados, o filho aventureiro enfim parou e olhou para o alto se sentindo impotente. E foi naquele momento de descuido que aconteceu.

Traiçoeiro como era ― apesar de não poder culpá-lo por tirar proveito da situação ―, Xiao Kun guiou seu chicote pelo solo, fora da vista de todos, e quando a oportunidade surgiu, feito uma cobra, deu um bote na canela do rapaz desatento e se enroscou ao longo de sua perna, ignorando o tecido de sua roupa e rasgando a pele por baixo.

O emaranhado de galhos coroados com espinhos embebidos em veneno atravessou a hipoderme sem dificuldade, o que causou um sangramento instantâneo, e lançou sua maliciosa perversidade através das veias e vasos sanguíneos do jovem.

A dor que sentiu foi instantânea. Ainda segurando suas espadas, Xiao Chan caiu enquanto permitia a um berro agonizante irromper de sua garganta. Tomado pelo desespero, tentou de todas as formas se libertar, porém suas espadas foram incapazes de cortar ou ao menos retalhar o laço que o cativou.

O sangue escorria por sua perna e parecia um ferimento horrível, mas o verdadeiro perigo estava atacando-o por dentro.

Levou poucos segundos para que o querido Gege de Shui adquirisse uma cor insalubre. Primeiro seu rosto se tornou muito vermelho, em seguida seus lábios incharam e adquiriram uma coloração azulada, por fim a região ao redor de seus olhos se tornou duas vezes maior, deixando-o temporariamente cego. Mas isso não foi tudo, pois alguns instantes depois ele começou a convulsionar.

Enquanto estava sendo mantido imóvel contra sua vontade, o tio Chang escutou de longe o seu filho gritar. A preocupação invadiu seu peito, fazendo sua mente ser torturada pelas mais hediondas visões e possibilidades. O medo de ser derrotado ou de acabar morto desapareceu e no lugar uma genuína ansiedade se manifestou. Nada era mais importante do que assegurar o bem-estar de seus filhos.

Aflito, o Ancião começou a se debater com ainda mais vigor, tentando se libertar de qualquer forma. Entretanto, quanto mais resistia, menos mobilidade tinha.

Indefeso, impotente, Xiao Chang ergueu a cabeça e em seu campo de visão encontrou o inimigo pronto para o encerramento. De longe escutou sua filha gritar, mas não havia muito que pudesse fazer. Quem o segurava era muito forte, tão forte que mesmo em condições normais seria difícil se libertar. Seu ferimento estava drenando sua força, seu sangue não parava de escorrer por sua perna e banhar o chão logo abaixo.

Parecia perdido, ele se sentia perdido. Foi quando uma lança surgiu de repente e Qiu, assustado, viu-se obrigado a recuar.

Naquele momento, naquela brecha criada, o tio Chang percebeu que era sua chance de escapar. Dessa forma, fazendo uso do resto de força que lhe restava, chutou para trás usando os dois pés, como o coice de uma mula reforçada, e afastou o homem o segurando.

Conseguir fugir foi uma realização inspiradora, mas ele não teve tempo de comemorar, pois o sujeito manco já havia se recuperado do susto e estava indo ao seu encontro.

Sabendo que precisava recuar e só depois se recuperar do susto para enfim voltar ao confronto, o Ancião pensou em se afastar. Mas quando tentou voar para longe, sua ferida pesou, levando-o a despencar do céu e cair na borda de uma das fissuras criadas durante seu embate.

Sua queda não foi nem um pouco gentil ou controlada. Ele acertou o solo com as costas e por pouco não escorregou para dentro do buraco. Quando tentou se levantar, escorregou algumas vezes e precisou se apoiar para não sofrer outra queda. Seu corpo todo tremia, as pernas não apresentavam nenhum tipo de firmeza ― eram como gravetos sacudindo na tempestade ―, seu rosto havia adquirido uma tonalidade anêmica e o pior de tudo era que o sangue não parava de escorrer da ferida.

Com sua estatura elevada, o seu corpo desenvolvido e sua autoconfiança cotidiana, ninguém duvidava da capacidade de resistência do 9º Ancião. Mesmo agora, a Energia Espiritual emanando de seu corpo era assombrosa. Mas a profunda lesão em seu flanco direito estava levando-o ao limite.

Quando enfim conseguiu se levantar e recuperar alguma firmeza, o tio Chang caminhou cambaleante para longe de seus agressores. Não conseguia vê-los enquanto se afastava, porém podia sentir suas Energias ferozes e agressivas.

A situação era desastrosa e quanto mais tempo passava, mais certeza ele tinha desse fato. Seu coração apertou ao perceber que o filho tinha sido dominado por alguma moléstia e o aperto se transformou em lástima ao notar que não poderia fazer nada no momento, pois precisava eliminar seus inimigos antes de tentar ajudar qualquer um deles.

Após percorrer uma distância que considerava adequada, o abatido homem de cabelo azul e barba bem feita se permitiu pela primeira vez contemplar todo o estrago que seu inimigo havia feito em seu corpo. Seus olhos hesitantes miraram a ferida e naquele instante entendeu que o estrago era muito maior do que tinha imaginado.

Um grande pedaço de sua cintura tinha sido arrancado, deixando uma cena horripilante no lugar. Ao olhar para o ferimento era possível ver uma deformidade horrenda e as marcas deixadas pelos dedos do oponente ao arrancar sua carne. Tanto sangue já havia sido expelido daquele lugar que mesmo suas pernas estavam manchadas de vermelho.

O tio Chang lutou contra o sentimento irracional de querer colocar a mão no local. De certa forma, sentia que poderia sucumbir ao desespero caso tentasse tocar numa parte do corpo que não existia mais. Assim sendo, para desviar os pensamentos e transformar o medo em raiva, ele enfim se virou para finalmente encarar os malditos invasores. Entretanto, a visão que se abriu diante de seus olhos se provou tão abominável quanto aquela encontrada em seu corpo.

Assim que levantou a cabeça, primeiro o Ancião encarou o oponente mais próximo. E perceber que Qiu também possuía algumas feridas e que parecia estar desgastado o deixou feliz. Tal fato revigorou seu espírito, pois ainda poderia existir esperança. No entanto, quando olhou para o lado, tentando encontrar o outro rival, teve calafrios por todo o corpo.

Nunca em sua vida testemunhou uma visão tão hedionda. Nem mesmo as bestas mais condenáveis da Floresta das Mil Perdições ou os contos mais repulsivos perpetuados pelos ancestrais poderiam se comparar à imagem profana que pisava sobre aquele solo. Tratava-se de uma existência rejeitada pelos Deuses e abominada pelos humanos.

A coisa se parecia muito com o assim chamado Uf, praticante da 2ª Camada do Reino Espirituoso e parceiro de Qiu. Um sujeito alto, magro e de nariz comprido, mas cujo aspecto não detinha nada de espetacular. Entretanto, no momento sua aparência estava muito diferente daquela descrita.

Embora continuasse alto e magro, seu rosto havia se transformado de uma maneira grotesca. Metade da cabeça da coisa era igual a quando apareceu pela primeira vez, mas a outra metade estava completamente desfigurada, amassada, deixando-o com uma aparência medonha.

Se nos livros existiam monstros fictícios, muito diferentes e mais abomináveis do que aqueles encontrados em florestas, rios, oceanos e montanhas, nesse caso, Uf seria uma dessas criaturas. Simplesmente era impossível para um humano continuar vivo com tal nível de deformidade. Além de sua cabeça esmagada pela metade, o impacto que recebeu na nuca e destruiu todo o seu crânio havia remodelado seu rosto por meio de uma composição odiosa.

Seu ombro havia sido manchado por um líquido cinza pegajoso que escorria do buraco aberto em sua cabeça. Seus dentes se encontravam fincados ao longo de sua gengiva e atravessavam os lábios arrebentados que não paravam de sangrar, manchando o colarinho de sua camisa insossa. Por algum motivo abominável, seu olho esquerdo tinha saltado para fora e estava preso por uma corda biológica repugnante. Para completar a horrenda visão, a única coisa impedindo sua mandíbula de cair eram algumas cartilagens, nervos e ossos rachados localizados do lado direito.

A concepção daquela figura execrável fez o distinto Ancião se estremecer de pavor. A coisa parecia tão humana e ao mesmo tempo tão monstruosa. Em toda a sua vida, nunca encontrou, homem ou mulher, capaz de sobreviver a tais ferimentos. Contudo, além de permanecer inabalável, aquela criatura não demonstrava dor, raiva, medo ou qualquer outro tipo de emoção.

Como um pai, seu primeiro instinto foi o de pegar os filhos e fugir, pois aquilo o deixava inseguro. Enfrentar dois oponentes que são capazes de experimentar medo, alegria, excitação e confiança era mais fácil do que se arriscar ao lado de uma abominação cuja presença de um coração, uma alma ou consciência se mostrava uma grande incerteza. Porém, quando ele pensou em abrir a boca para expressar suas preocupações, algo o interrompeu.

― Capture-o! ― ordenou Qiu.

E no mesmo instante Uf começou a marchar. Não havia pressa ou desespero em seu movimento, e enquanto andava os pedaços de carne pendurados em seu rosto balançavam de uma maneira repugnante. Mas aquilo não o incomodava em nada, sequer arrancava um arquejo de sofrimento de sua boca estourada.

Por outro lado, ao perceber que a aberração estava indo em sua direção, o 9º Ancião sentiu que precisava fazer algo para mantê-lo longe. Sua condição não era muito boa e poderia ser um desastre deixar a criatura se aproximar.

― Pecado Marinho! ― rugiu com ferocidade, forçando a si próprio a reunir a Energia necessária para atacar.

A habilidade foi ativada e uma gigante Estrela-do-mar ganhou forma. Espuma e camadas de sal se desprendiam de cada uma de suas cinco pontas à medida que a água salgada circulava através de toda a estrutura.

Assim que a estrela se manifestou, solitária e mais fraca do que as anteriores, o tio Chang atacou.

O ser marinho girou em alta velocidade, lançando jatos de sal e espuma, e disparou contra o alvo. Sua investida foi marcada por um rastro de destruição reto e preciso, como se um disco em alta velocidade tivesse passado por ali.

Uf assistiu a técnica se aproximar com seu único olho funcional e em momento algum demonstrou preocupação. Continuou seguindo em frente, agindo como se não existisse algo perigoso indo em sua direção. E então, aconteceu.

A Estrela-do-mar atingiu com toda a força o ombro esquerdo do inimigo. Um barulho horrendo de carne sendo rasgada e ossos esmagados contaminou o ambiente ao passo que sangue jorrando junto de pedaços de pele decoraram o céu noturno.

A abominável criatura recebeu o ataque sem ao menos tentar se defender. Quando foi atingido, Uf acabou sendo arrastado para trás, mas se manteve firme do começo ao fim. A estrela continuou empurrando, pressionando, até que por fim perdeu seu vigor e desapareceu em um espetacular jorro de sal. E nesse momento, o Ancião experimentou outra visão medonha.

O ombro do invasor anormal havia sido destroçado e seu braço estava preso em nada mais do que a pele da axila. Um volume extraordinário de sangue vertia do trauma hediondo, volume esse que era o bastante para matar um homem adulto.

No entanto, apesar da grave contusão, Uf continuava firme, inexpressivo e determinado a cumprir a ordem que lhe foi dada.

― De que maldição essa coisa saiu?! ― O tio Chang estava horrorizado. Jamais em sua vida imaginou poder encontrar tamanha abominação capaz de colocar todo o senso que considerava comum em risco, mesmo vivendo em um mundo peculiar.

Ele ficou tão abalado em ver o desempenho da coisa que pensou em gritar por ajuda, pois não acreditava ter a habilidade necessária para resolver aquele problema. Mas esse pensamento logo foi tirado de sua mente. Toda a Família enfrentava adversidades e poucos estariam aptos para reverter a situação, sem falar que sua voz provavelmente não alcançaria ninguém. Nesse instante, sua única opção era suportar a dor e continuar buscando a vitória.

Porém, quando decidiu o que precisava fazer, uma mudança aconteceu.

Até aquele instante, Uf não parecia ser um sujeito de velocidade ou que gostava de correr, mas depois de um gesto discreto feito por seu parceiro, a abominação chutou o chão e disparou feito um demônio ansioso para corromper a próxima alma.

O tio Chang tentou fazer algo em resposta, mas quando inclinou a cintura preparando para se defender, sentiu uma dor aguda atravessar o seu flanco e limitar seus movimentos.

Uf se aproximou e com extrema violência atacou sua presa usando o braço que ainda funcionava. Sua investida foi impiedosa e não deu nenhuma chance para que uma defesa fosse preparada.

Argghh! ― A dor que o estimado Ancião sentiu foi instantânea e ao mesmo tempo hedionda. Seu inimigo usou os dedos como punhais e perfurou seu peito em cinco pontos diferentes. Em seguida, não satisfeito, a aberração o ergueu, fazendo uso de sua força monstruosa.

Suspenso no ar, o dedicado pai se debateu e lutou contra o monstro que seu antagonista representava, mas suas tentativas de se livrar daquelas garras apenas contribuíram para aumentar a raiva do estranho sujeito.

Demonstrando que apesar de não ter um semblante expressivo ele ainda era um homem de emoções, Uf ergueu seu oponente um pouco mais alto e logo depois o jogou contra o chão, libertando-o e expondo os dedos manchados de sangue.

― Calma! ― pediu Qiu, que preferiu não participar da investida. ― Nós precisamos dele vivo.

A ordem foi acatada sem questionamento, afinal a boca da aberração estava pendurada e sua língua morta era incapaz de conjugar um verbo. Mais uma vez, a coisa alta e de crânio partido se aproximou, preparando-se para cravar os dedos no alvo e erguê-lo como um porco esperando para ser sangrado.

Xiao Chang se sentiu verdadeiramente encurralado, pois percebeu que mesmo que conseguisse evitar de ter o peito perfurado, não conseguiria evadir por um período longo. Caído de costas no solo frio e tentando de todas as formas encontrar uma solução, ele usou as pernas para se arrastar pelo chão e ficar longe de seu agressor. Tentou se levantar, mas seu corpo inteiro tremia. Parecia que os músculos treinados desde a juventude haviam o abandonado.

Seu inimigo estava chegando perto ― a não mais do que um passo de distância ― e a sensação de impotência ficava mais forte a cada segundo. Sentia... ou melhor dizendo, sabia que não poderia fugir. De certa forma, mesmo que estivesse determinado a lutar até não lhe restar mais força, sabia que não conseguiria alcançar a vitória.

E foi com esse pensamento em mente que o 9º Ancião dos Xiaos parou de se arrastar, franziu o cenho, bufou uma vez e se preparou para criar a oportunidade que daria para seus filhos a chance de escapar.

Foi quando, caído e olhando para o céu, ele avistou algo que o deixou apavorado. O susto foi tão grande que o tio Chang se viu tomado por um surto de adrenalina e num sobressalto se ergueu e se afastou o mais rápido possível daquele ponto.

De repente um estrondo reverberou através das nuvens densas ofuscando as estrelas; um trovão alto e impactante, que fez as janelas da casa tremer e causou ecos que se espalharam por toda a cordilheira. No instante seguinte, um clarão de tonalidade incomum atravessou as massas escuras carregadas, desenhando formas rudimentares que lembravam raízes de uma planta. E então, um raio verde despencou do céu.

O tio Chang por pouco conseguiu fugir, mas o fenômeno elétrico caiu sobre a cabeça de Uf, envolvendo-o numa repentina luz verde. O que aconteceu logo depois ocorreu num espaço curto de poucos segundos, mas houve um estampido ensurdecedor, um clarão e por fim o corpo da aberração desapareceu, deixando para trás nada mais do um pedaço de braço carbonizado e alguns dentes perdidos.

Inesperado. Não existia outra palavra para melhor descrever o que havia acabado de acontecer. Qiu não teve tempo de se surpreender com a perda do comparsa, pois acabou sendo arremessado por dezenas de metros pelo mero impacto causado pelo raio e o mesmo aconteceu a Xiao Chang, que só parou de voar depois de bater as costas na parede de sua casa.

Ferido, mas aliviado por ter conseguido se livrar de um de seus inimigos, o homem de cabelo azul-escuro à beira do colapso olhou para o alto horrorizado. Nuvens cobriam todo o topo da Montanha Ancestral de Jade e estavam se alastrando pela colina, avançando em direção a cidade. De tempos em tempos, clarões verdes saiam do topo do monte e cortavam o céu numa manifestação odiosa.

Parado ali, encarando aquela anomalia da natureza, o Ancião não podia evitar de ter calafrios. Aquilo era pior do que enfrentar Uf, Qiu ou qualquer outro dos invasores. Ele entendia um pouco da origem do fenômeno, mas não entendia quando havia começado e por que agora.

Porém, para responder isso, precisamos voltar no tempo, antes do início dos ataques.

 


Niveis do Cultivo: Mundano; Despertar; Virtuoso; Espirituoso; Soberano do Despertar; Monarca Místico; Santo Místico; Sábio Místico; Erudito Místico.

 


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