Trovão Infinito Brasileira

Autor(a): Halk


Volume 1

Capítulo 65: Não Dá Para Ganhar Todas (IV)

Um monstro imbatível, pelo visto. Esse eu nunca havia visto anteriormente. Os avisos que a minha pulseira emite diz que esse daí não é coisa boa. Analiso meu oponente com mais atenção dessa vez. 

É um ser alto e humanoide, sua pele é enrugada e meio acinzentada. Seu rosto é amedrontador. Olhos fundos e negros, sem boca. A sua boca fica em sua barriga e ela é imensa. 

Dentes afiados, uma gengiva podre e um odor de cadáver e fezes, é isso que se nota quando a criatura abre a boca. Droga, tenho de tomar cuidado com a sua língua. Essa coisa pode acabar me matando se quiser. 

Seguro meu bastão com firmeza e salto em direção a criatura. Ela não se mexe, o que é ótimo, significa que sou mais veloz que ela. Porém, se sou tão veloz assim, porque tenho a sensação de que estou redondamente enganado?

Dou um golpe na cabeça da criatura que faz seu pescoço entortar. Provável que tenha quebrado. Tomara que sim. Quando pouso no chão, dou uma rasteira na criatura e ela tomba. 

Me levanto depressa e começo a descer o bastão de cima para baixo em seu corpo, sem parar. Vou amassando cada centímetro do corpo da criatura, sentindo sua carne ser amassada e os ossos sendo quebrados… 

Então sinto um forte impacto na minha barriga. É a língua da criatura, me acertando e com a sua força me jogando para trás, me fazendo bater as costas contra a parede. 

Quando me levanto, me esforçando para conseguir voltar a respirar, vejo a criatura se esforçar sem esforço algum. Ela meramente torce o pescoço e se levanta como se nada tivesse acontecido. Está olhando para mim, como se eu tivesse chamado a sua atenção. 

A criatura não tem nenhum sinal de que se machucou. Nem mesmo a sua pele acinzentada ficou manchada por sujeira ou algum hematoma. Está intacto do mesmo jeito que estava anteriormente.

Então é por isso que sentia que não podia vencê-lo? Uso minha visão e constato uma coisa: a energia da criatura é de dar arrepios. Forte e com muito potencial, com certeza isso daí pode me matar se eu não tiver cuidado. 

Dreno mais um pouco da energia do quarto, apenas o suficiente para ficar desperto novamente. Uso minha fortificação elétrica e salto novamente em direção a criatura. 

Acertos novos golpes nela. Ela continua parada, apenas aceitando tudo. Até que em um momento, a criatura me acerta com sua língua mais uma vez. Sou arremessado em direção aos outros recrutas, que abrem espaço para que eu me encontre com uma parede. 

Me levanto desnorteado. Agora a criatura parece estar mais atenta, um tanto inquieta enquanto olha para mim. 

— Vamos ajudar, Kaike! — fala um recruta. 

— Não! Isso é muito perigoso! Ele pode acabar matando todos vocês. Fiquem longe dele!

E parto novamente em sua direção. Ficamos assim por um tempo, eu indo para cima e encaixando diversos golpes e a criatura parecendo se importar pouco com o que faço, apenas contra atacando com sua língua. 

Parece que não importa o que faço, seu corpo nunca reage e ele jamais parece sentir o dano que causo nele. Isso se de fato causo algum dano.

Entretanto, tem uma hora que a coisa fica feia. Assim que encaixarei um golpe em seu rosto, ele segura meu bastão com uma das mãos e aperta. Ele tenta amassar, porém parece que não é forte o suficiente para fazer isso. Tento livrar a minha arma da mão da criatura, porém ela é simplesmente muito forte. 

É quando ela puxa o bastão de mim e joga para longe. Então, muito rapidamente, me desfere um soco no estômago que me faz vomitar sangue. Caio no chão de joelhos, sem conseguir respirar. O teto fica escuro e as vozes dos recrutas, que antes me incentivavam, começam a desaparecer aos poucos. 

Estou ficando surdo, cego e com uma dor terrível na barriga. Tão grande que parece que meus órgãos vão sair pelos poucos buracos do meu corpo. Só quero que a dor passe. E ela vai passar. 

Consigo me concentrar um pouco e dreno energia suficiente de uma tomada para me manter acordado. Estou novamente bem, embora eu deva admitir, aquele soco não é algo que eu queira receber de novo. 

— Então é assim que quer jogar? — pergunto para a criatura, como se ela fosse me entender. — Vem para cima então!

E eu corro em sua direção. Dessa vez ela se move com rapidez e tenta me acertar um soco. Desvio de seu golpe e lhe desfiro uma onda eletromagnética, que faz ele se deslocar alguns centímetros apenas. 

Fico chocado com o seu peso. Meu poder não foi capaz de lhe jogar para longe e isso ainda usando a fortificação. Parece que vou ter de usar outras medidas para acabar com esse cara. 

Uso toda a minha energia, descarrego tudo que tenho em seu corpo acinzentado até que não me sobra nada. Continuo desviando de seus golpes velozes, sempre tomando cuidado para não fazer ele acertar sem querer os outros recrutas. 

Porém, quanto já estou totalmente esgotado e sem forças para continuar, ele me segura pelo pescoço e me levanta. De repente em seu rosto se abre uma fenda que revela ser sua boca. Sua pele rasga, formando um sorriso diabólico. A visão é macabra. 

É quando ele está prestes a me morder que um dos recrutas atira uma garrafa de bebida em seu corpo. A criatura não nota a princípio, porém ela nota o que acontece logo em seguida. 

Um dos soldados usa sua arma para atirar no líquido que fora jogado na criatura e ela pega fogo. 

Assim que sente o calor, imediatamente ela me solta e começa a correr pelo dormitório, soltando um rugido horrível. É alto e muito perturbador.

Então a fraqueza dessa coisa é fogo. Bom, vou precisar de mais álcool nesse caso. 

— Consigam todas as bebidas que vocês puderem! — digo. 

E todos começam a correr de um lado a outro, pegando bebidas e jogando na criatura. Um rapaz que insistiu em trazer álcool fica chateado por estarem pegando sua bebida, mas não há o que fazer. 

O fogo alimenta e a criatura vai se carbonizado, porém nada parece que de fato vai adiantar para a sua morte acontecer. 

Quando nossa bebida acaba e com ela a nossa esperança, reuno toda a força que tenho para me lançar contra a criatura e lhe dar um golpe tão forte em seu rosto que a sua cabeça simplesmente desconecta do corpo. 

Ainda balançando de um lado a outro sem cabeça, a criatura finalmente tomba e cai no chão derrotada. 

Nós comemoramos, vitoriosos. Porém nossa festa dura pouco tempo, pois no instante seguinte, aparece mais uma dessas criaturas no dormitório, entrando causalmente. E depois mais outra. E por fim mais outra. 

Três criaturas altas e com pele acinzentada. Entrando em nosso local com naturalidade. Ela olham para o cadáver do seu companheiro no chão e depois para nós.

Suas bocas se abrem, rasgando seu rosto, e de dentro delas saem uma coisa bizarra, uma língua que se divide em várias. Não parece nem um pouco seguro. 

Elas começam a correr em nossa direção que nem loucas… Mas então, explodem, espalhando em todos nós sangue negro e outras gosmas estranhas. 

Não entendemos nada de início. E também não entendemos mais nada quando Ermo aparece com uma arma enorme dentro do dormitório. 

— E aí. Sentiram minha falta? — pergunta ele enquanto assopra a sua arma gigante. 


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