Trovão Infinito Brasileira

Autor(a): Halk


Volume 1

Capítulo 3: O Barulho da Explosão Assusta, O Que Machuca São Os Estilhaços

Para chegar até o C não é tão complicado, apenas tenho de ir falar com Octávio, um dos únicos traficantes do Distrito 4 que a gente encontra por aqui; e meu agiota, infelizmente. 

Vou me encontrar com ele no teto de uma casa abandonada que a gangue dele fica. Vou pedir mais um favor e desse modo ficar eternamente endividado com ele, como sempre.

Assim que chego, logo sou atendido pelos capangas dele que me levam até o térreo. Todos aqui se vestem com algo verde. Isso não é por acaso.

Quando chego no topo da casa, encontro Octávio em pé observando o setor bem na borda do parapeito. Lembro que tomei um susto quando vi as pernas dele pela primeira vez. São próteses.

Nunca fiquei sabendo o motivo dele ter perdido as pernas. Sempre tratei de negócios com ele. Até onde sei, a falta das pernas é a única coisa que o torna um pouco mais normal, já que me lembra que no fim das contas ele é um humano que pode ser machucado como qualquer outro.

Ele usa óculos de proteção redondos, uma touca verde e negra na cabeça, uma máscara cobrindo a boca e nariz, com detalhes verdes e pretos. Usa um colete verde, deixando os braços expostos e uma bermuda cheia de bolsos também verdes.

Batemos um papo tranquilo, onde resolvo explicar para ele quase toda a minha situação, deixando alguns detalhes comprometedores de lado. Óbvio que ele pergunta sobre o débito que já tenho com ele, mas como sempre respondo que depois dou um jeito de pagar.

Ele aceita a proposta. Ele sempre aceita. Sabe que pago ele independente de quanto juros ele coloque em cima dos favores. Sabe que sou honesto o suficiente ao ponto de fazer isso, embora ele mesmo não seja.

Se eu for contar o tanto de dinheiro que já dei para esse cara só com os juros abusivos, possivelmente já estaria vivendo em qualquer outro setor de padrão alto.

— Mas é claro, amigo — diz ele finalmente, aceitando. — O relógio ‘tá girando. — Ele bate no pulso com o dedo indicador várias vezes. — Rápido, rápido, rápido!

A pressa deve ser por conta da validade da autorização. Se demorar demais vou ser pego. Hora de ir embora devendo mais um favor a um criminoso. Um dia ainda pego esse cara. Mas não hoje.

Ao sair da casa, um dos homens dele me dá um papel. É uma dessas certificações para poder passar pela fiscalização.

Pego minha bicicleta, pedalo até uma das entradas que fica ali perto e apresento o documento para os guardas. Consigo entrar sem problemas. 

Agora é a parte mais difícil, achar a casa daquele cara.  Não acredito que vou fazer isso. Acredite quando digo que prefiro mil vezes lidar com Octávio do que com a pessoa que estou prestes a lidar.

Se não me engano fica próximo das beiradas do setor. Viro algumas ruas até achar uma pequena casa branca. Prendo minha bicicleta em um poste que fica bem em frente da entrada e toco a campainha. Minhas mãos estão suadas.

Espero por um tempo. Cada segundo que passa, repenso se vale mesmo a pena fazer isso. A resposta é obviamente não.

A porta se abre e dele sai um cara alto, de cabelo curto e escuro usando uma roupa social, faltando apenas a gravata. É justamente a pessoa que eu menos gostaria de ver, meu irmão.

— E aí, Caio — cumprimento, disfarçando da melhor forma possível o meu mau-humor de estar ali.

Já ele, nem tenta disfarçar.

— Estou sem tempo, Kaike. — Tenta fechar a porta, mas eu a seguro. — Ah!? Será se pode dar licença? Essa é a minha casa.

— E eu com isso?! — Forço a abertura, entrando. 

Aqui dentro as coisas são bem organizadas, embora pequenas. A casa só tem uma cozinha ligada à sala de estar e logo ao lado fica uma porta que deve dar para o quarto.

— Invasão de propriedade é crime, sabia?

— Caralho! — Me viro indignado. — Você vai prender o seu irmão?

— Não tenho tempo para conversar, Kaike! — Ele vai até o sofá e puxa a gravata. — Eu trabalho, e meu tempo é escasso, diferente de você que só anda para cima e para baixo.

— Eu também trabalho! — Abro os braços. — Por mim e pelos outros. — Isso não causa nenhuma reação nele. Vou tentar alfinetar: — E desde quando ficar atrás de uma mesa o dia inteiro, mexendo em papelzinho, é trabalho, Caio? — Vou finalizar com mais um beliscão: — E aposto que ainda ganho mais do que você.

— Certo, tudo bem. Você tem razão. — Ele finaliza de amarrar a gravata no pescoço. — Agora saí da minha casa. Vai acabar de se matar ajudando os outros, igual o pai fez.

Filho da puta. No fim foi ele quem me deu um belicão.

— O pai morreu fazendo o que era certo.

Uau! Parabéns para ele. — Ele bate palmas. É irritante. — Largou três filhos para trás e deixou a esposa morrer sozinha, isso que é fazer o certo.

— A mãe morreu por ter ficado doente! — Vou para mais perto dele.

Ele fecha a cara e também se aproxima.

— Ela morreu de tristeza, seu…! — Se interrompe e dá um passo para trás, ajeitando a gravata. Meu irmão não fala palavrão, só faz isso quando perde um argumento.

O pai dizia que pessoas que apreciam o silêncio juntas foram feitas um para o outro. Bom, esse silêncio incômodo agora já diz tudo.

— Caio — começo a dizer em tom de desculpa. — Se eu tivesse arranjado mais dinheiro naquela época, a gente tinha conseguido tratar ela melhor…

— Pelo amor do Rei, Kaike! — Ele dá um soco no ar. Depois se aproxima com o rosto vermelho. — Nem gastando todo o auxílio do governo deu para manter ela viva. O pouco dinheiro que tu ia ganhar não ia ajudar em nada. Acorda! No fim, ficamos sem pai, sem mãe e sem dinheiro. 

Mesmo isso sendo verdade, ainda tínhamos uns aos outros. Podíamos ter feito algo juntos, unidos como uma família. Mas os planos do Caio foram diferentes.

— E agora, sem pai e sem mãe você veio atrás de dinheiro? — Olho para a casa onde ele vive com desdém. — Não sei se tá funcionando, não, irmãozão.

— Vai, debocha, mas eu tenho estabilidade com um emprego de verdade. Sabe o que significa a palavra estabilidade, Kaike?! Se eu tiver filhos e morrer por alguma idiotice, eles vão receber uma herança. Coisa que o pai…

— Para de falar do pai! — grito. — E que história é essa de ter filho? Coitado! É tão pão-duro que vai deixar o moleque morrer de fome.

— Olha o respeito comigo, moleque! — Ele se aproxima, irritado, quase encostando em mim. — Eu ainda sou seu irmão mais velho!

— Será se é mesmo? — sussurro calmamente. Vejo ele ficar confuso. — Sabe, eu fico em dúvida de quem você puxou para ser tão pau no cu.

— Cala a boca!

Ele se joga em cima de mim e me lança contra a parede com um empurrão. Minha mochila dá uma amortecida, porém bato a nuca na parede.

Dou um salto em direção a ele e abraço sua barriga o levantando para cima. Ele da várias cotovelada nas minhas costas enquanto eu carrego ele até a sala de estar.

Jogo ele com toda a força no chão. Não fica barato para mim. Começamos a rolar um por cima do outro onde ele consegue dar um soco na minha cara. 

Antes dele conseguir acertar mais outro, eu dou, por reflexo, um empurrão de mão aberta no seu rosto. Ele se afasta cobrindo o nariz. Me levanto rapidamente e lhe dou um soco na cara.

Caio se defende por pouco, jogando meu braço para o lado. Isso dá uma abertura para ele me dar um empurrão, depois um chute na boca do meu estômago. Mais um soco no meu rosto e sou arremessado para trás.

Por sorte, bato na parede e não tropeço. Se estivesse no chão agora, seria o fim da luta para mim. Ele é bom no chão.

Embora eu seja bom de briga, lutar contra o meu irmão não é tão fácil, foi ele que me ensinou boa parte do que sei. Aprendi o resto nas ruas. Mas parece que de uns tempos para cá ele andou enferrujando. Já teria torcido meu braço há muito tempo.

— Chega de brincadeira! — grito e parto em direção a ele. 

Ele fecha a guarda e tenta me acertar um soco, eu desvio para o lado e chuto suas pernas, o desequilibrando. O agarro pela gola da camisa e o levo para trás, fazendo suas costas colidirem com força contra a parede.

Coloco uma das mãos para trás e pego o meu bastão. 

Meu irmão tenta aproveitar, porém o enforco pressionando meu antebraço contra sua garganta. Aponto o taco em direção a sua cara, enquanto respiro pesado.

Depois de lhe enforcar só mais um pouco, solto ele da parede e me afasto, ainda com o taco em punhos. Ele quase cai no chão de tanto tossir.

— Se… se tivesse vendido esse negócio… a gente teria dinheiro. 

— De novo com isso? Esse bastão era do nosso pai! — Por mais que tenha razão, metal é algo bem fácil de vender por aqui e com um preço muito bom. — Não, você nunca que vai vender isso aqui, só comigo morto. 

Voltamos ao silêncio incômodo por um tempo. Ele se recupera, eu guardo o bastão.

— Era isso que queria conversar? — pergunta ele, agora cheio de fôlego. — Se for só isso já entendi o recado. — Ele estende o braço em direção a saída. — Agora vai embora.

— Eu nem comecei. — Ando em direção a ele, os braços cruzados. — Você vai pedir desculpas para a Camile.

— Quê? — A voz dele falha. — Veio aqui para me dizer essa besteira?

— Para você é besteira. Para ela, não.

— E por qual motivo exatamente eu deveria me desculpar, irmãozinho? 

— Te faz de doido não.

— Eu só falei a verdade para ela! E minha opinião não vai mudar.

— Tá, você pode ter essa opinião de pau no cu, mas não precisa agir igual um pau no cu. — Aponto o dedo para o peito dele. — Você deixou ela triste naquele dia. Era só um encontro...

— Eu só disse a verdade! — grita ele. — Ela e aquela outra coisa…

— Rafaela, Caio! A outra tem nome. E é Rafaela.

— As duas juntas… — Ele faz cara de nojo. — E não me vem com sermão, não. A mãe falaria a mesma coisa, e você sabe disso. 

— Ela ficaria era orgulhosa! — digo sem convicção. — A Camile conseguiu uma família, tem isso que você chama de “trabalho estável” e é feliz com a mina dela. A mãe nunca ia deixar de amar ela por isso, não. Tu que é doente.

A realidade é que não sei como a mãe reagiria ao saber que sua filha puxava para o outro lado, mas não seria algo tão nojento quanto o Caio, com toda certeza.

— Sou sensato — diz ele. — E tenho minha opinião. Você pode até não gostar, mas é o que penso e pronto. Não tenho porque me desculpar.

— Ah, mas vai. — Me aproximo dele, o fazendo se espremer contra a parede. — Deixa eu te contar um negócio que você não sabe, porque vive enfiado nessa tua vida de merda: A Camile tá doente. E a Rafaela tá tendo que cuidar dela sozinha. Eu acho que seria ótimo para o astral da nossa irmã, se ela recebesse um apoio do irmão pau no cu, né não? Eu acho que ela ia ficar muito feliz.

 — Apoio? — Ele faz uma cara de indignação. — Quer que eu dê dinheiro para ela?

Que vontade de socar esse bastão no Caio, em um lugar que o sol não toca no. Ao invés disso, tiro a bolsinha cheia de dinheiro que o seu Nicolas me deu e ponho em sua mão.

— Não precisa, eu já pensei em tudo. Você vai pegar esse dinheiro aqui, vai até a casa delas, vai bater na porta, e quando elas atenderem você vai pedir desculpas por ser um merda, e dar esse dinheiro aí. 

Não tenho problema nenhum em deixar dinheiro com o Caio. Ele pode ser egoísta e tudo, mas não é ladrão. Na verdade é honesto até demais pagando as taxas. Acho que é o único que conheço que faz isso.

— Não vou fazer isso!

Dou um soco na parede, bem próximo de seu rosto.

— Escuta aqui, seu merda — murmuro. — Se a Camile morrer porque você não foi entregar esse dinheiro, e a Rafaela ficar triste igual nossa mãe quando o pai morreu, eu juro que vou arrebentar a tua cara.

Ele olha para o taco de metal preso na minha bolsa. Não aparenta, mas está nervoso. Só sei porque é meu irmão. Ele finalmente me encara.

— Esse bastão é meu! Eu sou o mais velho.

— Esse bastão só vai ser teu quando eu enfiar ele inteiro no teu rabo. — Me afasto e vou em direção a saída. — Melhor se apressar em ir até lá, irmãozão. Ou senão vai se atrasar para o “emprego de verdade” — digo jocosamente no final.

— Vai se foder, Kaike.

 

ϟ DISTRITO 1 - Instalação Secreta - Setor S ϟ
ϟ 20 MINUTOS ANTES DA EXPLOSÃO ϟ

 

Vega estava entediado, sentado na frente do computador. Preferia a ação ao invés da vida de sentinela. Pensar daquela forma era errado, estava ciente disso, pois para lhe chamarem à ação, coisas críticas deveriam estar acontecendo; coisas que não deveriam acontecer.

Mesmo assim, continuava encarando a sala como um confinamento. As paredes de ferro com decorações em relevo bem modernas, cheias de luzes azuis, lhe causavam um certo aborrecimento, era tudo moderno demais. 

A tela do computador a sua frente, mostrando o mapa de todo o continente Pangi, era super esticada, fazendo sua cabeça doer com tanta informação. Preferia sua época onde as telas eram um quadrado pequeno e com cores únicas, como preto e verde.

Bufou, coçou a barba com seus dedos mecânicos e continuou observando os pontos verdes no mapa azul. Na sua época, se acontecesse alguma urgência, um papel seria impresso mostrando os dados e ele teria de correr para decifrá-los a tempo de algo acontecer. Agora era mais fácil, entediante e chato. 

E para sair da monotonia, uma luz verde se tornou vermelha. Vega quase pulou da cadeira. Mexeu no teclado de forma lenta e antiquada, indo completamente contra os ensinamentos do seu curso de digitação, verificando se a informação estava certa. 

Quando viu que a informação estava mesmo correta, deu um sorriso desanimado. Sabia que aquilo significava ação, mas ação significava tragédia. 

— Robô, chama a comandante. — Ele aproveitou para acender um enorme charuto.

— Algum problema, senhor Vega? — perguntou uma voz robotizada, vindo do computador. — Ela está ocupada no momento com a…

— Chama ela logo, maquina! Diz que é urgente! — resmungou.

— Uma chamada urgente! Que excitante! — disse a voz.

Após um tempo de espera a porta da sala se abriu e por ela passou uma mulher alta, de pele anormalmente escura e cabelos longos, lisos e pretos. Seu olhar era autoritário, e embora fosse bonita, os pés de galinha abaixo dos olhos eram visíveis; não que isso a deixasse menos deslumbrante.

— Oi, Negra — cumprimentou o homem com uma continência rápida e desajeitada.

— Saudações, Vega. — Ela desfilou em direção a ele com os braços para trás, nariz empinado, altiva. Bem no centro da sua testa havia uma tatuagem branca em forma de meia-lua. — Encontrou algo?

— Encontrei. Ah! Se encontrei. — Se virou para o computador e apontou para a luz vermelha. — A próxima canalização. É aí.

Ela olhou para o ponto do mapa com os olhos apertados, fez um gesto na tela que aproximou ainda mais o ponto.

— Distrito 2.

— Setor C — continuou o capitão. — É só mandar que vou agora.

Negra continuou olhando para o ponto, pensativa. Depois olhou para Vega e com um sorriso disse:

— E quem mais poderia ir além de você?

ϟ DISTRITO 2 - Hydro City - Setor C ϟ
ϟ 15 MINUTOS ANTES DA EXPLOSÃO ϟ

 

— Deixa que eu faço. A senhora sabe que ninguém mais consegue fazer isso tão rápido quanto eu! — imploro para a dona da loja.

— Não! Já é a segunda reclamação que tenho de você, garoto. — Ela abana no avental e vai para dentro da loja. Eu a acompanho. — Dá primeira vez você irritou o seu Tadeu com a janta dele…

— Mas só foi um amassado. Ele se irritou atoa.

— Só um amassado? — grita ela levantando a voz. — Você acabou com a quentinha dele! E na segunda vez foi com as frutas da dona Josefa!

— Mas eu nunca tinha provado um mangostão na vida…

— Já chega, Kaike! — Ela se vira para mim. — Sim, você é rápido, sinceramente não sei como consegue atravessar a cidade tão depressa assim, parece um Trovão.

— Todo mundo diz isso — digo com certo aborrecimento, mas logo tenho que voltar a implorar. — Por favor, eu só quero mais uma chance. 

— Sinto muito, Kaike. Se precisar de dinheiro vá vender a carga da sua bicicleta, mas hoje não vai ter mais nenhuma entrega para você.

— Já vendi a carga, só que não é o suficiente para eu almoçar. A Camile, a minha irmã, ficou doente e eu tive que dar todo o meu dinheiro para ela. — Ela ficou pensativa. Isso é bom. — Vamos lá, eu preciso de uma entrega. A senhora sabe que faço rápido.

Ela olha para mim, começa a analisar balançando a cabeça e depois solta um suspiro alto.

— Tá! Pelo amor do Rei, garoto! — Ela vai até atrás do balcão e puxa uma caixa térmica média. — Aqui, essa aqui chegou agora a pouco…

Pego a encomenda e vou direto para a minha bicicleta. — A senhora não vai se arrepender.

— Foi o que me disse da última vez.

— Dessa vez é diferente. — Subo na bicicleta.

Pedalo em direção ao destino, está escrito em um papelzinho na tampa da caixa. É um prédio novo aqui no setor C, só os maiorais ficam lá. Coisa de gente da Classe B para a A, já que é muito caro. Só não entendo o que gente tão importante quer ficando no meio do comércio.

Vou virando algumas esquinas apertadas aqui e ali, fazendo manobras bem no último segundo para aproveitar o embalo da corrida. Enquanto passo por algumas outras lojas ouço alguns cumprimentos de conhecidos.

Não dá para cumprimentar todo mundo. Tenho logo de ir entregar isso, receber meu pagamento e ir almoçar. Tô morrendo de fome.

Chego na frente do prédio, desço da bicicleta e fico ali na frente. O papel diz que um homem vai receber a entrega na frente do prédio, mas até agora não vi ninguém. Droga, não quero esperar muito tempo, estou ficando com muita fome.

Ando de um lado para o outro, bato na porta de vidro e pergunto para os seguranças que me atendem se alguém lá dentro está esperando uma encomenda. Pelo visto não. Volto para a calçada. 

Continuo procurando o homem que tenho que entregar essa encomenda. Estou morrendo de fome. Quero comer logo.

Após um longo período, pego a bicicleta e viro uma esquina escondida. Já esperei tempo demais e ninguém apareceu. Vou logo comer, depois vou em qualquer outra loja de comida, compro algo no fiado e coloco de volta aqui dentro. Se o cliente reclamar digo que foi engano. 

Retiro a caixa de dentro da mochila e abro. Por dentro dela é frio, talvez seja bebida.

Puxo o que parece ser um quadrado, só que com muito mais lados, de dentro da caixa. É uma marmita muito estranha. Tento abrir, puxando o meio, depois tento empurrar. Não tem nenhuma abertura. 

— Será se dá para abrir? — murmuro.

— Identificação — fala uma voz feminina de dentro do objeto.

Sinto uma pontada no dedão.

— Aí! — Largo o negócio no chão e ele dá uma leve rolada até parar a alguns metros a minha frente. Olho para o meu dedo. Está sangrando. — Que porra é essa?

— Abertura permitida. Saudações, Sr. Branco.

 

 

O objeto se abre e raios roxos saem de dentro dela, ficando cada vez maiores…

B

   O

      O

         O

            M

 

ϟ EXPLOSÃO REALIZADA COM SUCESSO ϟ
ϟ INICIANDO CANALIZAÇÃO… ϟ


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