Sword Art Online Progressive Japonesa

Tradução: slag

Revisão: Shisuii


Volume 7

RAPSÓDIA DO CALOR CARMESIM - SÉTIMO ANDAR DE AINCRAD, JANEIRO DE 2023 (PARTE 12)

12

ARGO SÓ HAVIA ENCONTRADO «KIZMEL» BREVEMENTE ANTES DA LUTA CONTRA o boss do quarto andar, então essa era, mais ou menos, sua primeira interação real com a elfa negra.

Mas, depois de interagir com outras NPCs de IA avançada, como «Myia», «Theano», «Nirrnir» e «Kio», ela recebeu a convidada sem surpresa e lidou naturalmente com sua presença. Ainda assim, a Rata ficou surpresa pelo fato de «Kizmel», uma NPC companheira da missão da campanha "Guerra dos Elfos", ter concordado em ajudar com a tarefa totalmente não relacionada de coletar pedras de wurtz.

Ela continuava lançando olhares para Asuna e a cavaleira elfa negra, que conversavam animadamente enquanto buscávamos as pedras no leito do rio, e murmurava para si mesma coisas como: "Hmm…" e "Ora, ora…"

Queria acreditar que isso não era porque ela estava tendo ideias perversas — como usar «Kizmel» como uma ferramenta para ganhar mais pontos de experiência.

Quanto às pedras de wurtz, eram pequenas rochas negras com menos de uma polegada de tamanho. Embora tivessem um brilho metálico característico, eu tinha que concordar que seria extremamente ineficiente tentar procurá-las no meio da noite. Além disso, havia pedaços falsos de wurtz, que pareciam idênticos, exceto pela falta daquele brilho, e caranguejos do rio, que tinham a mesma cor e textura até beliscarem seus dedos com suas garras, só para tornar a busca ainda mais irritante.

De qualquer forma, Argo já havia encontrado mais de vinte, então, com os quatro juntos, levamos menos de uma hora para alcançar o total necessário. Assim que nosso registro da missão foi atualizado corretamente, Argo pegou um pouco de suco de fruta engarrafado de seu inventário para comemorar, e seguimos diretamente para o leste, rumo a «Volupta». 

Assim como havia feito ao entrar em «Stachion» no andar inferior, «Kizmel» usava um manto escuro com capuz que escondia seu rosto e sua armadura. Eu estava um pouco nervoso ao passarmos pelo portão, mas os guardas NPCs não demonstraram qualquer suspeita quando entramos.

O portão oeste de «Volupta» ficava, na verdade, no canto noroeste da cidade, porque ela havia sido construída ao longo da linha d’água. Os prédios brancos e os telhados azuis eram visíveis no instante em que passávamos pelo portão. «Kizmel» parou no pequeno espaço aberto e simplesmente observou por um momento.

— Este é… um lugar belo — murmurou. — «Stachion» tinha muitas praças para o meu gosto, mas acho que gostaria de ficar nesta cidade por um tempo. Aquele é o mar ao sul?

Eu não tinha certeza de como responder.

— Bem, como faz parte de Aincrad, acho que não dá para chamar exatamente de mar… Mas é água salgada.

— Então, muito provavelmente, esta terra foi arrancada da costa quando ocorreu a Grande Separação — disse ela.

— Oh — exclamou Asuna. — Claro, isso faz sentido! Talvez haja um andar que seja apenas uma pequena ilha, deixando a maior parte dele sendo o mar.

Logicamente falando, isso fazia sentido. Fiquei impressionado com o poder de imaginação de Asuna.

— Isso tornaria a conclusão dele muito fácil. Afinal, depois que você sai da cidade principal, a torre do labirinto deve estar logo na sua frente, né?

Asuna e «Kizmel» suspiraram, exasperadas, e Argo apenas balançou a cabeça. Limpei a garganta, constrangido, e tentei mudar de assunto.

— Ah, sim! Se conseguirmos um passe, devemos levar «Kizmel» para a praia também. Você nunca esteve no oceano, não é?

— Não, é claro que não… Mas o que quer dizer com passe? — perguntou a cavaleira, desconfiada.

Expliquei sobre o sistema de acesso limitado que se aplicava a toda a praia, mas isso não respondeu completamente sua pergunta.

— Estou surpresa que os moradores da cidade tenham concordado com tal regra — disse ela. — Quem os proíbe de ir até lá?

— Uhm… a pessoa que estamos prestes a encontrar… eu acho…

Assim que as palavras saíram da minha boca, me arrependi. «Kizmel» era uma orgulhosa cavaleira elfa negra. «Nirrnir» era uma dama refinada com ainda mais orgulho que a elfa. E «Kio» era uma empregada de batalha com lealdade absoluta ao seu mestre. Não havia como todas elas se darem bem. Foi um erro fazer «Nirrnir» parecer pior antes mesmo de se conhecerem… mas não podíamos simplesmente deixar «Kizmel» sozinha do lado de fora do cassino.

Rezando para que nunca tivéssemos que ver «Kizmel» ou «Kio» — ou ambas — sacando suas armas em meio a uma conversa educada, disse.

— Bem, uh… vamos indo?

Ainda não era nem meio-dia, mas o Grande Cassino de «Volupta» já tinha hóspedes entrando e saindo do prédio. Felizmente, não vi nenhum membro da ALS ou da DKB. Asuna enviou uma mensagem para Liten perguntando sobre eles, e ela respondeu que haviam realizado uma sessão de bebedeira tarde da noite sob o pretexto de uma "reunião de reflexão" após sua enorme derrota na arena. Ambas as guildas provavelmente retomariam suas atividades depois do meio-dia.

É claro que eles só perderam grande coisa no sentido de que suas cinquenta mil fichas (cinco milhões de col) tinham sido todas obtidas vencendo com base na tabela de trapaça — a perda real de seus ativos foi o valor original de onze mil col que converteram em fichas. Claro, mesmo isso não era troco de pão, e se tivesse acontecido comigo, eu estaria lá bebendo também.

Será que Lind e Kibaou estavam planejando tentar a batalha contra o monstro novamente hoje? Ou iriam esquecer a completamente quebrada «Sword of Volupta» e focar em derrotar o andar?

Eu esperava que fosse a segunda opção — não porque os julgava, mas porque sabia que havia trapaça e conspiração na arena. Os Korloys provavelmente estavam trapaceando de alguma forma na maioria das dez partidas ao longo do dia, enganando seus convidados para que perdessem mais fichas. O homem que vendeu à ALS e à DKB aquela folha de dicas tinha que ser um agente da família Korloy também.

Por outro lado, esse homem estava no portão oeste de «Lectio», a primeira cidade do andar. Para conseguir as folhas de dicas de hoje, seria necessário ir até «Lectio» e voltar. Lind e Kibaou não fariam isso, e eu duvidava que entrassem na arena sem aquelas informações de apostas em mãos. Como eu disse à Asuna nesta manhã, suspeitava que os dois estivessem encarando aqueles onze mil col como uma lição cara, mas aprendida. Ou, pelo menos, esperava que sim.

Entramos no Grande Cassino. Argo mostrou seu passe e nos levou até o terceiro andar, onde caminhamos por um corredor fracamente iluminado do hotel de luxo e paramos em frente ao Quarto 17.

Como no dia anterior, Argo bateu na porta duas vezes. Do lado de dentro, «Kio» perguntou.

— Quem é?

— Sou eu, Argo. E também meus companheiros… er, meus três assistentes.

— Você encontrou mais um?

— Não se preocupe, este aqui é bem mais capaz que o Kirito.

Por um instante, fiquei ofendido, mas logo concordei que era verdade. A fechadura fez um clique, e a porta se abriu.

Argo entrou primeiro, seguida por Asuna, «Kizmel» e depois eu. Olhei para o relógio — eram onze e meia. Estávamos noventa minutos adiantados em relação ao prazo de uma hora da tarde que «Nirrnir» nos deu. Isso não significava que ela nos pagaria um bônus, e foi Argo quem aceitou a missão de qualquer forma. Asuna e eu não receberíamos dinheiro, apenas o conhecimento sobre como encontrar Brotos da Árvore de Neve.

A suíte espaçosa estava tão escura quanto na noite anterior, apesar de ser meio-dia. As janelas estavam completamente bloqueadas por cortinas espessas, e apenas algumas lâmpadas humildes — não cogumelos-lanternas — iluminavam o cômodo.

O grande sofá no meio da sala estava vazio. Pisquei surpreso, e Kio nos dirigiu um olhar de contrição.

— Lady «Nirrnir» ainda está dormindo. Ela acordará ao meio-dia. Gostariam de tomar um chá enquanto esperam?

— Ora, claro. A culpa é nossa por chegarmos cedo demais — disse Argo.

Os olhos de «Kio» passaram por ela e se fixaram em nós — mais especificamente, em «Kizmel», que mantinha seu capuz abaixado. Os olhos afiados da mulher se estreitaram.

— Essa é outra aventureira?

— Não…

«Kizmel» hesitou, então lentamente puxou o capuz para trás. A reação foi instantânea.

— Lyusuliana! — exclamou Kio, colocando a mão sobre sua estoc.

«Kizmel» não segurou o cabo de seu sabre, mas puxou o pé esquerdo para trás, assumindo uma postura lateral.

Dei um passo rápido à frente e perguntei.

— O que é Lyusuliana?

Asuna sussurrou.

— Acho que é alguém de «Lyusula».

Fazendo sentido na lógica, prontamente perguntei a «Kio».

— Como vocês chamam uma pessoa de «Kales’Oh»?

A empregada de batalha, apesar de sua expressão séria, respondeu.

— Kalessiana.

— Ohhh.

— Mas por que há uma Lyusuliana aqui?!

— Por quê? Ah, porque ela está conosco…

Em meio à confusão, a porta na parede à esquerda se abriu, e uma pequena figura entrou na sala de estar, seus chinelos batendo no chão.

— O que é todo esse barulho…?

Era uma garota bocejando, com cabelos dourados volumosos que desciam até a cintura, pele de um branco cegante e olhos brilhantes como pedras preciosas. Ela segurava um grande travesseiro com o braço esquerdo e vestia uma camisola preta. Acima de sua cabeça havia um ícone tridimensional de interrogação (?), o sinal de uma missão em andamento.

«Nirrnir», chefe dos Nachtoys, uma das duas famílias que controlavam o Grande Cassino Volupta, parou em frente ao sofá vazio para cinco pessoas e nos encarou. Ela era a menor de todos ali, mas parecia nos olhar de cima. 

«Kio» estava a um instante de sacar sua estoc, mas agora se curvava em vergonha pela confusão. No entanto, não se afastou de sua postura confrontadora com «Kizmel».

E quanto a «Kizmel», o que ela fez me deixou de boca aberta.

Eu imaginava que ela apenas observaria «Nirrnir» em silêncio, mas, em vez disso, ajoelhou-se no tapete com um joelho no chão. Pressionou a mão direita contra o peito e abaixou a cabeça profundamente.

— Sou «Nirrnir», cavaleira de «Lyusula». Por favor, perdoe-me por perturbar seu descanso.

Pelo canto do olho, vi Asuna arregalar os olhos em surpresa.

«Nirrnir» tinha um certo ar de superioridade que era diferente de qualquer outra garotinha que eu já havia conhecido. Ela era descendente de Falhari, o herói que fundou «Volupta», mas, no fim das contas, era apenas a chefe de um cassino, não uma nobre ou da realeza. Ainda assim, a orgulhosa cavaleira ajoelhou-se diante dela em um gesto de grande reverência. Nem mesmo para o Visconde «Yofilis» ela havia feito isso.

«Nirrnir», no entanto, apenas assentiu, como se aquilo fosse perfeitamente normal.

— Não se preocupe, «Kizmel». Você estava ajudando o grupo da Argo, não estava? Então, também é minha convidada. Por favor, levante a cabeça e sente-se. «Kio», traga chá.

— Não deveria tirar a espada dela, minha senhora? — perguntou «Kio».

A jovem mestra reprimiu um bocejo e respondeu.

— Não, não é necessário. Um cavaleiro de «Lyusula» não realizaria um assassinato.

Ela soltou o travesseiro que segurava no centro do sofá de cinco lugares, que já estava cheio de almofadas, e sentou-se bem ao lado dele.

«Kizmel» se levantou novamente, e então nos dirigimos aos sofás. Argo e eu sentamos no de três lugares em frente a «Nirrnir», enquanto «Kizmel» e Asuna ocuparam o maior. «Kio» trouxe xícaras para a mesa e nos serviu chá recém-preparado. Agradeci e tomei um gole.

Dessa vez, o chá era diferente do de ontem — tinha um aroma cítrico, em vez de uva — mas era igualmente saboroso. No entanto, o que eu queria mesmo era algo para comer. Desde cedo, a única coisa que havia provado era um pedaço da incrivelmente ácida fruta narsos. Mas, claro, eu não podia pedir comida ali, e Asuna parecia perfeitamente bem, apesar de ter comido tanto quanto eu. Então, endureci o estômago e ignorei a fome.

Dessa vez, «Nirrnir» tomava chá em vez de vinho, provavelmente por ser meio-dia. Após alguns instantes, ela despertou o suficiente para olhar para Argo e perguntar.

— Então… vocês trouxeram o que pedi?

— Claro. Quer que eu tire agora?

— Ainda não. «Kio», duas tigelas grandes.

— Imediatamente.

«Kio» foi até um armário contra a parede e pegou duas grandes tigelas de prata, colocando-as sobre a mesa. «Nirrnir» estendeu a mão para elas.

Argo e eu trocamos olhares, então abrimos nossos inventários. Materializei um grande saco de pano, e Argo, um pequeno, que esvaziamos dentro das tigelas.

«Nirrnir» primeiro pegou uma das frutas narsos, de aparência venenosa, observando-a atentamente antes de colocá-la de volta. Em seguida, pegou uma pedra wurtz, examinou-a e a soltou na tigela.

— Vinte frutas narsos maduras e cinquenta pedras wurtz, exatamente como pedi. Muito bem… «Kio», o pagamento.

A criada retirou um pequeno saco de couro e o entregou a Argo, que respondeu com um sorriso.

— Um prazer fazer negócios!

No mesmo instante, o ? acima da cabeça de «Nirrnir» desapareceu. Mas, um segundo depois, um ! surgiu em seu lugar. A missão continuava.

«Nirrnir» tomou um gole de chá e então murmurou, mais para si mesma do que para nós:

— Isso servirá para fazer o agente de branqueamento que preciso. O Lykaon aparecerá na segunda luta da noite, então há bastante tempo. O problema é… suspeito que os Korloys possam estar desconfiados de que seu esquema de tingimento foi descoberto.

— Mesmo que estejam, eles podem retirar um monstro que já foi registrado na competição? — perguntou alguém que não era eu, nem Asuna, nem Argo, mas sim «Kizmel».

Já havíamos lhe dado um resumo básico da situação no caminho para o cassino, mas seu nível de compreensão era realmente notável. Eu não queria acreditar que isso se devia apenas ao fato de ela ser uma IA com todas as respostas disponíveis. «Kizmel» — assim como todos os NPCs de alta complexidade em SAO — pensava por conta própria, questionava, ponderava e, às vezes, cometia erros na busca pela melhor solução possível para cada situação.

E «Nirrnir», que provavelmente possuía uma IA tão avançada quanto a de «Kizmel», assentiu e respondeu.

— Isso mesmo. Uma fera, uma vez registrada, deve obrigatoriamente aparecer no combate. Em toda a longa história do Grande Cassino, essa regra só foi quebrada duas vezes… Uma vez, quando um servo da família Korloy esqueceu de alimentar a criatura, fazendo com que perdessem o controle sobre ela antes da luta, tornando necessária sua eliminação. A outra foi quando uma criança da família Nachtoy se esgueirou para os estábulos atrás do cassino e, com pena do animal, o libertou. Ambos foram erros extremamente tolos.

Havia um desprezo inegável em sua voz. «Kio» parecia querer dizer algo, mas se conteve e voltou à sua expressão estoica de sempre.

«Kizmel» continuou.

— Então, seja a família Korloy cautelosa ou não, o plano de remover a tintura do pelo do lykaon com alvejante — eu não sabia que a fruta narsos podia ser usada para isso — não deve ser afetado de nenhuma maneira.

— Não será... acredito. Mas prefiro ser minuciosa — respondeu «Nirrnir», olhando para a garota ao meu lado. — Argo, duvido que os Korloy tenham conhecimento sobre você ainda. Você estaria disposta a aplicar o alvejante no pelo do lykaon também?

— Hm, hmmm...

A resposta evasiva de Argo provavelmente se devia ao fato de estar pensando em Asuna, «Kizmel» e em mim, já que tínhamos uma missão muito importante para cumprir. Mas, de acordo com as previsões de «Kizmel», a equipe de recuperação da chave dos elfos negros não chegaria antes do meio-dia de amanhã. Além disso, como alguém que já apostou tudo nesta arena de monstros, eu queria ver o desfecho dessa conspiração.

Lancei um olhar para Argo, como quem diz "estamos bem", e ela assentiu antes de se virar para «Nirrnir» novamente.

— Tudo certo. Vamos fazer isso.

— Fico feliz em ouvir isso — disse «Nirrnir», sorrindo, enquanto o ícone sobre sua cabeça se transformava em um ponto de interrogação. Ela engoliu o restante do chá e, em seguida, bateu palmas. — Nesse caso, devemos preparar a solução alvejante. «Kio», prepare uma panela.

— Hã... Vamos fazer isso aqui? — perguntei, surpreso, o que me rendeu um olhar fulminante da empregada.

— Você achou que iríamos preparar isso na cozinha do cassino? Onde os Korloy saberiam em menos de cinco segundos?

— Ah... é. Faz sentido. Claro.

— Como punição pela sua pergunta tola, você está convocado para ajudar, Kirito.

Não houve nenhuma notificação de missão no registro, o que significava que não era uma quest oficial, apenas uma tarefa. Mas, a essa altura, eu não tinha um bom motivo para recusar.

— Eu-eu ficaria feliz em ajudar.

— Então comece espremendo o suco das frutas narsos.

— Certo... mas com qual ferramenta?

— Você tem ferramentas perfeitamente boas no final de seus braços.

Aparentemente, eu teria que espremê-las com as mãos. Não sabia se era exatamente isso que queriam, mas nunca tinha visto espremedores ou misturadores em Aincrad.

— O suco vai aqui — disse «Kio», apresentando uma tigela de vidro.

Peguei uma das frutas narsos da tigela de prata. Pela textura parecida com a de uma pera, imaginei que, se apertasse com toda a força, ela explodiria em pedaços. Então, segurei-a sobre a tigela de vidro, aplicando pressão nos dedos aos poucos, até que as linhas verde-claras que percorriam a casca avermelhada se partiram, expulsando com força um suco branco-leitoso sobre meus dedos e dentro da tigela.

Um instante depois, um aroma adocicado e picante subiu, me fazendo lembrar do sabor agradável... se não fosse pela desagradável sensação de choque elétrico...

Zzzap! Minhas palmas arderam como se tivessem sido atingidas por uma descarga elétrica sobrecarregada, e eu gritei, jogando a fruta espremida longe.

— Aaaaaah!!

Enquanto me contorcia, segurando a mão direita no ar, «Nirrnir» se jogou de lado e começou a gargalhar.

— Ah-ha-ha! Ah-ha-ha-ha-ha-ha!!

— Aaaagh... Vo-você já sabia disso, senhorita Nirr?!

— Ah-ha-ha-ha-ha-ha! O jeito que você gritou Aaaaah!! Ah-ha-ha-ha-ha-ha!!

Ela chutava as pernas no ar e rolava de um lado para o outro de tanto rir. Eu queria pular nela e fazer cócegas até que chorasse, mas sabia que não seria um comportamento apropriado com uma jovem vestida de camisola. Além disso, provavelmente ganharia algumas perfurações da estoc de «Kio» por isso. 

Enquanto resistia ao resquício da sensação de choque, percebi que Argo, Asuna e «Kizmel» também estavam rindo. Com um momento de horror, olhei para cima e vi que até «Kio» estava de costas para mim, tremendo de tanto segurar o riso.

Está tudo bem, disse a mim mesmo. Desde que todos tenham um momento agradável para aliviar o estresse.

Então, percebi que ainda restavam dezenove frutas narsos para espremer e soltei um longo suspiro pelo nariz.

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