Todas Essas Protagonistas Perdedoras! Japonesa

Volume 2

Interlúdio: Nunca é Como Você Imagina

A TURMA TRÊS DO SEGUNDO ANO DO COLÉGIO MOMOZONO estava fervilhando com alunos animados, reencontrando seus colegas. No entanto, uma delas não compartilhava do mesmo entusiasmo.

— Oh, meu amado irmão… — suspirou Nukumizu Kaju, olhando melancolicamente pela janela. — Como nos distanciamos tanto…

Uma garota mais alta aproximou-se dela.

— O que houve, Nuku?

— Ah, Gon.

Kaju ergueu o queixo languidamente das mãos. Gondou Asami era sua melhor amiga na classe e, sem dúvida, a mais alta e madura.

— Vai, me conta — incentivou Gon com uma preocupação gentil.

— Você se lembra de quando eu disse que meu irmão querido fez sua primeira amiga?

— Ah, sim. Você estava muito feliz com isso.

— E ainda estou, de verdade. Mas essa garota… ela é tão bonita… — Kaju se jogou sobre a mesa como um boneco de pano. — E não é só ela. Tem outra. Recentemente, ele deixou as duas entrarem no quarto dele sem nem me avisar, e foi um verdadeiro campo de batalha!

— Parece que ele tá mandando bem — comentou a amiga. — Ele é bonitão ou o quê?

Kaju se ergueu bruscamente da mesa.

— Mas é claro que é! Meu irmão é o mais maravilhoso e… — O brilho nos olhos dela diminuiu um pouco, ofuscado pela dúvida. — Melhor você tomar cuidado. Eu me recuso a te chamar de Onee um dia.

— Onee? — Gon pareceu considerar a ideia. — Eu aceitaria numa boa uma irmãzinha como você.

— Gon! — Kaju exclamou, indignada.

— Brincadeira, brincadeira! Mas não é bom que ele seja popular? Isso não te deixa orgulhosa?

— Eu sei, só que… duas? De uma vez? E eu nem entrevistei nenhuma delas ainda!

— Outro dia mesmo você tava falando sem parar sobre como queria que ele tivesse a melhor namorada do mundo.

— Só que não é como eu imaginava — resmungou Kaju. — Achei que, quando ele prometesse seu coração a alguém, eu simplesmente assistiria de longe, encantada, enquanto a mágica acontecia. Mas agora ele tem uma em cada braço, fazendo sabe-se lá o quê. Ah, há uma tragédia se formando, eu sei disso!

Ela se jogou de novo na mesa, chutando o ar e se debatendo. Gon a consolou com um carinho na cabeça.

— Pronto, pronto. Sempre me terá como um plano B.

— Eu não quero você, eu quero o meu irmão querido… — gemeu Kaju.

— Ai… Rejeitada.

Kaju se sentou novamente.

— Mas você é minha melhor amiga, só pra constar.

— Nossa, você é fofa, sabia? Casa comigo logo.

— Nuh-uh.

Kaju afundou-se de volta na mesa, confortada pelos carinhos na cabeça de Gon.

Ah, como a pobre e indefesa garota de quatorze anos queria simplesmente ser feliz por seu querido e agora não mais solitário irmão mais velho, e que tudo terminasse aí. Mas, infelizmente, emoções eram complicadas. Diferente da sensação tranquilizadora de um cafuné bem dado.