Volume 1
Capítulo 5: "Morra junto com seu orgulho"
HIKIKOTSUNAGARI
"Morra junto com seu orgulho"
Os passos de ambos se intensificam à medida que se aproximam, até que, num instante, um dispara em direção ao outro, preparando um soco. Akihiro atinge Reiji com força no rosto, mas Reiji resiste, revidando com um golpe no estômago que faz Akihiro cambalear.
— Não pense que pode me vencer — diz ele. — Você é apenas um meio-vampiro!
Ele finca o pé esquerdo no chão e gira o corpo, desferindo um chute poderoso no pescoço de Akihiro. O impacto é brutal, arremessando-o para longe, passando por Hana e Misaki, que observam em silêncio.
— Misaki, você acha que ele vai ficar bem? — sussurra Hana.
— Eu espero que sim… Ele tem uma regeneração incrível.
— Então… Por que não ajudamos?
A garota respira fundo antes de responder:
— Porque eu não quero morrer. E aposto que você também não.
Hana engole em seco e apenas acena, voltando os olhos para Akihiro, que se levanta bruscamente, jogando os cabelos molhados para trás.
— Você não é fraco… Mas eu não vou cair tão fácil.
Ele estala os dedos e avança contra Reiji. Este pisa com força na água rasa, erguendo uma parede líquida antes de lançar projéteis de água contra Akihiro.
— Manipulação de matéria?
Ele salta para o lado, esquivando-se com precisão. Aproveitando o impulso, se projeta contra Reiji e desfere um soco, mas o adversário bloqueia com o antebraço. O impacto o arrasta alguns metros para trás, e uma dor intensa se espalha por seu braço.
— Em um único golpe, você quebrou meu braço… impressionante.
Mas a fratura se regenera rapidamente, e Reiji investe novamente. Os golpes são rápidos e ferozes, ambos se atacando e defendendo com dificuldade.
— Nada mal!
Akihiro, buscando vantagem, agarra os cabelos de Reiji e o arrasta pela água. O ser grita de dor, até que, num lampejo, ativa sua forma vampiresca e usa as garras afiadas para amputar o braço de Akihiro. O sangue jorra, e o garoto cambaleia, observando o próprio membro decepado com um misto de choque e dor.
— Morra junto com sua incompetência!
Reiji prepara um golpe fatal, mas antes que possa desferi-lo, sente um braço ao redor de seu pescoço e outro segurando seu braço. Era Misaki, que o puxa para trás, tentando sufocá-lo.
— Garota idiota… — ele rosna. — Acha que pode me parar?
Ele ergue o braço livre para atacá-la, mas, de repente, sente os cabelos sendo agarrados. Akihiro o arranca de cima de Misaki e o lança para longe.
— Obrigado, Misaki… Mas eu daria conta.
Ela se levanta, torcendo a saia molhada.
— Você quase levou um golpe mortal.
— Mortal para alguém normal. Minha regeneração é superior até à dele.
O garoto observa o braço amputado já regenerado, num instante, sente um calor intenso percorrer seu corpo. Chamas surgem de sua pele. Ele grita de dor, as labaredas consumindo seu corpo.
— Akihiro!
Ele se vira para o ser, o responsável pela maldição. Em um impulso desesperado, corre e o agarra, cravando os dedos em seu pescoço. As chamas queimam ambos, e Reiji, sufocando, recas e desfaz a maldição com um chute no peito de Akihiro.
— Merda… Sua regeneração é mesmo absurda.
— Eu sei. E eu não vou parar até te matar.
Uma voz ecoa na mente de Akihiro:
— Está com problemas, Akihiro?
Ele reconhece de imediato.
— Kimiko…
— Não precisa responder. Você sabe como estou me comunicando. Escuta: sua regeneração é melhor que a dele. Você viu como seu braço voltou em segundos, mas a dele é mais lenta. Não o deixe se recuperar. Apenas acabe com ele.
O garoto sorri e avança. Os golpes são rápidos e precisos.
— Mas que velocidade…
Ele tenta criar uma estaca de água, mas Akihiro age primeiro. Torce sua mão e a usa para perfurar seu estômago. Reiji cospe sangue, vacilando.
— Você é forte… Mas eu não vou desistir.
Ele tenta agarrar a roupa do garoto, mas este se afasta com um movimento ágil.
— Você vai se arrepender de não ter quebrado a maldição da Hana.
Akihiro concentra toda sua força e desferre um chute no estômago de Reiji, lançando-o para o alto. O vampiro grita, desesperado. Num piscar de olhos, Akihiro já está acima dele, punhos cerrados.
— Isso não pode estar acontecendo… — O ser vê uma silhueta atrás de Akihiro. Kimiko o observa com desprezo.
— Kimiko… Que problema você me trouxe?
Akihiro desfere o golpe.
— Morra junto com seu orgulho
Seu punho afunda no rosto de Reiji, arrastando-o para baixo. O impacto faz a água explodir em ondas gigantescas.
— Akihiro! — Misaki corre, mas é jogada para trás pela força da colisão.
Akihiro lentamente desperta, cercado pelo vazio branco. O silêncio absoluto é quebrado por uma voz familiar.
— …Onde estamos?
Ele se vira e vê Reiji, cabisbaixo, o olhar perdido.
— Eu… Eu não sei.
O ser suspira e o encara com indiferença.
— Por que não quis tirar a maldição da Hana?
O ser ri, um som carregado de desprezo.
— Você é tão ingênuo, Akihiro… Eu já vivi o triplo da sua miserável vida. Eu sei quem pode mudar e quem nunca mudará.
— Mas pessoas podem mudar.
— Acorde. Eu sou o Deus do Destino.
Akihiro franze o cenho.
— Por que… você é assim?
Por um momento, Reiji apenas observa o garoto. Então, suspira profundamente e responde:
— Porque, justamente, um dia fui como você, Akihiro. Acreditei nas pessoas.
Seu olhar se fixa no vazio enquanto ele continua:
— Vou contar minha história. Preste atenção.
Akihiro ouve atentamente
— Houve uma época em que os vampiros eram a raça dominante. Isso foi muito antes da Revolução Meiji. Mas, com o passar dos séculos, os humanos se adaptaram… e os vampiros foram quase extintos. Os poucos que restaram tiveram que gerar filhos ou transformar humanos para sobreviver…
Conforme Reiji narra, o garoto sente as palavras ganharem forma em sua mente. Ele imagina a cena: um jovem Reiji, vagando pela neve, os pés machucados de tanto fugir. Seu corpo fraco não aguenta mais e ele cai, afundando na superfície fria.
— Olha só… que vampiro fofo. Você precisa de ajuda?
A voz feminina soa suave, quase brincalhona. O garoto levanta os olhos e vê uma garota sorrindo para ele.
— Quem é você? — pergunta com a voz trêmula.
— Pode me chamar de Ebisu.
— Ebisu… Ebisu! Por favor! Por favor, me ajude! Eu não aguento mais fugir!
Ela ri baixinho e se aproxima, encostando um dedo em seus lábios.
— Não precisa se desesperar… Eu só preciso que faça duas coisas: durma esta noite e me deixe morder seu pescoço. Se fizer isso, eu o levarei para um lugar especial. Lá, ninguém poderá tocá-lo, ouvi-lo ou sequer senti-lo. Você poderá manipular esse lugar à sua vontade… e observar a vida das pessoas. Até julgá-las, se quiser.
Os olhos do garoto brilham com uma mistura de curiosidade e ambição.
— Eu poderei… ser um deus? Julgar aqueles que me julgaram? Ser quem eu quiser?
— Exatamente.
Sem hesitar, Reiji inclina a cabeça, expondo o pescoço. Ebisu sorri e crava os dentes nele, sugando seu sangue.
— Que sangue delicioso… agora, descanse.
Como se toda a exaustão tivesse desaparecido, Reiji se levanta e corre para um abrigo. Ele se esconde em uma caverna escura e, quando desperta… está na Fenda. O lugar onde Akihiro o encontrou.
— Quem é essa Ebisu? Como ela te levou até a Fenda?
Reiji sorri de canto, seu olhar seco e impenetrável.
— Você descobrirá.
Então, sua expressão se torna mais sombria. Ele encara Akihiro, como se seu olhar pudesse perfurar sua alma.
— Um dia… você vai se arrepender de ter me matado.
Um peso enorme aperta o peito do garoto.
— O quê…?
Antes que possa responder, desperta.
Ele está na escola, Misaki e Hana ao seu redor. Hana o abraça, chorando.
— Você conseguiu, Akihiro! Você me salvou!
— Acabou? Reiji… morreu?
— Sim. Quando acordamos, você ainda estava desacordado.
Misaki se aproxima, olhando para Hana.
— Hana… Eu te ajudei, mas quero que me prometa algo.
Ela engole seco.
— O quê?
— Nunca mais seja aquela Hana Suzuki.
Ela hesita, depois assente.
— Eu… Eu prometo.
Akihiro corta a ponta do dedo, deixando uma gota de sangue. Hana faz o mesmo. Eles unem os dedos.
A promessa estava feita.
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