Trovão Infinito Brasileira

Autor(a): Halk


Volume 1

Capítulo 2: A Vida É Boa, Não É?

ϟ Ano 68 d.R. - Calendário do Rei ϟ
ϟ 6 ANOS ANTES DA EXPLOSÃO ϟ

Se alguém perguntasse como tudo aquilo começou, Nicolas não saberia responder. Estava desesperado e desnorteado demais tentando sair daquele inferno de chamas que a qualquer momento poderia matá-lo.

Enquanto corria pelos corredores e orava para o Rei lhe salvar, encontrou o corpo de Fernando inconsciente no chão. 

Era um ruivo humilde, casado e com três filhas moças. Ele era o único humilde e modesto em sua família, por isso vivia sempre endividado em virtude de agradar suas mulheres.

Mesmo sabendo o quanto aquela família dependia do ruivo, Nicolas preferiu a sua própria, o ignorando, acreditando que de alguma forma sua consciência lhe deixasse em paz com o tempo. 

Porém a paz não lhe seria dada tão facilmente, pois assim que virou alguns corredores, ouviu um grito feminino:

— Alguém me ajuda! 

Ele não se deu o trabalho de olhar a direção em que vinha a voz, sabia que vinha de trás dele, por onde não queria voltar. 

— Por favor! Alguém! — chorou a mulher. 

Reconheceu a voz de Júlia, a mulher da cafeteria. Ela também tinha alguém lhe esperando em casa, uma mãe idosa que mal conseguia andar sozinha ou dormir sem sujar os lençóis da cama e que precisava de toda ajuda do mundo para banhar.

Nicolas não deu atenção. Decidiu em seu coração que a mãe idosa partiria dessa para melhor em poucos dias de qualquer jeito. 

Achava que seria melhor se a idosa tivesse morrido antes, já que Júlia não precisaria ter tanto trabalho, ter tantas dívidas ao comprar remédios. Se não fosse por aquela idosa, Júlia não estaria ali trabalhando naquela usina, agora prestes a morrer.

— Socorro…! — chorou mais uma vez, tão alto que sua voz falhou no final, como em um ruído. Por fim, sua voz foi soterrada pelo concreto que desabou. 

Ele virou em outro corredor, perseguindo a saída enquanto se convencendo apenas a si mesmo que não havia nada a ser feito para ajudar aqueles dois.

Para a sua infelicidade, viu que o corredor estava bloqueado pelo teto que desabou. Com os olhos lacrimosos devido à fumaça, procurou e achou um novo caminho, a sala de arquivos logo ao lado tinha uma outra porta que dava noutro corredor, que por sua vez dava para a saída.

Tampou o nariz e a boca com a farda cinza e entrou na sala, desviou das mesas e outros móveis que havia ali até chegar do outro lado, na próxima porta. Não abriu.

— Filha da…! — Balançou a mão no ar após se queimar com a maçaneta. — Abre logo! 

Deu diversos chutes na porta, mas não adiantou. Nem parecia se mexer. Foi quando ouviu mais uma explosão, tão forte que achou que estava surdo. Mal ouviu o teto da sala desmoronando. 

Quando olhou para trás, viu que seria esmagado. Se o concreto não lhe esmagasse, o fogo lhe queimaria. Caiu no chão, desesperado, as costas colada na porta, forçando o corpo para trás como se assim fosse atravessar o obstáculo. 

— Socorro! Socorro! Socorro! — gritou diversas vezes, o mais alto que podia. Mas tinha plena convicção de que ninguém viria. 

Quem era louco o suficiente para lhe ajudar? Nem ele mesmo teve coragem de voltar para ajudar aquelas pessoas…

Em sua mente, Nicolas queria muito um milagre vindo do Rei. Acreditava que poderia voltar para casa com sua família, abraçar Cássia, sua esposa, e finalmente dar um nome para seu filho. 

Entretanto, um milagre era pedir demais, já que todas as outras pessoas que estavam na mesma situação, como Fernando e Júlia, estavam esperando por um milagre também. E milagres não são baratos.

Nicolas sentiu a porta atrás de si abrir. O homem perdeu o equilíbrio, caiu de costas no chão e foi arrastado para longe da sala, que apenas um segundo depois desabou.

— Nicolas! Relaxe, homem, pare de gritar! Eu estou aqui. — Aquela voz ele conhecia muito bem. Costumava sentir nojo, mas agora sentia que estava alucinando. Mas ele conhecia muito bem aquele cabelo e bigode azul.

— Wattson? — perguntou enquanto se levantava com urgência. — O que tá fazendo aqui? Você nem era desse setor, era para já ter saído! 

O homem à sua frente riu penosamente, estava nitidamente cansado.

— Não podia sair sem você — disse.

E puxando-o pelo braço, Wattson o conduziu até a saída mais próxima. 

Correram e enquanto corriam, virando um corredor aqui e ali e desviando de obstáculos, o homem que acabará de ser salvo não conseguiu refrear a língua: 

— Você que se matar?

Nicolas queria brigar com seu salvador. Falar sobre sua falta de responsabilidade, afinal ele também tinha uma família para cuidar.

— Eu? — perguntou Wattson com infantil incredulidade. — Não! A vida é boa!

É, ao menos nisso ele concordava. Tudo que Nicolas mais queria era continuar vivendo.

Viram a saída. Estava bloqueada por uma viga, o que fez Nicolas perder a esperança. Wattson não perdeu, nem a fé e nem a velocidade. Rapidamente tentou erguer a viga com toda a força que tinha. Nicolas demorou para ajudar, mas ajudou. 

Com a força dos dois, conseguiram levantar o suficiente para que um passasse enquanto outro iria segurar. 

E agora, quem iria primeiro? Wattson tinha uma família maior que a de Nicolas. E fora ele quem o salvara, logo não merecia Wattson viver? Tudo isso passou na mente de Nicolas, mas o seu salvador não tinha pensamentos tão conflitantes dentro de si.

— O que está esperando? — perguntou rispidamente Wattson. — Vá logo!

Nicolas demorou para agir. Apenas balançou a cabeça, sem conseguir discordar em palavras. 

— Eu consigo segurar, confia em mim! — riu mais uma vez Wattson. 

Engolindo em seco, o recém salvado passou pela abertura até o outro lado. 

 

B

   O

      O

         O

            M

 

Viu o mundo rodar, depois sentiu um forte impacto. 

Se levantou. O corpo estava dormente. Nenhum pensamento lhe rodeava. Apenas via fumaça e ouvia um zumbido. Andou para frente, fazia instintivamente. Era só o que conseguia fazer: Fugir.

Do nada ele foi atendido por pessoas vestidas com roupas verdes, usando máscara e uma touca, com luvas. Tinha a vaga noção que deveria confiar nelas e em seus remédios.

Estava confuso, mas podia jurar que Fernando, aquele ruivo que tinha deixado para morrer, estava ali, deitado sobre uma cama improvisada, ainda inconsciente, recebendo cuidados.

E embora, depois de um tempo, já estivesse melhor, assim que a equipe lhe sentou em um banco e começou a fazer os primeiros socorros, teve certeza absoluta de ver Júlia ao seu lado, também recebendo os cuidados básicos antes de ser levado ao hospital. 

Quem diria. No fim das contas, cada um teve a oportunidade de ganhar o seu milagre. Nicolas riu de um jeito sem graça enquanto mal acreditava na própria sorte que tinha.

Depois que sua tontura passou, viu Kaike, filho de Wattson, se lançando por cima dos curandeiros, gritando e berrando, exatamente como aqueles dentro da usina que estavam desesperados pedindo por um milagre que não viria. Mas só o dele não veio. Afinal…

Milagres são muito caros.

 

ϟ 2 HORAS ANTES DA EXPLOSÃO ϟ
ϟ 74 d.R. DISTRITO 2, Hydro City (Setor E) ϟ

— Já disse que não vou aceitar — resmungo, tentando sair do arco da porta, mas seu Nicolas me segura pelo braço. Ele ser baixo não impede de ser forte.

— Toma logo, garoto! — Ele afunda um saquinho de dinheiro no meu peito com tanta força que chega a doer. — Eu passei meses juntando!

— Mais um motivo para não aceitar, homem! — exclamo tentando fazer ele soltar meu braço. — Isso é o salário de quê? Seis semanas? 

— É!

— Porra…!

— Olha a língua! — diz uma voz feminina, vinda de dentro da casa. É Cássia.

Cássia, esposa do homem que não para de me adular para que eu aceite 1.200 réis, chega na porta com seu surrado avental, o clássico pano na cabeça para amarrar os cabelos grisalhos e um outro pano de prato no ombro.

— Podem parar de brigar na minha porta? O que acham que os vizinhos vão pensar? 

— Os vizinhos que se lasquem!  — começa Nicolas, cuspindo as palavras.

— Nicolas!

— Que é, mulher? Eu tenho razão! Queria era saber se eles tem a disposição de ajudar o Kaike do mesmo tanto que tem para ficar falando da vida alheia.

Aproveito que os dois estão distraídos e empurro a sacola de dinheiro nas mãos de Nicolas.

— Gente, agradeço, mas é minha irmã que precisa dessa ajuda, não eu. Vocês podem dar esse dinheiro pessoalmente para ela. — Os dois se encaram por um segundo e já vejo que tem coisa errada. — Não podem? 

— Não podemos ir até o setor C, querido — diz Cássia.

— E por que não?

— Não sabe da nova?! — fala Nicolas. — Os do E não podem ir até lá sem uma credencial de comércio. E é a maior burocracia para tirar essa merda.

— Não seja exagerado, Nicolas! — Ela bate com o pano nas costas dele, o fazendo dar um pequeno salto, meio assustado. — É só uns 3 dias. Mas mesmo assim — ela se vira para mim — a situação da sua irmã é urgente. E você é um dos poucos que… Ao menos que a gente conhece que consegue ir até lá. Fora que é a sua irmã. Então aceita logo. 

Ela pega a sacola da mão de seu marido com certa aspereza e estende para mim.

— Tá legal. — Pego o saquinho e coloco na minha mochila. — Muito obrigado, gente. Isso vai ajudar bastante. 

Eles não sabem, mas eu também não tenho um certificado de comércio. Mas isso não importa, eu não preciso de nenhum papel para ir aonde eu quiser. Eu conheço um agiota que consegue.

— Espero que… Aí, menino! 

Viktor, filho do casal à minha frente, já chega empurrando a mãe para o lado e me encarando de forma desafiadora. 

— O que você tá fazendo aqui? — pergunta ele de forma exigente.

— E te interessa? — respondo.

Ele me olha emburrado. Nesse sentido acho que puxou o pai, nervoso e de pavio curto. 

— Eu ouvi você dizer não para o meu pai! E ninguém diz não para meu pai! 

— Mas eu digo. Eu posso. — Bato no peito triunfante, só para irritar, mas sei que devo estar parecendo ridículo.

Viktor fica ainda mais bravo e fecha os punhos.

— Qual é, vai encarar? 

— Já chega, os dois. — Cassia da um basta. — Você, direto para a mesa, almoçar. E você — ela aponta para mim.— vai agora mesmo para a casa da sua irmã. Entendido? 

— Sim, senhora — rio, enquanto faço uma continência propositalmente desajeitada. Depois me viro para o garotinho e, sério, digo: — Fica esperto.

Cassia me bate com o pano de cozinha que tinha no ombro. Agora entendi o motivo de Nicolas ter dado aquele pulinho engraçado, isso dói.

— Vai logo, garoto! 

Me despedindo com um aceno, vou em direção a minha bicicleta, presa a um poste torto que tem ao lado da estreita casa do seu Nicolas.

Verifico se alguém roubou a bateria da minha magrela. Ela está no lugar, isso é bom. Ela recarrega conforme pedalo e posso trocar a carga por réis ou usar para ter luz em casa. As duas opções são boas, embora às vezes tenha de sacrificar uma coisa pela outra.

Antes de conseguir sair, Nicolas se aproxima com cara de cachorro triste.

 — Kaike…

— Seu Nicolas, tudo bem. — Já antecipo o que vem por aí. Eu agradeço pelo dinheiro...

— Eu sei, mas eu só... quero pedir desculpas por… É culpa minha que vocês acabaram…

Eu bato de leve no ombro dele, me posicionando de uma forma na bicicleta que indica que estou com pressa e zero vontade de conversar sobre aquilo. 

— Já disse que não precisa se desculpar, homem. O que aconteceu, aconteceu. Não tem porque olhar para trás. 

— Eu sei, mas é que...

— Seu Nicolas — digo sério, o forçando a me encarar nos olhos. — O senhor ganhou a oportunidade de ficar vivo, com a sua família. O senhor não tem nenhuma dívida comigo. Tem com meu pai. E para honrar essa dívida, o senhor tem que continuar vivendo… Pela oportunidade que ele lhe deu, entendeu?

Ele olha para o chão, encolhe os ombros e parece ficar ainda menor. Eu tento aliviar. Dou um grande sorriso, o maior que consigo dar e também o mais autêntico.

— Seu Nicolas, fica tranquilo. — Balanço o seu ombro. — A vida é boa. Aproveita.

Empurro a bicicleta com um pé e saio pedalando em direção a padaria, antes de ir até o C. No caminho só fico um pouco preocupado com o seu Nicolas. Tenho certeza que vi ele quase chorando. Será se eu disse alguma coisa?

Desço uma ladeira e chego até a uma padaria. A dona é uma cozinheira de mão-cheia. Aqui compro o meu almoço. 

Tenho de ajeitar a mochila para caber tudo já que não vou abrir mão do meu bastão de metal, prendendo ele do lado de fora da mochila, na lateral.

Depois de sair, subo na bicicleta e pedalo em direção ao C. Não vou pela rua principal, até porque não tenho a credencial, seria barrado na travessia com certeza, ou talvez não, bom, melhor não arriscar. Vou pegar um atalho. 

Viro uma esquina, entrando em uma rua esburacada. Ela fica mais estreita conforme continuo. Por fim viro um beco que mal cabe minha bicicleta, mas sou habilidoso o suficiente para fazer passar.

Passo por sacos de lixo, pobres bigodudos bebendo água preta escorrida dos canos e por algumas pessoas dormindo no chão. Difícil saber se estão bêbados ou se vivem aqui. Aposto na segunda opção.

Mais na frente tem dois caminhos, posso virar para a esquerda ou para a… Espera aí, isso é…?

— Cacete! — Abaixo a cabeça no último segundo, instantes antes de uma linha de pipa decepar a minha cabeça, ou no mínimo me jogar para trás. Olho para trás e xingo: — Quem foi que deixou essa merda…?

Volto a atenção para frente tarde demais. Vejo meia dúzia de garotos no caminho, todos apontando seus estilingues para mim. Não sei se quero saber o que eles usam como munição. Jogo-me da bicicleta empurrando ela para cima de uns sacos de lixo; assim ela não quebra, e eu não fico sem trabalho. 

Os garotos erraram os disparos, principiantes, o que me dá tempo de sacar meu taco de metal da mochila e correr em direção a eles. Alguns disparam mais uma vez. Cubro meu rosto com o taco e por pouco uma dessas coisas não acerta meu olho. 

Quando me aproximo a maioria das crianças começa a fugir. Ah, não! Isso não vai ficar assim. Agarro a gola da camisa de uma menina que foi lerda demais. Bateu um arrependimento, essa talvez seja a única camisa dela.

— Voltem já aqui! — grito enquanto aponto o bastão de metal para a cara dela. — Se tentaram qualquer gracinha, vou afundar o nariz dessa garota!

Eles ficam receosos por um tempo, mas logo um deles se aproxima. Coitado, está tremendo de nervoso. Ele tem os cabelos claros, está todo sujo e com uma roupa comida por traças. Seu olho é deformado. Pergunto-me quem deve ter feito isso ele.

Encaro todos por um segundo. Esses moleques estão todos sujos e surrados. Não devem estar perto de casa, não, ladrões não roubam no próprio território. São do F, com certeza. 

— Garoto — digo, sério, empurrando o taco na testa da menina. — É melhor jogar esse negócio para longe.

Ele levanta as sobrancelhas, surpreso. Suspira, coloca a mão atrás das calças e joga uma faca no chão. Agora está parado, pronto para receber ordens.

— Qual teu nome? — Ele não responde imediatamente, parece nervoso. — Vamos, moleque, não me faça perder a paciência…

— P-Pirata — responde ele, meio irritado. 

— É assim que tu deixa os teus amigos te chamarem? De pirata? — Relaxo a mão do bastão. — E o que tu faz com eles? Por que não tá em casa?

— Eu não tenho casa! — grita o moleque em tom de desafio.

— Não levanta a voz para mim! — Aponto o bastão para ele, puxando a menina mais para cima. Espero que não tenha machucado ela, embora ela esteja bem quieta. Quieta até demais para meu gosto. — E quem é essa aqui? O que ela anda fazendo com vocês? 

— L-larga ela! 

— Responda! O que queria comigo? Como sabiam que eu vinha por esse corredor? 

— A gente não sabia que você vinha, só ia pegar o primeiro otário que aparecer. 

— Mentira! — Dou um golpe com a ponta do taco no chão, quebrando um pouco do concreto. Isso faz os olhos da garota saltarem. — Fala logo quem te mandou, moleque! Ou eu juro que vou amassar a cabeça dessa... 

— A-a gente não trabalha para ninguém…

— Fala logo! — Levanto o taco o mais alto que posso, ainda segurando a menina. 

— Mas é verdade! — Ele se aproxima com os braços estendidos, como se pudesse alcançar ela. — Eu juro…

A menina que estou segurando continua bem quietinha. Muito quieta.

— Hum! — Solto a garota. — Então sai daqui. — Ela sai correndo em direção ao grupo. Parece animada. Ah, já entendi o motivo da animação. Aponto o bastão para o tal “Pirata". — E você, seu moleque! O que tem na cabeça de ficar assaltando quem passa por esse corredor? Você acha que alguém ia passar aqui sem uma arma? 

Ele continua calado na mesma medida em que permanece imóvel. Me viro mais uma vez para o monte de garotos, que agora estão espremidos contra a parede, olhando para mim e para o amiguinho deles. É, fazer o quê

— Aqui. — Puxo minha mochila e dou-lhe tudo que comprei na padaria. Ele arregala o único olho bom, surpreso. — Isso aí deve dar para uns dias. E parem de roubar! Voltem aqui quando precisarem de mais comida, eu arranjo para vocês. Mas se eu souber que vocês estão roubando…

O garoto olha para mim com desconfiança, analisa os bolos e pães e depois olha para mim de novo. 

— Não, não tem veneno. — Deixo escapar um leve sorriso.

Daí ele organiza tudo e leva até o grupo, que comemoram baixinho e depois vão saindo. 

— Espera aí! — Eles param e se viram. Eu me aproximo deles. Assim que chego perto estendo a mão em direção a garota que fiquei segurando. — Vamos, me devolve. 

A garota, com cara de decepcionada, tira das calças o meu saquinho de dinheiro dado por Nicolas. 

— Quase, garota, quase. Mas alguém ficar tão quieto enquanto é ameaçado não é muito normal, é? 

Verifico o saquinho para ver se não são pedras, mas por sorte a garota ainda não conhece esse truque, e tomara que nunca precise conhecer. Despacho todos e fico parado, observando eles se distanciarem, conversando entre eles com aquelas vozes finas de criança. 

Só depois vou até minha bicicleta e percebo que ela continua intacta. Que sorte, quase esqueci de você. Mais uma prova de que eram amadores. Se eu estivesse no setor F, essas horas a minha magrela já teria desaparecido.

Subo nela e continuo meu caminho em direção ao C enquanto penso: E agora? O que era para fazer mesmo? Bom… Acho que só tava faltando…

ϟ 1 HORA ANTES DA EXPLOSÃO ϟ


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