Trovão Infinito Brasileira

Autor(a): Halk


Volume 1

Capítulo 66: Não Dá Para Ganhar Todas (V)

Você não acreditaria se eu dissesse. Na verdade, nem eu estou acreditando: Ermo é o nosso salvador. E quando digo salvador, quero dizer no sentido mais positivo da palavra.

Ermo, junto de alguns outros soldados de duas estrelas e três estrelas, chegou com armas gigantescas eliminando todas as criaturas que ainda existiam nos corredores da instalação. 

Eram armas enormes que lançavam frequências no ar, que simplesmente fazia as criaturas explodirem de dentro para fora.

A ciência por trás da arma era incrível e impossível. Uma arma que consegue eliminar todo o vírus das criaturas, dos Estertores.

Fiquei preocupado com o poder que a Classe S tinha nas mãos, até que fui informado de que tais armas não poderiam ser utilizadas em humanos. 

Elas estão apenas programadas para funcionar nas criaturas, pois o vírus que as torna assim… Nessas coisas bizarras… é mais fácil de derrotar. 

É único e simples. Enquanto a frequência das células de uma pessoa normal e sem nenhuma infecção é muito, muito variada.

Se você não entendeu, pode ficar tranquilo. Eu também não entendi. Tudo que sei é que essas coisas não podem fazer mal a ninguém, apenas explodir as criaturas bizarras que estavam no porão.

E sim. Ermo foi nosso salvador. Enquanto estavamos nos reunindo com um esquadrão de três estrelas, Zero, aquele soldado de quatro estrelas com óculos, cabelo super arrumado e com uma postura elegante, nos disse o seguinte:

— Graças ao seu colega recruta, nós conseguimos localizar vocês e os salvar antes que o pior acontecesse. Eu vi que deixar a instalação sozinha seria problemático, por isso voltei mais rápido que os outros e quando voltei, encontrei ela nesse estado. Vocês tiveram sorte que a primeira pessoa que tive contato conhecia vocês ao ponto de saberem onde se encontrariam. Agradeçam ele depois.

Agradecer Ermo? Isso realmente só pode ser um pesadelo. Eu fico feliz de que Ermo tenho nos salvado e demonstrado certa consideração. De certa forma isso seria uma demonstração de mudança, de que agora ele não é mais um babaca.

Mas acontece que consigo sentir a energia dos outros. E a única coisa que sinto quando estou perto dele é a soberba. Está com um olhar triunfante, se gabando de uma forma não-verbal.

É tão triste saber que alguém está fingindo, mas não poder provar isso. Eu poderia provar falando que sinto a energia dos outros, mas quem iria acreditar em mim logo de cara?

Cada um que quer lutar e está com capacidade para isso pega uma dessas armas gigantes e sai por aí atirando nas criaturas.

Eu consigo limpar uma area inteira sozinho. Depois vou para diversos outros lugares, ajudar os outros recrutas. 

Sinceramente, ninguém que se prontificou a ajudar precisa da minha ajuda nesse momento. Mas quando fico do lado de Solares, ela não se incomoda. Então nós dois ficamos juntos, atirando nas criaturas.

— Como sabia disso? — ela pergunta. — Como sabia do Porão?

Agora fica evidente que todos saibam o que é o Porão. Todos os recrutas receberam explicações do que era a criatura e de onde elas vinham e para que elas serviriam. 

Agora todos sabem que as criaturas foram liberadas antes do tempo, de propósito, por alguém. E ninguém, exceto Amor, Leona e Solares sabem que eu tenho essa informação. Bom… Agora só Solares sabe.

Nesse caso, eu serei obrigado a contar a verdade. E eu sinceramente não quero que isso aconteça. Quero continuar distante desse assunto. Primeiro vou resolver o problema que é a infestação e depois pegar o verdadeiro responsável por isso… O responsável…

— Não fui eu que fiz isso, Sol. 

— Mas como você sabia? — insiste.

Droga! Eu não posso negar essa informação para ela. Foi a amiga dela que morreu. Ela merece saber disso. E sinceramente, talvez ter confiado em mim a tenha matado. Na verdade, a minha mania de acreditar em todo mundo que chegou a matá-los. 

— Eu soube por meio de um soldado que disse que conhecia meu pai e por isso queria me fazer um favor — falo com a voz alta e me distanciando dela cada vez mais, com medo de sua reação. — Mas pelo visto…

E então ficamos em silêncio novamente. Ela continua concentrada em matar todas as criaturas e eu me concentro em mim mesmo. 

Conforme o tempo passa e nós acabamos com todos daquela área, voltamos, um do lado do outro, cabisbaixos, para o local de encontro.

O nosso local de encontro é uma sala grande. É onde fica a sala de reuniões, a que eu vim para conseguir certas informações uma vez, a mando de Tomas.

Zero é quem nos espera, analisando um quadro holográfico com um mapa da instalação. Ele se vira e começa a conversar com todos nós.

 

 

Primeiro ele pede informações, se alguém possuísse alguma era para que contemos a ele. Solares fica tentada a levantar a mão, consigo sentir isso nela. Mas não acho que seja justo.

Tenho fugido desse assunto já faz bastante tempo, com medo de pensar a respeito disso. Não quero imaginar que fui enganado esse tempo todo, que me deixei ser enganado por uma pessoa que antes parecia confiável.

No fim das coisas, você só é traído pela pessoa que você confia. Meu pai sempre falava isso. Falava que era para ter cuidado com as nossas amizades. Era por isso que ele falava.

E hoje eu aprendi da pior maneira que não devo acreditar em qualquer um que chega e diz que conheceu meu pai, usando isso como estratégia para me manipular.

Está na hora de tomar partido. Hora de assumir a responsabilidade. Vou falar das minhas intenções em fugir da instalação, das informações que consegui no duto de ventilação e de tantas outras coisas mais que o próprio Remi já deveria ter informado, porém não informara.

Droga! E se eu falar isso, o Remi ainda vai levar uma baita de uma culpa. Ele tinha todas essas informações e mesmo assim não decidiu agir. Quis me proteger. Ou então… Ou então ele falou e eu não estou sabendo.

Então, de repente e sem ninguém esperar, alguns soldados entram pela porta da sala trazendo um homem amarrado. Ele se contorce nos braços deles, tentando se libertar, porém não consegue.

Quando me viro, encaro a pessoa e a reconheço: É Tomas, amarrado e machucado.

— Achamos o responsável, senhor! — diz um dos soldados por de trás de sua máscara com vidro fumê.

Zero corre até Tomas e segura sua boca com precisão, enquanto os outros soldados seguram seus braços e pernas. Essa não é uma cena muito bonita, Tomas nem tem como se defender assim.

Alguns recrutas estão totalmente horrorizados com a cena, na verdade estão mesmo assustados e com medo. Aquele homem é o responsável pelas suas vidas terem se tornado um inferno nas últimas horas. 

Eu me aproximo do soldado. Sinto Solares me seguir. Não impeço ela.

Assim que chego perto o suficiente, ouço a conversa que Zero está tendo com Tomas.

— Para quem você trabalha? Quem é o informante?

Tudo que Tomas consegue fazer é balbuciar algumas palavras, como se o aperto que Zero está fazendo em sua cabeça estivesse lhe esmagando. 

— Vamos! — grita Zero. — Diga quem foi! Diga logo!

Os olhos de Tomas sangram, seus olhos arregalam como se alguém tivesse enfiado uma faca em seu corpo, e sua boca se abre como se procurasse por ar. 

Suas últimas palavras são:

— Salve Os Quatro Ventos!

Logo em seguida, sua cabeça explode. Eu dou um salto para trás e protejo Solares, que estava bem atrás de mim. Meu coração está acelerado. Estou nervoso. Tonto. Acabei de ver um homem perder a cabeça por nenhuma razão.

— Soldado — diz Zero. — Avise a Comandante Negra e o Capitão para voltarem imediatamente. Diga que há infiltrados entre nós. E não esqueça de avisar que…

FALTAM 3 MESES PARA A EXPLOSÃO

 


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